Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
31/03/2018
.
.
FONTE: André Luis Karpinski
..
.
IV-A HISTÓRIA
DO SEXO
3- DE D. JUAN
À RAINHA VITÓRIA
FONTE: André Luis Karpinski
..
.
FONTE: PROGRAMA "Donos Disto Tudo" RTP/1
.
Mudar a hora é legal
FONTE: PROGRAMA "Donos Disto Tudo" RTP/1
.
.
.
ASMA
2- DIFERENTES TIPOS INALATÓRIOS
Uma interessante série conduzida por Ana Alice Amaral Ibiapina Parente, Pneumologista Pediátrica, Professora de Pediatria da Universidade do RJ
* Uma produção "CANAL MÉDICO"
* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
.
MANUEL FALCÃO
.
IN "JORNAL DE NEGÓCIOS"
29/03/18
.
A esquina do Rio
Caso ainda não tenham notado, anda meio mundo aflito com o Regulamento Geral de Protecção de Dados, que é suposto entrar em vigor a 25 de Maio próximo.
Back to basics
"Temos a arte para evitar morrermos da verdade."
Nietzsche
Sobre a igualdade
Caso
ainda não tenham notado, anda meio mundo aflito com o Regulamento Geral
de Protecção de Dados, que é suposto entrar em vigor a 25 de Maio
próximo.
Abundam os cursos de formação e os pareceres de gabinetes de
advogados sobre o assunto, todos a aproveitar o momento e a escassez de
tempo, tal como os limpadores de mato aproveitaram as superiores
orientações de cortar a eito e depressa. O mais engraçado de tudo é que,
na semana passada, o Conselho de Ministros aprovou que a protecção de
dados vem para todos, mas não para as administrações públicas - e isto
pelo menos durante os três próximos anos, prazo que pode até ser
aumentado.
De facto, o Governo aprovou no Conselho de Ministros da
semana passada uma proposta de lei que prevê a isenção de coimas para o
Estado em caso de infracção. A ministra da Presidência, Maria Manuel
Leitão Marques, sempre atenta à inovação, estimou os custos
administrativos com o novo regulamento na ordem de "centenas de milhões"
de euros. O argumento utilizado para justificar a excepção prende-se
com o critério de utilização dos dados - uma falsidade, já que se sabe
que o Estado usa e abusa do cruzamento de dados de cidadãos entre
organismos, muitas vezes com duvidosa legitimidade para tal. Era suposto
existir um período de transição para as empresas nacionais de 18 meses,
que o Estado convenientemente eliminou para poder cobrar mais umas
coimas, sublinhando que as PME portuguesas têm de cumprir o referido
regulamento, mesmo que o Estado o não faça. O Sol não nasce igual para
todos, é o que é...
Semanada
• O
mesmo Governo que prometeu baixar impostos conseguiu que a carga fiscal
atingisse em 2017 o valor mais alto dos últimos 22 anos
•
na realidade, em 2017, a carga fiscal aumentou para 37% do Produto
Interno Bruto, face ao peso de 36,6% que tinha na economia em 2016
•
o Instituto Nacional de Estatística destaca os aumentos da receita dos
impostos sobre a produção e importação (6,1%), nomeadamente o Imposto
sobre o Valor Acrescentado (IVA), das contribuições sociais (5,1%) e dos
impostos sobre o rendimento e património (3,3%)
• as ajudas do Estado à banca nesta década já custaram 17,1 mil milhões de euros aos contribuintes, quase 9% do PIB
• no ano passado, os casamentos realizados em Portugal renderam quatro milhões de euros em taxas diversas cobradas pelo Estado
•
ao analisar o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), a Associação
Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco) detectou "cerca de 95
milhões de euros cobrados indevidamente" nos últimos cinco anos; segundo
o presidente do conselho de reitores das universidades, Portugal está
ao nível da Hungria e da Roménia no investimento no ensino superior
• António Costa fez uma acção de propaganda a limpar matas • Rui Rio fez uma acção de propaganda a visitar quartéis de bombeiros
• em Portugal, uma em cada cinco mulheres consome produtos dietéticos.
Dixit
"A ideia é sempre juntar pessoas."
Manuel Reis
Folhear
A
edição de Abril da revista Monocle dá destaque a Maria de Lourdes
Modesto, que apresenta - e bem - como a mais importante autora
portuguesa sobre temas de gastronomia. Trish Lorenz, a correspondente da
revista em Portugal, traça um perfil de Maria de Lourdes Modesto e
explica como ao longo da sua vida ela contribuiu para elevar o
conhecimento e a compreensão da cozinha tradicional portuguesa.
Ao mesmo
tempo elucida os leitores sobre algumas das particularidades da comida
portuguesa. A conversa passou-se no restaurante Monte Mar, do Guincho,
com elogios aos seus filetes de pescada com arroz de berbigão. Na
conversa com Trish Lorenz, Maria de Lourdes Modesto elogia dois críticos
gastronómicos portugueses: o já falecido David Lopes Ramos e Duarte
Calvão, do blogue Mesa Marcada.
No roteiro da última página da Monocle, o
Porto surge como uma das cidades em destaque com referências à
guesthouse My Home In Porto, à Casa de Chá da Boa Nova e ao café
Progresso, entre outros locais. Portugal aparece ainda referido com uma
curta nota sobre os azulejos da fábrica Viúva Lamego.
Outros artigos a
ler: uma entrevista com Angela Ahrendts, que saiu da Burberry para
dirigir a cadeia de lojas da Apple; e uma iniciativa austríaca que visa
dar projecção internacional aos artistas plásticos do país.
Ver
Ponto
prévio: segunda-feira, a partir das 19h00, regressa o ciclo de
exposições nas montras do British Bar, no Cais do Sodré, organizadas por
Pedro Cabrita Reis, e que desta vez apresenta Pedro Calapez, Pedro
Valdez Cardoso e Fernanda Fragateiro.
Passemos a outros temas: um dos
locais incontornáveis para quem gosta de ver fotografia é o Foam
Fotografiemuseum, de Amesterdão. Mas se lá não puder ir, o site está
organizado por forma a dar-lhe uma boa ideia do que está em exposição.
Seydou Keita é um fotógrafo do Mali, que viveu entre 1921 e 2001 e que,
sobretudo nas décadas de 50 e 60 do século passado, fotografou as
pessoas de Bamako, a capital do país, em imagens a preto e branco que
transmitem a intensidade dos retratados .
As pessoas
visitavam o estúdio de Keita para serem fotografadas com as suas
melhores roupas e penteados. A exposição abre a 5 de Abril e ficará no
Foam até 20 de Junho. Entretanto, podem sempre descobrir o que lá há
para ver em www.foam.org. Dentro de portas há outras sugestões.
No
MAAT, Miguel Palma apresenta obras sobre papel e o argentino Tomás
Saraceno mostra na Galeria Oval "Um Imaginário Termodinâmico". Na Lisbon
Gallery (Praça do Príncipe Real 19) está "Polaroid", uma mostra de 13
projectos de uma nova geração de designers que trabalham em Portugal. No
Museu Colecção Berardo está a exposição "Linha, Forma e Cor", que
apresenta obras de artistas como Piet Mondrian, Bruce Nauman, Frank
Stella, Cy Twombly, Fernando Calhau, José Pedro Croft, Fernanda
Fragateiro, Pedro Cabrita Reis, António Sena e Ângelo de Sousa, entre
outros.
Gosto
O filme
"São Jorge" ganhou sete prémios Sophia da Academia Portuguesa de Cinema,
entre eles o de Melhor Realização para Marco Martins e de Melhor Actor
para Nuno Lopes.
Não gosto
Da intenção de a Meo passar a cobrar um euro por cada factura em papel enviada aos seus clientes.
Ouvir
O
trio constituído por Keith Jarrett (piano), Gary Peacock (baixo) e Jack
DeJohnette (bateria) - e que ficou conhecido informalmente como The
Standards Trio - separou-se em 2014 depois de uma carreira de mais de 25
anos. Em Fevereiro, foi publicado um novo disco destes músicos, "After
The Fall", um CD duplo que recupera uma gravação ao vivo inédita,
realizada em 1988 em Newark. Acontece que este registo merece ser
colocado entre os melhores que o grupo lançou. Aqui estão temas
tradicionais do cancioneiro norte-americano, nos quais se nota o vigor
da capacidade de improvisação do trio - desde logo na faixa de abertura,
"The Masquerade Is Over", que ganha fulgor ao longo de 16 minutos. Aqui
estão clássicos como "Moment's Notice" de Coltrane, "Doxy", de Sonny
Rollins, "Bouncin'With Bud" de Bud Powell, "Scrapple From The Apple" de
Charlie Parker ou ainda "Autumn Leaves", "When I Fall In Love" ou uma
versão inesperada de "Santa Claus Is Coming To Town". Gravado no final
de um período de convalescença de Jarrett, e após um hiato de actuações
ao vivo de quase dois anos, este álbum evidencia o virtuosismo, a força e
a coesão do trio, assim como a sua capacidade de reinterpretar
clássicos. O próprio Jarrett sublinha nas notas de capa que "ficou
surpreendido pela forma como os três músicos tocaram nesse concerto,
depois de um longo período de pausa. Duplo CD ECM, disponível no
Spotify.
Arco da Velha
Portugal
é o país com maior carga de parcerias público-privadas, cujos custos
representam cerca de 10,8% do PIB, cinco vezes mais do que a média
europeia.
Provar
De 5 a 15 de Abril, regressa
o Peixe em Lisboa, que se tem afirmado como o maior evento dedicado à
gastronomia do mar realizado em Lisboa, este ano de novo no Pavilhão
Carlos Lopes. Nesta 11.ª edição do Peixe em Lisboa, estarão presentes
reputados chefes internacionais, com destaque para os responsáveis do
Dinner, de Londres, do Il Pagliaccio de Roma, de Ana Ros, considerada
Melhor Chefe Feminina do Mundo em 2017 pelo seu trabalho no restaurante
Hisa Franko, na zona rural da Eslovénia, Andrew Wong, que assinala a
estreia da cozinha chinesa no evento e Iván Domínguez, chefe do
restaurante Alborada, na Corunha. Entre os portugueses estarão José
Avillez, do restaurante Belcanto, João Rodrigues, do restaurante
Feitoria, e também jovens chefes nacionais como João Oliveira e Tiago
Bonito, Vasco Coelho, Diogo Noronha e Diogo Rocha. O Peixe em Lisboa
2018 terá ainda dez restaurantes da região de Lisboa que funcionam em
permanência, do meio-dia à meia-noite e que se destacam por pratos à
base de peixes e mariscos portugueses, com destaque para três
estreantes: a Casa do Bacalhau, Loco e Mariscador. Além destes, estarão o
Arola, o Ibo, o Kanazawa, a Taberna Fina, o Ritz Four Seasons e o
Ribamar, de Sesimbra. Este ano, se o tempo permitir, existem esplanadas,
a entrada é 15 euros, os bilhetes estão à venda na Ticketline e há
concursos para nomear as melhores pataniscas e pastéis de nata.
IN "JORNAL DE NEGÓCIOS"
29/03/18
.
.
RECORDANDO
.
RECORDANDO
Hermínia Silva e
António Calvário
.
.
FONTE: "OBSERVADOR"
.
1565
Senso d'hoje
POLÍCIA PREGADOR
NUMA ESQUADRA DO PORTO
"O sermão bíblico que um polícia
deu a três detidos no Porto"
* Um polícia foi filmado a ler a Bíblia a três detidos numa esquadra do
Porto. Pediu para que os suspeitos, "unidos nas trevas", também se
unissem para o caminho da salvação.
FONTE: "OBSERVADOR"
.
.
63-CINEMA
63-CINEMA
FORA "D'ORAS"
X-ÁGUA E SAL
*Título original:
Água e Sal
De: Teresa Villaverde
Com: Galatea Ranzi, Joaquim de Almeida, Maria de Medeiros
Género: Drama
Classificação: M/12
Ana vive numa pequena aldeia junto ao mar, com o marido e a filha. Ele decide partir por alguns dias. Esta parece ser a solução ideal, porque Ana precisa de tempo para acabar um trabalho que há muito começou. Mas em vez de a ajudarem a atingir o seu objectivo, as suas deambulações diárias pela aldeia e pela praia ameaçam a sua concentração. Ana salva um desconhecido da morte no mar, conhece Alexandre e Emília e recebe a visita da sua amiga Vera... E tudo muda na sua vida.
Na sua nota de intenções, Teresa Villaverde, a realizadora de "Três Irmãos" e "Os Mutantes", diz que este filme é sobre alguém que precisou que o tempo parasse. "A poesia sabe fazer parar o tempo, o cinema tenta", escreve a cineasta. "Água e Sal" esteve em competição no Festival de Veneza.
FONTE: TV GOLD PORTUGAL
.
De: Teresa Villaverde
Com: Galatea Ranzi, Joaquim de Almeida, Maria de Medeiros
Género: Drama
Classificação: M/12
Ana vive numa pequena aldeia junto ao mar, com o marido e a filha. Ele decide partir por alguns dias. Esta parece ser a solução ideal, porque Ana precisa de tempo para acabar um trabalho que há muito começou. Mas em vez de a ajudarem a atingir o seu objectivo, as suas deambulações diárias pela aldeia e pela praia ameaçam a sua concentração. Ana salva um desconhecido da morte no mar, conhece Alexandre e Emília e recebe a visita da sua amiga Vera... E tudo muda na sua vida.
Na sua nota de intenções, Teresa Villaverde, a realizadora de "Três Irmãos" e "Os Mutantes", diz que este filme é sobre alguém que precisou que o tempo parasse. "A poesia sabe fazer parar o tempo, o cinema tenta", escreve a cineasta. "Água e Sal" esteve em competição no Festival de Veneza.
FONTE:
.
30/03/2018
XIII~MEGA FÁBRICAS 4-CERVEJEIRA CORONA
.
.
XIII~MEGA FÁBRICAS
4-CERVEJEIRA CORONA
20 milhões de garrafas por dia
* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.
.
.
FONTE: Universo do Documentário
.
VIII-ARMAS E TÁCTICAS
2- Veículos de Transporte
Blindados
FONTE: Universo do Documentário
* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.
.
REGINA QUEIROZ
.
IN PÚBLICO"
28/03/18
.
Afro-descendentes
(portugueses e imigrantes):
distinguir para unir
As vantagens decorrentes da nacionalidade não incluem o reconhecimento da identidade política dos afro-descendentes como cidadãos portugueses.
No contexto do combate ao racismo institucional, pessoal e
interiorizado, a Organização das Nações Unidas (ONU) decretou a Década
Internacional dos Afro-descendentes (2015-2024). Conquanto
afro-descendente se refira grosso modo a qualquer cidadão
proveniente de África e no caso português possa incluir muitas
categorias de pessoas (e.g. retornados), dos objetivos da Década decorre
que afro-descendente é um eufemismo de cidadão negro ou mestiço que
viva em qualquer parte do mundo. Apesar da resolução (68/237) da ONU
associar privilegiadamente afro-descendente aos cidadãos nacionais dos
diferentes Estados mundiais, a resolução também se refere aos migrantes.
Como categoria política, em Portugal afro-descendente refere-se às
pessoas negras e mestiças com nacionalidade portuguesa, assim como aos
migrantes provenientes de África, sobretudo das ex-colónias portuguesas
(e.g. Angola, Guiné-Bissau, Cabo-Verde, Moçambique).
Mau grado a aparente clareza conceptual, em Portugal o racismo
institucional tem implicado a compreensão dos afro-descendentes
portugueses como imigrantes e a preservação do direito de sangue (jus sanguinis)
como critério de atribuição da nacionalidade. Neste último caso, há
inúmeros afro-descendentes imigrantes cujo direito à nacionalidade tem
sido coartado.
Embora aqueles factos possam ter a mesma causa — o
racismo embebido nas instituições portuguesas —, é conveniente não
confundir, como faz o Estado português, duas realidades
jurídico-políticas distintas: (a) a dos afro-descendentes portugueses,
tratados como imigrantes, e (b) a dos afro--descendentes imigrantes que
lutam pela alteração da lei da nacionalidade.
Apesar de em ambos os casos serem racialmente discriminados, uma
coisa é a situação jurídico-política dos afro-descendentes portugueses,
cujos direitos e deveres como cidadãos nacionais são frequentemente
sonegados; outra coisa é a situação de afro-descendente imigrante cujo
direito à nacionalidade portuguesa tem sido severamente restringido. Com
efeito, por um lado, o facto de os afro-descendentes imigrantes
adquirirem a nacionalidade portuguesa não os livra de continuarem a ser
tratados como estrangeiros, tal como acontece atualmente com os
afro-descendentes portugueses.
As vantagens decorrentes da nacionalidade
não incluem o reconhecimento da identidade política dos
afro-descendentes como cidadãos portugueses. Por outro lado, o facto de o
Estado português confundir os dois estatutos, tratando os
afro-descendentes portugueses como imigrantes, não justifica que no
diálogo com os representantes do Estado português os afro-descendentes
portugueses consintam em ser tratados na base daquela confusão. Tanto
mais que esta remete em última instância para a premissa política de que
os afro-descendentes não podem ser portugueses.
Por exemplo, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita,
referiu-se apenas aos imigrantes quando se pronunciou sobre o relatório
do Comité Europeu contra a Tortura relativo à discriminação racial nas
prisões, como se não houvesse afro-descendentes portugueses nas prisões.
Embora a Constituição portuguesa não permita a identificação dos
portugueses afro-descendentes enquanto grupo racialmente discriminado,
omitir que a violência policial baseada na discriminação racial também
incide sobre afro-descendentes portugueses implica que a intenção de
eliminar aquela violência não afeta a representação política dos
afro-descendentes como estrangeiros (portugueses imigrantes e
imigrantes). Doravante o Estado português poderá reportar que os
imigrantes não são vítimas de violência policial, mesmo que os
afro--descendentes portugueses continuem a ser vistos como imigrantes e a
lei da nacionalidade, em vez de baseada no jus soli, continue alicerçada no jus sanguinis.
Por
isso, se a discriminação racial explica por que razão os
afro-descendentes imigrantes dificilmente adquirem a nacionalidade
portuguesa, e os afro-descendentes portugueses são tratados como
imigrantes, a não consideração da diferença jurídico-política no combate
àquela discriminação mimetiza (e corrobora) a confusão
institucionalizada do afro-descendente português-imigrante. Este
mimetismo tem, todavia, três efeitos perversos.
Em primeiro lugar,
opõe afro-descendentes (portugueses e imigrantes), de tal maneira que
os afro-descendentes portugueses, com o direito e o dever de
contribuírem para suprimir a discriminação de que são alvo, podem ser
vistos como insensíveis aos problemas sociais, jurídicos e políticos dos
afro-descendentes imigrantes. E, inversamente, os afro-descendentes
portugueses podem considerar que os afro-descendentes imigrantes
bloqueiam, ainda que involuntariamente, a procura de soluções para os
problemas específicos dos primeiros. Com efeito, enquanto imigrantes não
aceitam, e com razão, colaborar na procura de soluções para os
problemas de uma classe à qual não pertencem, a dos afro--descendentes
portugueses.
Em segundo lugar, implica a ausência de fins claros
no diálogo entre os representantes do Estado português e os
afro-descendentes, tornando-o completamente improdutivo. Sem qualquer
ordem sobrepõem-se argumentos sobre a lei da nacionalidade, relativa aos
afro-descendentes imigrantes, aos argumentos sobre a falta de
reconhecimento dos direitos inerentes ao usufruto da nacionalidade
portuguesa, relativa aos afro-descendentes portugueses.
Em terceiro lugar, mantém o statu quo,
i.e. o atual critério para a atribuição da nacionalidade e a menoridade
política e humana dos afro-descendentes portugueses. Tratados como
imigrantes, sem voz própria nos processos de tomada de decisão política e
pública a nível nacional, o debate e combate contra a sua discriminação
racial continuam a ser travados nas instituições políticas nacionais
(e.g. Parlamento) pelos seus (bem-intencionados) tutores e tutoras.
Não
ignoramos que a distinção entre os afro-descendentes portugueses e
imigrantes é irrelevante do ponto de vista ético. Em ambos os casos há
pessoas que são negativamente discriminadas na base de um critério
inclassificável. Também não ignoramos os debates quer sobre a
pertinência da distinção jurídico-política entre nacionais e imigrantes,
quer sobre o critério da atribuição da cidadania. No primeiro caso,
numa sociedade cosmopolita, tal como Sócrates já sustentava no século V
a.C., “não somos atenienses, nem gregos, mas sim cidadãos do mundo”. No
segundo caso, os direitos de cidadania podem ser independentes da
nacionalidade. Conquanto se possa questionar a fonte da identidade
política, esta ainda depende da nacionalidade. Por isso, os
afro-descendentes imigrantes lutam pela alteração da lei da
nacionalidade e a nacionalidade é um direito humano universal — convém
não esquecer as consequências políticas, jurídicas e éticas para os
judeus e ciganos da privação da nacionalidade alemã no III Reich.
De
acordo com essas premissas, o diálogo entre os afro-descendentes (como
particulares ou membros de organizações da sociedade civil) e o Estado
português deveria ser regulado pela diferença jurídico-política entre
afro-descendentes portugueses e imigrantes, doravante transformada em
critério de determinação das condições para aquele diálogo. Por exemplo,
nesse diálogo os problemas dos afro-descendentes portugueses e
imigrantes deveriam ser tratados em reuniões separadas. Similarmente,
quando se discutem os problemas dos afro-descendentes portugueses,
tratados como imigrantes, o diálogo não deveria ser mediado pelo
alto-comissário das Migrações, nem deveria realizar-se em instituições
políticas para imigrantes (e.g. o Centro Nacional de Apoio à Imigração,
CNAI). Tal não significa que se houver um consenso entre os
representantes do Estado português e os afro-descendentes portugueses o
alto-comissário não possa estar presente como observador. Em
contrapartida, se se discutem os problemas dos afro-descendentes
imigrantes, a presença do alto-comissário das Migrações é
imprescindível. Tal não significa também que os afro-descendentes
portugueses sejam excluídos dessa discussão.
Em suma, admitindo que o Estado português está fortemente empenhado em
concretizar o principal objetivo da Década Internacional dos
Afro-descendentes — o combate contra a discriminação racial —, preservar
ou eliminar a confusão jurídica e política entre afro-descendentes
portugueses e imigrantes é um critério de avaliação daquele empenho.
IN PÚBLICO"
28/03/18
.
.
6.Os IMPRESSIONISTAS
* Uma história verdadeira, baseada em documentos históricos, produzida pela BBC
* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
* Nesta nova época de "bloguices" que vai de Setembro/17 a Julho/18, iremos reeditar algumas séries que de forma especial sensibilizaram os nossos visitadores alguns anos atrás, esta é uma delas.
.
.
.
FONTE: EURONEWS
.
Correr a maratona
com uma cadeira de rodas
FONTE: EURONEWS
.
Subscrever:
Mensagens (Atom)