08/07/2010

MARIO VIEGAS






António Mário Lopes Pereira Viegas (Santarém, 10 de Novembro de 1948 — Lisboa, 1 de Abril de 1996) foi um actor e encenador português.

Unanimemente reconhecido como um dos melhores actores da sua geração, foi aluno da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa onde se inicia no teatro universitário. Frequentou o Conservatório Nacional de Teatro, em Lisboa. Estreia-se como actor profissional no Teatro Experimental de Cascais, trabalhando com Carlos Avilez. Passa pelo Teatro Universitário do Porto em 1969.

Fundador de três companhias teatrais (a última das quais foi a Companhia Teatral do Chiado), interpretou peças de autores como Stadt Hamm, Raul Baal, Fernando Krapp ou Wayne Wang e encenou peças de Beckett, Eduardo De Filippo, Bergman, Tchekov, Strindberg, Pirandello, Peter Shaffer, entre outros.

Actor regular no cinema, participou em mais de quinze películas, entre elas O Rei das Berlengas de Artur Semedo (1978), Azul, Azul de José de Sá Caetano (1986), Repórter X de José Nascimento (1987), A Divina Comédia de Manoel de Oliveira (1991), Rosa Negra de Margarida Gil (1992), Sostiene Pereira de Roberto Faenza (1996), onde contracenou com Marcello Mastroianniou os filmes de José Fonseca e Costa Kilas, o Mau da Fita (1981), Sem Sombra de Pecado (1983), A Mulher do Próximo (1988) e Os Cornos de Cronos (1991).

Fez também televisão, popularizando-se, particularmente com duas séries de programas sobre poesia - Palavras Ditas (1984) e Palavras Vivas (1991). Trabalhou também na rádio, principalmente como divulgador de poesia e de teatro e foi colaborador regular do jornal Diário Económico, para onde escreveu artigos sobre teatro e humor.

Deu-se a conhecer pelos seus recitais de poesia, gravando uma discografia com poemas de, entre outros, Fernando Pessoa, Luís de Camões, Cesário Verde, Camilo Pessanha, Jorge de Sena, Ruy Belo, Eugénio de Andrade ou ainda de autores estrangeiros (Brecht, Pablo Neruda, entre outros). Divulgou nomes como Pedro Oom ou Mário-Henrique Leiria. Viajou por inúmeros países, fazendo teatro em Moçambique, Macau, Brasil, Países Baixos ou Espanha.

Pela sua actividade teatral foi premiado diversas vezes pela Casa da Imprensa e pela Associação Portuguesa de Críticos. Recebeu o Prémio Garrett, como Melhor Actor, pela Secretaria de Estado da Cultura (1987), para além de distinções em Festivais de Teatro e Cinema Internacionais (1979 - Festival de Teatro de Sitges, em Espanha, com a peça D. João VI; 1978 - Festival Europeu de Cinema Humorístico da Corunha, pelo filme O Rei das Berlengas de Artur Semedo). Em 1994 é ordenado Comendador pela Ordem do Infante D. Henrique, pelo Presidente da Républica Mário Soares.

Preocupado com a política, candidata-se em 1995, à Presidência da Républica Portuguesa, pela União Democrática Popular.

Escreveu Auto-Photo Biografia (edição do autor) em 1995 que não foi autorizado a publicar. Em 2001 foi homenageado pelo Museu Nacional do Teatro com a exposição Um Rapaz Chamado Mário Viegas.

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