CÃO DE SANTO HUMBERTO
Classificação F.C.I.: Grupo 6 Sabujos Farejadores e Raças Assemelhadas Seção 1 Sabujos Farejadores 1.1 Sabujos de Grande Porte
Padrão FCI n º 84 22 de junho de 2001.
País de origem: Bélgica
Nome no país de origem: Chien de SaintHubert
Utilização: Sabujo de grande Montaria, cão de pistagem e cão de família. Ele foi e sempre será um cão de caça que, por possuir um faro excepcional, é utilizado tanto para achar a pista de um animal
ferido, como também na prova de procura ao sangue de pessoas desaparecidas nas operações policiais. Pela sua construção funcional, o Bloodhound é dotado de uma grande resistência, o que lhe permite seguir sem esforço uma pista sobre uma longa distância e de terrenos acidentados.
Sujeito à prova de trabalho para campeonato internacional.
RESUMO HISTÓRICO: Sabujo de grande tamanho e cão de faro por excelência, tendo origens muito antigas. Há séculos é conhecido e apreciado por seu faro excepcional e por suas boas aptidões para a caça. Ele foi criado em Ardennes pelos monges da Abadia de Saint Hubert. Ele seria o descendente dos sabujos de cor preta ou preto e fogo, que trabalhavam para o monge Hubert que mais tarde foi nomeado Bispo e depois, quando canonizado, tornou-se o padroeiro dos caçadores. Esses grandes cães sabujos difundiram-se nas Ardennes devido à presença de grandes animais de caça que se escondiam nas grandes fl orestas dessa região.
Os cães de Saint Hubert eram de construção muito robusta. Sua resistência especialmente na caça de perseguição ao javali era muito elogiada. Os primeiros cães de Saint Hubert eram pretos, mais tarde, pretos e fogo. No século XI, esses cães foram importados para a Inglaterra por Guillaume, o Conquistador. Na mesma época, cães do mesmo tipo, mas com a pelagem completamente branca, chamados
“TALBOT”, também foram importados. Na Inglaterra, os cães importados começaram a ser criados. O produto da criação desses cães de Saint Hubert foram chamados de BLOODHOUND (cão de sangue), que vem de “blooded hound”, significando um hound de puro sangue, portanto, de raça pura. Depois a raça se desenvolveu também nos Estados Unidos; nos estados do sul, foram utilizados especialmente para a procura de escravos fugitivos.
APARÊNCIA GERAL: cães de caça e sabujos, maciços, de tamanho grande, os mais possantes de todos os sabujos. Ele é harmonioso nas suas linhas, dotado de uma forte ossatura, de uma boa musculatura e de muita substância, mas sem impressão de ser pesado. Sua estrutura é alongada, inscrita num retângulo. O conjunto é potente e cheio de nobreza. Sua atitude é imponente. A cabeça e o pescoço atraem a atenção por possuírem uma pele abundante, fl exível e fi na, pendente em dobras profundas. Sua movimentação é impressionante, mais para lenta, com um certo balanço. É flexível,
elástica e livre. Nenhuma característica pode ser exagerada a ponto de quebrar a harmonia do todo, de dar uma aparência grosseira e menos ainda de prejudicar a saúde ou o bem estar do cão. Possíveis exageros podem ser mencionados: olhos muito profundos ou muito pequenos, pálpebras distendidas, pele abundante e frouxa, com muitas dobras e essas, bastante profundas. Muitas barbelas, cabeça muito estreita. Cães muito grandes, com corpo pesado ou maciço demais, são igualmente indesejáveis, porque apresentam prejuízo no que tange à sua utilidade.
PROPORÇÕES IMPORTANTES
· comprimento do corpo / altura na cernelha: 10/9.
· altura do peito / altura na cernelha: 1/2.
· comprimento da cabeça / comprimento do corpo: 3/7.
· comprimento do focinho / comprimento da cabeça: 1/2.
COMPORTAMENTO / TEMPERAMENTO: dócil, gentil, plácido e sociável perante as pessoas. Particularmente ligado a seu dono. Tolerante com seus companheiros de canil e outros animais domésticos. É antes de tudo reservado e obstinado. É sensível tanto aos elogios quanto às correções. Jamais agressivo. Sua voz é muito grave, mas ele não é um ladrador.
CABEÇA: imponente, majestosa e cheia de nobreza, é o ponto característico da raça. É alta, porém estreita em relação ao seu comprimento. A estrutura óssea é bem visível. As faces laterais são planas e o perfil é quadrado. O focinho é sensivelmente paralelo à linha superior prolongada da testa. A pele, abundante e fi na, forma sobre a testa e as bochechas rugas e dobras profundas, caindo quando a cabeça está portada baixa e se prolongando dentro das dobras das barbelas fortemente desenvolvidas. A pele é menos abundante nas fêmeas.
REGIÃO CRANIANA: o crânio é alto, longo, mais para estreito e as faces laterais, planas. As arcadas sobreciliares são pouco proeminentes, apesar do que possam parecer. A protuberância occipital é muito desenvolvida e distintamente saliente.
Stop: pouco marcado
REGIÃO FACIAL
Trufa: preta ou marrom; sempre pretas nos cães preto e fogo. A trufa é larga, bem desenvolvida e as narinas bem abertas.
Focinho: tão longo quanto o crânio; alto, largo perto das narinas e de largura igual em todo seu comprimento. A cana nasal é reta ou um pouco convexa (ligeiro nariz de carneiro).
Lábios: muito longos e pendentes. Os lábios superiores cobrem os lábios inferiores, o que dá um perfil quadrado ao focinho. Próximos às comissuras, atrás, eles ficam carnudos (menos pronunciados nas fêmeas) e se fundem imperceptivelmente nas barbelas abundantes. As bordas dos lábios superiores descem mais ou menos 5 cm
mais baixo do que o maxilar inferior. A borda dos lábios é bem pigmentada, preta ou marrom, de acordo com a cor da trufa.
Maxilares/Dentes: dentição completa; mordedura em tesoura; dentes fortes e brancos, regularmente inseridos em maxilares bem desenvolvidos. Mordedura em torquês é tolerada.
Bochechas: são magras com cavidades, especialmente abaixo dos olhos.
Olhos: marrom escuros ou avelã, de um tom mais claro (âmbar) nos cães sem sela ou capa preta. Olhos de tamanho médio; ovais; sem lacrimejar; nem salientes, nem profundos nas órbitas, deixando a íris completamente visível. Pálpebras sem irregularidade nos seus contornos, adaptadas normalmente ao globo ocular; pálpebras inferiores um pouco distendidas, de maneira que um pouco da conjuntiva seja visível, são toleradas. De modo algum os cílios podem tocar ou incomodar os olhos. A expressão é doce, gentil e digna, o olhar é ligeiramente melancólico.
Orelhas: finas e flexíveis, cobertas de pêlos curtos, delicadas e aveludadas ao toque; a cartilagem da orelha é muito longa, ultrapassando no mínimo a extremidade do nariz quando colocadas sobre a cana nasal. Orelhas inseridas muito baixas no nível dos olhos ou mais baixas, ao lado da cabeça, caindo em dobras graciosas, enroladas para dentro e para trás (orelhas em sacarolha).
PESCOÇO: longo, de forma que o cão possa seguir a pista com o nariz no chão. Fortemente musculoso. A pele da garganta é solta e extremamente desenvolvida, apresentando barbela dupla, menos pronunciada nas fêmeas.
TRONCO: As linhas superiores e inferiores são quase paralelas.
Cernelha: ligeiramente marcada.
Dorso: reto, largo, longo e sólido.
Lombo: largo, forte, curto, muito ligeiramente arqueado.
Garupa: Bem musculosa, quase horizontal, jamais caída, bem larga e bastante longa.
Peito: de formato oval, longo, alto, formando nitidamente uma crista entre os anteriores. Caixa torácica, sufi cientemente longa. Antepeito e ponta do ombro, bemsalientes. Costelas bem arqueadas, nem planas, nem em barril.
Linha inferior: quase horizontal; debaixo do peito, bem descida. Flancos bem cheios, largos e descidos; ventre só ligeiramente levantado.
CAUDA: longa, forte, espessa, inserida alta no prolongamento da linha dorsal, diminuindo gradualmente para a extremidade. Portada em sabre. Em ação, a cauda é curvada graciosamente acima da linha dorsal, jamais enrolada ou desviada lateralmente. A parte de baixo da cauda é coberta de um pêlo duro de mais ou menos 5 cm que fica progressivamente mais curto na extremidade.
MEMBROS
Membros anteriores: bem musculosos, possantes, retos e perfeitamente paralelos.
Ombros: longos, bem oblíquos e musculosos, mas não carregados.
Braços: longos, oblíquos e formam uma boa angulação com os ombros.
Cotovelos: bem aderentes; nem cerrados, nem soltos.
Antebraços: retos, de ossatura forte e redonda.
Pernas: firmes.
Metacarpos: robustos e bem aprumados, vistos de frente; vistos de perfil, ligeiramenteinclinados para a frente.
Patas anteriores: compactas, muito sólidas, não virando nem para fora, nem para dentro. Dedos bem arqueados, bem articulados e cerrados (pés de gato); Almofadas espessas e sólidas. Unhas curtas e robustas.
Membros posteriores: sólidos, muito bem musculosos, em harmonia com os membros anteriores. Vistos por trás, paralelos; nem fechados, nem abertos.
Coxas: de bom comprimento e fortemente musculosas.
Joelhos: bem angulados; não virando nem para fora, nem para dentro.
Pernas: suficientemente longas e fortemente musculosas.
Jarretes: sólidos, bem descidos e bem angulados.
Metatarsos: fortes e curtos.
Patas posteriores: como as anteriores.
MOVIMENTAÇÃO: o julgamento da movimentação do Bloodhound é extremamente importante. Movimentando-se normalmente, trotando, o passo é lento, elástico e livre, cobrindo mais terreno do que qualquer outro sabujo e o que é característico,
rolando, sem andar obliquamente. Os posteriores se colocam bem atrás, com uma boa propulsão. A amplitude dos movimentos dos anteriores e dos posteriores é igual e a linha superior permanece horizontal. Os membros se movem paralelamente, mas em grande velocidade se juntam (single tracking). A cauda é portada alta, em forma de sabre (sem que a curvatura esteja muito pronunciada). O Bloodhound deve ser capaz de manter um trote de longa duração sem mostrar sinais de cansaço.
PELE: flexível sobre o corpo inteiro, frouxa e elástica. A pele fi na, muito frouxa e abundante sobre a cabeça é muito característica. Sobre a testa e as faces laterais do focinho, a pele forma dobras que são pendentes e mais marcadas ainda quando a cabeça está portada baixa. De qualquer maneira, rugas ou dobras exageradas na testa
e nas arcadas sobreciliares não devem jamais prejudicar os olhos. Dobras de pele no corpo, devido a uma pele demasiadamente ampla, não são desejadas.
PELAGEM
Pêlo: sobre o corpo, o pêlo é raso e curto, denso, bastante duro e resistente às intempéries. Sobre a cabeça e as orelhas, o pêlo é muito curto e suave ao toque. A parte debaixo da cauda é coberta por pêlos um pouco mais longos e mais duros.
COR: pode-se distinguir 3 cores de pêlo: os bicolores preto e fogo, fígado e fogo eo unicolor vermelho. Nos cães preto e fogo, a parte do preto varia pelo fato de ser uma sela ou uma capa. No cão com capa, o preto é predominante; o fogo (fulvo) se encontra só no focinho, nas bochechas, acima dos olhos, no antepeito, nos membros
e na região do períneo. Um cão com sela apresenta manchas fogo mais estendidas porque o preto se limita, mais ou menos, à parte dorsal. As mesmas disposições das zonas coloridas se pressentem mais nos bicolores fígado e fogo. As cores não são sempre bem firmes, nem distintamente delimitadas. Nas partes mais escuras, é possível que pêlos disseminados mais claros ou de cor texugo apareçam.Uma tal mistura de pêlos de cores diferentes é admitida. No unicolor vermelho, o vermelho pode variar
do claro ao escuro. Uma cor desbotada de fogo nos bicolores ou de vermelho nos unicolores é indesejável. Um pouco de branco no peito, nos dedos e na extremidade da cauda é tolerado, sem ser desejado.
TAMANHO / PESO
altura na cernelha:
a ideal é de 68 cm para os machos;
a ideal é de 68 cm para os machos;
62 cm para as fêmeas.
Tolerância: 4 cm para mais ou para menos.
Peso:
machos: mais ou menos 46 a 54 kg.
machos: mais ou menos 46 a 54 kg.
fêmeas: mais ou menos 40 a 48 kg.
O tamanho e o peso devem estar em harmonia.
NOTAS:
· os machos devem apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem descidos e acomodados na bolsa escrotal.
IN "Confederação Brasileira de Cinofilia"
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