20/04/2020

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Dona do Diário de Notícias avança
 para lay-off “da base até ao topo”

O Global Media Group anunciou esta segunda-feira que vai avançar para lay-off, “com diferentes níveis de redução de horários” para as várias marcas do grupo.

O Global Media Group (GMG), que detém o Diário de Notícias, vai aderir ao regime de lay-off. A informação foi confirmada pelo grupo num comunicado interno a que o Negócios teve acesso. A administração do grupo revela que "decidiu acionar os mecanismos legais do chamado lay-off, devidamente ajustado a cada empresa, marca e área de produção ou serviços, com diferentes níveis de redução de horários, mas afetando todos, mas mesmo todos - da base até ao topo do Grupo".
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No total, serão abrangidos pela medida 538 trabalhadores. Nas publicações do grupo, 354 trabalhadores terão uma redução média de salário e de horário de 26,1%, enquanto a 84 trabalhadores será aplicada a suspensão total.

Já na TSF, 96 trabalhadores terão uma redução média do vencimento e do horário de trabalho de 24,4%, enquanto a quatro trabalhadores será aplicada a suspensão.

Além do Diário de Notícias, o GMG é detentor de publicações como o Jornal de Notícias, a TSF, O Jogo e o Dinheiro Vivo. A administração do grupo classifica a medida como "dura e difícil", mas ao mesmo tempo de "apoio imediato e de caráter parcial, extraordinário, temporário e transitório, que melhor permite defender a sustentabilidade" das empresas do grupo, que emprega perto de 700 pessoas.

Na passada quarta-feira, o diretor do Diário de Notícias, Ferreira Fernandes, e a diretora-executiva, Catarina Carvalho, apresentaram a demissão dos respetivos cargos por terem sido "informados pela Administração que a crise do covid-19 vai levar o grupo GMG a medidas em que a redação do DN está entre as mais atingidas".

O GMG alerta que a pandemia de covid-19 e as medidas de confinamento resultaram numa "drástica redução das receitas, provocada por uma massiva redução do investimento publicitário e por uma violenta quebra das vendas de jornais e revistas". Um cenário que atirou os meios de comunicação social para "uma crise sem precedentes que põe em risco a sobrevivência do setor", lê-se na mesma nota.

O grupo critica ainda a "tardia concretização das anunciadas medidas de apoio do Estado ao setor, e cujo critério de repartição ainda nem sequer foi concertado com os parceiros da indústria", o que compromete "o natural desenvolvimento da nossa atividade comercial, provocando um conjunto de dificuldades financeiras e de tesouraria".

Na passada sexta-feira, a ministra da Cultura anunciou uma medida de emergência para apoiar os media que consiste na compra antecipada de publicidade institucional no valor de 15 milhões de euros. A distribuição dos montantes pelas empresas vai ser discutida esta semana.

O Global Media Group ressalva que "sem este setor a funcionar em condições mínimas de sustentabilidade, restar-nos-ia a barbárie das notícias falsas que proliferam como virose pelas redes sociais".

Além do GMG, já aderiram ao lay-off o jornal A Bola e o Jornal Económico.

* É muito grave o que se está a passar na comunicação social, o nevoeiro é denso sem se vislumbrar o que acontece à massa crítica que são os jornalistas.

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