10 Abril 2010
Grande Área
A competição entre factos
Torna-se cada vez mais difícil formar uma opinião concreta, sólida e definitiva sobre um sem números de acontecimentos que têm vindo a enriquecer o dia-a-dia, normalmente sensaborão, do futebol português.A competição entre factos aparentemente consonantes no conteúdo mas que se contradizem entre si, na forma, não dá a mínima hipótese a qualquer tentativa frutuosa de análise dos mesmos factos.
Tomemos por primeiro exemplo, o caso premente da Liga de Clubes que vive num momento pré-eleitoral, por força dos seus Estatutos e por força suplementar da surpreendente demissão do seu presidente, Hermínio Loureiro. Neste momento, há já dois candidatos, Rui Alves, presidente do Nacional da ilha da Madeira, e Fernando Gomes que ainda na estação anterior, o Inverno, ocupava as funções de administrador da SAD do Futebol Clube do Porto. Ambos prometem medidas exemplares tendo em vista a dignificação do futebol português e estão no seu pleno direito. Compreende-se.
Mas o que não se compreende é o facto seguinte que, estando ligado ao facto anterior, se apresenta com grande descaramento a fingir que nem sequer se conhecem. Entendem? Falamos de factos, obviamente. E, muito objectivamente, do facto de Pinto da Costa ter afirmado solenemente na RTP que o FC Porto, ou seja, ele, não estava de modo algum interessado em promover candidatos para a Liga, em ter gente na Liga, nem sequer em conhecer pessoas da Liga.
Perante uma coisa destas, fica uma pessoa na dúvida sobre o que há-de pensar
Esta última semana foi também marcada por uma onda de comunicados, aparentemente diversos na origem e no conteúdo mas, se os lermos com atenção, logo chegaremos à conclusão de que são obra de um único autor e ainda por cima benfiquista. É difícil, concordarão, aceitar que o redactor dos dois comunicados enviados pelo Sporting para a CMVM possa ser um sportinguista que estime o seu clube e que o queira em sossego.
in "CORREIO DA MANHÃ"
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