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Senso d'hoje
Senso d'hoje
SARA RAMOS
PSICÓLOGA DO TRABALHO
SOBRE A IDADE DO TRABALHO
"Na maior parte dos países da União Europeia [UE] a idade de reforma é aos 65 anos mas a idade efetiva de saída para a reforma acontece antes. Portugal é uma exceção. Cá as pessoas continuam a trabalhar para além da idade legal. Entre 2007 e 2012, os homens reformaram-se aos 68 anos e as mulheres aos 66. Devido às penalizações, poucos estão interessados numa reforma antecipada e os empregadores também deixaram de ter incentivos para prescindir dos colaboradores mais velhos".
SOBRE A IDADE DO TRABALHO
"Fixar idades de reforma iguais para todos os tipos de atividade
profissional e para homens e mulheres é um exercício arriscado".
"Na maior parte dos países da União Europeia [UE] a idade de reforma é aos 65 anos mas a idade efetiva de saída para a reforma acontece antes. Portugal é uma exceção. Cá as pessoas continuam a trabalhar para além da idade legal. Entre 2007 e 2012, os homens reformaram-se aos 68 anos e as mulheres aos 66. Devido às penalizações, poucos estão interessados numa reforma antecipada e os empregadores também deixaram de ter incentivos para prescindir dos colaboradores mais velhos".
"Mais do que nas políticas públicas, os paradoxos ocorrem nas empresas,
que não querem os colaboradores mais velhos. Quando estudamos as
organizações verificamos que a diversidade etária só é uma realidade
entre as chefias, com pessoas de 40, 50, 60 anos. Nos grupos técnicos e
operacionais, prevalecem os trabalhadores jovens".
"Há uma série de mitos associados aos trabalhadores mais idosos, mas a maior parte das pessoas não encaixam neste perfil".
"Com o passar dos anos é verdade que somos menos rápidos, mas também
cometemos menos erros. As pessoas veem pior, perdem capacidade
auditiva e reflexiva. E se é que os efeitos do envelhecimento têm
implicações diretas no desempenho de algumas profissões – por exemplo,
condutores profissionais, cirurgiões, controladores de tráfego aéreo,
pilotos de avião –, também é certo que não têm consequências na
generalidade das situações, pois não se exige uma performance máxima às
pessoas todos os dias".
"Os mais velhos são muito mais leais, cometem menos erros e têm mais
capacidade para lidar com situações complexas e tomar decisões. Também
têm maior ligação afetiva às empresas – vestem realmente a camisola,
como se costuma dizer –, faltam menos ao trabalho e são menos tentados a
mudar de organização".
"A maior parte dos empresários e gestores tende a olhar no curto prazo e o
que vê é que os trabalhadores mais velhos também são os mais caros. Por
isso, mandam-nos embora e contratam mais novos, mais baratos e por
vezes mais qualificados. Mas, na prática, o que sabemos é que a saída
dos colaboradores com mais idade pode constituir um prejuízo para as
empresas, que desperdiçam o valor do talento, do conhecimento e da
experiência".
* Excertos de uma entrevista dada à "NOTÍCIAS MAGAZINE.
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