ONTEM NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS
Comissão Técnica culpa Proteção Civil
.pelas mortes de Pedrógão
.pelas mortes de Pedrógão
Relatório elaborado por 12 especialistas garante que as consequências graves do fogo de Pedrógão Grande poderiam ter sido evitadas, criticando a prevenção e o comando das operações.
Os responsáveis pelo comando do ataque ao
incêndio de Pedrógão Grande - que, a 17 de junho, matou pelo menos 64
pessoas - tiveram culpa na dimensão que as chamas tomaram. E, algumas
das escolhas feitas por quem estava a mandar no teatro de operações
podem ter contribuído para o desfecho trágico do fogo. As conclusões são
da Comissão Técnica nomeada pelo Parlamento e pelo Conselho de Reitores
para averiguar o que correu mal em Pedrógão Grande, cujo relatório
final foi entregue na manhã desta quinta-feira na Assembleia da
República.
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O tempo de resposta e os meios disponíveis
foram insuficientes, o que fez com que o controlo do fogo se tornasse
progressivamente mais improvável", conclui a Comissão.
Ainda
assim, e apesar destas falhas, os especialistas reconhecem que o
incêndio teve características "excecionais" devido à seca e à grande
acumulação de combustíveis - uma vez que aquela zona não ardia há 20
anos.
Por
outro lado, o SIRESP também dificultou as operações. O sistema, avisam
os especialistas, assenta em "tecnologia ultrapassada".
O presidente da Comissão Técnica - que na tarde de ontem, quinta-feira, teve
um encontro marcado com o primeiro-ministro - falou aos jornalistas a
seguir à entrega do relatório ao presidente da Assembleia da República.
"Se houvesse um sistema de sensibilização e informação, se o comando na
altura, entre as 15 horas e as 16 horas tivesse dado instruções à
população [designadamente que se mantivessem em casa], provavelmente
muitas das mortes não teriam ocorrido", afirmou João Guerreiro,
acrescentando que o atual sistema de escolha dos comandantes da Proteção
Civil não é o mais adequado, uma vez que as nomeações são
"recorrentes". João Guerreiro defende a criação de uma carreira de
Proteção Civil e que os responsáveis sejam escolhidos por concurso
público.
* O relatório informa que estamos civilmente desprotegidos tanto para incêndios como qualquer outra calamidade.
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