25/03/2011

ALMORRÓIDA ALMARISCADA



DECO detecta camarão com bactérias 
que podem ser nocivas para a saúde

O consumidor anda a pagar gelo por camarão e a levar para casa marisco mais pequeno do que o anunciado na embalagem, denuncia a DECO, que encontrou camarões com bactérias que podem ser nocivas para a saúde.
Calibre e peso errados, rótulos em línguas estrangeiras ou com informação incorrecta ou incompleta e bactérias potencialmente patogénicas são problemas detectados pela DECO em 21 amostras testadas de camarão cru ultracongelado embalado de tamanho médio.

De acordo com um estudo da DECO, divulgado hoje na revista Proteste, "o camarão testado obteve bons resultados na frescura", mas foram encontrados problemas nos pesos líquidos escorridos, na vidragem incorrecta, no tamanho inferior ao anunciado e detectadas "bactérias potencialmente patogénicas".
Dos resultados obtidos, a DECO afirma que o consumidor paga "gelo ao preço do camarão", revelando que quando foi determinado o peso líquido escorrido, sem a massa de vidragem -- camada de gelo na superfície dos camarões --, chegou-se à conclusão que muitos dos produtos não estavam bem vidrados.

Isto porque, como explica a DECO, aquela camada de gelo assegura a boa conservação e protecção do pescado, mas em excesso "confere um aspecto pouco convidativo, podendo esconder defeitos".
"Na maioria das amostras, os pesos obtidos foram inferiores aos declarados nos rótulos. A lei admite desvios para menos até quatro por cento. Seis amostras estavam mesmo em infracção legal", lê-se no artigo da DECO, associação para a defesa dos consumidores.
Já no que diz respeito ao calibre do camarão, a DECO revela que "em cinco amostras os calibres estavam errados" e que "o consumidor pensa que está a comprar camarões maiores do que na realidade são".

Em matéria de bactérias potencialmente nocivas, a DECO adianta que não encontrou nas amostras valores elevados de azoto básico volátil total (ABVT), que "pode dar uma ideia do estado de deterioração do pescado".
"Nas amostras Pescanova, Mar de Altura, Aliada e Pingo Doce detectámos Vibrio parahaemolyticus ou Vibrio cholerae, duas bactérias potencialmente patogénicas que são um indicador de problemas de higiene", denuncia a DECO, assegurando que essas bactérias são destruídas na cozedura.
A DECO afirma ter detectado "muitas falhas" no camarão testado, "por vezes com infracção à lei", e que já participou os principais problemas à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
"Entregámos a lista dos produtos com Vibrio, bactérias potencialmente nocivas. As doenças de origem alimentar são um grave problema de saúde pública e é inadmissível que a lei não contemple critérios microbiológicos suficientes para garantir alimentos seguros", critica a DECO.

IN "JORNAL DE NOTÍCIAS"
25/03/11

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