Santo Alves dos Reis
Julgar o antigo banqueiro não é apenas injusto, é perigoso: se
pusermos Ricardo Salgado no banco dos réus, o mais provável é que o
banco dos réus comece a dever dinheiro a toda a gente
Como diz Miguel Sousa Tavares, atacar Ricardo
Salgado é agora uma espécie de desporto nacional. Há coisas realmente
incompreensíveis, neste país. Sucedeu o mesmo com Vale e Azevedo, e
também com Oliveira e Costa: só porque eram suspeitos de crimes graves e
levaram à ruína as instituições que lideravam, desatou tudo a
atacá-los. As duas primeiras ainda se toleram, mas à terceira Sousa
Tavares não conseguiu calar o seu grito de revolta. Eu, que prezo muito a
originalidade na vida pública, estou com ele. Basta de ataques a
Ricardo Salgado. Que diabo, já cansa. Sousa Tavares e eu estamos fartos.
É tempo, aliás, de serem desmistificadas algumas mentiras descaradas
que a comunicação social tem divulgado acerca do antigo presidente do
BES. Por exemplo, tem sido dito que Salgado recebeu uma prenda de 14
milhões de euros. Não é preciso investigar muito para saber que é falso.
De uma vez por todas: as pessoas da classe social a que Ricardo Salgado
pertence não recebem prendas, recebem presentes. Também não é verdade
que a credibilidade do BES tenha ido pela sanita abaixo. Foi pela
retrete. Sejam rigorosos.
A detenção de Salgado também me chocou, e espero sinceramente, para bem do país, que a justiça pare de o importunar. Julgar o antigo banqueiro não é apenas injusto, é perigoso: se pusermos Ricardo Salgado no banco dos réus, o mais provável é que o banco dos réus comece a dever dinheiro a toda a gente.
Por outro lado, e como também é costume da comunicação social, só se fala das vidas que Ricardo Salgado arruinou. Não se diz uma palavra sobre as pessoas que beneficiou. A reputação de Alves dos Reis, por exemplo, merece uma reavaliação.
Além do mais, os Espírito Santo continuam a fazer falta à banca portuguesa. O tribunal de comércio do Luxemburgo aceitou o pedido de gestão controlada feito pelas empresas do Grupo Espírito Santo. É uma mudança bastante grande relativamente ao regime de gestão descontrolada que vigorava até aqui. Receio que seja necessário um período de adaptação. Talvez a transição deva ser feita por uma administração mista, com membros da família Espírito Santo e pessoas que percebam mesmo de finanças. E só depois será possível nomear um conselho de administração mais credível do que o anterior. Por exemplo, com administradores recrutados no estabelecimento prisional do Linhó.
A detenção de Salgado também me chocou, e espero sinceramente, para bem do país, que a justiça pare de o importunar. Julgar o antigo banqueiro não é apenas injusto, é perigoso: se pusermos Ricardo Salgado no banco dos réus, o mais provável é que o banco dos réus comece a dever dinheiro a toda a gente.
Por outro lado, e como também é costume da comunicação social, só se fala das vidas que Ricardo Salgado arruinou. Não se diz uma palavra sobre as pessoas que beneficiou. A reputação de Alves dos Reis, por exemplo, merece uma reavaliação.
Além do mais, os Espírito Santo continuam a fazer falta à banca portuguesa. O tribunal de comércio do Luxemburgo aceitou o pedido de gestão controlada feito pelas empresas do Grupo Espírito Santo. É uma mudança bastante grande relativamente ao regime de gestão descontrolada que vigorava até aqui. Receio que seja necessário um período de adaptação. Talvez a transição deva ser feita por uma administração mista, com membros da família Espírito Santo e pessoas que percebam mesmo de finanças. E só depois será possível nomear um conselho de administração mais credível do que o anterior. Por exemplo, com administradores recrutados no estabelecimento prisional do Linhó.
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