HOJE NO
" PÚBLICO"
Escândalo de trabalho escravo no Brasil
envolve marcas de roupa famosas
A conhecida marca espanhola Zara, bem como as marcas Billabong, Ecko, Gregory, Brooksfield, Cobra d'Água e Tyrol, estão envolvidas num escândalo no Brasil, depois de se saber que estas marcas compravam peças de vestuário a fabricantes que recorriam a mão-de-obra escrava no interior de São Paulo.
O escândalo começou com a marca espanhola Zara, depois de a cadeia televisiva brasileira Band ter acompanhado uma equipa de fiscais do Ministério do Trabalho que acabou por libertar várias pessoas (a maioria das quais estrangeira) que fabricavam peças de vestuário para a empresa AHA, a quem a Zara encomenda trabalho.
Os trabalhadores-escravos tinham sido, na maioria, recrutados na Bolívia com promessas de melhores condições de vida no Brasil. Ao chegarem a São Paulo, eram obrigados a cumprir jornadas laborais de 16 horas por salários que rondavam os 240 euros por mês. Além disso, os empregadores descontavam do salário dos trabalhadores o custo da viagem até ao Brasil e a comida.
O grupo espanhol Inditex, proprietário da Zara, negou qualquer responsabilidade nas irregularidades e sublinhou que, ao contratar fabricantes que exploram ilegalmente trabalhadores, a AHA “violou seriamente” o Código de Conduta para Fabricantes.
A Inditex anunciou igualmente que tomou medidas para que a AHA pague compensações financeiras aos trabalhadores explorados e se comprometa a corrigir as condições de trabalho nas suas fábricas em situação irregular.
“Estamos a trabalhar conjuntamente com o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil) com a finalidade de ajudar a erradicar todas estas práticas”, acrescentou o grupo que tem no Brasil o seu terceiro mercado na América, a seguir aos EUA e ao México.
Entretanto o Ministério Público do Trabalho de Campinas detectou, para além da Zara, que outras seis marcas de roupas (Billabong, Ecko, Gregory, Brooksfield, Cobra d'Água e Tyrol) recorriam a fornecedores que utilizavam mão-de-obra escrava numa fábrica da localidade de Americana, no interior de São Paulo.
Os representantes dessas seis marcas serão chamados a prestar depoimentos e terão que assinar um Termo de Ajustamento de Conduta comprometendo-se a regularizar o trabalho nas confecções.
Entretanto, os trabalhadores - a maioria dos quais em situação ilegal no Brasil - foram resgatados e a fábrica fechada.
A procuradora Fabíola Zani disse que as condições de higiene e segurança no local eram mínimas e que havia risco de incêndio e intoxicação.
* É assim, enquanto o esclavagismo der lucros portentosos apoiado no silêncio de quem é escravizado tudo bem, que se lixem os gajos.
Agora que a comunicação social deu com a "boca no trombone" nenhum destes impérios do vestuário sabia o que se estava a passar e até tem horror a pensar no assunto. Provavelmente até têm participações em mecenatos culturais, contribuem para ONG's e coisas afins para parecerem muito bonzinhos, chato é que se saiba neste momento que a economia destas empresas assenta em escravatura em pleno séc XXI.
Mas a memória das pessoas é curta e as vendas não vão baixar, bom mesmo é olhar em extâse para o nosso umbigo, as hérnias umbilicais dos pobres não nos dizem respeito.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário