Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
25/03/2016
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20.O QUE NÓS
"APRENDEMOS"!
JUDO
Na etiqueta "PEIDA E DESPORTO" estamos a apresentar regras de várias modalidades desportivas e olímpicas desde 13 de Novembro de 2015.
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** As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Teorias de conspiração,
raiva, perplexidade e tristeza
no bairro de Abdeslam
Nos 'media',
Molenbeek é sinónimo de jihadistas e seus cúmplices, o lugar de onde
saíram centenas de combatentes do Daesh. Ao vivo, num dia cinza e frio, é
assim
Wafae não é exatamente o
tipo de rapariga que se espera encontrar num bairro que o mundo inteiro
vê como um coio de radicais islâmicos. Longos cabelos negros, pestanas
postiças, unhas rosa shocking, jeans skinny a delinear as pernas
rechonchudas, iphone plus na mão. Está à porta de um prédio com duas
amigas, Sarah e Inez. Elas têm 19 anos e estudam, Wafae, enfermeira, tem
20. E opiniões muito claras. "Para mim isto é um golpe montado pelo
Estado." Um golpe? Montado? Por que Estado? "É complicado explicar." Mas
refere-se aos atentados? "Sim. Eles fizeram isto mas tinham boas
razões. Vamos ficar à espera de saber o que se vai passar."
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São
cinco e meia da tarde. Estamos no centro de Molenbeek, prédios baixos,
antigos, mas sem especial mau aspecto, praticamente uma mercearia, com
muitas caixas de fruta, em cada esquina, ruas limpas, e, à exceção de
algumas mulheres de negro da cabeça aos pés e só o rosto de fora,
pessoas com aspecto normal, a maioria claramente de origem magrebina.
Não é a imagem clássica do bairro suburbano desfavorecido, até porque
Molenbeek está muito longe de ser um subúrbio: fica bastante perto, por
exemplo, da Praça da Bolsa, onde se reúnem os que querem homenagear os
mortos e feridos nos atentados, praça que, por sua vez, é ao lado do ex
libris de Bruxelas, a Grande Place. E daqui, de onde está Wafae, até à
Rue des Quatre Vents, onde Abdeslam foi preso, são cinco minutos.
"Salah não é uma pessoa violenta"
Voltemos
à conversa: "Boas razões?" Wafae olha-me com os seus enormes olhos
escuros, muito séria. "Expliquei-me mal, não era isso que queria dizer.
Eles foram endoutrinados." Hesita. "Eu conheço o Salah. Ele não é uma
pessoa violenta. Nem ele nem os outros. Não eram assim, não é possível
que tivessem ficado assim num mês. A ponto de matar gente inocente."
Sarah,
sentada na soleira da porta ao lado, assume de repente, desafiadora:
"Eu sou prima dele." Divertida com a perplexidade causada, apressa-se a
esclarecer que "não sabia onde ele estava, não podia dizer. Mas é meu
primo, defendo-o." É mesmo, prima de Abdeslam, ou está a inventar? Wafae
garante que é verdade, sem nunca perder o ar sério. Se pudesse falar
com Salah, diz, perguntava: "O que é que se passou realmente? Quem é que
te obrigou a fazer isso?" Abana a cabeça. "É que não faz sentido, por
isso digo que é um complot." Sarah volta à carga: "Sabe porque é que não
deixam a mãe dele ir visitá-lo? É mãe dele, caramba. Ela está doente
com isto, não percebe nada." A terceira rapariga, Inez, fala muito
depressa: "Vi-os prenderem-no. Bateram-lhe."
Wafae abre um link no telefone
"Tem
de ler isto. Não dá para ler aqui agora, porque é muito grande, mas
anote e leia mais tarde. Vai perceber o que estou a dizer. Porque,
repare: se eles quisessem de facto matar muita gente, acha que as coisas
se tinham passado como se passaram? Em Paris, por exemplo, estavam no
estádio e rebentaram-se cá fora. Podiam ter matado muito mais gente lá
dentro. E o irmão do Salah (Brahim, 30 anos, que se explodiu no Comptoir
Voltaire, um café do Boulevard Voltaire, a 13 de novembro), nem matou
ninguém." Sarah, de novo: "Salah não é um terrorista."
São,
garantem, as três muçulmanas. Não usam véu porque "é uma opção, não
obrigatório", e usar véu implica uma série de obrigações, que enumeram:
"Não falar com rapazes, não ir à discoteca, ir a Meca..." Sobre a imagem
do bairro, encolhem os ombros. "É normal. Há aqui muitas
nacionalidades. Italianos, portugueses." Riem com a menção a Portugal.
"Mas às vezes sinto que me discriminam quando vou procurar trabalho. E
se digo que sou daqui é pior." Um bairro normal, mas perguntam, com
apreensão: "Anda por aqui sozinha?". E a seguir: "Podíamos ir beber um
café consigo, mas o mais próximo é só para homens." E quando, no fim da
conversa, pergunto onde posso apanhar um táxi, Wafae oferece-se para me
acompanhar, para no fim explicar: "Foi para sua segurança."
Mas
recuemos um pouco, à teoria da conspiração. "Vão esperar que isto fique
calmo e o Daesh vai voltar a fazer mais atentados. É preciso deixar de
atacar outros países, assim eles deixam de nos atacar." Eles quem? Wafae
faz um ar ligeiramente enfadado. "Já reparou que eles só atacam países
com petróleo? E que se o Daesh fosse motivado pela religião, atacaria
Israel, que ocupou a terra dos palestinianos e os massacra? O Daesh é um
golpe montado pelo Estado." Mas por que Estado? "Vários. Da Europa, da
América. Esses todos. Drogam as pessoas, sei lá o que lhes fazem para
elas depois fazerem estas coisas."
"Sentimo-nos um Zoo"
Wafae
e as amigas não são as únicas pessoas encontradas ao acaso nas ruas de
Molenbeek a, no meio da conversa, revelarem que conhecem Salah Abdeslam
ou a família. E certamente não são as únicas a não querer fornecer a
identificação completa, mails, números de telefone. De facto, ninguém
diz o apelido, por vezes nem mesmo o primeiro nome. E ninguém fornece um
contacto. Mas poucos recusam falar, como fez a diretora de uma escola
básica do bairro recomendada pela sua política de integração que,
contactada pelo telefone, é cortante: "Não, temos que chegue.
Sentimo-nos um Zoo. Foi em novembro, foi na sexta-feira... Do que
precisamos agora é de tranquilidade. De trabalhar com as crianças, que
nos deixem em paz. O que se passou agora não foi aqui, foi no centro da
cidade. Não vai encontrar nenhuma história aqui na nossa escola,
connosco. Os alunos e os professores já passaram que chegue. Lamento,
mas não."
Na verdade, espantoso é que
alguém em Molenbeek ainda tenha paciência para jornalistas. Ao lado do
nº79, o prédio onde Abdeslam estava escondido, a farmácia é um corrupio
de equipas de reportagem. Por exemplo estes dois eslovacos que não
arranham nada de francês e aqui andam, desolados, a tirar fotos e sem
conseguir fazer uma única entrevista. Uma senhora de 63 anos que nem o
primeiro nome aceita dizer sai, de roupão, disparada da porta de um
prédio da rua perpendicular à Des Quatre Vents para os verberar: "Para
que estão a tirar fotos ao prédio e à rua? A pessoas que não fizeram
nada? Que mal fizemos nós? Vivo aqui há 42 anos, não temos nada a ver
com essa merda, com esses merdas. Não fazemos merda e não queremos que
façam merda. Queremos viver tranquilamente, vivemos muito bem com os
belgas, comemos com os belgas, adoramos os belgas." E não é belga? Pára,
surpreendida. "Sim, sou belga também, claro." Acalma-se. "Sabe, desde
que isto sucedeu que estamos fartos. Eu só de falar consigo já me está a
subir a tensão." Toco-lhe no braço, sorri. É de onde? "Sou de
Casablanca. Somos a primeira geração a vir para a Bélgica. E ele estava
aqui ao meu lado e eu não sabia. Ficamos doentes com isto. Se um filho
meu fizesse aquilo, nem sei. Olhe, bato na madeira. Sabe o que lhe devem
fazer, ao Abdeslam? Mandá-lo para Marrocos."
"Que raio de religião é a tua?"
Não
é a única com essa opinião. Mohamed, 30 anos, que está mesmo em frente
ao nº 79, acha o mesmo, se bem que quando se lhe aventa a hipótese de
isso poder significar a pena de morte recua na ideia. "Ah, não. Isso
também não." O que seria adequado, então? "Sei lá, um mínimo de 10, 15
anos."
Mas queria mandá-lo para Marrocos porquê? "Para ele perceber que
aqui se vive bem, temos tudo aquilo de que precisamos. A vida é muito
pior lá." Estamos a falar há um bom bocado quando Mohamed confessa que
andou com Salah na escola. "Ele é quatro anos mais novo. Mas todos
tínhamos boa opinião dele. Era um rapaz doce, simpático, que não traía
os outros. Correto." Então, como acha que isto sucedeu? "Foi
manipulado." Podia acontecer com outra pessoa qualquer? Consigo, por
exemplo? "Nem pensar. Eu fui bem educado. Sei como o mundo funciona.
Mas, repare, ele não foi capaz de se matar. O irmão explodiu-se mas ele
não." Que lhe diria, se pudesse visitá-lo? "Olhe, fico emocionado só de
pensar nisso. Aconselhar-lhe-ia coragem e paciência. Dir-lhe-ia: "Não
devias ter feito isto, fizeste algo de grave, mas tens toda a gente que
te conhece do teu lado. E espero que mudes de ideias."
Na
esquina a seguir Ilias, 18 anos que parecem 15, está na macacada com um
amigo. Desmancha-se a rir com a nacionalidade da jornalista. "Sei
palavrões na sua língua. Tenho um colega da escola, o Tiago, que me
ensinou." Bom professor, o Tiago, a crer na demostração que se segue.
Mas a risota acaba abruptamente: "É completamente bizarro, tudo isto.
Ver o nosso bairro na TV, saber que tipos pouco mais velhos que eu se
fazem explodir." Não, Ilias nunca viu Abdeslam mais gordo. Mas gostava
de lhe fazer uma pergunta: "Que raio de religião é a tua? Não há
religiões para matar pessoas inocentes."
Sobre
isso, tanto para dizer. Mas vamos à última paragem, que na verdade foi o
início da reportagem, uma loja de ferragens quase em frente ao prédio
79. Ben, 48 anos, é o dono. Tem tempo para falar, entre clientes
esparsos que o saúdam com Salaam Aleikum, a paz esteja contigo. O
bairro, diz, costumava ser "convivial". Agora é menos: "Desde que isto
começou as pessoas estão mais fechadas." Para não variar, conhece a
família Abdeslam. "O irmão mais velho costumava vir cá muito. Mas nunca
mais o vi. Que acho da família? Bom, uma coisa é certa: se olharmos para
o percurso do Salah, vemos que ele foi à escola, trabalhava, tinha um
emprego estável. Criou os seus próprios problemas. Como, porquê? Não
percebo. Era preciso ter uma bola de cristal." Nascido na Bélgica de
pais marroquinos, Ben não nega que existe discriminação contra os
magrebinos. Mas, acha, "sociedades sem discriminação não existem". E as
consequências dos atentados em termos políticos não o assustam. "Pode
ser que venham aí medidas securitárias, a extrema direita. Se for a
extrema direita democrática, não é um problema. Podem ser mais duros,
mas isso não é mau." Aliás, costuma votar à direita. "Mas não creio que
mais medidas de segurança resolvam alguma coisa. Melhores serviços de
informação, talvez." Uma senhora de idade, túnica e cabelo coberto,
interrompe, vem pedir-lhe que arranje uma vassoura. Pergunta:
"Jornalista? Vem por causa do que aconteceu, não é?" Arqueia as
sobrancelhas: "Não me pergunte o que penso, não sei o que dizer de tudo
isto."
Fernanda Câncio
Enviada especial a Bruxelas
* Vidas terríveis.
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2-QUANTO VALE
2-QUANTO VALE
A TERRA?
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Formada
há mais de 4,6 milhões de anos, a Terra acumula grandes riquezas, desde
a madeira ao gado, passando pelo ouro. Em conjunto, esses recursos
construíram nossas grandes civilizações.
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* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
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HOJE NO
"RECORD"
Filipa Martins conquista bronze em Doha
A ginasta portuguesa Filipa Martins conquistou esta sexta-feira a
medalha de bronze na prova de Paralelas Assimétricas da Taça do Mundo de
Doha, com um total de 13.625 pontos. Melhores do que a
portuguesa apenas a sueca Jonna Adlerteg (14.925) e a brasileira Rebeca
Andrade (14.250).
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De referir que, no sábado, Filipa Martins volta a entrar em ação numa decisão, agora para participar na final de Trave.
A
presença de Filipa Martins em Doha antecede a sua participação no Rio
de Janeiro, de 21 a 22 de abril, quando disputar o test event, a
competição que encerra a qualificação para os Jogos Olímpicos do Rio de
Janeiro.
* Valente menina!
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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Mulher casa com
o seu dador de esperma anónimo
Aminah Hart conheceu e apaixonou-se por Scott Andersen, o seu dador de esperma anónimo, um ano depois de a sua filha ter nascido. Subiram ao altar há poucos meses, revelou agora a própria
Aminah
Hart e Scott Andersen conheceram-se em 2013, um ano depois da filha de
ambos, Leila, ter nascido. A australiana, nascida em Londres, recorreu à
fertilização in vitro para voltar a ser mãe, depois de ter
perdido dois filhos para uma doença rara. Ele, como dador de esperma
anónimo, tornou isso possível.
Leila
nasceu a 14 de agosto de 2013, "grande e saudável", com três quilos e
900 gramas. Nesse mesmo ano, a mãe de Aminah lançou-se numa investigação
por conta própria e descobriu uma fotografia de Scott online. Depois,
encorajou a sua filha a entrar em contacto com a clínica de fertilidade,
para oferecer os seus contactos e mostrar-se disponível, no caso de o
dador querer conhecer a menina. Ele manifestou essa vontade.
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Conheceram-se, apaixonaram-se e fizeram manchetes de jornais em todo o mundo quando tornaram pública a sua relação. Agora, a mulher de 46 anos revelou à imprensa britânica que em dezembro último trocaram alianças, à beira-mar, perante 130 amigos e familiares próximos. A pequena Leila ficou responsável por transportar as flores da cerimónia.
"O que aconteceu comigo e com o Scott foi algo tão aleatório e bizarro", admitiu Hart, numa entrevista ao Channel Nine. A antiga publicitária escolheu o Andersen como dador entre cinco possíveis candidatos, sabendo apenas, à partida, que ele era saudável, que tinha quatro filhos e era praticante de futebol.
Pouco depois de começarem a namorar, Andersen pediu-a em casamento, no mesmo dia em que se assinalava o aniversário do seu falecido filho Louis (que, juntamente com o seu irmão, Marlon, sofria de uma doença genética que afetava os músculos e o movimento). "Ele foi buscar leite com a Leila e voltou com um anel de noivado, o que foi uma verdadeira surpresa, porque eu normalmente passo os aniversários deles [dos filhos] de forma calma e melancólica", contou, ao jornal "Daily Mail Australia".
A australiana transformou esta sua história num livro, intitulado "How I Met Your Father". Avança a imprensa inglesa que uma produtora já a abordou para transformar a obra num filme.
* Mas que bela história de amor!
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Conheceram-se, apaixonaram-se e fizeram manchetes de jornais em todo o mundo quando tornaram pública a sua relação. Agora, a mulher de 46 anos revelou à imprensa britânica que em dezembro último trocaram alianças, à beira-mar, perante 130 amigos e familiares próximos. A pequena Leila ficou responsável por transportar as flores da cerimónia.
"O que aconteceu comigo e com o Scott foi algo tão aleatório e bizarro", admitiu Hart, numa entrevista ao Channel Nine. A antiga publicitária escolheu o Andersen como dador entre cinco possíveis candidatos, sabendo apenas, à partida, que ele era saudável, que tinha quatro filhos e era praticante de futebol.
Pouco depois de começarem a namorar, Andersen pediu-a em casamento, no mesmo dia em que se assinalava o aniversário do seu falecido filho Louis (que, juntamente com o seu irmão, Marlon, sofria de uma doença genética que afetava os músculos e o movimento). "Ele foi buscar leite com a Leila e voltou com um anel de noivado, o que foi uma verdadeira surpresa, porque eu normalmente passo os aniversários deles [dos filhos] de forma calma e melancólica", contou, ao jornal "Daily Mail Australia".
A australiana transformou esta sua história num livro, intitulado "How I Met Your Father". Avança a imprensa inglesa que uma produtora já a abordou para transformar a obra num filme.
* Mas que bela história de amor!
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ANDRÉ MACEDO
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IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
23/03/16
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Não somos todos iguais
Os últimos dias foram preenchidos com os
elogios à visita de Barack Obama a Cuba e aos modos suaves do presidente
americano, decisivos para que o degelo com meio século abra uma nova
oportunidade nas relações entre os dois países. Apesar de a prisão de
Guantánamo não ter sido ainda encerrada, o caminho também começou a ser
feito, reforçando esta ideia de grande moderação estratégica da Casa
Branca nas relações externas.
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No Iraque
e no Afeganistão, embora em ritmos diferentes, aconteceu o mesmo. Obama
adotou a mesma suavidade, lançando as bases para o diálogo e a retirada
militar onde antes reinava apenas confronto e belicismo. O acordo da
América com o Irão, permitindo o regresso de Teerão ao comércio
internacional de petróleo e a alguma normalidade nas relações
diplomáticas, é outro dos exemplos mais recentes desta viragem da Casa
Branca, que tem na Síria e no caos que a envolve mais um sinal da
vontade do atual poder de Washington de deixar de ser o promotor único
da paz mundial, reduzindo a sua esfera de influência.
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Os
EUA, com Barack Obama, deixaram de ser o polícia irrefletido que se
impunha no centro de grande parte dos principais conflitos planetários
e, depois, pagava a fatura. A América não saiu de cena, mas já não quer
assumir a liderança da mesma forma explícita, como aliás ficou claro a
seguir aos atentados de novembro em Paris. Na altura, o presidente
americano sublinhou que o terrorismo islâmico era uma ameaça, mas que
teria de ser combatido de outra maneira, com mais diálogo, com mais
paciência e com espaço para que os europeus, vizinhos do caos, dessem um
passo em frente. Isto Obama não disse, não assim, não com estas
palavras, mas estava no subtexto.
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O que
os atentados de ontem em Bruxelas, capital política europeia - que não
restem dúvidas nenhumas disto -, vieram confirmar foi que este recuo dos
EUA, concretizado ao longo dos últimos oito anos, deixou um vazio
explosivo que expôs a fragilidade da União Europeia e as suas enormes e
talvez insanáveis contradições.
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A
guerra na Síria confrontou e confronta os europeus com a chegada de
milhões de refugiados - um problema que não se resolve com um cheque
endossado à Turquia - e tornou ainda mais evidente a indisponibilidade
das comunidades imigrantes islâmicas para respeitarem os princípios e os
valores dos povos que as acolheram. O que acontece em Molenbeek, o que
se passa em Paris e em várias cidades francesas e noutras pela Europa
fora traduz esta intolerância militante e abrasiva que, de recuo em
recuo, cedência em cedência politicamente correta - a permissão do uso
de hijab sem limites, a eleição de fundamentalistas para cargos
públicos, o financiamento das mesquitas por países que sustentam o
terrorismo -, permitiu que o islamismo radical explorasse a desigualdade
em seu benefício.
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O proselitismo
islâmico agressivo, ancorado em versões primárias e primitivas da
religião, alimentou descaradamente esta espécie de niilismo geracional
que nos trouxe até aqui. E onde estamos hoje?
Estamos em guerra, embora muitos não queiram acreditar e insistam nas virtudes mágicas da tolerância universal. A paz e a grande moderação americana de Obama são, em si, saudáveis, são desejáveis, são para onde devemos caminhar. Mas não resolvem sozinhas o problema. A desintegração de Schengen, o regresso das fronteiras por razões de sobrevivência - não apenas de segurança - é a prova de uma derrota cultural e política que, a não ser emendada, rasgará a Europa.
Estamos em guerra, embora muitos não queiram acreditar e insistam nas virtudes mágicas da tolerância universal. A paz e a grande moderação americana de Obama são, em si, saudáveis, são desejáveis, são para onde devemos caminhar. Mas não resolvem sozinhas o problema. A desintegração de Schengen, o regresso das fronteiras por razões de sobrevivência - não apenas de segurança - é a prova de uma derrota cultural e política que, a não ser emendada, rasgará a Europa.
Estamos em
guerra, disse ontem François Hollande - e disse bem. O medo está entre
nós. Viajar significa arriscar - porque os atentados já entraram na
rotina. Tiramos os sapatos no aeroporto, fiscalizamos o passageiro do
lado, olhamos por cima do ombro, habituamo-nos ao terror. Comecemos
então pelo óbvio: não somos todos iguais. Ao reconhecer essa diferença -
evitando a islamofobia - fica mais claro quem somos, o que temos de
fazer, quem e o que devemos combater.
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
23/03/16
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ONTEM NA
"DELAS"
Mais anorexia nervosa, mais depressão,
. mais ansiedade e suicídio
As
depressões, as perturbações por ansiedade e as demências registam as
mais altas proporções nos Cuidados de Saúde Primários, desde 2010. De
acordo como os resultados ‘Saúde Mental em Números 2015’, apresentados
esta quinta-feira, 24 de março, pela Direção-Geral de Saúde, a demência e
ansiedade registam taxas mais altas no Alentejo, enquanto as
perturbações depressivas parecem ter prevalência mais elevada na região
Centro.
Entre 2011 e 2014, a proporção de utentes com demências face aos
inscritos nos Cuidados de Saúde Primários duplicou em Lisboa e Vale do
Tejo e no Alentejo e quase triplicou no Algarve. No Norte e Centro, a
taxa também subiu, no mesmo período, mas de forma menos acentuada.
A ansiedade, tendo em conta o mesmo intervalo temporal, duplicou no
Alentejo e em Lisboa e Vale do Tejo. Resultados semelhantes se aplicam
aos utentes com depressão. Neste capítulo, destaque para o crescimento
acentuado no Algarve, no já referido período considerado.
Anorexia nervosa cresce entre as mulheres adultas
Os casos de anorexia nervosa estão a aumentar. De acordo com os dados
do estudo, houve uma duplicação dos utentes do sexo feminino saídos de
hospital, com idades compreendidas entre os 18 e os 39 anos, subindo dos
56 casos para os 120, em Portugal Continental. Registam, porém, menos
dias de internamento.
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No mesmo período, mas no que diz respeito a jovens dos 0 aos 17, o
valor desceu dos 69, em 2013, para os 65, em 2014. A bulimia nervosa
parece registar a tendência contrária à da anorexia. Com muito menos
casos apontados, há até uma estabilização entre os dados de 2013 e 2014,
no que diz respeito ao sexo feminino.
Consumo de ansiolíticos e antidepressores sobe
Os medicamentos contra a depressão continuam a sua escalada, desde
2010. “A continuação do acréscimo prescritivo em todos os grupos
farmacológicos, com ênfase para os antidepressores e os ansiolíticos: se
os primeiros não acionam qualquer alarme na comparação internacional,
os segundos, que integram sobretudo benzodiazepinas, mantêm este grupo
farmacológico em níveis de risco para a saúde pública”, alerta o
relatório.
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Recorde-se que as benzodiazepinas mais prescritas (o
alprazolam e o lorazepam) são as que têm maior potencial ansiolítico e,
com isso, maior tolerância e dependência, havendo algumas indicações
científicas que fazem corresponder a toma destes medicamentos a défices
cognitivos e mesmo situações de demência.
Número de suicídios aumenta
Há quase mais 150 casos de suicídio em Portugal continental em 2014
do que em 2013, estando agora os 1154 casos de lesões autoprovocadas
intencionalmente. Um valor apresentado no estudo ‘Saúde mental em
números – 2015’ e que ressalva o facto de ter entrado em funcionamento
um modo modelo de contabilização destes dados.
De acordo com o relatório apresentado pela Direção-Geral de Saúde, a
taxa de mortalidade por suicídio em 2014 é a mais alta deste período de
crise económica, ficando estabelecida nos 11,7 por 100 mil habitantes,
em 2014. Recorde-se que, em 2012 e 2013 estava fixada nos 10,1, por 100
mil habitantes.
Os homens põem mais termo à vida do que as mulheres – o estudo aponta
para uma prevalência três vezes superior. Os níveis de ruralidade e de
privação estão, no caso do sexo masculino, bastante associados a esta
taxa e os autores do estudo admitem que “as mudanças recentes destes
padrões podem resultar do atual período de crise”.
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Se a crise económica e austeridade estão ou não na base deste
aumento, os responsáveis do relatório “Saúde Mental em números” são
cautelosos na hora de estabelecer a correlação, lembrando “não existirem
estudos com base na revisão bibliográfica que comprovem ligação entre
crise económica e mortalidade por suicídio em Portugal ao nível local”,
lê-se no documento.
Contudo, o trabalho apresentado em 2015, ‘Suicídio em Portugal:
determinações espaciais num contexto de crise económica’ não excluía a
hipótese: “as alterações recentes nas tendências suicidas podem resultar
do corrente período de crise económica e social”, lê-se no relatório
agora apresentado.
A morte por suicídio mantém-se superior no Sul, com o Alentejo e
Algarve a registarem os maiores números, e ilhas do que no Norte, mas a
tendência dos últimos dois anos aponta para uma taxa de mortalidade a
subir no caso dos homens no Norte, centro e Lisboa e vale do Tejo e
descendo no Sul. No caso das mulheres, a taxa decresceu no Centro e
Alentejo, mas subiu no Sul.
O relatório da DGS alerta para a taxa de suicídio nas Regiões
Autónomas, “não menos atingidas pela crise económica que o Continente”,
com particular destaque para os resultados registados nos Açores.
“Destacamos a preocupante taxa de suicídio em jovens do sexo masculino
com idades entre os 15 e os 24 anos, acima dos 25 por 100.000
habitantes, bem como na faixa etária entre os 35 e os 44 anos
(35,7/100.000), que nesta região se destaca quando comparada com as
restantes faixas etárias”, lê-se no documento.
* Suicídio, problema social de extrema gravidade.
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1-O CANCRO
DA EUROPA
CATASTROIKA
* Enterrado o papão da Guerra Fria que funcionava como "regulador" nas relações entre Ocidente e Leste, foi "confeccionado" um instrumento novo com maior abrangência, exterior à soberania dos países, que os manietasse para sempre a uma nova ordem mundial, dá pelo nome de DÍVIDA.
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9-PORTUGAL
1975 E AGORA
PERCENTAGEM DE ÓBITOS
COM MENOS DE UM ANO
PERCENTAGEM DE IDOSOS
PENSÕES
PROCESSOS PENDENTES
Como
era Portugal em 1975? E como é nos dias de hoje? Uma série de
episódios, numa cooperação entre a Pordata e a RTP, explicam como é que o
país mudou ao longo dos últimos 40 anos.
** As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
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HOJE NO
"PÚBLICO"
"PÚBLICO"
Portugal tem seis novos centros
de vistos na China
Portugal passará a contar, a partir de Abril, com seis novos centros
de vistos na China, o maior emissor mundial de turistas, acompanhando o
crescente número de chineses que visitam o país, em lazer ou negócios.
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Guangzhou |
Localizados
nas cidades de Nanjing, Chengdu, Shenyang, Wuhan, Fuzhou e Guangzhou,
os 'visa center' ficarão a cargo da VFS Global, grupo privado com
operações em 123 países, segundo a embaixada portuguesa em Pequim.
Estas
instalações tratarão da recolha dos documentos e dados biométricos, que
são depois enviados para as secções consulares portuguesas em Pequim e
Xangai, a quem cabe a decisão final sobre a emissão do visto.
Portugal já contava, desde 2013, com um 'visa center' em Pequim e, desde finais do ano passado, também em Xangai.
Entretanto,
o novo consulado em Cantão, capital da província de Guangdong, no sul
da China, "está em processo de abertura", segundo confirmou a embaixada
de Portugal na China.
A mesma fonte revelou que, no ano passado, a secção consular na capital chinesa emitiu 8.679 vistos.
Aquela cifra não inclui as emissões do consulado em Xangai, a metrópole situada na próspera costa leste chinesa.
"Hoje
em dia os vistos são emitidos em 24 horas. Isso é algo reconhecido por
todas as entidades com quem estivemos", enalteceu esta semana o
presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, em declarações à agência
Lusa em Pequim.
Segundo Luís Araújo, que falava à margem de uma
visita de quatro dias à China, o número de turistas chineses que em 2015
visitou Portugal cresceu 36%, para "cerca de 150 mil".
Em média,
foram os que mais gastaram em compras 'tax free' - 641 euros por
transação -, de acordo com estimativas da Global Blue, empresa
especializada em gestão de operações de reembolso de IVA a turistas.
"Dá
uma ideia da curiosidade que existe relativamente a Portugal como
destino turístico e de investimento, duas componentes que temos de ter
em consideração quando falamos do mercado chinês", frisou Luís Araújo.
Pelas
contas de Pequim, cento e vinte milhões de chineses viajaram para fora
da China Continental, em 2015, num aumento de 19,5% face ao ano
anterior.
Em 2014, o Turismo de Portugal passou a ter uma
representante permanente na China, Inês Cunha Alves, especialista em
relações internacionais e empreendedorismo.
No mesmo ano, o
Governo português lançou uma campanha de promoção no país centrada na
imagem de "C Luo" (Cristiano Ronaldo, em chinês), o português mais
conhecido entre os chineses.
* Os chineses gostam de viver em Portugal país onde vigoram poderes democráticos e a repressão não existe, muitos "turistas" tentarão fixar-se no país.
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HOJE NO
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Lava Jato.
Documentação apreendida
dá um tiro na oposição
Não só Lula e PT parecem sair do Lava Jato. De
tanto levantar pedra, a lama cai em todos os lados. Há mais de 200
políticos financiados pela Odebrecht
“O ‘Jornal
Nacional’ não vai divulgar os nomes de políticos listados. O motivo é
simples: além de a polícia não saber ainda se cometeram alguma
ilegalidade, a lista inclui mais de 200 pessoas de todos esses partidos.
Não faria sentido escolher uns e omitir outros. E o tempo não nos
permitiria divulgar todos”, foi assim que justificou o principal
telejornal da televisão brasileira, da Rede Globo, a não divulgação dos
nomes que constam da lista de financiamentos da construtora Odebrecht a
mais de 200 políticos de duas dezenas de partidos.
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Por mera
coincidência, e embora esta parte da operação Lava Jato tenha sido
desenhada para apanhar dois “marqueteiros” do PT, nem Lula da Silva nem
Dilma Rousseff constavam da lista dos políticos alegadamente corrompidos
pela maior construtora do mundo. Provavelmente, se estivessem, os
jornalistas da Globo não resistiriam à notícia.
Infelizmente para os
espetadores desta televisão, apenas estão na listagem a maior parte dos
nomes que fazem parte ativa do processo de impeachment.
A Polícia Federal apreendeu na 23.a fase da Operação Lava Jato,
batizada de “Acarajé”, realizada no dia 22 de fevereiro, uma lista de
políticos que receberam dinheiros da construtora Odebrecht, uma das
principais empresas envolvidas no esquema de corrupção investigado pela
justiça brasileira. Entre os nomes encontrados estão políticos de quase
todos os partidos brasileiros.
Há gente que terá recebido financiamento
da construtora dos seguintes partidos: PT, PMDB, PSDB, PP, PSB, DEM,
PDT, PSD, PC do B, PPS, PV, PR, PRB, SD, PSC, PTB, PTN, PT do B, PSOL,
PPL, PTB, PRP, PCB e PTC.
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Entre os senadores constam da lista: Renan
Calheiros (PMDB-AL), Aécio Neves (PSDB-MG), José Serra (PSDB-SP), Gleisi
Hoffmann (PT-PR), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Romero Jucá (PMDB-RR).
Entre os deputados estão o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), e Celso Russomanno (PRB-SP). Basicamente, está muita da
política brasileira, mas o mais importante, o quartel-general do
impeachment, alegadamente contra a corrupção do governo PT, está lá em
peso.
Ao contrário do que sucedeu às escutas ilegais feitas à presidente
Dilma Rousseff e ao ex--presidente Lula da Silva, o juiz federal Sérgio
Moro decretou nesta quarta-feira, 23, sigilo sobre a listagem da
Odebrecht que envolve dezenas de políticos e partidos como supostos
destinatários de valores da empreiteira. O magistrado pediu ao
Ministério Público Federal que se manifeste sobre a “eventual remessa”
da documentação ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A argumentação do juiz é a presunção de inocência, e o facto de a
construtora alegar que tudo não passava de financiamentos legais, estes
argumentos não têm colhido com as outras acusações feitas ao
ex-presidente Lula, como as supostas casas de milhões de euros que teria
comprado.
No seu despacho estabelecendo o sigilo sobre a listagem, o juiz Moro
diz que pode haver “prematura conclusão” quanto à natureza desses
pagamentos. “Não se trata de apreensão no Setor de Operações
Estruturadas da Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou,
notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos”,
justifica o juiz.
As autoridades estão a interrogar Marcelo Odebrecht, herdeiro da
empresa, e a antiga secretária do grupo que aceitou fazer “delação
premiada” depois da prisão, para identificar quais são as verbas
inscritas nas listas que correspondem a financiamentos legítimos, e
quais delas podem indicar verbas ilegais e para corromper decisores
políticos.
A ex-secretária, depois de presa e solta, ajudou na identificação dos
políticos, a maioria dos quais consta com pseudónimo, que estão nas
listas de dinheiro dado pela empresa, nomeadamente os senadores Humberto
Costa (PT-PE), Aécio Neves (PSDB-MG), Lindbergh Farias (PT-RJ), Patrus
Ananias (ministro do Desenvolvimento Social), o prefeito do Rio, Eduardo
Paes (PMDB), o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o deputado Mendonça
Filho (DEM-PE).
Os valores registados nas listagens têm o financiamento a 316
políticos e 22 partidos e ultrapassam os 75 milhões de cruzeiros, cerca
do dobro do valor declarado como doações do grupo empresarial nas
prestações de contas que os candidatos apresentaram à Justiça Eleitoral
(38 milhões). As disparidades reveladas pela documentação apreendida não
ficam por aqui: sete empresas do grupo Odebrecht terão atuado como
“patrocinadoras” de políticos que concorriam a eleições. No entanto,
apenas três dessas empresas aparecem na contabilidade oficial dos
partidos – as outras quatro não existem nos documentos que os partidos
políticos brasileiros entregaram às autoridades eleitorais.
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Mas não só políticos que disputavam eleições tinham direito à
generosidade da construtora: na documentação apreendida na operação
policial consta uma lista de contribuições a políticos históricos. Entre
eles estão Sérgio Cabral (PMDB), então governador do Rio, e Luiz
Fernando Pezão (PMDB), na época vice-governador. Também são citados na
lista de “históricos” os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Jorge
Picciani (PMDB-RJ), o vice-governador do Rio Francisco Dornelles (PP) e o
senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
Como escreve o editor do site Outras Palavras, António Martins,
depois do Lava Jato e da “mãe de todas as listas” é precisa uma reforma
política no Brasil que proíba, entre outras coisas, os financiamentos
das empresas privadas.
* Se, dentro da maior modéstia e num futuro próximo, os pensionistas deste blogue tiverem de pedir desculpa a Lula da Silva, por terem acreditado no seu envolvimento em actos de corrupção, fá-lo-ão com humildade e alegria!
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HOJE NO
"A BOLA"
Boavista
Acordo com FPF por €1,5 milhões
A BOLA revela esta sexta-feira que o acordo
celebrado entre o Boavista e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF),
anunciado há cerca de um mês, cifrou-se em 1,5 milhões de euros.
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Este
montante não atinge os 10 por cento da indemnização de 20 milhões de
euros que os axadrezados reclamavam em tribunal pelo prejuízo da
despromoção à Liga 2, decretada pelo Conselho de Justiça, em junho de
2008.
* Um negócio "poucochinho"
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