O grande desafio
Afastado de tudo, resta ao Sporting lutar pelo terceiro lugar no campeonato. Sem direção e com um treinador interino, é quase um milagre a exibição a que assistimos na quarta-feira. Ali esteve, a dar luta, uma equipa de um clube em autogestão. O grande desafio do Sporting é, agora, eleger um presidente para os próximos anos. Num momento em que se farão escolhas de vida ou de morte, cabe aos sócios assumirem as suas responsabilidades. Todas as queixas que venham depois, virão tarde demais.
Estão, até agora, quatro opções em cima da mesa. Godinho Lopes, já o escrevi aqui, é a continuidade para pior. O currículo de negócios nebulosos, fora e dentro do clube, e a salada russa onde se juntam todos os interesses devia chegar para pôr essa possibilidade de lado. É tudo o que Sporting não precisa. Bruno Carvalho cheira a populismo fácil e a soluções milagrosas. Sabemos onde acabam estas aventuras. Dias Ferreira é um sportinguista. Disso ninguém duvida. Mas falta-lhe em equipa o que lhe sobra em conivência com a pior direção da história do clube.
Escrevi, há duas semanas, que contaria com o meu voto sem convicção se não aparecesse uma geração mais jovem, descomprometida com a tragédia dos últimos anos, mas responsável, que defendesse que o Sporting não é uma empresa, mas um clube. Um clube que toma decisões financeiras a pensar nos resultados desportivos e não o contrário. A candidatura de Pedro Baltazar parece apontar para aí. Esperarei pelas propostas. Mas saber que há uma geração que vive longe do sportinguismo do croquete e está disponível para dar a sua energia ao clube, já é uma boa notícia. Venham então as ideias. Melhores do que o nome de Santana Lopes para a assembleia geral, esperemos.
IN "RECORD"
04/03/11
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