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Só dez por cento dos casos de abusos a crianças são detectados, diz especialista
“Só dez por cento dos casos de abusos sexuais que acontecem são efectivamente detectados, enquanto 90 por cento passam sem serem conhecidos” alerta o especialista espanhol Enrique Martinez Piera
O director de Protecção e Inserção de Menores na Direcção Territorial de Alicante, Espanha participou esta no Seminário de Apresentação do “Manual de Competências Comunicacionais e Guias de Orientações para a Intervenção no Âmbito da Promoção e Protecção das Crianças”, promovido pela Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco (CNPCJR), que decorreu hoje na Fundação Calouste Gulbenkian.
Segundo Enrique Martinez Piera, é fundamental que as pessoas estão mais perto das crianças possam detectar as situações de risco, comunicá-las e intervir, como é o caso das forças de segurança, os professores ou os médicos. “A integração de esforços, de conhecimentos, de experiências, é essencial para que estejamos mais atentos, para conseguirmos detectar com mais facilidade os casos de risco”, explica. No entanto, o especialista adverte para o uso exagerado do senso comum nestes casos.
“Como todos já fomos crianças, como alguns de nós temos filhos, todos achamos que podemos opinar sobre protecção de crianças”, disse o especialista, “mas é importante saber que há métodos, há formas, há regras para detectar e agir efectivamente, em cada situação, em cada área”, refere. Para isso é necessário que existam instrumentos e que estes sejam construídos na mesma linguagem, para que possam ser entendidos por todos os intervenientes nas situações de risco. Neste contexto, o papel dos media é, segundo Enrique Martinez Peira essencial na vigilância daqueles que trabalham ou lidam com crianças.
O seminário serviu para a apresentar os guias de intervenção em situações de risco. Inspirados em quatro guias espanhóis e adaptados à realidade portuguesa, estes manuais resultam do trabalho desenvolvido pela Comissão Nacional para a Protecção das Crianças e Jovens em Risco (CNPCJR), em parceria com o Instituto da Segurança Social (ISS, IP) e o Sindicato dos Jornalistas (SJ), e no âmbito do protocolo que reúne a CNPCJR, o ISS, IP, e a Generalitat Valenciana/Conselleria de Bienestar Social, abrangendo as áreas da Acção Social, da Saúde, das Forças de Segurança e da Saúde.
O objectivo destes guias é fornecer uma orientação e reflexão para os profissionais que lidam, em cada uma destas áreas, com crianças e jovens em risco, estando disponíveis em breve no site www.cnpcjr.pt, segundo nota de imprensa da CNPCJR.
* Mas o melhor do mundo não são as crianças???
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