03/03/2012

 EPAGNEUL
         BRETON






Classificação F.C.I.:
Grupo 7 - Cães Apontadores Seção 1 - Cães Apontadores Continentais 1.2 - Tipo Spaniel
Padrão FCI nº 95 - 05 de maio de 2003.
País de origem: França
Nome no país de origem: Epagneul Breton
Utilização: Caça. Sujeito à prova de trabalho para campeonato internacional.

ORIGEM - Uma das razões, senão mesmo a principal, para que haja tanta polémica quanto à origem desta raça, prende- se com o seu nome, já que epagneul ou spaniel costuma designar uma possível fixação em território espanhol ou mesmo peninsular. Porém, no caso desta raça, o termo terá origem na palavra francesa espanir, que quer dizer agachar-se ou esconder-se, acções clássicas do Epagneul Breton quando se depara com caça. Este cão é tido como sendo descendente dos Cães de Oysel, célebres na Idade Média, altura em que eram treinados para a caça aos pássaros com rede. Já no século XIX terão sido cruzados com Setters, Pointers, Springers — deixados em França por caçadores da Bretanha — e ainda com cães de quinta bretões, que eram animais curtos, robustos e de aspecto rústico muito utilizados na caça à galinhola. Certo é que a raça nada tem em comum com os cães da Península Ibérica, pelo que é tida como sendo francesa, ainda que, para muitos, resulte do cruzamento do Setter branco e laranja com cães franceses.

IN "INSTINTO"

HISTÓRIA 1
Os cruzamentos, inicialmente acidentais, passaram a ser feitos com o claro propósito de criar um caçador rápido, de faro apurado e exímio na arte de apontar e parar a caça, à semelhança de um pointer (cão que aponta a presa), sendo mesmo o único spaniel do mundo que aponta a caça. Foi de tal forma bem conseguido este propósito que o Epagneul Breton ganhou fama e não apenas em França, onde hoje é a segunda raça mais popular. Ao público foi apresentado pela primeira vez em 1896, em Paris. Em Loudéac foi criado um clube da raça, já em 1907, e, um ano depois, adoptava-se o primeiro standard da raça, que seria revisto em 1938. Caçar é a sua vida e a sua paixão, estando particularmente vocacionado para a caça à lebre, narceja, perdiz, codorniz e galinhola.

MAIS HISTÓRIA: Um projeto do padrão da raça elaborado em Nantes, em 1907, foi apresentado e adotado por ocasião da primeira
assembléia do Clube, em Loudéac (ex Côtes du Nord, agora Côtes d’Armor), em 07 de junho de 1908. Foi o primeiro padrão do “Clube do Spaniel Bretão de Cauda Curta Natural”.

APARÊNCIA GERAL: é o menor dos cães de aponte. O Spaniel Bretão é um bracóide de cauda curta ou sem cauda. Harmoniosamente construído sobre uma sólida ossatura, sem ser pesado. O conjunto é compacto e atarracado, todavia, sem ser pesado, ficando suficientemente elegante. É um cão vigoroso, de olhar vivo e expressão inteligente. O aspecto de um “COBBY” (braquimórfico), pleno de energia, que conservou na sua evolução o modelo brevilíneo desejado e fixado pelos reformadores da raça.

PROPORÇÕES IMPORTANTES
• o crânio é mais longo do que o focinho, numa relação 3:2.
• a cabeça proporcionada ao corpo.
• a profundidade do peito é ligeiramente inferior à metade da altura do cão na cernelha.
• o comprimento escápulo-isquial (da ponta do ombro à pont do ísquio) é igual à altura na cernelha (estrutura inscrita em um quadrado).

COMPORTAMENTO / TEMPERAMENTO: adapta-se a qualquer situação sociável; expressão inteligente e atenta; equilibrado mentalmente. Cão de aponte polivalente, de qualquer caça e em qualquer terreno; Revela precocemente sua paixão pela caça. Notável na sua busca à caça, sua movimentação, seu faro no campo; espontâneo e seguro no aponte; recobra a caça e é fácil de ser treinado.

CABEÇA: apresenta relevos bem cinzelados. A pele é bem aderente.
REGIÃO CRANIANA: ligeiramente arredondada, vista de frente ou de perfil. Vistas de cima, as faces laterais são ligeiramente convexas. As linhas crânio-focinho são paralelas. A largura do crânio entre as arcadas zigomáticas é inferior ao seu comprimento. As arcadas superciliares não são proeminentes, mas formam uma curva ligeiramente arredondada. O sulco mediano assim como a crista sagital são pouco marcados. O stop é moderado. O occipital e as arcadas zigomáticas são mediamente marcados.
REGIÃO FACIAL
Trufa: larga, com narinas muito grandes, úmidas e bem abertas; de cor em harmonia com a pelagem, assim como as bordas das pálpebras e os orifícios naturais.
Focinho: retilíneo; as faces laterais são quase paralelas.
Lábios: não são pendentes, nem muito grandes, relativamente finos e bem aderentes. O lábio inferior discretamente escondido pelo superior, cujo contorno se encurva progressivamente até a comissura pouco aparente e bem fechada. Conjunto sem despigmentação.
Maxilares / Dentes: dentição bem implantada, completa e saudável. Mordedura em tesoura.
Bochechas: pouco carregadas, pele bem aderente.
Olhos: ligeiramente oblíquos. Quase ovais; expressão inteligente, doce e franca; não globulosos; pálpebras finas, bem aderentes e pigmentadas. A cor da íris em harmonia com a pelagem, de preferência escura. A expressão dos olhos, associada ao movimento
da base das orelhas para cima, dá origem à verdadeira “expressão bretã”.
Orelhas: inseridas altas, triangulares, relativamente largas, de preferência curtas (esticadas para a frente, a extremidade da orelha atinge o stop). Parcialmente cobertas de pelos ondulados, sobretudo na parte superior; a extremidade é coberta de pelos rasos. Sempre muito móveis quando o cão está atento ou em ação.
PESCOÇO: de comprimento médio e bem musculoso; troncudo, ligeiramente arqueado, jamais arredondado. Inserido suavemente nos ombros e sem barbelas.
TRONCO:
Linha superior: reta até o lombo e o começo da garupa.
Cernelha: suficientemente móvel e pouco marcada, sem ser carregada.
Dorso: reto, curto e rígido, bem ligado ao lombo.
Lombo: curto, largo, musculoso.
Garupa: ligeiramente inclinada, larga e musculosa.
Articulação Coxofemoral: ligeiramente inclinada, larga e musculosa.
Peito: descido até o nível da ponta do cotovelo; largo com costelas bem arqueadas, sem serem em barril. Esterno largo e pouco elevado para trás. As últimas costelas são longas e flexíveis.
Ventre: ligeiramente elevado.
Flancos: pouco elevados e curtos.
CAUDA: inserida alta, portada horizontalmente ou ligeiramente caída, quase sempre em movimento quando o cão está atento ou em ação. O Spaniel Bretão pode nascer anuro (sem rabo) ou com rabo curto. Quando a cauda é cortada, o comprimento ideal é de 3 a 6 cm. A cauda cortada não deve exceder 10 cm.

MEMBROS
ANTERIORES: bem equilibrados, robustos e articulações flexíveis.
Ombros: móveis, longos (30% da altura na cernelha), bem ajustados com músculos espessos. Sua obliqüidade é de um galopador, compreendida entre 55° e 60° com a horizontal. Os dois vértices das escápulas são separadas em 5 cm um do outro.
Braços: pesados, espessos e muito musculosos. Seus comprimentos são ligeiramente superiores aos dos ombros. O ângulo escápulo-umeral é de 115° a 120°.
Antebraços: musculosos e aprumados. Seu comprimento é ligeiramente superior ao do braço. Sua direção deverá ser próxima da vertical.
Cotovelos: juntos ao corpo, sem virar para dentro ou para fora.
Metacarpos: robustos, com uma certa flexibilidade; ligeiramente oblíquos (entre 15° e 20° sobre a vertical).
Patas anteriores: de preferência redondas, com dedos fechados, almofadas firmes e unhas curtas.
POSTERIORES: vistos por trás, bem equilibrados e paralelos.
Coxas: largas, com músculos espessos e salientes. Sua obliqüidade em relação à horizontal é de 70° a 75°.
Pernas: de comprimento levemente superior ao das coxas, com músculos secos e salientes. Largas, na sua parte superior, diminuindo progressivamente para a articulação do jarrete. O ângulo fêmuro-tibial aproxima-se de 130°.
Jarretes: secos, com tendões aparentes.
Metatarsos: robustos, vistos de perfil; sua direção é muito próxima da vertical.
Patas posteriores: mais compridas do que as anteriores, conservando as mesmas características.

MOVIMENTAÇÃO: as diferentes andaduras são fáceis, mas possantes, amplas e vivas. Os membros se deslocam bem em linha, sem oscilações verticais exageradas do corpo e sem balançar (rolling); a linha do dorso permanece firme. O canter (galope em 3 tempos), é a principal movimentação sobre o terreno, onde as passadas são rápidas e de amplitude média e os posteriores são extendidos totalmente.

PELE: fina, aderente e bem pigmentada.
PELAGEM
Pelo: deve ser fino, sem ser sedoso, assentado ou ligeiramente ondulado sobre o corpo. Jamais frisado. Raso sobre a cabeça e na parte anterior dos membros. A parte posterior dos membros é provida de um pelo abundante com franjas que diminuem progressivamente de comprimento até o carpo, o tarso e mesmo abaixo.

COR: branco e laranja, branco e preto, branco e fígado, salpicados com manchas brancas irregulares. Pelagem malhada ou ruão, algumas vezes mosqueado sobre o focinho, lábios e membros. Igualmente, no caso de pelagem tricolor com manchas fogo (do laranja ao fogo escuro), acima e nas laterais do focinho, acima dos olhos, nos membros, no peito e acima da raiz da cauda. A listra branca estreita da cabeça é desejada em todas as cores. A pelagem unicolor não é admitida.

TAMANHO
Machos: mínimo de 48cm - com uma tolerância de menos 1cm.
máximo de 51cm - com uma tolerância de mais 1cm.
ideal: de 49 a 50 cm.

Fêmeas: mínimo de 47cm - com uma tolerância de menos 1cm.
máximo de 50cm - com uma tolerância de mais 1cm.
ideal: de 48 a 49 cm.

NOTAS:
• os machos devem apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem descidos e acomodados na bolsa escrotal.


IN
- Confederação Brasileira de Cinofilia

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