22/10/2011

JOANA AMARAL DIAS



Cortes

Ontem,14/10, foi o dia do ano com mais fogos. E o País ardeu mesmo às mãos deste governo incendiário.

Portugal está falido, mas não são só as finanças que estão sovadas. A ética também já não se levanta. Tudo o que Passos Coelho disse na campanha, sobre os impostos ou a TSU, foi para a pira. Atenção. Não se trata apenas de não cumprir a palavra, esquecer. Isto é fazer exactamente o oposto do prometido. Logo, das duas uma: ou as legislativas foram um embuste ou Passos está nas trevas. Infelizmente, ambas são verdadeiras.

Os motivos do PSD para chumbar Sócrates foram agora totalmente invertidos e sim, o PM proferiu ontem uma declaração de guerra e de ignorância (ambas também são dadas à simultaneidade): os trabalhadores e os serviços públicos levam com todos os brutais custos da austeridade (ataque); o PM continua a tentar resolver a dívida contraindo a despesa e sem crescimento (analfabetismo).

Seguro: obviamente, demita-o. Cavaco Silva, se nas vésperas dos protestos de Março, aquando dos cortes no PEC IV, apelava a um sobressalto cívico e agora, perante este golpe de estado, culpa a crise e esquece a manifestação de hoje, obviamente, demita-se.

Docente Universitária

IN "CORREIO DA MANHÃ"
15/10/11

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