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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
10/08/2015
CARLOS FIOLHAIS
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Professor universitário (tcarlos@uc.pt)
IN "PÚBLICO"
05/08/15
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Libertar a ciência
É preciso libertar a ciência dos interesses mesquinhos de quem não quer servir a ciência mas apenas servir-se dela.
Um dos problemas das universidades portuguesas que Mariano Gago
combateu foi o da endogamia, isto é, elas escolherem as pessoas que já
lá estão, ao invés de procurarem as mais bem qualificadas. Assim, os
estudantes ficam com horizontes limitados e a escola não conhece
verdadeira renovação.
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A produtividade científica dos sistemas mais
endogâmicos também é mais baixa. Com os concursos nacionais para bolsas
de doutoramento, onde os patronos não podiam ser membros do júri, a
endogamia foi sendo mitigada.
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No tempo de Nuno Crato ela voltou,
porém, com os chamados programas doutorais, que permitem às instituições
escolherem os seus próprios estudantes de doutoramentos segundo
critérios paroquiais. O mérito do candidato passou a ser relativizado e
os supervisores passaram a poder ser parte dos júris.
Em favor destes
programas doutorais, foi feita uma razia nos concursos de bolsas
nacionais. Assim, alunos brilhantes foram preteridos em favor de outros
claramente inferiores. Sei, por exemplo, de dois casos de estudantes de
topo e com trabalhos de investigação publicados que, após concorrerem
sem êxito a vários desses programas, acabaram por ganhar bolsas Marie
Curie internacionais, para fazerem doutoramentos em França e na Irlanda.
Dificilmente voltarão a Portugal.
Um dos primeiros programas
doutorais, no país, surgiu no Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC),
pago pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Uma instituição
privada escolhia os estudantes a seu bel prazer, apesar de as bolsas
serem pagas pelo erário público Independentemente da qualidade evidente
da maioria dos candidatos escolhidos, o certo é que muitos outros de
potencial não inferior ficavam afastados por não estarem nas graças dos
responsáveis das instituições protegidas. Com Nuno Crato, que indicou
para o Conselho Nacional da Ciência e Tecnologia o ex-director do IGC,
tal procedimento foi alargado às universidades. Algumas destas, em
concursos pouco transparentes e de qualidade muito duvidosa, passaram a
poder escolher os seus estudantes, pagos pelo orçamento do Estado gerido
pela FCT.
João Lobo Antunes, no prefácio da sua biografia de Egas
Moniz, conta as grandes reservas que teve em aceitar, no início da sua
carreira, ser assistente de Pedro Almeida Lima, seu tio-avô. Almeida
Lima respondeu que era uma prerrogativa do professor escolher os seus
assistentes. O mesmo aliás tinha acontecido com ele, escolhido, ainda
aluno, por Egas Moniz. Crato quer o regresso a esta lógica do
antigamente, bem nítida nos programas doutorais. O dinheiro público
passou a ser atribuído de modo discricionário para a prossecução de
agendas particulares, sendo por vezes tudo decidido na prática por uma
única pessoa ou uma comissão de amigos. Escusado será dizer que este
método é totalmente ao arrepio das ideias de "excelência" e "mérito",
que têm sido usadas pelos ainda ocupantes do Ministério da Educação e
Ciência, mas que não encontram correspondência na prática.
É
particularmente grave num país com elevados níveis de endogamia
universitária que a FCT ponha e disponha dos ditos programas doutorais,
em conluio com alguns dos interessados.
Uma comissão de pretensa
avaliação da FCT acaba de recomendar a “descontinuação” (leia-se, o fim)
dos concursos nacionais de doutoramento. Adivinha-se a quem esta
mudança possa interessar: aqueles que, defendendo apenas os mais
próximos de si, desprezam a qualidade dos candidatos que não conhecem. O
relatório da dita comissão permitiu-se também, com grande topete,
avaliar o recente processo de avaliação das unidades de investigação,
encomendado pela FCT à European Science Foundation (ESF). Acontece que o
chefe dos avaliadores dos avaliadores, Christoph Kratky, é tudo menos
isento nesta matéria, pois não só fazia parte da direcção da ESF em
2013, quando a esta foi atribuído o referido processo, como foi o
coordenador de uma avaliação recente que a ESF realizou na Hungria. A
proximidade de Kratky à ESF não lhe permite qualquer imparcialidade. A
proximidade é tanta, que Kratky e os seus pares chegaram a citar no
relatório de avaliação da FCT um documento confidencial da ESF sobre a
avaliação realizada em Portugal. No fundo dizem: está tudo bem, mas não
nos perguntem porquê, acreditem em nós. Tudo envolto em espessa névoa, o
que há de mais anti-científico.
Além de abertura, a ciência exige
rigor e isenção, duas qualidades arredadas quer da avaliação realizada
pela ESF e pela FCT à ciência nacional, quer da auto-avaliação agora
feita pelas mesmas ESF e FCT. Não é ciência, mas sim ideologia, uma
ideologia política extremista, de cariz neo-liberal, cujos prosélitos
tentam a todo o custo tirar o maior proveito para si antes que as
eleições permitam a inevitável renovação.
É preciso libertar a ciência
dos interesses mesquinhos de quem não quer servir a ciência mas apenas
servir-se dela.
Professor universitário (tcarlos@uc.pt)
IN "PÚBLICO"
05/08/15
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NATAÇÃO SINCRONIZADA
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W.C.
Alerta para os pequenos pormenores que, só por si,
podem não ser considerados graves. Porém, as pessoas que tem o seu
sistema imunológico mais debilitado, podem sofrer com esta "gota d'agua"
que faltava para o surgimento de algum tipo de doença, via proliferação
de micro-organismos.
As mulheres lutam diariamente para que a tampa da sanita
esteja sempre fechada. No entanto, os homens insistem em deixá-las
levantadas...
Pois o motivo está provado cientificamente. Por mais
irrelevante que possa parecer, as tampas das sanitas existem por um bom
motivo!
Um estudo feito pelo Professor Mark Wilcox, diretor clínico
de microbiologia, afirmou que fazer a descarga com a tampa da sanita
levantada permite que uma nuvem de bactérias polua o ar da casa de
banho, aumentando o risco de contrair doenças.
O resultado dos estudos (o Prof. Wilcox) prova que a descarga
transporta as bactérias até 25 cm acima do assento da sanita e fica
pelo ar da casa de banho até 2 horas.
Ou seja, quando você faz a descarga de água, com a tampa
aberta, os coliformes fecais espalham-se e permanecem no ar por cerca de
2 horas, ficando depositados nos cabelos, roupas, na maçaneta da porta
e em tudo que está ao redor. Razão para se encontrarem coliformes em
muitos alimentos que ingerimos.
Outra coisa: cuidado com a escova de dentes. Caso a deixe em
cima da sanita, pode estar contaminada com todos esses germes e
bactérias.
Quando a descarga é dada com a tampa fechada, as bactérias
não são encontradas no ambiente. Permanecem na tampa que deverá, assim
como a sanita, ser permanentemente lavada e desinfetada. Recomenda-se
sempre que efectue a descarga com a tampa para baixo e depois lave bem
as mãos.
Manter a tampa da sanita fechada na hora da descarga é uma atitude simples, mas que previne muita dor de cabeça.
* Não sabemos se o professor Professor Mark Wilcox existe ou é mais um nome inventado, o esclarecimento tem lógica embora a enorme cloud de bactérias possa ser exagerada.
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610.
Senso d'hoje
JÚLIA PEREIRA
CANDIDATA A DEPUTADA/BE
TRANSEXUAL
CANDIDATA A DEPUTADA/BE
TRANSEXUAL
SOBRE O CONSERVADORISMO
PORTUGUÊS
PORTUGUÊS
“Já me foram recusados trabalhos por ser transexual”
PORTUGAL CONSERVADOR
Centrando-me nas questões de género, temos legislação avançada, mas
práticas bastante recuadas. As minorias sexuais são muito vulneráveis no
nosso país e ainda há muita recusa em encarar as suas realidades de
frente e combater a discriminação.
É preciso inverter a actual situação de invisibilidade. É preciso ouvir
os cidadãos na primeira pessoa, saber o que têm a dizer. No campo
legislativo, é necessário construir leis que correspondam às verdadeiras
necessidades de cada um. Às pessoas transexuais falta reconhecimento e
respeito. Precisamos de alterar a Lei de identidade de género, de forma a
garantir o direito à autodeterminação, e que o policiamento das
identidades, baseado num diagnóstico de saúde mental, termine.
O meu activismo foi sempre político, não me estou a envolver só agora.
Os direitos das pessoas transexuais são a minha maior preocupação, por
serem os que primeiro me tocaram a pele. A cidadania plena ainda nos é
negada e por isso acredito tanto na importância de estar visível e
disponível para falar com todo o tipo de pessoas. É onde esta
candidatura se insere mas os meus interesses políticos são mais vastos.
Preocupa-me por exemplo, a precariedade que atinge a minha geração. Eu
própria, à semelhança de tantos jovens em Portugal, sou uma pessoa
altamente qualificada, fiz vários cursos, e não consigo encontrar
oportunidades de trabalho na minha área.
* Excertos de interessante entrevista ao "i".
** É nossa intenção, quando editamos pequenos excertos de entrevistas, suscitar a
curiosidade de quem os leu de modo a procurar o site do orgão de
comunicação social, onde poderá ler ou ver a entrevista por inteiro.
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