29/10/2009

SEGURANÇA ALIMENTAR

Angola e Moçambique no topo da lista dos países mais vulneráveis
à insegurança alimentar

Angola e Moçambique são o primeiro e terceiro países do mundo mais vulneráveis à insegurança alimentar, adianta um estudo da companhia britânica de avaliação de riscos Maplecroft.

A posição de Angola no índice deve-se à guerra civil de 27 anos, que deslocou milhões dos civis, paralisou a produção de alimentos e destruiu os sistemas da infra-estrutura e de irrigação do país. Embora o país esteja agora em paz e tenha rendimentos de petróleo e diamantes, estes recursos não são investidos inteiramente pelo Governo na produção alimentar ou na nutrição da população, adianta o estudo. Alguns dos países de risco mais elevado na segurança alimentar são caracterizados pela fraca administração governamental. No ano passado Moçambique estava na 17ª posição, mas, de acordo com Jason McGeoWn, da Maplecroft, houve mudanças na metodologia e os índices dos dois anos não são directamente comparáveis, o que indica que o país africano até pode ter melhorado a sua situação de segurança alimentar, embora muito frágil quando comparada com outros países. O documento produzido pela Maplecroft atribui a vulnerabilidade de Moçambique às catástrofes naturais. O índice de risco de segurança alimentar avalia a viabilidade, a estabilidade e acesso aos stocks de alimentos básicos, e também o impacto na nutrição e na saúde como resultado da insegurança alimentar.

O índice, que abrange 148 países, coloca o Haiti na segunda posição, atrás de Angola e à frente de Moçambique. O Brasil (101º) e Portugal (102º) foram considerados como de "médio risco" na insegurança alimentar. O índice é baseado em um conceito desenvolvido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) que define a segurança alimentar como um estado em que "todos os povos, em qualquer tempo, tenha acesso físico, social e económico dos alimentos para assegurar suas necessidades e preferência para ter uma vida activa e saudável".

A Maplecroft é especialista no cálculo de riscos globais e os temas que abrangem os seus estudos são as mudanças climáticas, catástrofes naturais, riscos políticos, terrorismo, geopolítica, energia, água e segurança alimentar, poder governamental e doenças infecciosas.

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