HOJE NO
"RECORD"
Novo relatório McLaren lança
o pânico entre o movimento olímpico
A confirmação de que o próximo relatório McLaren será publicado em
dezembro e a perspetiva de virem a ser revelados mais casos de doping em
massa deixou o presidente da Agência Mundial Antidopagem (AMA), Craig
Reedie, debaixo de fogo, na Assembleia Geral da Associação dos Comités
Olímpicos Nacionais (ANOC), em Doha, no Qatar.
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As maiores
críticas ao dirigente escocês, de 75 anos, candidato único nas próximas
eleições da AMA, foram feitas por Alejandro Blanco, líder do Comité
Olímpico de Espanha: "As decisões da AMA são sempre conhecidas em
momentos inoportunos. Estamos aqui no Qatar e foi esta semana que se
soube que o laboratório local foi suspenso. Estávamos a 15 dias dos
Jogos do Rio e só se falava de doping, quando havia a ilusão da
competição. O relatório McLaren causou grande dano ao desporto, é
preciso testá-lo."
Apresentado
pelo especialista canadiano em direito do desporto, Richard McLaren, o
relatório pôs a descoberto uma rede de dopagem alegadamente controlada
pelo governo russo e foi com base nele que a AMA sugeriu ao Comité
Olímpico Internacional (COI) a suspensão de todos os atletas da Rússia. O
COI foi mais brando e apenas excluiu os que tivessem comprovadas
ligações a práticas de dopagem. E recentemente Thomas Bach, líder do
COI, tornou claro que os atletas têm direito ao contraditório, o que o
relatório McLaren não contemplou. O documento foi construído a partir de
uma denùncia e é criticado por reunir informações originárias numa
única fonte.
"Qual é o objetivo da AMA?", questionou Alejandro
Blanco. "Eu apoio o endurecimento das penas, mas na luta contra o doping
sublinho o que disse Thomas Bach, 'é preciso investigar'. Não é dizer
ao COI que deve suspender todos os atletas russos, quando há quem esteja
limpo."
O xeque Ahmed Al-Fahad Al-Ahmed Al-Sabah, presidente da
ANOC, foi claro: "Preocupa-me que o próximo relatório McLaren saia em
dezembro", a coincidir com uma reunião do COI, e atacou Reedie:
"Precisamos de um presidente que seja neutral."
O presidente da
AMA anotou as críticas e respondeu. "Não existe o momento perfeito para
anunciar a suspensão de um laboratório ou outras decisões mais graves",
disse Craig Reedie. Em relação à divulgação do relatório McLaren,
explicou que a AMA precisou reagir às informações que circulavam na
imprensa desde maio. "Pensamos que não devíamos adiar o problema para
depois dos Jogos Olímpicos", permitindo a participação de atletas sob
suspeita.
* Alguém sabe onde pára o desporto?
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