A crise
A nossa própria liberdade será cada vez mais estrangulada. Ao serviço de quem? Não sei
Quando a crise nos atinge mais forte, quem é atingido logo em primeira instância são os serviços de polícia e de segurança. Congelam-se as carreiras, promoções e ordenados. Congela-se tudo aquilo que são condições que atingem exactamente os funcionários de polícia. Esta capacidade de congelar, de retrair investimento, desenvolvimento, emprego, riqueza, não é passível de ser aplicada aos movimentos sociais sem que daí não resultem graves mazelas.
O talento de quem decide não é suficiente para mandar abaixo os assaltos e fazer diminuir o crime. Por outras palavras, medidas de constrangimento financeiro sem terem em conta as previsíveis conflitualidades daí decorrentes são mais duras e injustas do que todas as injustiças já cometidas. É uma pena que o governo não congele assaltos, homicídios, raptos, violações e actividades terroristas. Este é o tempo em que o crime descola e cresce e a polícia se retrai no que respeita à disponibilidade de meios, desmotivação e capacidade de poder reagir de forma mais determinada àquilo que se espera em alturas de crise: o aumento da criminalidade. Sobretudo nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, onde se faz sentir com mais intensidade o desemprego, a exclusão social, as situações mais duras desenvolvidas pela crise.
Professor Universitário
in "CORREIO DA MANHÃ"
30/05/10
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