Manuais "ajudam" profissionais
em situações de maus-tratos
As entidades que lidam com maus-tratos de crianças
e transmitem informações e os jornalistas que elaboram notícias nesta área vão poder consultar guias com conselhos sobre a melhor forma de comunicarem
e desempenharem as suas funções.
Um conjunto de "Guias de orientação para profissionais na abordagem de situações de maus-tratos ou outras situações de perigo" e um "Manual de Competências Comunicacionais para as Comissões de Proteção das Crianças e Jovens" são apresentados na quinta-feira por vários especialistas que trabalharam juntos para o mesmo objectivo.
Desde 2008, realizaram-se cinco seminários para desenvolver "o conhecimento recíproco entre" as entidades responsáveis pelo sistema e os jornalistas, visando "estabelecer um clima de confiança, de transparência e de maturidade nessa relação", explicou presidente da Comissão Nacional de Proteção das Crianças e Jovens em Risco (CNPCJR).
A meta é sempre chegar à forma em que "os direitos das crianças sejam mais prosseguidos" e o papel da comunicação social, "fundamental à integração deste direito, cada vez mais realizado", referiu à agência Lusa Armando Leandro.
O responsável apontou que as questões mais complexas relacionam-se com "as notícias que podem pôr em causa o direito da criança, designadamente quando se encontra em situação de perigo, o seu direito à imagem, ao desenvolvimento, à privacidade e à intimidade".
O primeiro dos guias é um manual de competências comunicacionais que visa facilitar aos principais responsáveis pelo sistema de proteção "exercer de forma conveniente a sua função de fonte de informação, estar habilitados a poder informar no respeito pelo direito e dever de informação, mas também de forma conciliada com o dever de reserva da integridade, da imagem, da privacidade da criança e da família".
Há ainda um guia de ética para os jornalistas para facilitar a estes profissionais "a interiorização dos seus direitos e deveres relativamente aos direitos das crianças", como realçou Armando Leandro.
O responsável resumiu a situação com a necessidade de conciliar "a tensão jornalística de dar a melhor informação possível" e o "dever das comissões e das outras entidades do sistema de preservar o direito de reserva, um direito constitucional".
Os seminários realizados revelaram que "é possível conciliar através de diálogo e compreensão recíprocos" o lado das comissões e aquele dos elementos da comunicação social, assim como "a especificidade normativa, ética, deontológica, cultural e organizativa das respetivas intervenções", afirmou ainda o presidente da CNPCJR.
Estes contactos e os trabalhos desenvolvidos também vão dar uma contribuição para intensificar o papel da comunicação social na colocação na agenda pública de uma nova cultura da criança, contextualizando os factos, positivos e negativos, do quotidiano.
A par das obras dirigidas aos jornalistas, serão apresentados quatro manuais, para os profissionais das áreas da intervenção social, educação, entidades policiais e saúde, que lidam com situações de maus-tratos de crianças.
* São mesmo necessárias medidas coercivas pesadas para quem maltrata uma criança, seja quem for, sem quaisquer contemplações.
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