03/10/2022

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Portugal bem português

XVII - A PIDE antes da PIDE
4- O Fim da Polícia de Informações/4



* Em quatro anos a primeira polícia política da ditadura, comandada apenas por militares, superou a ingenuidade inicial e passou a ser um poder temido dentro do próprio regime. A pequena dúzia e meia de agentes apoiados pela GNR, e pela PSP, prendem, torturam e deportam milhares presos de forma impiedosa e sem julgamento. Nem o futuro prémio Nobel da medicina Egas Moniz escapa à sanha persecutória da polícia politica em abril de 1931. A Policia de Informações é a primeira responsável pelo clima de medo que irá durar 48 anos continuado pela PVDE e depois pela PIDE. Em 1931 Portugal sofria os efeitos da dura crise económica resultante da Grande Depressão de 1929. O regime militar acossado pela fome e pelo ambiente de rebelião no país emprega a força para dominar as revoltas. A mais grave de todas na Madeira é sufocada em princípios de maio. Aos revoltosos o regime já não destina agora um plácido degredo. São enviados para Cabo Verde e Timor e colocados em campos de concentração de arame farpado. Um dos locais escolhidos é na ilha de São Nicolau perto de uma aldeia chamada Tarrafal. É o primeiro Tarrafal da ditadura. Em 1936 surgirá na ilha de Santiago, um outro campo perto de outra aldeia curiosamente também chamada Tarrafal. Estranhamente, dia 2 de julho de 1931 o Diário de Lisboa anuncia discretamente a extinção da Policia de Informações. Seria o fim da repressão política em Portugal? Que razões levaram a ditadura a terminar com a instituição que foi fundamental para consolidar a ditadura? Quais as consequências desta estranha decisão?
 

 FONTE:    Douglas Berteloni 

** Se pensa que sabe muito da História de Portugal constate também nesta série a sua enorme ignorância, não é uma crítica, é um convite. 

*** Esta é uma compilação de séries pelo  nosso país não apenas pelas perspectivas histórica ou social mas pela recolha de vídeos interessantes de várias origens, actividades e sensibilidades, com diferentíssimos temas que reflectem o nosso quotidiano de modo plural.
Desejamos muito que seja do vosso agrado.
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