Mefedrona - Uma nova droga no Reino Unido
“Miau Miau” - Um dia você ainda vai ouvir falar dela
Por Rodrigo Reinelt
Recentemente a revista inglesa Mixmag, uma das mais respeitadas na cena eletrônica mundial, publicou em uma edição especial sobre drogas, uma reportagem sobre o como a cidade de Londres (e as capitais européias em geral) estão, desde 2009, sendo tomadas de assalto pelo crescimento no consumo da Mefedrona (em inglês Mephedrone).
Essa nova droga apresentada no formato de um pó branco com um característico cheiro de peixe, também conhecida como “Ecstasy alternativo”, mal surgiu e em pesquisas recentes já é apontada como a 6ª mais popular do Reino Unido. Isso representa em números que 41,7 % das pessoas escolhidas na amostragem já experimentaram e 33,6% usaram no último mês. A grande maioria utiliza a droga em clubs de música eletrônica.
Legalizada e encontrada na Internet
A Mefedrona surgiu recentemente (dados apontam que sua primeira apreensão foi na França em 2007) e em muitos países ela ainda é considerada um produto de uso medicinal, portanto liberado somente para manipulação nas indústrias farmacêuticas( a Mefedrona era parte do medicamento Neodoves, comercializado pela Neorganics). O próprio Reino Unido, onde o “boom” da droga virou notícia, ainda está estudando a elevação da Mefedrona para o nível de ilegalidade.
Poucos foram os que já a proibiram. O primeiro foi Israel no final de 2007. Seguiram seu rastro Suécia e Dinamarca, que baniram a droga em 2008. A Alemanha recentemente a proibiu no último dia 22 de janeiro de 2010.
Além dos habituais traficantes, a droga pode ser encontrada na Internet. Vários sites comercializam livremente alegando que a Mefedrona é um “produto vegetal indicado para pesquisas médicas, mas não para o consumo humano”. O preço? De 15 à 30 libras a grama. Grande parte da droga atualmente é manufaturada na China.
O “barato” e os efeitos colaterais
Segundo relato de usuários o efeito da Mefedrona é algo entre o ecstasy e a cocaína. Disposição, euforia, desejo de sociabilidade, aumento do estado de alerta, inquietação, distorção da visão e até o aumento do desejo sexual, são alguns dos “baratos” relatados. Em contrapartida a excessiva transpiração, dores de cabeça, náuseas, palpitações, calafrios e mastigação são os efeitos colaterais mais comuns.
Não existem ainda estudos que apontem problemas de vício ou do uso prolongado da Mefedrona, mas segundo o noticiário BBC News, um usuário relatou a um psiquiatra ter utilizado a droga por 18 meses, pelo menos duas vezes por semana, causando alucinações, agitação e paranóia. Além disso a droga pode causar vaso-constrição e é mais tóxica ao coração do que a efedrina. Porém nada ainda é comprobatório.
Para onde isso vai?
O caso da Mefedrona é semelhante ao do MDMA. Criada como um anti-depressivo pelo laboratório alemão Merck no começo do século XX, o MDMA só foi efetivamente proibida quando foi redescoberta, misturada à anfetamina, renomeada para ecstasy e amplamente difundida pela geração clubber de meados dos anos 80.
Ainda não há registros do uso da Mefedrona no Brasil, mas boatos revelam que a droga tem sido vendida sob forma de pílula como sendo ecstasy. Os EUA, o maior baluarte no combate às drogas, ainda não se pronunciou sobre o assunto. Mas é fato que os órgãos governamentais responsáveis pelo combate à drogas de muitos países estão se mobilizando contra a proliferação da Mefedrona. Ela já até tem um nome mais comercial: “Bubble”, resultado da mistura com a Metilona.
in "BRAHA - BRASILEIROS HUMANITÁRIOS EM ACÇÃO"
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