Sobre sonhos e obsessões
Na quarta-feira, José Mourinho proporcionou aos adeptos do Inter uma alegria que não viviam desde 1972, ano em que, pela última vez, a equipa de Milão disputou uma final da Liga dos Campeões, à época ainda denominada Taça dos Clubes Campeões Europeus. Mas os efeitos do sucesso do Inter frente ao Barcelona não se dissipam assim tão simplesmente. O futebol é uma coisa mais complicada. E a justa alegria dos adeptos do Inter nem sequer tem termo de comparação com a galhofa, o deleite, o júbilo, que Mourinho proporcionou aos adeptos do Real Madrid ao impedir que o Barcelona disputasse a final da Liga dos Campeões no relvado rival de Chamartin.
Compreende-se o pesadelo em que viveu toda a nação ‘blanca’ perante a hipótese de ter de suportar, dentro da sua própria casa, os festejos dos catalães pela conquista do mais importante título europeu. Em Barcelona, na conferência de imprensa que antecedeu o jogo da segunda--mão da inesquecível meia-final, Mourinho explicou muito bem esta situação: 'Para o Inter, a final é um sonho, seja ela em Madrid, Moscovo, Londres ou Paris. Mas para o Barcelona esta final é uma obsessão porque é em Madrid, no estádio Santiago Bernabéu.'
O futebol é uma história permanente e inesgotável de rivalidades entre vizinhos. Ao qualificar, com tanto brilho e sofrimento, o Inter para a final da Liga dos Campeões, Mourinho pôs o Real Madrid a rir mas também pôs o AC Milan a chorar, como não podia deixar de acontecer quando uma cidade, no caso Milão, vive dividida entre dois amores que não se toleram. O terramoto causado pelo treinador português no futebol europeu conseguiu provocar também uma réplica, ainda que pequena, em Portugal. Ao afirmar, no fim do jogo de Camp Nou, que aquele era 'o momento mais belo' da sua carreira, José Mourinho foi, no mínimo, desagradável para o FC Porto, emblema ao serviço do qual conquistou uma Liga dos Campeões e uma Taça UEFA.
Embora de dimensão diferente, um calibre mais de trazer por casa, é muito comparável ao pesadelo que os adeptos do Real Madrid viveram o pesadelo que estão ainda a viver os adeptos do FC Porto confrontados com a conjectura de ver, amanhã, o Benfica sagrar-se campeão no relvado do Dragão. E é por isto mesmo que, na última semana, não houve outro tema de conversa no nosso país, ainda que não seja certo que o tão temido caso venha a ocorrer. Perante esta conjuntura tão singular, um grande domingo de civismo é o que de melhor se pode desejar.
Compreende-se o pesadelo em que viveu toda a nação ‘blanca’ perante a hipótese de ter de suportar, dentro da sua própria casa, os festejos dos catalães pela conquista do mais importante título europeu. Em Barcelona, na conferência de imprensa que antecedeu o jogo da segunda--mão da inesquecível meia-final, Mourinho explicou muito bem esta situação: 'Para o Inter, a final é um sonho, seja ela em Madrid, Moscovo, Londres ou Paris. Mas para o Barcelona esta final é uma obsessão porque é em Madrid, no estádio Santiago Bernabéu.'
O futebol é uma história permanente e inesgotável de rivalidades entre vizinhos. Ao qualificar, com tanto brilho e sofrimento, o Inter para a final da Liga dos Campeões, Mourinho pôs o Real Madrid a rir mas também pôs o AC Milan a chorar, como não podia deixar de acontecer quando uma cidade, no caso Milão, vive dividida entre dois amores que não se toleram. O terramoto causado pelo treinador português no futebol europeu conseguiu provocar também uma réplica, ainda que pequena, em Portugal. Ao afirmar, no fim do jogo de Camp Nou, que aquele era 'o momento mais belo' da sua carreira, José Mourinho foi, no mínimo, desagradável para o FC Porto, emblema ao serviço do qual conquistou uma Liga dos Campeões e uma Taça UEFA.
Embora de dimensão diferente, um calibre mais de trazer por casa, é muito comparável ao pesadelo que os adeptos do Real Madrid viveram o pesadelo que estão ainda a viver os adeptos do FC Porto confrontados com a conjectura de ver, amanhã, o Benfica sagrar-se campeão no relvado do Dragão. E é por isto mesmo que, na última semana, não houve outro tema de conversa no nosso país, ainda que não seja certo que o tão temido caso venha a ocorrer. Perante esta conjuntura tão singular, um grande domingo de civismo é o que de melhor se pode desejar.
Jornalista
in "CORREIO DA MANHÃ"
01/05/10
Sem comentários:
Enviar um comentário