HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Europol e Interpol na Segurança Interna:
.governo finta deputados
.governo finta deputados
Marcelo já promulgou o diploma que cria o Ponto Único de Contacto para a Cooperação Policial Internacional
Sem
divulgar o seu conteúdo aos deputados, o governo aprovou e enviou a
Belém o diploma que cria o Ponto Único de Contacto para a Cooperação
Policial Internacional (PUC-CPI) "na dependência e sob coordenação" do
secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), tutelado pelo
primeiro-ministro.
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Secretária-geral do
Sistema de Segurança Interna
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Esta estrutura
integrará os gabinetes da Europol e Interpol - atualmente assegurados
pela PJ -, o SIRENE (Sistema de Informação Schengen), já na égide do SSI
desde 2008, a coordenação dos oficiais de ligação nacionais e
estrangeiros, os centros de cooperação policial e aduaneira e o ponto de
contacto Prum. Os inspetores da Judiciária e os procuradores do
Ministério Público, através dos seus sindicatos, e o PCP, contestaram
esta decisão quando foi anunciada há um ano e não tiveram acesso ao
diploma.
Esta reorganização implicaria a
alteração de, pelo menos, duas leis, a Lei de Organização e
Investigação Criminal e a Lei de Segurança Interna e teria de passar
pelo crivo da Assembleia da República. Por isso, o deputado do PSD
Fernando Negrão, que tem acompanhado o processo, considera "muito
estranho" que o "diploma entre aspas" tenha sido já promulgado por
Marcelo Rebelo de Sousa "sem que o seu conteúdo tenha sido conhecido
pelos deputados". Negrão sublinha que "o comunicado do Conselho de
Ministros (CM) de dia 16 de março diz claramente que foi aprovada uma
proposta de lei. Sendo assim, tinha obrigatoriamente de ter passado pelo
Parlamento".
Fernando Negrão chegou a
questionar a ministra da Administração Interna, na sua última audição, a
13 de abril (quase um mês depois do CM), sobre o porquê da demora do
documento chegar ao Parlamento. Constança Urbano de Sousa respondeu que
"em breve" o diploma estaria à disposição dos deputados".
António
Filipe, deputado do PCP, foi igualmente surpreendido com o procedimento
legislativo do governo. Os comunistas tinham advertido que transferir a
Europol e a Interpol para a SSI é um passo para a "governamentalização
da investigação criminal e uma concentração de informação, não
desejável, na secretária-geral do SSI que não tem funções de
investigação criminal". António Filipe diz agora que, assim que o
diploma seja publicado, o PCP "vai ponderar se e que medidas pode
tomar".
Idêntica surpresa é manifestada por António Ventinhas, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, que se opôs desde início ao processo. "Parece que quando se trata de matérias sensíveis como esta, o governo prefere que passem sem discussão pública", sublinha.
Idêntica surpresa é manifestada por António Ventinhas, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, que se opôs desde início ao processo. "Parece que quando se trata de matérias sensíveis como esta, o governo prefere que passem sem discussão pública", sublinha.
Ricardo Valadas, o presidente
do sindicato dos inspetores da PJ, está mais otimista. "Foi-nos
garantido que a Europol e a Interpol ficavam na mesma sob dependência da
PJ e por isso não havia necessidade de mudar nenhuma lei", afirma. No
entanto, está "expectante em relação à forma como o diploma limita o
acesso do SSI às informações que estão em segredo de justiça". Para os
inspetores "este ponto é crucial".
A
concentração numa mesma estrutura destes gabinetes de cooperação
policial internacional é uma exigência da União Europeia e será um dos
pontos a fiscalizar pela inspeção aos instrumentos do espaço Schengen
que começou este mês em Portugal, até setembro. Toda a "central" de
cooperação terá de estar operacional para esta inspeção.
Este
processo tem sido moroso: a sua criação foi decidida pelo Conselho
Superior de Segurança Interna a 28 de março de 2016, foi aprovada em
Conselho de Ministros no passado dia 16 de março e promulgado por Belém
no passado dia 5 de maio.
* Como reza a notícia governo não se portou bem com os partidos que lhe dão suporte maioritário na A.R.. Uma ética rastejante ao pior dos níveis do governo anterior, a não ser que PCP e BE tenham recebido a informação de modo muito discreto.
* Como reza a notícia governo não se portou bem com os partidos que lhe dão suporte maioritário na A.R.. Uma ética rastejante ao pior dos níveis do governo anterior, a não ser que PCP e BE tenham recebido a informação de modo muito discreto.
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