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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
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𝟮𝟱 𝗻𝗼𝘃𝗲𝗺𝗯𝗿𝗼
𝗗𝗶𝗮 𝗶𝗻𝘁𝗲𝗿𝗻𝗮𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗹 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗮 𝗲𝗹𝗶𝗺𝗶𝗻𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼
𝗱𝗮 𝘃𝗶𝗼𝗹𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮 𝗰𝗼𝗻𝘁𝗿𝗮 𝗮𝘀 𝗺𝘂𝗹𝗵𝗲𝗿𝗲𝘀
2-A MONTANHA
* Cinco curtas que contam cinco aspetos de violência sobre mulheres ao longo do tempo, ao mesmo tempo que se relacionam com as cinco etapas inerentes à violência doméstica: sedução, isolamento, ameaça, agressão, homicídio. Por isso, se por um lado há uma progressão cronológica, de criança para adolescente, para mulher adulta, há também uma progressão na relação com a violência. A primeira história é sobre a infância, do ponto de vista de uma criança que ainda não consegue entender o que lhe está a acontecer, que não pode saber que aquilo que lhe estão a fazer não está certo, que não é aceitável e que começa a lidar com esta problemática. Cinco histórias sobre mulheres que lidam com a violência que existe na sua vida e que tentam, com o passar do tempo, ultrapassar essa barreira que as sufoca.
Câmara Municipal de Cascais | Novembro de 2020
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a moda das task forces
Este é o governo das task forces. Nunca se ouviu tanto falar deste conceito importado. São como os beijinhos da canção do Herman: "ora da cá um, a seguir dá outro, depois dá mais um, que só dois é pouco". Mas onde reside, afinal, o sucesso destas unidades especiais? Será por ser um estrangeirismo que evoca as séries norte-americanas em que os mais competentes combatem o crime? Uma apologia a um coletivo de heróis?
Este é o governo das task forces. Nunca se ouviu tanto falar deste conceito importado. São como os beijinhos da canção do Herman: "ora da cá um, a seguir dá outro, depois dá mais um, que só dois é pouco".
Mas onde reside, afinal, o sucesso destas unidades especiais? Será por ser um estrangeirismo que evoca as séries norte-americanas em que os só os mais competentes são bem-sucedidos no combate ao crime? Uma apologia deífica a um coletivo de heróis?
A verdade é que as há para todos os gostos e, no que depender de Costa, não vamos sentir falta destes agregados de talento, organizados e alegadamente ultra habilitados. Fazem parte da lista de promessas para uma próxima legislatura.
E agora que o executivo chegou ao fim, parece ser a hora certa para salvar mais um setor. Pena que durante seis anos não tenha sido alvo de atenção. Mas é a vez da Educação. Outro pilar da Democracia que, como a Saúde, já teve melhores dias.
Façamos um retrato do cenário.
Continuamos a ver manchetes sobre anos letivos a iniciar sem todo o corpo docente necessário. Este ano, fizemos mesmo o pleno, com alunos sem aulas em todos os distritos do país. À quarta semana, ainda faltavam quase 700 professores para preencher os horários dos alunos. Não chegámos ao final do primeiro período, mas estou capaz de apostar um rim em como vão permanecer falhas crónicas, em disciplinas capilares.
Mas – calma! – que o ministro Brandão Rodrigues parece ter descoberto a razão de todos os problemas e tem a fórmula mágica: é preciso contratar 34,5 mil professores até 2030.
Primeira pergunta: como são feitas essas contas?
Num quadro de envelhecimento demográfico, temos assistido, na última década, a uma redução expressiva do número de estudantes. Em todos os graus de ensino, em 2020, registaram-se menos 17% de alunos do que em 2010. Entretanto, o número de professores colocados continua a crescer em 2019, 2020 e 2021. Mas perspetiva-se que venha a ser insuficiente para preencher os atuais compromissos programáticos. Porquê? Porque mais de 50% dos professores têm mais de 50 anos, 20% têm mais de 60 e apenas cerca de 1% tem menos de 35 anos. Ou seja, estima-se que, durante esta década, 52 mil docentes irão para a reforma.
Segunda pergunta: se há dez anos se falava em excedente de professores, e os alunos têm vindo a diminuir, como podemos ter agora falta? O que mudou?
Duas coisas. Primeiro, o abandono da profissão. Na última década, aproximadamente 15 mil pessoas terão deixado a profissão.
Segundo, a redução expressiva do número de novos licenciados. Atualmente, assiste-se ao encerramento de cursos superiores por falta de jovens que queiram vir a ser professores. O número de vagas que existem nas escolas de formação inicial é baixo e, mesmo assim, sobram lugares vazios. Os mestrados em ensino, que preparam para lecionar o 3º Ciclo e Ensino Secundário, têm cada vez menos candidatos. Regista-se, no geral, um desinteresse crónico pela profissão.
As consequências não são idênticas para todas as áreas. Há grupos de docência mais carentes do que outros, como o de Português, de Matemática ou de Educação Tecnológica. Ainda bem que temos a Transição Digital como prioridade para a década!
Dependendo das regiões do país e das áreas de recrutamento, encontramos situações de falta e, simultaneamente, de excedente de professores. Porque o que se verifica é uma distribuição desigual entre as disciplinas e as áreas geográficas, que resulta num desencontro entre a oferta e a procura.
Terceira pergunta: este problema é de agora?
Não. Há vários anos que o setor tem vindo a avisar que a balança está desequilibrada e que há um enorme risco de rutura. Todos os problemas que agora o ministro da Educação parece ter finalmente vislumbrado são estruturais, bem enraizados e crónicos. Em seis anos, Brandão Rodrigues escolheu não os ver para agora vir anunciar que descobriu a pólvora.
Que soluções sacou o ministro da cartola?
Não fossem as graves consequências para o desenvolvimento do país que um setor da Educação manco e impreparado pode trazer, e poderíamos respirar de alívio rematando com um “mais vale tarde do que nunca”. Mas será que agora, reconhecidos os problemas, há mesmo soluções à vista? Há uma estratégia para tornar a profissão de professor mais atrativa para os jovens? Há garantia de uma qualificação de excelência para os novos docentes, que são a base estrutural do sistema educativo? Há um plano para reter eficientemente os profissionais no Ensino? Há intenção de reestruturar os cursos superiores de forma a adequar a oferta às reais necessidades, perspetivando uma mais eficiente e lógica utilização de recursos?
Não. A solução do governo é criar mais uma task force. E permitir que licenciados de outros cursos possam vir a ser professores. Uma novidade que inquietou muita gente, mas é só má vontade. Afinal, o que é que interessa essa coisa de componente pedagógica?
Para que serve, então, a task force maravilha? Segundo o anúncio da secretária de estado da Educação, esta equipa foi criada pelo governo para ajudar as escolas a resolver as situações de falta de professores. E quem a integra? Membros da Direção-Geral de Estabelecimentos de Ensino e da Direção-Geral da Administração Escolar. Duas entidades que já existiam e que já tinham, entre as suas incumbências, resolver estes problemas. Mas nunca resolveram. Será que agora, porque têm o cartão de membro da task force, vão conseguir ser mais eficazes? Vão importar professores?
O custo por aluno aumentou exponencialmente – facto que fez as delícias de Brandão Rodrigues, que não conteve o sorriso rasgado na hora do grande anúncio. Mas o dinheiro foi para quê? Não se sabe.
Na comparação internacional, enquanto a maioria dos países da OCDE aumentou os salários dos professores, em Portugal, os docentes ganham menos 6% em 2020 do que ganhavam antes da crise financeira de 2008. Parece fácil deduzir que mais professores e menor orçamento global não é o princípio básico para tornar esta profissão mais bem remunerada, mais bem reputada e - em bom português - mais sexy.
A Educação era uma das prioridades do programa de Governo de António Costa, em 2015. E em 2019. E o que fez o governo? Promessas avulso, que se espera que a rotina ajude a olvidar. Falha-se recorrentemente. E sem dar justificação. A propósito, onde estão os 350 mil computadores que estavam “em processo de compra” em março de 2021, seis meses depois de já deverem ter sido distribuídos nas escolas portuguesas?
Se a palavra dada fosse palavra honrada...
Diz o governo que “a Educação é não apenas o meio privilegiado para o desenvolvimento dos indivíduos, mas também o determinante necessário para alcançar uma sociedade justa e esclarecida.” Estou totalmente de acordo. Mas em que é que isto se relaciona com a atuação (ou falta dela) do governo durante estes seis anos de governação?
Venha de lá a Task Force. E que seja o Santo Graal da tutela.
* Assessora de Comunicação Política, desde 2011, na Assembleia da República
IN "SOL" - 24/11/21
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Empresários com contratos com as Forças Armadas em caçadas com altas patentes militares nos terrenos do campo de Tiro de Alcochete
A justiça tem em mãos um novo escândalo nas Forças Armadas. Segundo informações apuradas pela CNN Portugal junto de fontes próximas do processo, em causa estão suspeitas de corrupção, além de outros crimes, investigados a partir de uma pista relacionada com eventos de caça, semiclandestinos, realizados em plena reserva militar do Campo de Tiro de Alcochete, sob a tutela do Estado Maior da Força Aérea.
A investigação partiu de denúncias internas e corre termos no Ministério Público em articulação com a PJ Militar – e aponta para favorecimento, ao mais alto nível, a empresários que são convidados para caçadas, acompanhados de altas patentes militares, nomeadamente generais.
Além dos indícios de que aquela atividade ali ocorre à revelia do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas – que tem por missão autorizar a caça e fazer o controlo cinegético nos terrenos do campo de tiro -, há suspeitas de contrapartidas financeiras para os responsáveis militares, uma vez que os convidados em causa gerem empresas que têm contratos públicos celebrados com as Forças Armadas.
Há largos meses, uma denúncia colocou a PJ Militar no rasto de um esquema antigo, e recorrente, no seio da Força Aérea, que tutela os oito mil hectares do campo de tiro de Alcochete. O caso já deu inclusive origem a buscas judiciais no Estado Maior da Força Aérea.
As caçadas com alto patrocínio militar ocorrem geralmente aos fins de semana, numa zona junto às reservas naturais dos estuários do Tejo e do Sado. A denúncia inicial apontava para a organização, validada pelos sucessivos coronéis que dirigem aquela unidade militar, de eventos de caça semiclandestinos junto a duas reservas naturais: os caçadores de fim de semana são empresários, acompanhados por generais e outras altas patentes das Forças Armadas, num espaço que já ganhou por exemplo o prémio de defesa nacional e ambiente.
Os eventos, conforme denunciado, incluem almoços de caça – repastos que juntam à mesa decisores das Forças Armadas e empresários que terão negócios com o Estado.
Há alegadamente um conhecimento alargado destas caçadas no universo militar, sendo distribuídas peças de caça por diferentes unidades da Força Aérea, como gesto de simpatia e de manutenção de bom ambiente, conforme foi denunciado.
Os pormenores foram considerados credíveis pela investigação do Ministério Público, a cargo do DIAP de Lisboa, que reúne indícios por crimes como corrupção ou favorecimento pessoal.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou na tarde desta quinta-feira, 25 de novembro, a existência de um inquérito em curso sobre este caso. Em resposta escrita enviada à agência Lusa, a PGR adiantou apenas que o inquérito está a ser conduzido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e que a investigação se encontra “sujeita a segredo de justiça”, sem revelar por agora mais informações sobre a notícia hoje avançada pela CNN Portugal.
Também a Polícia Judiciária Militar (PJM), através do porta-voz Marco Ermidas, indicou à Lusa que os suspeitos envolvidos são “militares e não militares”. Esta investigação já decorre “há mais de seis meses”, acrescentou, sem adiantar mais pormenores, alegando que “o processo se encontra em segredo de Justiça”.
NR: Se alguém pensa que o sr. Vice-almirante Gouveia e Melo é exemplo comum de seriedade dos elementos das Forças Armadas desengane-se.
Nós por aqui estamos contentes porque todos os militares nossos conhecidos e ainda elementos da PSP e GNR são gente honesta, olha a nossa sorte!
Ao contrário do que diz o sr Presidente da República consideramos que nas FA existem e muitos mais vão ser conhecidos, indivíduos corruptos, criminosos que mancham a reputação e consideração por parte da sociedade civil por quem veste a farda militar. Todos os ministros da Defesa, todos os chefes de governo não podem alegar desconhecimento do conluio existente entre oficiais superiores e empresários corruptos nos três ramos militares.
Ressalve-se que João Gomes Cravinho demitiu compulsivamente o director da PJM a que o título alude.
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