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11/01/2025
DIOGO TEIXEIRA
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Reis das Obras
O governo do PSD não governa para resolver os problemas dos madeirenses, mas sim para construir obras que garantam a sua exaltação política. Esta forma de governar perpetua-se há décadas.
Quem conhece a política madeirense sabe que, durante décadas, o PSD conquistou maiorias absolutas inquestionáveis, muito graças às obras faraónicas de Alberto João Jardim. Desde a extensão do aeroporto até às vias rápidas e vias expresso, passando também por "mamarrachos" que lesaram as contas da Região em centenas de milhões de euros. Recursos que poderiam ter sido alocados para beneficiar diretamente os madeirenses foram desperdiçados. No entanto, estas obras funcionavam como campanhas eleitorais permanentes durante os mandatos do antigo "líder supremo" do PSD Madeira.
Agora, quem se veste de Pai Natal e quer deixar prendas debaixo do pinheirinho dos madeirenses é Miguel Albuquerque. Temendo a ideia de novas eleições, o Presidente do Governo Regional decidiu continuar a prática de condicionar o pensamento dos madeirenses, uma lição que aprendeu com Jardim. Para garantir a aprovação do Orçamento Regional, Miguel Albuquerque, quase como um "Pai Natal laranja" com um saco de presentes às costas, anunciou aumentos salariais e prometeu benefícios para os madeirenses. Ao mesmo tempo, acusou a oposição de querer trocar as prendas por carvão nas meias das famílias, alegando que votar contra o orçamento causaria a paralisação de obras e impediria os aumentos.
Mas será mesmo assim? O PSD Madeira e o Governo Regional frequentemente distorcem a verdade, utilizando os recursos públicos para fins eleitorais. Prova disso é que, após o chumbo – bem merecido – do orçamento, Miguel Albuquerque intensificou a sua campanha. Em cada visita oficial enquanto Presidente do Governo, reforça a narrativa de que a oposição é maldosa e quer travar o "regime" do PSD. Afirma que sem o orçamento as obras param, o que não é verdade. Quem decide parar as obras é o próprio Miguel Albuquerque, como demonstra o exemplo do centro de saúde do Porto Santo. Apesar de este ser financiado em 85% por fundos da União Europeia, o Presidente decidiu dizer que as obras vão parar por "falta de dinheiro" – uma mentira descarada.
Esta chantagem política estende-se a várias áreas da sociedade madeirense. Desde presidentes de clubes de futebol que se intrometem na vida política, até líderes de associações que mais parecem porta-vozes do PSD, todos contribuem para um clima de pressão sobre os madeirenses.
Miguel Albuquerque prefere a política do medo e da manipulação, usando as instituições públicas para perpetuar o poder do PSD, enquanto ignora as reais necessidades da população. Imaginem que o Presidente do Governo Regional já equaciona a construção de um novo aeroporto na Madeira. Uma obra desnecessária que custaria vários milhões de euros, mas que claramente não é uma prioridade para os madeirenses. Em vez disso, esses milhões poderiam ser investidos na construção de habitação – um dos problemas mais graves enfrentados na Região. Ou poderiam ser usados para melhorar o acesso à saúde, incluindo a saúde mental, ou para combater a pobreza, uma das mais elevadas do país.
O governo do PSD não governa para resolver os problemas dos madeirenses, mas sim para construir obras que garantam a sua exaltação política. Esta forma de governar perpetua-se há décadas e continuará enquanto não houver uma verdadeira alternativa política na Madeira.
Mas a verdade é que essa própria alternativa parece difícil quando o PS, o segundo maior partido da Região, demonstra uma enorme falta de credibilidade e estratégia. A sua tentativa de criar uma coligação foi anunciada em direto nos canais de comunicação, sem que os partidos com quem alegadamente iria dialogar tivessem sido previamente informados. Além disso, estas propostas de coligação são, no mínimo, contraditórias. Como pode o PS tentar unir partidos satélites do PSD, como a Iniciativa Liberal e o PAN, com partidos anticapitalistas completamente opostos à IL, como o Bloco de Esquerda?
Tudo isto demonstra a não só a gigantesca manipulação do PSD-Madeira, mas também a ineficiência e fragilidade do PS enquanto oposição. Assim, o caminho para uma alternativa credível e sólida na Madeira continua repleto de desafios.
Por isso mesmo, parece cada vez mais certo que a única força política credível e com capacidade de mudar a Madeira é o Bloco de Esquerda. Enquanto no PSD temos o "rei das obras que nunca acontecem", e no PS o "rei das obras impossíveis", que tenta juntar partidos completamente contraditórios e sem credibilidade, no Bloco de Esquerda não somos reis de nada, mas temos algo que nos distingue: a determinação de construir uma Madeira melhor e mais justa, para todos os madeirenses e se me perguntarem, eu acho que essa é a melhor obra de todas!
* Licenciado em línguas e relações empresariais. Membro da CNJ, da comissão coordenadora e dos jovens do Bloco Madeira. Atualmente, trabalha como especialista em marketing e publicidade (estagiário). Mestrando em gestão pela Universidade da Madeira
IN "ESQUERDA" -02/01/25.
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