Geração telemóvel
Comparativamente com os tempos de antigamente, verificamos que as formas
de comunicação evoluíram bastante. Mais concretamente, ter-se telefone
em casa era visto como “um luxo” e restrito às classes mais altas. Nos
tempos de agora, raramente é aquela pessoa que não usufrui de um
telemóvel para comunicar com outrem. Se muitos dos jovens adolescentes
não se conseguem imaginar sem o seu telemóvel, existem muitos outros
adultos que até se encontram dependentes do mesmo.
Segundo algumas investigações que incidem no âmbito da utilização dos
telemóveis indicam que a aquisição dos telemóveis compreende actualmente
idades cada vez mais jovens. Acrescentam ainda que, a idade mais
frequente de aquisição do telefone móvel situa-se entre os sete e os
oito anos. Pode dizer-se que o telemóvel constitui para os pais um
'instrumento de segurança' entre os mesmos e os filhos.
Os pais utilizam
o telemóvel como uma espécie de “máquina de controlo” com o objectivo
de verificar as actividades dos filhos, como por exemplo, quando algum
pai ou mãe telefona ao filho e questiona, se almoçou, o que faz ou até
mesmo com quem está. Um outro dado mais recente prende-se como o facto
dos novos tipos de família da sociedade. Mais concretamente, para os
pais divorciados o telefone móvel é considerado muito importante para a
comunicação seja no interrogar do bem-estar do seu educando ou até na
programação de actividades posteriores.
Na adolescência o telemóvel tem, diga-s,e um peso relevante podendo
mesmo ser factor decisivo na integração no grupo de pares, ao contrário,
nas crianças mais jovens (até aos 10 anos de idade mais ou menos) que o utilizam p+ara actividades mais lúdicas e para contactar com os pais.
Alguns aspectos anteriormente mencionados referem-se às características
positivas de “ter o telemóvel” mais numa óptica parental. No entanto
existem também as características menos positivas. Os pais tendem a
“esquecer” de explicar aos filhos, quais as instruções ou até como deve
ser usado o telemóvel. O explicar, por exemplo, que não deve ser
utilizado dentro da sala de aula quando a preocupação prende-se mais com
o “não gastes muito saldo”. Não obstante, os riscos para a saúde
resultantes do uso telefone móvel têm sido ponto de analise em vários
estudos científicos mas até à data, uma grande parte revelam
resultados inconclusivos.
Explicando o atrás referido, a questão central
prende-se ao facto de as crianças serem consideradas mais vulneráveis
aos efeitos negativos na saúde comparativamente com os adultos pois
segundo, os especialistas referem que as crianças tem maior
vulnerabilidade às radiações pois a estrutura cerebral das mesmas
encontra-se em desenvolvimento.
Por último, poder-se-á dizer que, os
pais são soberanos na atribuição ou não do telemóvel ao seu educando,
mas de relembrar que quando é utilizado excessivamente como “máquina de
controlo” o desenvolvimento da autonomia na criança poderá ficar
condicionado ( quando por cada decisão ou atitude que tem de tomar
telefona ao pai ou à mãe questionando o que deve fazer) despolentando
sentimentos de ansiedade e insegurança aos contextos diversos no qual
está inserida.
IN "CORREIO DO MINHO"
18/11/12
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