04/10/2009

CARDEAL D: HENRIQUE



17- Rei D. Henrique - O Casto.jpg

D. Henrique, o Cardeal-Rei de Portugal

Ordem: 17.º Monarca de Portugal
Cognome(s): O Casto
Início do Reinado: 4 de Agosto de 1578
Término do Reinado: 31 de Janeiro de 1580
Aclamação: Lisboa, 1578
Predecessor(a): D. Sebastião I
Sucessor(a): Conselho de Governadores do Reino de Portugal
D. António I (como rei, disputador do trono)
Pai: D. Manuel I
Mãe: D. Maria
Data de Nascimento: 31 de Janeiro de 1512
Local de Nascimento: Lisboa
Data de Falecimento: 31 de Janeiro de 1580
Local de Falecimento: Almeirim
Local de Enterro: Mosteiro de Santa Maria de Belém, Lisboa
Consorte(s):
Príncipe Herdeiro: Reivindicaram: D. Catarina de Portugal, D. António, Prior do Crato e Filipe II de Espanha
Dinastia: Avis-Beja

D. Henrique I de Portugal (31 de Janeiro de 1512Almeirim, 31 de Janeiro de 1580) foi o décimo-sétimo Rei de Portugal, tendo governado entre 1578 e a sua morte, 1580. Ocasionalmente é chamado de D. Henrique II por alguns autores, em virtude de ser o segundo chefe de estado de Portugal chamado Henrique, tendo-se em linha de conta o Conde D. Henrique, por aqueles chamado de D. Henrique I. É conhecido pelos cognomes de O Casto (devido à sua função eclesiástica, que o impediu de ter descendência legítima), O Cardeal-ReiO Eborense / O de Évora (por ter sido também arcebispo daquela cidade e aí ter passado muito tempo, e inclusivamente fundado a primeira Universidade de Évora, entregue à guarda dos Jesuítas), transformando Évora num pólo cultural importante, acolhendo alguns vultos da cultura de então: Nicolau Clenardo, André de Resende, Pedro Nunes, António Barbosa, entre outros.

Que o cardeal-rei dom Henrique
Fique no Inferno muitos anos
Por ter deixado em testamento
Portugal, aos Castelhanos

Quadra popular



Vida religiosa

Painel de azulejos representando o cardeal D. Henrique em Évora

Henrique era o quinto filho varão de D. Manuel I e sua segunda mulher Maria de Aragão, e era irmão mais novo do Rei D. João III. Como se compreende, Henrique não tinha tido a esperança de subir ao trono.

Bem cedo na sua vida, Henrique recebeu o sacramento da ordenação, para promover os interesses portugueses na Igreja Católica, na altura dominada pela Espanha. Ele subiu cedo na hierarquia da Igreja, tendo sido rapidamente Arcebispo de Braga, primeiro Arcebispo de Évora, Arcebispo de Lisboa e ainda Inquisidor-mor antes de receber o título de Cardeal, com o título dos Santos Quatro Coroados (1546).

Embora nunca tenha assistido a qualquer conclave, chegou a ser apontado como um dos favoritos a suceder no trono de São Pedro nos dois conclaves de 1555. Inclusivamente, o seu irmão João III de Portugal pediu ao cunhado, o imperador Carlos V que favorecesse a ascensão do seu irmão ao sólio pontifício, através da compra dos votos do colégio dos cardeais.

Henrique, mais do que ninguém, empenhou-se em trazer para Portugal a ordem dos Jesuítas, tendo utilizado os seus serviços no Império Colonial.

Regente e Rei

Quando João III de Portugal morreu, muitos discordavam da atribuição do poder da regência a Catarina de Áustria, irmã de Carlos I de Espanha. Henrique sucedeu assim à sua cunhada, em 1562, servindo como regente para Sebastião, seu sobrinho de segundo grau.

Após a desastrosa Batalha de Alcácer-Quibir em 1578, depois de receber a confirmação da morte do rei, no Mosteiro de Alcobaça, acabou por suceder ao sobrinho-neto. Henrique renunciou então ao seu posto clerical e procurou imediatamente uma noiva por forma a poder dar continuidade à Dinastia de Avis, mas o Papa Gregório XIII, que era um familiar dos Habsburgos, não o libertou dos seus votos.

Foi aclamado rei na igreja do Hospital de Todos-os-Santos, no Rossio, sem grandes festejos. Caberia-lhe resolver o resgate dos muitos cativos em Marrocos. O reino, então jubilante pela juventude com que D. Sebastião liderava, perdia o ânimo com a notícia e exigia vingança ao rei que, entretanto, adoecia.

Morte e Crise de 1580

Mesmo com o sério problema da sucessão em mãos, D. Henrique nunca aceitou a hipótese de nomear o Prior do Crato, outro seu sobrinho, herdeiro no trono, pois não reconhecia a legitimidade de D. António. Por consequência, após a sua morte, de facto D. António subiu ao trono mas não conseguiu mantê-lo, perdendo-o para seu primo Filipe II de Espanha, na batalha com o duque de Alba.

O Rei-Cardeal morreu durante as Cortes de Almeirim de 1580, deixando uma Junta de cinco governadores na regência: o arcebispo de Lisboa D. Jorge de Almeida, D. João Telo, D. Francisco de Sá Meneses, D. Diogo Lopes de Sousa e D. João de Mascarenhas.

Em Novembro de 1580, Filipe I de Portugal enviou o Duque de Alba para reivindicar o Reino de Portugal pela força. Lisboa caiu rapidamente e o rei espanhol foi aclamado rei de Portugal, com a condição de que o reino e seus territórios ultramarinos não se tornassem províncias espanholas.

Foi sepultado inicialmente em Almeirim, mas em 1582 o seu sobrinho Filipe II de Espanha transladou o seu corpo para o transepto da igreja do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. Encontra-se junto ao túmulo construído para D. Sebastião, cuja sepultura foi também aí colocada por ordem de Filipe II.

wikipédia

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