Portas apanhado em 1.ª classe
A história conta-se em poucas palavras. Um eurodeputado do Bloco de Esquerda, Miguel Portas, que ‘comprou’ uma guerra com muitos dos seus colegas por exigir que se viaje em classe económica ou turística, foi fotografado por um parlamentar português num voo intercontinental de regresso de Moçambique, no final de Outubro de 2009, em primeira classe. A reacção do visado não se fez esperar: o autor "não é bom fotógrafo", "cada um faz política como entende" e é "uma chantagem moral" de quem quer manter privilégios.
Questionado pelo CM sobre se o facto de ter aceitado viajar em executiva não contradiz o que tem defendido, nomeadamente a 5 de Abril passado, no Parlamento Europeu, Miguel Portas recusa qualquer contradição: "Nenhuma contradição. São regras do Parlamento Europeu em delegações oficiais." Mais, a sua proposta aplica-se apenas ao futuro.
A medida apresentada pelo eurodeputado para cortar nas viagens em executiva gerou muita animosidade no Parlamento Europeu. E Portas justifica: "A primeira proposta foi viajar em voos até quatro horas em económica, tirando as delegações oficiais." O seu objectivo é poupar: os voos são sobretudo os de deslocação de regresso a casa dos eurodeputados. A poupança pode ir até aos 20 milhões de euros. Por tudo isto, conclui: "Querem--me caçar – diz a notícia do espanhol ‘El Confidencial? –, caçaram um gafanhoto." Portas foi a Moçambique como observador eleitoral numa delegação composta ainda por Luís Paulo Alves, Vital Moreira e José Manuel Fernandes.
IN "CORREIO DA MANHÃ"
16/04/11
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