HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Suspensão de tomada de posse
"é ato ilegal" da bastonária
dos advogados
A decisão, da nova bastonária da Ordem dos Advogados, de suspender a
tomada de posse, marcada para esta quarta-feira, dos membros do
Conselho Distital do Porto e do Conselho de Deontologia do Porto por
alegada irregularidade na constituição deste último órgão, "é um acto
manifestamente ilegal", que merecerá reação por "via contenciosa".
D. JUSTIÇA |
"Ao longo dos tempos, pelo menos desde 2005, que os preceitos têm sido assim interpretados. Os vice-presidentes são da lista vencedora. É claro que isto resulta do interesse em que o vice-presidente do conselho de deontologia seja alinhado com a lista da bastonária", declarou Ferreira de Cima, em reação ao despacho de Elina Fraga, que decidiu também dar como sem efeito a tomada de posse, na última sexta-feira, do Conselho de Deontologia de Lisboa, com vista a reformular o rol de eleitos.
A cerimónia estava marcada para esta quarta-feira, pelas 18 horas, nas instalações do Conselho Distrital do Porto, onde compareceram os elementos que iriam tomar posse e dezenas de advogados, em sinal de protesto.
Na origem da polémica está a interpretação sobre a aplicação do denominado método de "Hondt" - segundo o Estatuto da Ordem dos Advogados, só aplicável na constituição de listas para os conselhos de deontologia, ao contrário dos demais órgãos - que estabelece uma composição do órgão proporcional ao número de votos obtidos por cada uma das listas.
Até à data, nenhum bastonário havia entendido que tal proporção inclui o cargo de vice-presidente dos conselhos de deontologia. A polémica foi desencadeada com um telefonema, para o Conselho Geral da Ordem dos Advogados, por parte de uma advogada candidata integrada da lista de António Marques Mendes, que é também pai de Luís Marques Mendes, ex-líder do PSD e comentador televisivo.
Contra a decisão da nova bastonária está ainda Guilherme Figueiredo, presidente cessante do Conselho Distrital do Porto, por entender que "não faz sentido suspender a tomada de posse em relação do conselho distrital", que será presidido por Elisabete Grangeia, até agora vice-presidente.
"É total surpresa! São dois órgãos distintos. Nada justifica que não haja tomada de posse. O problema não faz sentido porque a tradição interpretativa nunca incidiu sobre a aplicação do método de Hondt aos vice-presidentes", explicou Guilherme Figueiredo, que se recusou, ainda, dar como sem efeito a lista homologada pelo bastonário cessante, Marinho e Pinto. "Não posso fiscalizar os atos do bastonário!".
A polémica vai prosseguir nos tribunais, não havendo previsão de quando será marcada nova cerimónia de tomada de posse.
* O início do mandato da nova bastonária da OA tem sido marcado pela conflitualidade chegando até a pormenores de má educação. Será que os advogados em causa não percebem que os potenciais clientes olham desconfiados para este folclore?
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