22/11/2013

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HOJE NO
"A BOLA"

Revolução mundial encolhe
 Volta a Portugal
 

Está em marcha uma revolução no ciclismo a nível mundial, que irá abranger não só as grandes competições e as principais equipas, como também os restantes escalões, podendo, no caso concreto de Portugal, ditar mesmo uma redução do número de dias da Volta a Portugal.


A BOLA teve acesso ao documento do projeto, que se prevê seja aprovado e tornado público no final de março do próximo ano, para ser desenvolvido em três fases - 2014-2015, 2015-2016 e 2017 até 2020 -, e ficou a saber que dele constam cinco pontos:

1 - Redução o número de corridas ao mais alto nível;
2 - Identificação de pistas para o desenvolvimento de novos eventos;
3 - Revisão do processo de seleção das equipas;
4 - Profissionalização da estrutura das equipas;
5 - Reorganização do calendário World Tour em 2 e 3 níveis.

Tendo na sua génese uma comissão formada por elementos da UCI, World Tour, organizadores como ASO, RCS, Tour de Flandres, Tour da Romandia, equipas e corredores representados pela Comissão de Atletas, a primeira parte do documento encontra-se já aprovada desde finais de setembro pelo Conselho do Ciclismo Profissional e o Comité Executivo da UCI, que se reuniram em Florença por ocasião dos Campeonatos do Mundo, tudo apontando para que o aval do Comité Diretor da UCI e CCP seja dado a 15 de janeiro de 2014, com o início da reforma agendado para 2015 e a conclusão em 2020, com resultados, por agora, imprevisíveis.

Em termos práticos, esta revolução prevê que nas competições do World Tour passem a existir duas categorias: uma primeira a incluir o Tour, Giro, Vuelta, Volta à Suíça, Tirreno Adriático, Paris - Nice ou Dauphiné Libéré e as grandes clássicas; outra secundária a englobar o Tour Down Under, Volta à Catalunha, Volta ao País Basco, Volta à Polónia, Volta a Pequim, Tour da Romandia e Eneco Tour, E3 Harelbeke, S. Sebastian, Vattenfall, Plouay, Québec e Montreal, entre outras.

Em cima da mesa está também a redução de algumas das competições a cinco dias, incluindo a possibilidade de, a médio prazo, o Tour poder ter menos três dias, o Giro quatro e a Vuelta passar a ter apenas duas semanas, já admitida, aliás, por Javier Guillen, diretor geral da corrida espanhola.

No caso concreto da Volta a Portugal a situação não será muito diferente da aplicada às provas de oito dias, sendo provável a redução em dois dias da maior prova do ciclismo nacional, devido ao facto de, juntamente com o Giro Ciclístico de Itália (categoria 2.2), serem as únicas provas europeias com 10 dias. Circunstância a merecer, sem dúvida, a maior atenção e cuidado da parte da Federação Portuguesa de Ciclismo, no momento de defender o número de dias atuais.

Outro pormenor a ter em conta será a possível saída da Volta a Portugal do calendário internacional, embora as federações filiadas na UCI não possam violar as regras institucionais, organizando provas com mais dias do que os definidos internacionalmente. 

* Estas alterações têm a ver com negócio ou com a saúde dos ciclistas? Perguntar não ofende.

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