Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
10/11/2018
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IX-A HISTÓRIA
DO SEXO
3- COMO O SEXO
MUDOU O MUNDO
3.2- EXPERIÊNCIAS
* Depois de uma perspectiva histórica e global do sexo, passaremos a editar factos circunscritos a períodos mais datados, civilizações regionais ou locais.
FONTE: Canal Historia
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6-SUAVE É A LÍBIDO
NUDEZ PARCIAL OU INTEGRAL
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5-SUAVE É A LÍBIDO
NUDEZ PARCIAL OU INTEGRAL
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4-SUAVE É A LÍBIDO
NUDEZ PARCIAL OU INTEGRAL
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RAQUEL GODINHO
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* Jornalista
IN "JORNAL DE NEGÓCIOS"
08/11/18
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E se as acções dispararem
até ao final do ano?
Com os mercados accionistas a enfrentarem um período de alguma instabilidade, os analistas têm alternado entre perspectivas mais pessimistas e outras mais optimistas. Há previsões para quase todos os gostos.
Com os mercados accionistas a enfrentarem um período de alguma
instabilidade, os analistas têm alternado entre perspectivas mais
pessimistas e outras mais optimistas. Há previsões para quase todos os
gostos.
O
último banco de investimento a pronunciar-se foi o JPMorgan. E até tem
estimativas muito positivas, já que os seus analistas acreditam numa
escalada das acções até ao final do ano. O estratego Marko Kolanovic
recomenda que, para beneficiarem deste movimento de final de ano, os
investidores devem apostar nas classes de activo tipicamente vistas como
mais arriscadas, como são as acções de empresas de menor capitalização
bolsista.
"Ainda pensamos que o mercado vai subir até ao final do ano e
os investidores podem participar no potencial de subida (exposições
apropriadas podem ser índices como o Russell 2000 e o MSCI para os
mercados emergentes)", frisou Kolanovic numa nota publicada esta
quarta-feira. Agora que os democratas recuperaram o controlo da Câmara
dos Representantes, Trump terá de fazer mais para impulsionar a
economia, podendo mesmo desacelerar na guerra comercial, o que será
positivo para as acções, antecipam estes especialistas.
* Jornalista
IN "JORNAL DE NEGÓCIOS"
08/11/18
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3-SUAVE É A LÍBIDO
NUDEZ PARCIAL OU INTEGRAL
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2-SUAVE É A LÍBIDO
NUDEZ PARCIAL OU INTEGRAL
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1-SUAVE É A LÍBIDO
NUDEZ PARCIAL OU INTEGRAL
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* Obrigado Paulo por esta confusão estonteante
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SUPER MAGIA
* Obrigado Paulo por esta confusão estonteante
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HOJE NO
"RECORD
"RECORD
Surfista 'engolido'
por onda gigante na Nazaré
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A altura do ano é propícia ao aparecimento de grandes vagas na Praia do
Norte, na Nazaré. Na sexta-feira, Russell Bierke, um surfista
australiano de 21 anos, tentou a sua sorte e foi 'engolido' por uma onda
enorme. Escapou sem ferimentos mas terá apanhado um valente susto.
* Quem vai à água molha-se, será coragem ou ousadia, admiramos ambas.
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Mudança a caminho
Um quilo vai deixar de ser um quilo
Esta alteração não afeta a utilização quotidiana da medida, apenas a abordagem científica. Peso desviou-se 50 microgramas do padrão original
O Comité Internacional de Pesos e Medidas vai reunir-se na próxima
semana para repensar a unidade científica quilo. A mudança acontece
depois da medida ter revelado um desvio de 50 microgramas no padrão
estabelecido internacionalmente há 129 anos, segundo o jornal espanhol ABC.
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Ficou
convencionado, no final da Revolução Francesa (século XVIII), que um
quilograma representaria a massa de um decímetro cúbico de água
destilada a 3,98 graus, que é a temperatura em que a água tem maior
densidade numa atmosfera de pressão normal. Em 1875, o significado do
quilograma passou além-fronteiras durante a Convenção do Metro, que
aconteceu em Paris. Ali foi criado o Comité Internacional de Pesos e
Medidas, composto por 18 membros, com o objetivo de garantir a
uniformidade das unidades de medida.
Mais tarde, em 1889, surgiu a
necessidade de concretizar fisicamente esta medida, num formato mais
simples de reproduzir. Foi assim que nasceu o Grande Quilo, um cilindro
com uma altura e um diâmetro de 39 milímetros construído 90% em platina e
10% em irídio, que representava a unidade. Foram ainda feitas 40
réplicas, cujo peso, com a passagem do tempo, se desviou do protótipo
original guardado em Paris, existindo até variações entre as diferentes
réplicas.
Agora, o quilo passará a ser uma medida universal desprovida de uma
unidade física que a defina. O valor continuará a ser o mesmo, mas é
calculado a partir da "constante de Planck", que tem um papel
fundamental na física quântica. Esta mudança, que entrará em vigor a
partir de abril de 2019, não afetará a utilização quotidiana da medida,
apenas a abordagem científica.
"Na realidade não importa quanto
pesa um quilo se todos trabalharmos com a mesma norma. O problema é
existirem pequenas diferenças em todo o mundo. O protótipo internacional
do quilograma e as suas 40 réplicas estão a crescer a um ritmo
diferente, afastando-se do original", explica Peter Cumpson, professor
de Sistemas Microeletromecânicos, citado pelo ABC.
Na reunião do
Comité Internacional de Pesos e Medidas, agendada para a semana, vão
ainda ser revistas por representantes de 57 países outras unidades:o
ampere (medida da corrente elétrica), o kelvin (medida da temperatura) e
o mol (medida da quantidade de substância).
* A ciência move-se na procura da verdade, não é como a religião que propaga como verdades imutáveis as patranhas mais absurdas.
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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Marisa Matias vai ser cabeça de lista
do Bloco de Esquerda às europeias
Partido anuncia recandidatura da eurodeputada durante a XI Convenção Nacional do BE
A coordenadora do BE, Catarina Martins, anunciou este sábado, na XI Convenção Nacional, que vai propor a atual eurodeputada do partido, Marisa Matias, como cabeça de listas às eleições europeias do próximo ano.
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CARTAZ DA CANDIDATURA À PRESIDÊNCIA |
"A proposta que farei à próxima Mesa Nacional, se assim for o sentido da decisão desta Convenção, é esta: que seja a Marisa Matias a nossa primeira voz nas eleições europeias de maio de 2019", anunciou Catarina Martins na sua intervenção na abertura da XI Convenção Nacional do BE, que decorre até domingo em Lisboa, perante uma longa ovação, de pé, dos delegados.
Responder "à altura das responsabilidades que o Bloco tem hoje", na opinião da líder bloquista, "não exige menos" do que "ter a melhor candidata no Parlamento Europeu", sendo Marisa Matias não só "a melhor candidata que o Bloco pode ter, mas a melhor candidata que o país pode ter". As eleições europeias de 2019 estão marcadas, em Portugal, para dia 26 de maio do próximo ano.
* Elementar a recandidatura, no entanto muito gostaríamos de ver Marisa Matias no parlamento português.
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HOJE NO
"O JORNAL ECONÓMICO"
“Guardião do Tejo”
distinguido com
Prémio Nacional do Ambiente
O prémio foi entregue pela Confederação das Associações de defesa do Ambiente.
O ativista, Arlindo Marques, conhecido como o ‘Guardião do Tejo’,
pela defesa que tem tido do rio, foi distinguido pela Confederação das
Associações de defesa do Ambiente, com o Prémio Nacional do Ambiente,
uma distinção que considerou “um reconhecimento” do seu trabalho.
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“Fiquei
muito contente, é o reconhecimento do trabalho que tenho feito nos
últimos três anos” em prol do rio Tejo e que foi “uma luta um bocado
difícil”, disse à agência Lusa Arlindo Consolado Marques, dirigente do
Movimento pelo Tejo.
O
ambientalista contou que “foram três anos a lutar, três anos a ir ao
rio, três anos a ir aos focos de poluição, a mostrar os peixes mortos,
as águas escuras, porque o cheiro não se conseguia mostrar, e a espuma
que parecia a espuma da morte”.
Nesta luta, Arlindo Marques não
esteve sozinho, contou com o apoio de pescadores, moradores,
trabalhadores das barragens, profissionais das empresas que o alertavam
para situações de poluição que estavam a acontecer, e com quem pretende
repartir o prémio.
“Foi um trabalho conjunto de várias pessoas, eu
fui a máquina do comboio”, disse, contando que mal era informado de
algo que estava a acontecer no rio se deslocava ao local, fotografava,
filmava e partilhava as imagens nas redes sociais, que ajudara a alertar
as autoridades para as descargas poluidoras que cobriram as águas do
Tejo com espuma tóxica.
Apesar de “alguns dissabores”, como um
processo que lhe foi instaurado pela empresa de celulose Celtejo,
instalada em Vila Velha de Rodão, Arlindo Marques disse que a luta valeu
a pena.
“Nada disso me cala, nem me faz voltar para trás e o que
me alegra mais, além do prémio, é ver que afinal ao fim deste tempo todo
o rio melhorou mais de 85%. Ficou com umas mazelas, com umas nódoas
negras, como costumo dizer, mas está muito melhor”, salientou.
Apesar
de o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, ter anunciado a colocação
de guarda-rios no Tejo, Arlindo Marques disse que vai continuar a lutar
pela defesa do rio, que considera o seu mundo, o sítio onde se sente
bem.
“Ao fim de três anos conseguimos que o Governo tomasse
medidas e a situação está muito melhor. Agora precisamos de cerca de uma
década para voltar ao mesmo. Já vai havendo algum peixe, mas muitos
desapareceram, mas a natureza vai voltar ao normal se não a voltarem a
poluir”, disse o ambientalista.
“O prémio [que vai ser atribuído
em Lisboa no próximo dia 22] veio dar-me força para continuar, até
poder, sempre atento”, disse Arlindo Marques, que é guarda-prisional e
vive desde sempre numa freguesia à beira Tejo.
* Obrigado Arlindo Marques por saber defender o Tejo melhor que ninguém, o sr. ministro do Ambiente que siga o seu exemplo em vez de se armar em sabichão.
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NA COZINHA/26
DIETA DOS PONTOS
Criada pelo Dr. Alfredo Halpern, a dieta dos pontos é muito fácil de se
compreender. Após vários exames individuais, o médico lhe fornece uma
tabela com os valores em pontos de cada alimento que se pode consumir.
Em cada refeição você tem um limite de pontos que pode consumir, de
acordo com uma tabela. O cálculo de calorias que podem ser consumidas é
feito por meio do peso, altura, sexo, idade e o nível de exercícios
físicos que a pessoa pratica. Ou seja, cada um deve consumir um número
distinto de pontos por dia.
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ESTA SEMANA NA
"VISÃO
Festival de Filosofia de Abrantes:
Entre o humano, o natural e o artificial
Vivemos “à beira de um ataque cardíaco (a guerra nuclear), uma esclerose múltipla (a crise global do ambiente) e a morte do humano (a inteligência artificial)”. Em Abrantes, os desafios do futuro são respondidos pelo pensamento. Na conferência de abertura do Festival de Filosofia organizado pela Câmara Municipal, Viriato Soromenho-Marques propôs uma solidariedade operativa e global. E Xavier Silva, de 10 anos, uma ilha “diversa”, baseada na harmonia entre o humano, o natural e o artificial
“O que pode acontecer se nem tudo correr
como planeado?”. É natural que num Festival de Filosofia, como o que a
Câmara Municipal de Abrantes promove até ao próximo dia 18, surjam
muitas perguntas. Esta é de palmo e meio. Com 10 anos, Xavier Silva
interessa-se pela Inteligência Artificial, tema desta segunda edição do
festival, e sabe que é coisa do futuro. Também já percebeu que neste
campo de grandes avanços tecnológicos são tantas as possibilidades,
quantos os perigos. É por isso que, a convite da sua professora Lurdes
Martins, da Escola do Ócio da Associação da Palha, que organiza
atividades de complemento curricular, e acompanhado por uma dezena de
colegas, foi à conferência de abertura do Festival de Filosofia, este
ano a cargo de Viriato Soromenho-Marques.
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A conferência não podia ter vindo em melhor altura. Com o entusiasmo e o olhar de um curioso, Xavier Silva explica. A partir do tema do fantástico, que permite convocar vários ramos do saber, da geografia à História e à Filosofia, Lurdes Martins desafiou os alunos a criar uma ilha imaginária (mas com uma âncora na realidade).
A do pequeníssimo filósofo será “muito diversificada” e “com bastante inteligência artificial”, garante entre sorrisos. Qual jangada de pedra saramaguiana, a ilha de Xavier Silva situar-se-á a meio do Atlântico, com características, na fauna e na flora, de três continentes: Europa, África e América. “Com exercícios como este, entre o estudo e o lúdico, o importante é levar os alunos a fazer perguntas e a desenvolver o pensamento crítico”, explica Lurdes Martins.
Perguntas e pensamentos críticos (e ousados) não faltaram na intervenção de Viriato Soromenho-Marques. Numa desafiante conferência de uma hora, o professor universitário e ensaísta, colunista do JL, cartografou os desafios e dilemas da Inteligência Artificial. Apresentando a filosofia precisamente como a arte de fazer perguntas e da navegação do nosso tempo, começou por recordar a decisão anacrónica dos samurais japoneses. No século XVII, já com acesso às armas que os portugueses lhes apresentaram (e venderam), os soldados imperiais decidiram combater apenas com a espada e o arco.
À luz do progresso, sobretudo do mais mortífero, foi certamente um retrocesso. Hoje, pelo contrário, quando talvez seja necessário abrandar alguns avanços, não seremos capazes de tomar uma decisão desse género, sugere Viriato Soromenho-Marques. O que nos leva a uma pergunta: “Por que razão a sociedade atual se assemelha tanto a um comboio sem travão?”.
Seriam necessárias muitas edições do Festival de Filosofia de Abrantes, que também conta com a participação das autarquias de Mação e do Sarboal, para encontrar as respostas que a pergunta reclama. Nessa impossibilidade, o ensaísta avançou para um voo panorâmico à Inteligência Artificial e à sua articulação com a Ecologia, uma importante área da sua intervenção intelectual e cívica. “A Inteligência Artificial, na sua versão mais leve, já esta no nosso dia a dia. Nos telemóveis, em algumas áreas de trabalho, na saúde, na defesa e até na justiça”, defendeu. “É obviamente um instrumento ao nosso serviço. Mas de outra ordem. Não tem nada a ver com as ferramentas tradicionais, como uma enxada ou um aqueduto. Por isso, lança-nos novos problemas”.
A principal ameaça é a que George Orwell descreveu no seu famoso romance 1984: a criação de um Big Brother. “A questão que se coloca hoje é perdermos o controlo das nossas vidas”, adianta Soromenho-Marques. E exemplifica: recentemente, a China criou um “social credit system”, que poderá vir a qualificar cidadãos, abrindo ou fechando portas consoante o respectivos “desempenhos”.
“A Humanidade já viveu melhores dias”, lembrou o conferencista. O pessimismo, que na sua opinião por vezes é outra forma de arrogância, pode levar-nos a considerar o momento histórico em que nos encontramos como um período ultrapassado, apenas um meio para um fim ainda desconhecido. “Somos hoje criadores de natureza”, lembrou, citando Hannah Arendt. “Com a fusão nuclear, deixámos de ser predadores para nos transformarmos em produtores de novas e inesperadas combinações físicas”.
Com a automatização do trabalho, não são só os muitos milhões de postos de trabalho que estão em causa. Os sistemas políticos também. Não é um problema que decorre da Inteligência Artificial, mas que se confunde com ela. Financiamento ilegais de campanhas, falta de autonomia dos Estados na definição dos seus orçamentos, bolhas digitais que impõem novos olimpos politeístas. Tudo isto exige um enorme esforço de “decisão e de regulação”. Até porque este não é um problema exclusivamente social. “A Gaia, a mãe terra para a mitologia grega, está a contra-atacar", alerta Viriato Soromenho-Marques. “Estamos a lutar contra moinhos de vento, mas continuamos a viver na terra. E as alterações climáticas agravam-se. Como a Inteligência Artificial, também já fazem parte da nossa vida. Se não agirmos agora estaremos condenados a uma terra quente e sem vida.”
O que fazer, então, nesta época de tanta mudança? O que dizer a um jovem como o Xavier Silva? Viriato Soromenho-Marques responde na conclusão da conferência. “É verdade que estamos entre um ataque cardíaco (a guerra nuclear), uma esclerose múltipla (a crise global do ambiente) e a morte do humano (a inteligência artificial)”, afirma. “Mas estamos aqui, na luta, a História ainda não terminou. Temos muitas adversidades, mas muitos meios à nossa disposição”.
Na sua opinião, a solução para alguns dos problemas atuais pode passar por uma partilha federal de soberania, uma “governança global”, com leis vinculativas para todos os estados. “Temos de encontrar uma solidariedade operativa para a casa comum da Humanidade”, defende, recordando o projecto que tem vindo a desenvolver com outros intelectuais europeus, o SOS Treaty. “É uma cooperação compulsória, obrigatória, premente, porque o que cada Estado consegue fazer sozinho está à vista. É muito limitado”.
Neste contexto, a tecnologia não pode, como no passado, tentar substituir ou aumentar a nossa força. Pelo contrário, tem de ter “consciência da nossa fragilidade”. A mensagem final é forçosamente positiva: “Com o apoio da Inteligência Artificial, podemos dedicarmo-nos não só ao que conhecemos, mas sobretudo ao que sabemos que desconhecemos, o que é sempre uma fonte de esperança, e o que podemos (e devemos) fazer. Só assim conseguiremos afirmar, no futuro, que estes tempos de mudança foram os melhores de toda a História da Humanidade, aqueles em que conseguimos vencer os nossos piores fantasmas”.
Para Xavier Silva, o otimismo também é o caminho, mas as suas reservas, tão parecidas com as de Viriato Soromenho-Marques, mantêm-se. Preocupa-o a imagem de uma terra aquecida, descontrolada. “Se não fizermos nada e as alterações climáticas continuarem, podemos ficar todos debaixo de água, o que não é nada bom”. Talvez na sua ilha, que aos poucos começa a definir com a ajuda da professora Lurdes Martins e dos seus colegas, encontre, como deseja, o equilíbrio entre o humano, o natural e o artificial. Essa é, ao fim e ao cabo, a principal resposta que a Filosofia equaciona. E o futuro exige.
* Fantástico um Festival da Filosofia em Abrantes, Portugal está vivo.
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A conferência não podia ter vindo em melhor altura. Com o entusiasmo e o olhar de um curioso, Xavier Silva explica. A partir do tema do fantástico, que permite convocar vários ramos do saber, da geografia à História e à Filosofia, Lurdes Martins desafiou os alunos a criar uma ilha imaginária (mas com uma âncora na realidade).
A do pequeníssimo filósofo será “muito diversificada” e “com bastante inteligência artificial”, garante entre sorrisos. Qual jangada de pedra saramaguiana, a ilha de Xavier Silva situar-se-á a meio do Atlântico, com características, na fauna e na flora, de três continentes: Europa, África e América. “Com exercícios como este, entre o estudo e o lúdico, o importante é levar os alunos a fazer perguntas e a desenvolver o pensamento crítico”, explica Lurdes Martins.
Perguntas e pensamentos críticos (e ousados) não faltaram na intervenção de Viriato Soromenho-Marques. Numa desafiante conferência de uma hora, o professor universitário e ensaísta, colunista do JL, cartografou os desafios e dilemas da Inteligência Artificial. Apresentando a filosofia precisamente como a arte de fazer perguntas e da navegação do nosso tempo, começou por recordar a decisão anacrónica dos samurais japoneses. No século XVII, já com acesso às armas que os portugueses lhes apresentaram (e venderam), os soldados imperiais decidiram combater apenas com a espada e o arco.
À luz do progresso, sobretudo do mais mortífero, foi certamente um retrocesso. Hoje, pelo contrário, quando talvez seja necessário abrandar alguns avanços, não seremos capazes de tomar uma decisão desse género, sugere Viriato Soromenho-Marques. O que nos leva a uma pergunta: “Por que razão a sociedade atual se assemelha tanto a um comboio sem travão?”.
Seriam necessárias muitas edições do Festival de Filosofia de Abrantes, que também conta com a participação das autarquias de Mação e do Sarboal, para encontrar as respostas que a pergunta reclama. Nessa impossibilidade, o ensaísta avançou para um voo panorâmico à Inteligência Artificial e à sua articulação com a Ecologia, uma importante área da sua intervenção intelectual e cívica. “A Inteligência Artificial, na sua versão mais leve, já esta no nosso dia a dia. Nos telemóveis, em algumas áreas de trabalho, na saúde, na defesa e até na justiça”, defendeu. “É obviamente um instrumento ao nosso serviço. Mas de outra ordem. Não tem nada a ver com as ferramentas tradicionais, como uma enxada ou um aqueduto. Por isso, lança-nos novos problemas”.
A principal ameaça é a que George Orwell descreveu no seu famoso romance 1984: a criação de um Big Brother. “A questão que se coloca hoje é perdermos o controlo das nossas vidas”, adianta Soromenho-Marques. E exemplifica: recentemente, a China criou um “social credit system”, que poderá vir a qualificar cidadãos, abrindo ou fechando portas consoante o respectivos “desempenhos”.
“A Humanidade já viveu melhores dias”, lembrou o conferencista. O pessimismo, que na sua opinião por vezes é outra forma de arrogância, pode levar-nos a considerar o momento histórico em que nos encontramos como um período ultrapassado, apenas um meio para um fim ainda desconhecido. “Somos hoje criadores de natureza”, lembrou, citando Hannah Arendt. “Com a fusão nuclear, deixámos de ser predadores para nos transformarmos em produtores de novas e inesperadas combinações físicas”.
Com a automatização do trabalho, não são só os muitos milhões de postos de trabalho que estão em causa. Os sistemas políticos também. Não é um problema que decorre da Inteligência Artificial, mas que se confunde com ela. Financiamento ilegais de campanhas, falta de autonomia dos Estados na definição dos seus orçamentos, bolhas digitais que impõem novos olimpos politeístas. Tudo isto exige um enorme esforço de “decisão e de regulação”. Até porque este não é um problema exclusivamente social. “A Gaia, a mãe terra para a mitologia grega, está a contra-atacar", alerta Viriato Soromenho-Marques. “Estamos a lutar contra moinhos de vento, mas continuamos a viver na terra. E as alterações climáticas agravam-se. Como a Inteligência Artificial, também já fazem parte da nossa vida. Se não agirmos agora estaremos condenados a uma terra quente e sem vida.”
O que fazer, então, nesta época de tanta mudança? O que dizer a um jovem como o Xavier Silva? Viriato Soromenho-Marques responde na conclusão da conferência. “É verdade que estamos entre um ataque cardíaco (a guerra nuclear), uma esclerose múltipla (a crise global do ambiente) e a morte do humano (a inteligência artificial)”, afirma. “Mas estamos aqui, na luta, a História ainda não terminou. Temos muitas adversidades, mas muitos meios à nossa disposição”.
Na sua opinião, a solução para alguns dos problemas atuais pode passar por uma partilha federal de soberania, uma “governança global”, com leis vinculativas para todos os estados. “Temos de encontrar uma solidariedade operativa para a casa comum da Humanidade”, defende, recordando o projecto que tem vindo a desenvolver com outros intelectuais europeus, o SOS Treaty. “É uma cooperação compulsória, obrigatória, premente, porque o que cada Estado consegue fazer sozinho está à vista. É muito limitado”.
Neste contexto, a tecnologia não pode, como no passado, tentar substituir ou aumentar a nossa força. Pelo contrário, tem de ter “consciência da nossa fragilidade”. A mensagem final é forçosamente positiva: “Com o apoio da Inteligência Artificial, podemos dedicarmo-nos não só ao que conhecemos, mas sobretudo ao que sabemos que desconhecemos, o que é sempre uma fonte de esperança, e o que podemos (e devemos) fazer. Só assim conseguiremos afirmar, no futuro, que estes tempos de mudança foram os melhores de toda a História da Humanidade, aqueles em que conseguimos vencer os nossos piores fantasmas”.
Para Xavier Silva, o otimismo também é o caminho, mas as suas reservas, tão parecidas com as de Viriato Soromenho-Marques, mantêm-se. Preocupa-o a imagem de uma terra aquecida, descontrolada. “Se não fizermos nada e as alterações climáticas continuarem, podemos ficar todos debaixo de água, o que não é nada bom”. Talvez na sua ilha, que aos poucos começa a definir com a ajuda da professora Lurdes Martins e dos seus colegas, encontre, como deseja, o equilíbrio entre o humano, o natural e o artificial. Essa é, ao fim e ao cabo, a principal resposta que a Filosofia equaciona. E o futuro exige.
* Fantástico um Festival da Filosofia em Abrantes, Portugal está vivo.
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72-CINEMA
ELENCO
Cecilia Roth .... Manuela
Direção Pedro Almodóvar
Produção executiva Agustín Almodóvar
Roteiro Pedro Almodóvar
Género Drama
Música Alberto Iglesias
Direção de arte Antxón Gómez
Direção de fotografia Affonso Beato
Figurino Bina Daigeler e José María De Cossío
Edição José Salcedo
72-CINEMA
FORA "D'ORAS"
I-TUDO SOBRE
A MINHA MÃE
SINOPSE
Uma mãe solteira em Madrid, Manuela, vê seu único filho morrer no seu 17º aniversário quando corre para pegar um autógrafo de uma atriz. Ela vai a Barcelona à procura do pai de seu filho, uma travesti chamada Lola, que não sabe que tem um filho. Primeiro ela encontra sua amiga, Agrado, também travesti; através dela ela conhece Rosa, uma jovem freira que está de partida para El Salvador. Quase que por acaso, torna-se assistente de Huma Rojo, a atriz que seu filho admirava.
ELENCO
Cecilia Roth .... Manuela
Marisa Paredes .... Huma Rojo
Candela Peña .... Nina
Antonia San Juan .... Agrado
Penélope Cruz .... irmã María Rosa Sanz
Rosa Maria Sardà .... mãe de Rosa
Fernando Fernán Gómez .... pai de Rosa
Toni Cantó .... Lola
Eloy Azorín .... Esteban
Carlos Lozano .... Mario
Direção Pedro Almodóvar
Produção executiva Agustín Almodóvar
Roteiro Pedro Almodóvar
Género Drama
Música Alberto Iglesias
Direção de arte Antxón Gómez
Direção de fotografia Affonso Beato
Figurino Bina Daigeler e José María De Cossío
Edição José Salcedo
FONTE: Sanket Mistry
NR: Para nós Pedro Almodóvar é um dos grandes realizadores da segunda metade do século XX. Este é o primeiro filme de sua autoria que temos oportunidade de editar. Se os nossos visitadores tiverem nos seus arquivos filmes de bom nível agradecemos que nos enviem para: "apxxdxdocorreio@gmail.com", ficaremos mais que gratos.
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NR: Para nós Pedro Almodóvar é um dos grandes realizadores da segunda metade do século XX. Este é o primeiro filme de sua autoria que temos oportunidade de editar. Se os nossos visitadores tiverem nos seus arquivos filmes de bom nível agradecemos que nos enviem para: "apxxdxdocorreio@gmail.com", ficaremos mais que gratos.
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