20/08/2009

FERNANDO SOBRAL





A pastilha elástica de Manuela
fsobral@negocios.pt


Manuela Ferreira Leite começa a desvendar uma faceta desconhecida: quando se desculpa, a culpa transforma-se numa pastilha elástica e fica presa aos seus pés. A líder do PSD gosta de António Preto e considera que ele é essencial para que os eleitores votem...

Manuela Ferreira Leite começa a desvendar uma faceta desconhecida: quando se desculpa, a culpa transforma-se numa pastilha elástica e fica presa aos seus pés. A líder do PSD gosta de António Preto e considera que ele é essencial para que os eleitores votem no seu partido. Até aí tudo bem. Ou tudo mal, porque há quem possa não vir a votar no PSD por lá estar António Preto. A questão não é a sua existência ou se é inocente, culpado ou assim-assim. O problema é que Manuela, quando passou a liderar o PSD, disse querer a transparência e a verdade na vida política. Agora, para defender o seu protegido, diz que ele "não está acusado de nada no exercício de funções públicas" e que quem tem funções públicas é que é uma vergonha. Este é o pior discurso político. Manuela acha que a sua galinha é melhor que a da vizinha e faz queixinhas. Erra no alvo e dispara sobre o espelho que a reflecte. Preto é deputado do PSD. Lopes da Mota é funcionário do Estado. Ambos estão ao serviço da República. Não é por Lopes da Mota, contra toda a lógica, continuar no Eurojust, que António Preto também merece continuar no Parlamento. A questão aqui é mais simples: como pode Manuela pregar uma nova forma de fazer política, se comprou uma fotocopiadora para fazer e dizer o mesmo que quem critica? António Preto é a pastilha elástica de Manuela Ferreira Leite. Ficou colada ao seu pé. Para a tirar vai ser uma complicação, porque, como se sabe, uma pastilha elástica atirada para o chão não é o melhor exemplo ecológico disponível.

in"jornal de negócios"




























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