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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
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* Jornalista
IN "VISÃO" - 26/08/21
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ᕈᗣꙆᔑ ᙃᙓᔑƮᙓᔑ ᕈᖇᙓᙅꙆᔑᗣᙏ-ᔑᙓ
𝐌𝐢𝐜𝐫𝐨𝐜𝐞𝐟𝐚𝐥𝐢𝐚:
𝟓 𝐚𝐧𝐨𝐬 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬, 𝐚 𝐯𝐢𝐝𝐚 𝐝𝐞 𝐟𝐚𝐦𝐢́𝐥𝐢𝐚 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐬𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚𝐝𝐚 𝐩𝐞𝐥𝐚 𝐳𝐢𝐤𝐚
* No dia 15 de novembro de 2015, o Ministério da Saúde decretou epidemia do zika virus no Brasil.
Desde abril daquele ano, a alta no número de casos da doença em hospitais do país, em especial no Nordeste, fez com que médicos alertassem o governo.
As mulheres grávidas eram a principal preocupação. Naquele ano, a advogada Mila Mendonça, que vive em Salvador, teve a doença durante a gestação de seu segundo filho. “Tive a zika mas, como todo mundo, não dei atenção porque parecia mais uma gripe”, conta. “Quando eu falei para a obstetra, ela nem anotou no prontuário, ninguém ligava para a zika”, completa. A gravidez correu bem até agosto de 2015, quando Mila e o pai do menino, o também advogado Rodrigo Gomes, descobriram que o filho tinha microcefalia decorrente da síndrome congênita do zika vírus.
Os efeitos da infecção em fetos - cujo sistema nervoso central é comprometido pelo vírus - ainda não eram totalmente conhecidos. “Eu chorei até dormir, fui dormir cansada de chorar”, disse Mila em janeiro de 2016, quando o casal contou sua história pela primeira vez à BBC News Brasil. “Foi um dia bastante difícil, mas foi importante para gente ter o acompanhamento médico, porque o médico falou: ‘Olha, Vocês podem sofrer essas 24 horas, mas a partir de amanhã é vida que segue’”, lembrou Rodrigo, na reportagem de 2016.
Em dezembro daquele ano, Gabriel nasceu com a circunferência da cabeça medindo 32 centímetros, número dentro da faixa que caracteriza a doença, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Cinco anos depois, a BBC News Brasil conversou novamente com o casal para saber como a vida seguiu. Hoje, Gabriel divide a rotina entre sessões de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e nutrição, tudo para otimizar a qualidade de vida. “Tem os desenhos que ele gosta. Ele ama o Lucas Netto! Bote um diferente! Quando você coloca o que ele quer, ele fica quieto, parecendo um anjo”, brinca Mila. “Ele é uma criança extremamente feliz. Onde ele pode, está dando risada, se divertindo, está brincando do jeitinho dele, interagindo com a gente”, relata Rodrigo.
Apesar de exames apontarem que Gabriel é surdo, o pai tem certeza de que ele não é. “A gente em 2019 fez uma cirurgia para estirar o máximo possível a perna dele para poder facilitar de ele sentar. Foi uma cirurgia muito difícil para a gente, porque foi muita dor para ‘Gabi’, ele sofreu muito e engraçado que era a música que o acalmava”, lembra Rodrigo.
Antes da operação, Gabriel não conseguia esticar a perna direita, devido à síndrome de artrogripose – que provoca contraturas nas articulações e redução no tônus muscular e, assim como a microcefalia, está relacionada a casos de infecções pelo zika vírus durante a gravidez. A chegada de Gabriel fez o pai retomar um hobby que estava esquecido. Ele voltou a fazer apresentações musicais para arrecadar fundos para o ONG aBRAÇO à microcefalia, fundada por Mila e um grupo de mães em Salvador
O espaço oferece serviços de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e nutrição para crianças com microcefalia, e sessões de psicoterapia para as mães. A aBRAÇO também realiza oficinas com profissionais especializados, que dão dicas sobre brincadeiras, cuidados com a visão, audição e nutrição das crianças, entre outras atividades.
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Agora, há milhões de pessoas a trabalharem de casa sem perspectiva concreta de quando regressarão ao escritório. Ou se o farão, de todo. O que é que acontece quando uma emergência se torna um estado permanente? Um "novo normal" já não chega para descrever o que está a acontecer.
Não é totalmente descabido perguntar se alguma vez voltaremos em massa para os escritórios. Sabemos que a imunidade de grupo é uma miragem e não vai acontecer com 70% ou mesmo 80% da população vacinada. Sabemos também que as variantes continuam a rasgar por esse mundo afora e a representar um perigo elevado de saúde pública. E sabemos que muitas grandes empresas voltaram a adiar a data em que os trabalhadores supostamente regressariam ao trabalho.
A Apple é uma das que o fez na semana passada, adiando agora para Janeiro de 2022. A Amazon já tinha anunciado o mesmo: só para o ano. Idem para o Facebook. A Google, tentativamente, diz que será em outubro, tal como a Red Bull. O cenário é indicativo do quão incerta a situação se mantém e como andamos às apalpadelas neste túnel pandémico que teima em não terminar.
Mas o mais relevante neste estado de coisas é que, quanto mais tempo demorarmos a voltar à normalidade, menos plausível é que o queiramos fazer. Toda a gente está farta de reuniões via Zoom e há uma ânsia de contacto na vida real, uma dinâmica do trabalho no mesmo espaço físico que não é passível de substituição em ambiente remoto. No entanto, o processo de adaptação e as vantagens de não ter de ir ao escritório diariamente - por exemplo, poupando horas no trânsito - tornarão mais difícil voltar para trás.
É isso que muitas empresas nos Estados Unidos estão a encarar. Quando confrontados com ordens para regressar aos escritórios, muitos profissionais simplesmente demitem-se, procurando outros empregos que possam fazer remotamente. O mercado laboral norte-americano é muito dinâmico, aberto e está em expansão - basta ver a quantidade de vagas por preencher - mas apesar das especificidades, aponta para questões pertinentes neste dilema.
Serão as empresas que quiserem reter talento obrigadas a permitir escolha? Terão de mudar maioritariamente para modelos híbridos? Irá a nova geração de trabalhadores, em especial a que entrou no mercado de trabalho em plena pandemia, aceitar semanas de 40 ou mais horas de trabalho em ambiente de escritório?
Supõe-se que tudo depende de quanto tempo andaremos às voltas com variantes, hospitalizações e vacinações. O passado mostra-nos que doenças altamente contagiosas e a circular pela comunidade não desapareceram num par de anos, mesmo com vacinas.
É elevada a probabilidade de que tenhamos de viver lado a lado com este vírus por muitos anos. A questão é quando é que poderemos tratar o novo coronavírus como o vírus que provoca a gripe, sem grandes alterações do statu quo. Suspeito que vai demorar. E por isso mesmo, as mudanças que julgávamos temporárias poderão tornar-se permanentes. Oli Sykes cantava que "até o inferno se pode tornar confortável uma vez que nos instalamos." Eu vejo as casas a arder e muita gente com as mangueiras desligadas.
IN "DINHEIRO VIVO" - 26/08/21
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ᗩ ᗪOᖇ ᗪOS OᑌTᖇOS
* A Dor dos Outros conta como o carioca Otto Bohm descobriu na maconha uma última esperança de tratamento para as intensas dores crônicas que tem na coluna. E como ele permanece sem acesso legal ao remédio mesmo depois de obter na Justiça o direito de cultivar a planta.
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