Jinping nas Américas
Ficou para o fim a
visita aos EUA. O périplo de Xi Jinping começou em Trinidad e Tobago,
Costa Rica e México. E na segunda vez que um líder chinês foi às
Caraíbas, ficou assente apoio de 10 mil milhões de dólares a dez países
da região.
Pequim diz assim a Washington que as Américas não são coutada
sua e, para dar corpo à atitude (sem agressividade ou retórica
incendiária), disse à Costa Rica e ao México que a diversificação de
parceiros pode passar pela China.
A ALBA, por exemplo, já sabia disso:
Equador e Venezuela, membros principais da aliança andina, receberam 50
mil milhões de dólares de Pequim desde 2007. Já o Brasil tem hoje na
China o seu maior parceiro comercial. E é com uma visão integrada das
alianças nas Américas (na costa do Pacífico, no mar das Caraíbas e no
Atlântico Sul) que Jinping se vai sentar à mesa californiana com Obama.
Com a confiança do regime por trás, com a força de uma potência asiática
com raio de ação global, privilegiando um comportamento não-beligerante
assente sobretudo na cor do dinheiro. A postura de Washington é, no
mínimo, desconfiada. Kerry foi recentemente a Pequim assegurar a boa
relação, já Chuck Hagel esteve em Singapura acusando o governo chinês de
ataques cibernéticos contra os EUA.
No meio desta ambiguidade
declarativa, a grande fotografia vai sendo tirada. Washington quer ao
mesmo tempo um acordo de livre-comércio com a UE e aprofundar a parceria
transpacífica, chamando à sua volta Austrália, Japão, Malásia, Coreia
do Sul, Vietname, Singapura e ainda o Chile, Peru e Canadá. Objectivo?
Assegurar a posição de primazia económica e militar simultaneamente no
Atlântico Norte (onde já é "dono" e senhor) e no Pacífico.
O que fica,
então, desta competição G2? Exato: a imensidão do Atlântico Sul, onde o
Brasil procura reinar sem meios à altura, a China vai fazendo o seu
comércio sul-sul e os países lusófonos vão crescendo em estatuto. E
Portugal, tem alguma coisa a dizer sobre isto?
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
08/06/13
.
Sem comentários:
Enviar um comentário