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"JORNAL DE NEGÓCIOS"
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
As treze caras que você tem de conhecer na nova Comissão – e porquê
O Bruegel fez um levantamento dos doze membros da nova Comissão Europeia
que têm pela frente os desafios mais importantes. Carlos Moedas é um
deles. Juntámos mais um. Veja aqui quem são e leia porque se destacam
entre os 28.
Jean-Claude Juncker (Luxemburgo)
Presidente da Comissão Europeia
É o veterano da política europeia. Esteve quase 20 anos à frente do
Grão-Ducado do Luxemburgo, foi presidente do Eurogrupo e, a partir de 1
de Novembro, presidirá a nova Comissão Europeia. Desafios? Segundo o
Bruegel: Lidar com a situação económica, com a pressão externa crescente
em diversas frentes e reformar o funcionamento das instituições da
União Europeia, na caminhada para uma governação económica mais
eficiente que pode implicar a revisão dos Tratados – processo sempre
longo e de desfecho
Jyrki Katainen (Finlândia)
Vice-presidente da Comissão, coordenação de toda a área Económica
Esta é uma escolha do Negócios e não do instituto Bruegel.
Abandonou a chefia do seu partido conservador e a liderança do Governo
da Finlândia para se candidatar a um cargo europeu. Fica como
vice-presidente da Comissão e coordenador de toda a área económica -
Emprego, Crescimento, Investimento e Competitividade - mas sem a tutela
de qualquer Direcção-geral. Vai ser curioso perceber como se articulará
com Pierre Moscovici, o comissário francês e socialista, que fica com
os Assuntos Económicos e Financeiros e Fiscalidade – ou seja, com duas
grandes direcções-gerais sob o seu directo comando.
Pierre Moscovici (França)
Comissário para os Assuntos Económicos e Financeiros, Fiscalidade e União Aduaneira
Socialista, foi ministro da Economia e das Finanças de França entre
2012 e 2014, tendo sido Ministro dos Assuntos Europeus entre 1997 e
2002. Sucede a um finlandês (Olli Rehn, entretanto substituído por Jyrki
Kaitanen) num pelouro alargado às áreas da fiscalidade. Vindo de um
país que recorrentemente pede mais tempo para reduzir o défice e dos
mais alérgicos a reformas estruturais, vai ter agora de "pressionar os
Estados membros a avançar com reformas estruturais, implementar as
regras orçamentais com vigor, promover medidas de gestão da procura para
estimular o crescimento e manter-se vigilante em caso de reemergência
da crise", escreve o Bruegel.
Jonathan Hill (Reino Unido)
Comissário dos serviços financeiros e mercado de capitais
Conservador, com título de Barão, sai do Governo de Cameron, onde era
responsável pelas relações institucionais, para enfrentar cinco
desafios: acompanhar a implementação das reformas em curso,
designadamente a segregação das actividades comerciais das mais
especulativas no seio da banca; garantir a integridade do mercado único
dos serviços financeiros (numa altura em que o Reino Unido não é nem
membro do euro nem da União Bancária); desenvolver canais de
financiamento não-bancário e através dos mercados de capitais (domínio
onde a Europa está muitíssimo atrasada face aos Estados Unidos);
estabilizar a estrutura e organização das novas agências financeiras
especializadas que surgiram na UE; pensar o papel da UE numa reforma
global do sistema financeiro".
Margrethe Vestager (Dinamarca)
Comissária da Concorrência
Liberal, era desde Outubro de 2011 vice-primeira-ministra e,
simultaneamente, ministra da Economia e do Interior do Governo da
Dinamarca. Escreve o Bruegel que a concorrência é o "catalisador"
necessário para impulsionar o motor da economia europeia, e que o seu
maior desafio é conseguir resistir às pressões dos que acreditam que as
regras da concorrência devem ser suavizadas para terem em consideração
as actuais dificuldades económicas.
Elzbieta Bienkowska (Polónia)
Comissária do Mercado Interno, Indústria, Empreendedorismo e PME
Deixa a vice-presidência do Governo polaco e a tutela das
Infra-estruturas, e fica com uma das vice-presidências de coordenação na
nova Comissão. "Um mercado único verdadeiramente integrado e
competitivo é o melhor trunfo da União Europeia para promover a
produtividade e o crescimento, e é aqui que reside a melhor resposta aos
desafios que a Europa enfrenta no ambiente pós-crise", refere o
Bruegel.
Günther Oettinger (Alemanha)
Comissário para a Economia Digital e Sociedade
Conservador alemão, era comissário da Energia e muda agora de pasta, integrando a mesma área de responsabilidade de Carlos Moedas
que tem como comissária coordenadora Alenka Bratušek.
A sua principal
tarefa nos próximos cinco anos será a "criação de uma base sólida a
partir da qual produtos e serviços digitais possam ser facilmente
desenvolvidos". "A Europa tem os recursos e as competências necessárias
para liderar esta transformação global", considera o Bruegel.
Carlos Moedas (Portugal)
Comissário para a Investigação, Inovação e Ciência
O Bruegel considera que o ex-governante português tem uma missão
complicada porque fica à frente de uma área, anteriormente nas mãos de
uma comissária irlandesa, que, sendo o trampolim do crescimento,
sobretudo na Ásia, na Europa não tem funcionado. "A Europa tem falhado
constantemente na exploração do seu potencial de crescimento assente na
inovação" e tira também menos sinergias externas, estando os países
asiáticos e os Estados Unidos muito mais interligados entre si.
Dimitris Avramopoulos (Grécia)
Comissário da Migração e Assuntos Internos
O antigo ministro grego da Defesa vai ter de enfrentar "o dilema de
os mercados de trabalho europeus estarem desfasados em termos de oferta e
procura, problema que deve tentar resolver através de políticas de
migração, numa altura em que as opiniões públicas olham com desconfiança
para a mobilidade em geral." Ao mesmo tempo, escreve o Bruegel, o
comissário grego deve atender aos refugiados, políticos e económicos,
porque a "Europa também tem a obrigação de cuidar das pessoas que
necessitam de protecção".
Cecilia Malmström (Suécia)
Comissária do Comércio
A já comissária sueca vai mudar de pasta, dos Assuntos Internos para o
Comércio, e passa a ser a negociadora europeia da grande parceria que
está a ser negociada com os Estados Unidos. Na opinião do Bruegel, deve
promover os benefícios de uma agenda multilateral de comércio", tendo em
conta que a interconexão está cada vez mais centrada em torno de
cadeias globais de valor, e enfrentar o recrudescimento do regionalismo
um pouco por todo o mundo.
Alenka Bratušek (Eslovénia)
Vice-Presidente da Comissão, União Energética
Estava há um ano e meio à frente do Governo da Eslovénia. Abandona o
cargo de primeira-ministra e fica com uma das sete vice-presidências
"coordenadoras". "Tem de dar resposta às preocupações sobre segurança do
abastecimento energético à Europa, à emergência de fontes de
combustíveis fósseis de baixo custo e aos entraves para prosseguir
políticas que incentivem o baixo uso de carbono. Tem de trabalhar numa
estratégia de longo prazo e inverter a tendência de renacionalização da
política energética".
Miguel Arias Cañete (Espanha)
Comissário da Política Climática e Energia
Este antigo ministro espanhol da Agricultura, foi o cabeça de lista
do PP nas eleições europeias de Maio. Sucede ao alemão Ottinger na pasta
da Energia, que acumula com a política de combate às alterações
climáticas. A sua acção não deve assentar "única e exclusivamente na
descarbonização imediata, mas sobre os três ‘in’: instrumentos, inovação
e acordo internacional" sobre energia, recomenda o Bruegel. "Isto não
deve significar que menos capital político e financeiro é investido em
políticas climáticas, mas que a política climática se deve tornar ainda
mais ambiciosa".
Johannes Hahn (Áustria)
Comissário para a Política de Vizinhança e Alargamento
Esteve à frente da Política Regional na segunda Comissão Barroso,
quando teve de ser negociado o novo pacote de fundos estruturais, e vai
agora para uma área ainda mais delicada e desafiante. Deve fazer uma
maior aproximação à UE de quatro grandes e complexos países - Irão,
Rússia, Arábia Saudita e Turquia - e ser mais realista sobre as
perspectivas de adesão à UE de alguns dos actuais vizinhos, recomenda o
Bruegel.
* Estes são os novos top models da passerelle do poder europeu, mas a "haute couture" pertencerá a Merkel.
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