Mundo está a perder
cura milagrosa dos antibióticos
A resistência aos antibióticos é cada vez maior e muitas infecções são agora mais difíceis de curar, o que leva a tratamentos caros e prolongados e a um aumento do risco de morte, alerta a Organização Mundial de Saúde.
Quinta-feira, quando se assinala o Dia Mundial da Saúde, que este ano decorre sob o tema "Combater a Resistência aos Antibióticos", a OMS apela a uma acção urgente e concertada dos governos, profissionais de saúde, indústria, sociedade civil e pacientes para desacelerar o aumento da resistência aos medicamentos, limitar o seu impacto e preservar os avanços médicos para as gerações vindouras.
"A mensagem neste Dia Mundial da Saúde é muito clara. O mundo está perto de perder as suas curas milagrosas", afirma a directora-geral da OMS num comunicado hoje divulgado.
Margaret Chan refere que, "na ausência de acções correctivas e protectivas urgentes, o mundo caminha para uma era pós-antibiótica, na qual muitas infecções que hoje são comuns deixarão de ter cura e irão, mais uma vez, matar sem esmorecer".
Hoje, a OMS publica um pacote de medidas políticas, definindo as medidas que os governos e os seus parceiros nacionais precisam para combater a resistência aos antibióticos.
Entre as medidas sugeridas estão o desenvolvimento e implementação de um plano nacional financiado, o reforço das capacidades de vigilância e laboratorial, a garantia de acesso ininterrupto a medicamentos essenciais de qualidade garantida, a regulação e promoção do uso racional de fármacos, o reforço da prevenção e controlo de infecções e o fomento da inovação, investigação e desenvolvimento de novas ferramentas.
A resistência aos antibióticos é um fenómeno biológico natural, através do qual os micro-organismos adquirem resistência aos fármacos que deveriam matá-los. A cada nova geração, os micro-organismos que contêm o gene resistente tornam-se cada vez mais fortes até o medicamente se tornar totalmente ineficaz.
O uso inadequado de medicamentos para combater infecções - uso excessivo, subutilização ou mau uso -- faz com que a resistência aumente mais rapidamente.
"As tendências são claras e inquietantes. Não agir hoje significa que não haverá cura amanhã. Numa altura em que o mundo enfrenta várias calamidades, não podemos deixar que a perda de medicamentos essenciais seja a próxima crise global", afirmou Margaret Chan.
IN "JORNAL DE NOTÍCIAS"
07/04/11
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