ESTA SEMANA NO
"VIDA ECONÓMICA"
Governo aconselha PME a procurarem mecanismo de liquidez fora da banca
O modelo de financiamento das PME "é muito rígido", disse o secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, Carlos Oliveira, no final da sessão de apresentação do relatório global de Competitividade para Portugal (2011-2012) elaborado pelo World Economic Fórum, de que são associados o Proforum - Associação para o Desenvolvimento de Engenharia e o Fórum de Administradores de Empresas e que foi organizado pela Escola de Direção de Negócios (AESE).
O governante disse que as PME devem "olhar" para outros mecanismos com o objetivo de evitarem perder competitividade. Carlos Oliveira referia-se à subida do custo de financiamento proposto pela banca e que consome as margens de negócio, a par da escassez de fundos provocada pela desalavancagem da banca.
No trabalho apresentado na AESE, Portugal ganha um lugar no ranking da competitividade, essencialmente devido ao contributo positivo das tecnologias de informação, nomeadamente o acesso à banda larga, e ainda pelas facilidades a nível de infraestruturas rodoviários, onde Portugal se coloca em 5º lugar num total de 142 países. Pela negativa está a questão das finanças públicas, onde Portugal cai para 140ª posição, a dois lugares do último.
Ainda na apresentação do evento, Carlos Oliveira salientou as medidas do Governo, nomeadamente o facto de se permitir que as empresas que contraíram empréstimos no âmbito do programa PME Investe possam pedir uma extensão por 12 meses do empréstimo. Carlos Oliveira falou também da ligação entre a produção de conhecimento científico e a sua ligação à economia real, tendo destacado a necessidade de pôr fim a este "desligamento" que tem impacto na competitividade do país.
Por outro lado, o vice-presidente da Proforum, Ilídio Serôdio, destacou a necessidade de se ultrapassarem os fortes entraves existentes na atividade das PME.
Inversão da tendência
Neste relatório do World Economic Forum (WEF) apresentado pela Proforum (Associação para o Desenvolvimento da Engenharia) e pela FAE (Forum de Administradores de Empresas), é de destacar o facto de Portugal subir um lugar no ranking, posicionando-se na 45ª posição, para além de que desde 2005 que Portugal não invertia a tendência de queda na tabela da competitividade estre os países. No encontro foi salientada a necessidade de intervenção prioritária nos fatores que mais afetam o crescimento do PIB e da competitividade.
Apesar de ter sido ligeira a melhoria verificada na tabela da competitividade - Portugal ultrapassou três países (Chipre, Eslovénia e Indonésia) e foi superado por dois (Itália e Lituânia) em relação ao ano passado - a verdade é que esta subida de score da competitividade portuguesa (de 4,38 para 4,40 num máximo de 7) "foi alcançada num enquadramento financeiro crítico, em plena intervenção da "troika" com um rígido plano de austeridade e perante perspetivas negativas para os próximos dois anos, pelo menos", salienta a organização.
Apesar do bom desempenho nalguns índices de competitividade, Portugal continua a revelar-se como um dos países com performances menos conseguidas ao nível macroeconómico, com dificuldades de acesso ao financiamento, resultante nomeadamente de uma débil taxa de poupança (128º lugar), de um elevado défice público (122º), de uma desporporcionada dívida pública (128º) e de uma ineficiente aplicação dos fundos públicos (137º), afirma a organização portuguesa. A dificuldade da situação portuguesa é também substancialmente agravada por um dos maiores níveis de rigidez do mercado de trabalho (despedimento e contratação no 140º lugar) e por uma gritante não indexação dos salários à produtividade (112º).
Perante esta situação de estagnação, a Proforum e o FAE reafirmam a necessidade de Portugal intensificar as reformas com a finalidade de aumentar, substancialmente, a competitividade e o crescimento da economia, focando a aposta nos estímulos às suas PME.
* Talvez abordar agiotas encartados para pedir dinheiro ou criar anexos com "acompanhantes" para encontros ocasionais com clientes, é dinheiro em caixa.
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