05/07/2009

2 - ABADIA DE ALCOBAÇA

POLÍTICA DE POVOAMENTO

Independentemente desta ocasião excepcional, a entrega aos mosteiros de terras conquistadas aos mouros durante a Reconquista correspondia a uma política de povoamento geral, destinada a pacificar o território ocupado e a converter os novos súbditos. Desta forma, na luta pela independência, D. Afonso Henriques entregou em 1127 Vimieiro à congregação beneditina de Cluny; em 1128, entregou Soure aos Templários; em 1131, fundou o Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra; entregou Tomar aos Templários em 1159 bem como, em 1169, um terço do território conquistado no Alentejo. Por fim, no ano de 1172, a Ordem de Santiago obteve o Castelo de Arruda na localidade de Évora.

MOSTEIRO DA IDADE MÉDIA

Ruínas do castelo

Doze monges cistercienses e um abade da mesma Ordem – de acordo com as regras gerais da Ordem o número de abades correspondia ao tamanho mínima de uma abadia -, tomaram posse do terreno pertencente ao Mosteiro e construíram, a poucos metros do actual Mosteiro e junto ao rio Alcoa, a abadia provisória de Santa Maria A Velha, da qual a igreja de Nossa Senhora da Conceição ainda hoje é um testemunho. Quando, no ano de 1178, foram iniciadas as obras de construção da igreja e das primeiras divisórias do Mosteiro, o território ainda não se encontrava de todo pacificado, sendo a construção atrasada pelas investidas dos mouros. No massacre de 1195, muçulmanos vindos de Marrocos, penetraram, possivelmente através da Lagoa da Pederneira (actual Nazaré) e assaltaram o Mosteiro em construção, tendo morto os 95 monges que aí se encontravam a trabalhar. Os monges só encontraram protecção numa fortaleza vizinha, o Castelo de Alcobaça, que era um antigo castelo mouro, segundo algumas opiniões, este castelo era de origem visigoda. O castelo foi restaurado tanto por D. Afonso Henriques como pelo seu sucessor, D. Sancho I. Hoje em dia ainda restam as paredes das muralhas exteriores. No dia 6 de Agosto de 1223, os monges abandonaram a velha abadia, mudando-se para o novo Mosteiro. O túmulo do terceiro rei de Portugal, D. Afonso II, falecido em 1223, foi acolhido nesta igreja em 1224. Contudo, as obras só terminariam fundamentalmente em 1240, dando-se a consagração em 1252.

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