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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
23/10/2016
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FONTE: NOEL SF
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I-PEDRAS QUE FALAM
4-TERRAS COM NOME
A
RTP Madeira produziu um excelente documentário, numa série de 12 programas, sobra
a temática dos recursos naturais com incidência nos recursos
geológicos, a que denominou "Pedras que falam", de autoria do Engº
Geólogo João Baptista Pereira Silva.
FONTE: NOEL SF
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FILIPE LUÍS
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IN "VISÃO"
20/10/16
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Uma equipa de futebol cara
Afinal, o País vai poupar um dinheirão nos salários da nova administração da Caixa Geral de Depósitos. Descubra como...
As
notícias para o contribuinte português raramente têm sido boas. É por
isso que hoje todos os cidadãos deviam abrir uma garrafa de champanhe -
pelo menos os ricos da classe média: o País vai poupar um dinheirão nos
salários da nova administração da Caixa Geral de Depósitos!
Não,
caro leitor, não bebi o champanhe antes de tempo e não estou com o
juízo, digamos assim, "toldado". Se bem se lembra, o Governo tentou
nomear, em finais de agosto passado, não meia dúzia, não uma dúzia, não
dúzia e meia, mas, nada mais, nada menos, do que 19 - dezanove - 19
administradores para o banco público nacional! A maior parte dos balcões
da Caixa não tem tanta gente! Ora, acontece que Bruxelas reprovou esta
forma pitoresca de "combate ao desemprego". E, em vez disso, depois de
oito chumbos, o Executivo só conseguiu lá pôr onze nomes. Não deixa de
ser uma equipa de futebol. Mas, conhecidos os "modestos" estipêndios
mensais que se soube esta semana que a Caixa vai pagar a este plantel de
luxo, já viu a massa que se poupa? Olhem se fossem 19! Como diria um
patusco ex-primeiro-ministro: "Safa!"
Estas "boas
notícias" bem podiam ser acompanhadas por outras. Pelo menos, foi com
isso que sonhei esta noite, por entre pesadelos em que me afogava nas
moedas da caixa forte do Tio Patinhas. Sim, não querendo estabelecer
comparações com Martin Luther King, I have (neste caso, had..) a dream:
os ordenados de todos os gestores bancários, no público ou no privado,
serão indexados ao custo que a respetiva gestão tem para os
contribuintes. Independentemente de terem sido eles, ou outros, os
responsáveis, o que conta é, não as pessoas, mas o banco.
Assim, os
administradores portugueses do Santander (que comprou o Banif ou, mais
propriamente, a quem o Governo quase pagou para que ficasse com
aquilo...), os do ex-BPN, os do Novo Banco e todos os outros que foram
intervencionados, receberão apenas parte do salário, o suficiente para
viverem desafogadamente. Digamos, 5 mil euros líquidos mensais, e já
estamos aqui a incluir a dignidade inerente ao posto, sem contar com o
carro de função e outras alcavalas.
O remanescente do salário entra
em... - ah, e o Governo gosta tanto disto, que talvez pegue! - ...em
"cativação". Que é como quem diz, fica cativo. Ou, se quiserem, em
cativeiro. Depois, mediante os resultados alcançados e a devolução do
dinheiro adiantado pelo contribuinte, receberão os retroativos dos
ordenados "cativados". E com todos os juros, pode ser! E ainda um prémio
a combinar!
Esta legislação, que me foi anunciada em sonhos,
vale para todos os bancos intervencionados ou a intervencionar. Além de
colocar "justiça no marcador", como se diz no futebol
(banqueiros-contribuinte 1-1), será um incentivo espetacular para a boa
gestão dos ativos. Um desafio estimulante. Um sistema de prémios mais do
que lógico. Isto será aplicado, imediatamente, em projeto piloto, à
Caixa Geral de Depósitos. Para servir de exemplo e prevenir a eventual
corrida ao banco de depositantes descontentes com a prática salarial
anunciada... Se o Estado não der o exemplo, quem o dará?
Depois
acordei do sonho, estremunhado e com papéis de música na boca, mesmo não
tendo tocado em... champanhe.
O que há para dizer? Isto:
O
escândalo dos ordenados milionários não pode ser deixado passar em claro
por ninguém. Pagar principescamente a gestores de uma empresa que, se
não fosse financeira, já podia ter fechado as portas, é um contrassenso à
própria lógica do mercado, o mesmo que, noutras matérias, esta gente
costuma defender. Impossível de explicar ao cidadão comum, mesmo que o
argumento seja o de equiparar os salários ao que é praticado
correntemente na banca portuguesa.
Lá está: se é praticado, não devia
ser - e devia haver leis a impedi-lo, nos casos em que fossem os
portugueses a sustentar a sobreviência das instituições. E mesmo sendo
praticado, ainda assim, a CGD devia ser diferente, pelas suas especiais
responsabilidades. Dirão que, se não pagarem estes salários, as pessoas
não aceitarão os cargos. Desculpem?! Será que a banca portuguesa está
assim tanto a fervilhar de ofertas para pagar principescamente a
gestores com currículos cinzentos, de tal forma que podem escolher à
vontade e, se não forem para a CGD, vão imediatamente para a
concorrência? Mas para onde?...
Estes temas são muito dados à
demagogia. Eu próprio tenho defendido que políticos e gestores dos
dinheiros públicos deviam ser os melhores e os mais bem pagos. E que
querer reduzir salários nestas áreas é abrir caminho à incompetência e à
corrupção. Mas este é um caso especial. O Governo não pode, repito, NÃO
PODE exigir aos contribuintes uns milhares de milhões de euros e
utilizar parte desse dinheiro a pagar salários milionários a uma
inflacionada turba de administradores que parecem atropelar-se uns aos
outros. Já é suficientemente inquietante pensar que os milhões gastos
nisto serão uma gota no oceano da mais que provável intervenção. Não
interessa: é uma questão simbólica. E estes são onze, mas podiam, Deus
nos livre, ter sido dezanove!
Pode dar-se o caso de, ao contrário
do que digo nas primeiras linhas, nem sequer estarmos a poupar oito
salários milionários. Mas se a CGD tiver um bolo salarial fixo para
distribuir, independentemente do número de administradores, o caso ainda
é mais escandaloso: significaria que, tendo tido oportunidade de poupar
algum dinheiro, a partir do momento em que o número inicial foi
reduzido, teria preferido gastar tudo, aumentando os salários dos
nomeados...
Esta é a oportunidade de ouro do Bloco de Esquerda e
do PCP para encostarem o Governo à parede, numa questão não essencial
para o funcionamento da geringoça e a sobrevivência do Governo. Esta
coisa do "agarrem-me senão eu vou-me a eles" já começa a cheirar mal. De
que é que estão à espera?
2 - Das notícias do dia, vem a
informação de que alguns dos novos impostos se destinam a financiar a
reposição de salários da função pública e das pensões. Foi António Costa
que o afirmou. Portanto, mais uma vez, são os portugueses todos a
financiar um privilégio conferido apenas à administração pública (dou de
barato os pensionistas). Sim, apenas a esses. Por acaso houve alguma
reposição dos salários entretanto reduzidos no setor privado, ao longo
dos anos do ajustamento?
À atenção do Tribunal Constitucional e da sua
douta interpretação do que é o sacrossanto princípio da equidade...
Enfim
como também disse o primeiro-ministro, "é preciso fazer escolhas". Ou,
dito de outro modo, pelo antigo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, é
preciso saber se há ou não há um desvio entre "o que os portugueses
acham que devem ter como funções do Estado e os impostos que estão
dispostos a pagar". As tais escolhas de Costa.
IN "VISÃO"
20/10/16
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XII-VISITA GUIADA
Sé do Funchal/1
MADEIRA
* Viagem extraordinária pelos tesouros da História de Portugal superiormente apresentados por Paula Moura Pinheiro.
Mais uma notável produção da RTP
Mais uma notável produção da RTP
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As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
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ESTA SEMANA NA
"VISÃO"
Dez segredos que as companhias aéreas preferem que não se saiba
Quanto tempo dura o ar das máscaras de oxigénio? E porque é que o combustível às vezes acaba?
Não, as luzes do avião não são reduzidas à noite para ajudar os passageiros a adormecer. Mas que há muitos pilotos a deixarem-se dormir no cockpit, há - e por vezes até adormecem os dois ao mesmo tempo.
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Fique a par de dez informações que as companhias aéreas preferem não divulgar. Afinal, nenhuma tripulação quer alimentar o pânico a bordo. Já agora, sabe porque é que os pilotos não comem a mesma comida nem partilham as refeições?
Combustível à justa
Quanto mais combustível um avião leva, mais pesado se torna. E, quanto mais pesado se torna, maior é o consumo de combustível. Logo, uma forma de poupar na viagem é não encher demasiado o depósito. "Estou constantemente sob pressão para levar menos combustível do que aquele que me deixaria confortável", afirmou à revista Reader's Digest, sob anonimato, um comandante de uma companhia aérea de topo. O risco é ter de aterrar de emergência antes do ponto de chegada, se por acaso o voo esteve mais tempo no ar do que o previsto - devido a uma tempestade, por exemplo.
As máscaras de oxigénio funcionam 15 a 20 minutos
Em caso de despressurização, as máscaras de oxigénio descem automaticamente de um compartimento por cima da cabeça, ouvimos na demonstração de segurança antes das descolagens. O que ninguém diz é quanto tempo elas nos fornecem ar para respirarmos. Normal: ninguém quer os passageiros em pânico por saberem que o oxigénio dura 15 a 20 minutos. É o tempo suficiente para o avião descer para uma altitude respirável, dizem os especialistas.
Refeições diferentes para os pilotos
Se há duas pessoas a bordo que sabem como fazer aterrar o avião, o comandante e o copiloto, não há que facilitar quando chega a hora da refeição. Para reduzir a hipótese de serem ambos envenenados, comem pratos diferentes. E estão proibidos de partilhar, por muito apetitoso que pareça o bife do companheiro de cockpit.
Interferência dos dispositivos eletrónicos
"Até hoje, não há qualquer episódio que prove que um telemóvel afetou um voo", garante o piloto Patrick Smith, autor do livro "Cockpit Confidential". "Mas nunca se sabe", ressalva. Aí reside a questão: não há evidências nem é de esperar que os dispositivos eletrónicos possam causar acidentes, mas para quê arriscar? Em todo o caso, como nota o piloto americano no seu blogue Ask the Pilot, a principal razão por trás da proibição do uso de computadores portáteis durante a descolagem e aterragem é outra: "Evitar que se tornem projécteis de alta velocidade em caso de impacto ou travagem brusca e para ajudar a manter o caminho livre durante uma evacuação. O computador é uma peça da bagagem e a bagagem precisa de estar acomodada para não matar ninguém nem atrapalhar."
Ter bilhete não implica ter lugar
Há companhias que lutam a todo o custo contra os lugares vazios e uma das soluções é venderem bilhetes a mais, de modo a precaveram a não comparência de um ou outro passageiro. Quando nenhum passageiro falta à chamada, impõe-se negociar com alguém para ficar em espera.
Regatear para não embarcar
No caso de ser um dos contemplados com uma proposta, nada o obriga a aceitar os vouchers de refeição que por norma oferecem na primeira ronda negocial. Se a ideia lhe agradar, sugere-se que faça como se estivesse num daqueles mercados do norte de África, onde até parece mal não regatear. Por vezes a urgência das companhias é tanta que pagam em notas para o fazer mudar de voo - há até países onde a compensação em dinheiro vivo é obrigatória, quando o passageiro assim o exige.
Ficou mais escuro?
Não é para o ajudar a adormecer
À noite, as luzes da cabina são reduzidas, mas não é a pensar no descanso dos passageiros. Sendo certo que a maioria das companhias disponibiliza almofadas e mantas para o ajudar nesse objetivo, o que se pretende ao escurecer o ambiente é adaptar a visão para o caso de algo correr mal e ser preciso encontrar uma saída. "Ao pré-ajustar os olhos, eles não cegam subitamente enquanto se procura as portas no meio da escuridão ou do fumo", explica Patrick Smith. É também para facilitar a evacuação que as mesas só devem estar rebaixadas no momento da refeição.
De certeza que precisa de uma almofada?
Por falar em sono, talvez não seja muito boa ideia recorrer às almofadas e mantas dos aviões. Andar descalço também não é aconselhável. E tenha cuidado para não pousar comida diretamente na mesa rebatível. Há relatos de falta de higiéne em várias companhias aéreas e o programa televisivo The Doctors, produzido pela americana CBS, alertou para esses problemas em 2012. "Provavelmente, o maior risco ao entrar num avião é apanhar uma constipação ou gripe. Não se sabe quem esteve ali antes de nós. Quem tocou naquela mesa? Os vírus podem viver 72 horas numa superfície de plástico", exemplificou Travis Stork, um dos "doutores". Muitas vezes, denunciou o programa, as almofadas e mantas não são trocadas entre voos e não há tempo para lavar a carpete.
Não compre bilhetes para a família e amigos em pacote
Se vai viajar em grupo, é melhor ponderar bem antes de comprar os bilhetes. Se é o melhor preço que procura, é preferível comprar um a um. Isto porque, quando são adquiridos em conjunto, saem todos ao preço do mais caro.
Os pilotos adormecem, por vezes ao mesmo tempo
Não, um avião não se conduz de olhos fechados. "É um mito", sublinha o piloto Patrick Smith, sobre a ideia "repetida uma e outra e mais outra vez de que os aviões voam por si e os pilotos estão ali mais ou menos como uma salvaguarda para o caso de algo correr mal". Daí que não veja conveniente adormecer no cockpit, quando a viagem obriga a manter a atenção. Mas, segundo uma sondagem da Associação de Pilotos de Avião do Reino Unido, 56% dos 500 pilotos comerciais inquiridos admitiram já ter adormecido no cockpit. E, quando acordaram, quase um terço deles deparou-se com o outro piloto a dormir.
* Aereamente aéreos.
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ESTA SEMANA NO
"SOL"
Interior.
Quase metade das medidas de incentivo
já estão em curso
Governo aprova conjunto de 164 medidas de atração para o interior do país para combater a desertificação de 167 concelhos e de 23 freguesias do Algarve.
O governo aprovou um pacote de 164 medidas para criar
incentivos e atrair pessoas e investimento para as zonas do interior do
país com altas taxas de desertificação.
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Mas olhando para o pacote, quase metade (74 das 164 medidas) já estão
em curso e algumas vão na mesma linha de medidas anunciadas pelo
anterior governo.
É o caso do programa de incentivos salariais para atrair médicos para
o interior do país, dos incentivos para os desempregados que aceitem
trabalhar a mais 50 quilómetros de casa, do reforço da aposta nos cursos
técnicos superiores profissionais (TeSP) que funcionam em exclusivo nos
politécnicos, ou do programa “+ Superior”, que atribui bolsas para
atrair estudantes para instituições de ensino superior. Outras já tinham
sido anunciadas, como é o caso da reativação de 20 tribunais.
Entre as novas medidas aprovadas ontem em Conselho de Ministros, que
vão ser aplicadas em 167 concelhos e em 23 freguesias do Algarve,
destaca-se um programa Erasmus no interior ou a criação de bolsas de
arrendamento com incentivos para a reabilitação urbana. O governo quer
ainda “evitar” as turmas compostas por alunos de anos de escolaridade
diferentes no 1.o ciclo, as chamadas turmas mistas, ou lançar o programa
“Semente”, através do qual é atribuído um incentivo adicional para quem
quiser investir numa startup numa localidade do interior do país (ver
caixas ao lado).
Com este programa, o governo quer ainda aproveitar para estreitar
ligações entre as regiões fronteiriças de Portugal e Espanha, de forma a
conseguir uma “aproximação aos mercados europeus e chegar a seis
milhões de habitantes que estão a uma distância de cerca de 100 km” de
Portugal.
As restantes medidas que ainda não estão em curso têm um calendário
para 2017 e contam com verbas previstas no orçamento de cada tutela.
O conjunto de medidas surge num contexto em que Portugal ocupa o 5.o
valor mais elevado do índice de envelhecimento entre os países da União
Europeia. Segundo o INE, em 2014, por cada 100 jovens havia em Portugal
138 idosos.
Por isso, o governo entende que o combate à desertificação do
interior é uma questão de “desígnio nacional” e uma “prioridade de ação
política para reduzir o custo do abandono do interior”, frisa Eduardo
Cabrita.
Esta é também, acrescenta a ministra da Presidência e da Modernização
Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, a “primeira vez que um
governo define uma estratégia nacional para o desenvolvimento do
interior e para promover a coesão territorial”.
Com este pacote de medidas que tocam diversas áreas, desde a
agricultura ao turismo, passando pela segurança interna, justiça,
educação e saúde, o governo acredita que será criado um quadro fiscal
mais favorável e serão reabertos vários serviços públicos. Para tomar
essa decisão, haverá “diálogo com as entidades locais para detetar as
necessidades” de cada localidade.
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Mas fora da equação está, garante o ministro Adjunto, Eduardo
Cabrita, a reabertura de escolas que foram encerradas pelos anteriores
governos. “Não está em causa a reabertura de escolas porque muitas delas
foram encerradas pelas boas razões”, frisa Eduardo Cabrita. Na área da
educação, a aposta do governo passa, sim, pelo reforço da qualificação
de adultos e do ensino profissional e pela adaptação do currículo das
disciplinas ao contexto de cada localidade.
O conjunto de medidas para o combate à desertificação do interior
tinha sido anunciado em abril, quando o governo cumpriu os 100 dias de
mandato. “Foi possível, em seis meses, definir um programa profundo que
olha para o futuro e recusa a visão fatalista do interior”, sublinha o
ministro Adjunto.
A execução das 164 medidas será, explica Eduardo Cabrita,
“acompanhada a par e passo”, e a cada seis meses o Conselho de Ministros
“fará uma avaliação da forma de execução do plano e do eventual
desenvolvimento de novas medidas ou do aperfeiçoamento das que constam
da versão inicial”.
* A ver vamos como diz o cego.
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HOJE NO
"EXPRESSO"
Moonexpress
Dentro de 10 ou 15 anos as pessoas
vão viajar para a Lua
E se um dia pudesse passar a lua de mel
literalmente... na Lua? Parece ficção científica, mas a realidade está
bem mais próxima do que parece. Pelo menos a acreditar nas palavras de
Naveen Jain, o autor da profecia que faz o título deste texto. O indiano
é cofundador da Moon Express, a primeira empresa privada a obter
autorização para enviar um rover para o satélite natural da Terra e um
dos oradores convidados da Web Summit, a maior conferência de
empreendedorismo da Europa, que se realiza em Lisboa de 7 a 10 de
novembro.
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Se conseguir ser o primeiro privado a explorar a Lua, a Moon Express vencerá o muito desejado Google Lunar X Prize, no valor de 20 milhões de dólares (mais de 18 milhões de euros) – para isso, o robot tem de percorrer uma distância de, pelo menos, 500 metros e transmitir vídeos em alta resolução. Há quinze outras empresas a competir pelo prémio e cinco esperam conseguir cumprir o feito já em 2017. O objetivo da iniciativa é fomentar a indústria espacial privada para lá da órbita da Terra, onde ainda nenhum privado operou.
Se chegar à Lua, a Moon Express será apenas a quarta entidade a consegui-lo. As três primeiras eram todas nações: Estados Unidos, Rússia e China. “Simbolicamente, quando aterrarmos na Lua teremos feito o que foi antes conseguido por apenas três superpotências. As superpotências do futuro não serão países, mas empreendedores capazes de atingir o impossível”, explica Jain.
Apesar de nenhum país poder reclamar a propriedade da Lua de acordo com um tratado internacional assinado em 1967, uma lei recente aprovada nos EUA permite a entidades privadas ficarem com o que encontrarem no astro. O plano da Moon Express é explorar os vastos recursos naturais da Lua, que incluem ouro, platina, minério de ferro e outros metais preciosos, bem como hélio-3, um gás que poderia ser usado para alimentar reatores de fusão com energia limpa.
Segundo os analistas, estes recursos estão avaliados em biliões de euros, o que explica que, por estes dias, tantos empresários andem com a cabeça na Lua.
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Se conseguir ser o primeiro privado a explorar a Lua, a Moon Express vencerá o muito desejado Google Lunar X Prize, no valor de 20 milhões de dólares (mais de 18 milhões de euros) – para isso, o robot tem de percorrer uma distância de, pelo menos, 500 metros e transmitir vídeos em alta resolução. Há quinze outras empresas a competir pelo prémio e cinco esperam conseguir cumprir o feito já em 2017. O objetivo da iniciativa é fomentar a indústria espacial privada para lá da órbita da Terra, onde ainda nenhum privado operou.
Se chegar à Lua, a Moon Express será apenas a quarta entidade a consegui-lo. As três primeiras eram todas nações: Estados Unidos, Rússia e China. “Simbolicamente, quando aterrarmos na Lua teremos feito o que foi antes conseguido por apenas três superpotências. As superpotências do futuro não serão países, mas empreendedores capazes de atingir o impossível”, explica Jain.
Apesar de nenhum país poder reclamar a propriedade da Lua de acordo com um tratado internacional assinado em 1967, uma lei recente aprovada nos EUA permite a entidades privadas ficarem com o que encontrarem no astro. O plano da Moon Express é explorar os vastos recursos naturais da Lua, que incluem ouro, platina, minério de ferro e outros metais preciosos, bem como hélio-3, um gás que poderia ser usado para alimentar reatores de fusão com energia limpa.
Segundo os analistas, estes recursos estão avaliados em biliões de euros, o que explica que, por estes dias, tantos empresários andem com a cabeça na Lua.
* Uma viagem que gostaríamos fazer, com ou sem riscos e lançar lá a página da "a peida é um regalo ... do nariz a gente trata"
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ESTA SEMANA NO
"DINHEIRO VIVO"
Mantenha as suas finanças sob controlo.
. Como? Assim
Não sabe como controlar o seu dinheiro? Ana R. Bravo explica-lhe como manter as suas finanças sob controlo.
Se sente uma satisfação imediata ao comprar
algo por impulso e se “recrimina” a seguir, se não liga às faturas e
detesta fazer contas, se não consegue manter um orçamente e não sabe o
que fazer para conseguir poupar mais, então este artigo é para si. Ana
Rosa Bravo, autora do livro ABC da Poupança, esteve à conversa com o
Dinheiro Vivo e dá-lhe agora algumas dicas de como gerir melhor as suas
despesas.
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Ana R. Bravo confessa que há muitos anos o seu perfil de consumidora era de uma típica consumista. “Não fazia contas, comprava por impulso e depois tinha dores de cabeça e noites mal dormidas porque o dinheiro faltava para coisas importantes”, conta a autora. No entanto, um dia Ana R. Bravo decidiu entrar numa vida mais regrada: “Decidi aprender e, tal como se diz, o mestre aparece quando o discípulo está pronto, a vida encarregou-se de ajudar. A aprendizagem foi profunda e acabei até por escrever o ABC da Poupança, o resultado desta aprendizagem.”
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Ana R. Bravo confessa que há muitos anos o seu perfil de consumidora era de uma típica consumista. “Não fazia contas, comprava por impulso e depois tinha dores de cabeça e noites mal dormidas porque o dinheiro faltava para coisas importantes”, conta a autora. No entanto, um dia Ana R. Bravo decidiu entrar numa vida mais regrada: “Decidi aprender e, tal como se diz, o mestre aparece quando o discípulo está pronto, a vida encarregou-se de ajudar. A aprendizagem foi profunda e acabei até por escrever o ABC da Poupança, o resultado desta aprendizagem.”
Durante este caminho de aprendizagem e
mudança de vida, a autora aprendeu lições bastante valiosas:
1. Percebeu que comprar coisas da forma como o fazia dava-lhe “uma sensação de satisfação apenas de alguns momentos e garantia-me um desassossego de semanas, meses e anos”;
2. Aprendeu que se continuasse a fazer as mesmas coisas teria sempre os mesmos resultados, “para ter resultados diferentes havia que mudar a abordagem”;
3. Entendeu que “existem muitas forma de manter as finanças sob controlo, mas a forma de começar é sempre a mesma: fazer contas“;
4. Por fim, a autora refere que aprendeu a construir e a manter um orçamento.
“Tudo o que está no livro eu pratico e faço um estilo de vida frugal, simples, baseado mais nas necessidades do que nos desejos, embora esses sejam também considerados no orçamento familiar. Por isso, sou uma pessoa poupada, não só no sentido de colocar dinheiro de lado, ou seja, criar poupanças, como também no sentido de usar o nosso rendimento de forma equilibrada e fazendo mais com menos. É isso que ensino e, na minha perspetiva, não há melhor forma de o fazer senão pelo exemplo”, sublinha.
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Para quem quer aprender a gerir melhor as suas despesas, a autora aconselha a leitura de livros de pessoas que já passaram pelas mesmas experiências e criaram metodologias, sugerindo ainda que façam contas, estipulando quanto ganham, quanto gastam, em que é que gastam, estabelecer plafonds para cada área de despesa. Resumindo, é imprescindível que aprendam a fazer um orçamento e a manter-se fiel ao mesmo, “o orçamento é mesmo o passo mais eficaz, a roda já foi inventada há muito tempo e funciona”, declara a especialista em finanças pessoais.
Desta forma, a autora dá algumas dicas que pode seguir no seu dia-a-dia:
1. Fazer contas a quanto recebe;
2. Apurar quanto gasta por mês e em que artigos gasta o seu dinheiro;
3. Estabelecer objetivos de vida e tomar decisões financeiras de acordo com os mesmos. Por exemplo, se pretende ter um rendimento extra mensal quando se reformar, deverá estabelecer uma poupança mensal para esse efeito, tal pode implicar almoçar fora só um dia por semana e lavar marmita nos dias restantes;
4. Estabelecer um orçamento realista, que induza todas as áreas da sua vida e todo o tipo de despesas, mesmo aquelas que não são mensais. É importantíssimo que o orçamento contenha uma área para lazer e divertimento ou, como a autora costuma designar, “o orçamento do prazer”;
5. Fazer bons investimentos, tais como comprar livros especializados que o ensinam a fazer mais com o pouco dinheiro que tem ou, por outras palavras, que o ensinam a”esticar o dinheiro”;
6. As medidas de poupança em bens e serviços não são exclusivas de quem tem um rendimento mais pequeno, são para todos. “Quem segue um modo de vida organizado consegue ter mais dinheiro. Isto funciona tanto para quem tem um orçamento maior como para quem tem um orçamento menos”, explica Ana Bravo.
1. Percebeu que comprar coisas da forma como o fazia dava-lhe “uma sensação de satisfação apenas de alguns momentos e garantia-me um desassossego de semanas, meses e anos”;
2. Aprendeu que se continuasse a fazer as mesmas coisas teria sempre os mesmos resultados, “para ter resultados diferentes havia que mudar a abordagem”;
3. Entendeu que “existem muitas forma de manter as finanças sob controlo, mas a forma de começar é sempre a mesma: fazer contas“;
4. Por fim, a autora refere que aprendeu a construir e a manter um orçamento.
“Tudo o que está no livro eu pratico e faço um estilo de vida frugal, simples, baseado mais nas necessidades do que nos desejos, embora esses sejam também considerados no orçamento familiar. Por isso, sou uma pessoa poupada, não só no sentido de colocar dinheiro de lado, ou seja, criar poupanças, como também no sentido de usar o nosso rendimento de forma equilibrada e fazendo mais com menos. É isso que ensino e, na minha perspetiva, não há melhor forma de o fazer senão pelo exemplo”, sublinha.
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Para quem quer aprender a gerir melhor as suas despesas, a autora aconselha a leitura de livros de pessoas que já passaram pelas mesmas experiências e criaram metodologias, sugerindo ainda que façam contas, estipulando quanto ganham, quanto gastam, em que é que gastam, estabelecer plafonds para cada área de despesa. Resumindo, é imprescindível que aprendam a fazer um orçamento e a manter-se fiel ao mesmo, “o orçamento é mesmo o passo mais eficaz, a roda já foi inventada há muito tempo e funciona”, declara a especialista em finanças pessoais.
Desta forma, a autora dá algumas dicas que pode seguir no seu dia-a-dia:
1. Fazer contas a quanto recebe;
2. Apurar quanto gasta por mês e em que artigos gasta o seu dinheiro;
3. Estabelecer objetivos de vida e tomar decisões financeiras de acordo com os mesmos. Por exemplo, se pretende ter um rendimento extra mensal quando se reformar, deverá estabelecer uma poupança mensal para esse efeito, tal pode implicar almoçar fora só um dia por semana e lavar marmita nos dias restantes;
4. Estabelecer um orçamento realista, que induza todas as áreas da sua vida e todo o tipo de despesas, mesmo aquelas que não são mensais. É importantíssimo que o orçamento contenha uma área para lazer e divertimento ou, como a autora costuma designar, “o orçamento do prazer”;
5. Fazer bons investimentos, tais como comprar livros especializados que o ensinam a fazer mais com o pouco dinheiro que tem ou, por outras palavras, que o ensinam a”esticar o dinheiro”;
6. As medidas de poupança em bens e serviços não são exclusivas de quem tem um rendimento mais pequeno, são para todos. “Quem segue um modo de vida organizado consegue ter mais dinheiro. Isto funciona tanto para quem tem um orçamento maior como para quem tem um orçamento menos”, explica Ana Bravo.
Ao longo do tempo, a especialista em
finanças pessoais já viu passar por ela diversos tipos de famílias, com
diversos tipos de rendimentos e diferentes tipos de funcionamento. “Faço
coaching financeiro a famílias com rendimentos de luxo e contas
bancárias de sem-abrigo, por outro lado, já vi outras que, com
rendimentos mais baixos, conseguem ter os ditos pés-de-meia, que todos
os meses incrementam com uma percentagem do seu rendimento. Não é quanto
se ganha que determina o nível da nossa poupança, mas sim a forma como
pensamos, agimos e, naturalmente, a forma como guardamos o dinheiro dos
rendimentos que recebemos”, adianta Ana R. Bravo.
A autora, que já conta com um canal no
youtube, colaborou atualmente na edição do Kakebo 2017 – agenda que visa
ajudá-lo a organizar as suas contas domésticas – e refere que a agenda
só não é útil para quem não a utiliza.
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A coach em finanças avança que as primeiras alterações a nível económico que irão saltar à vista, após começar a usar uma agenda deste formato são: passar a ter consciência da forma como está a usar o dinheiro, o que, por si só, o irá fazer poupar; começará a sentir-se poderoso, visto passar a conseguir controlar o seu dinheiro e não o contrário; estará mais motivado pois, ao utilizar o Kakebo, este relembrá-lo-á dos seus objetivos (seja uma viagem, uma melhor reforma, renovação do guarda-roupa, entre outras); além disso, passará a sentir-se organizado e, acima de tudo, livre, uma vez que esta agenda de contas domésticas o irá colocar no rumo de uma vida financeiramente saudável e sem sobressaltos.
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A coach em finanças avança que as primeiras alterações a nível económico que irão saltar à vista, após começar a usar uma agenda deste formato são: passar a ter consciência da forma como está a usar o dinheiro, o que, por si só, o irá fazer poupar; começará a sentir-se poderoso, visto passar a conseguir controlar o seu dinheiro e não o contrário; estará mais motivado pois, ao utilizar o Kakebo, este relembrá-lo-á dos seus objetivos (seja uma viagem, uma melhor reforma, renovação do guarda-roupa, entre outras); além disso, passará a sentir-se organizado e, acima de tudo, livre, uma vez que esta agenda de contas domésticas o irá colocar no rumo de uma vida financeiramente saudável e sem sobressaltos.
Segundo Ana R. Bravo, quem quer começar a poupar tem muitos benefícios
em usar o Kakebo:
1. A agenda lembra-nos o nosso alvo, isto é, o nosso rumo. “Quem não estabelece metas ou objetivos é como um barco à deriva que só para quando encalha ou quando fica sem combustível”;
2. Este é um instrumento que permite ter uma visão clara e organizada das nossas finanças, ajudando a seguir o rumo dos objetivos traçados inicialmente;
3. O Kakebo ajuda a ganhar disciplina nos consumos e a ser constante no que se consome;
4. Permite que se desenvolva uma melhor consciência sobre a forma de usar o dinheiro e, assim, fazer com que se detete pontos de melhoria ao longo do tempo;
5. A agenda consegue ainda que ganhe tempo e evite imprevistos pois, na realidade, “num bom orçamento tudo está previsto”;
6. Por fim, dá dicas importantes de poupança, contribuindo com informações úteis e práticas.
1. A agenda lembra-nos o nosso alvo, isto é, o nosso rumo. “Quem não estabelece metas ou objetivos é como um barco à deriva que só para quando encalha ou quando fica sem combustível”;
2. Este é um instrumento que permite ter uma visão clara e organizada das nossas finanças, ajudando a seguir o rumo dos objetivos traçados inicialmente;
3. O Kakebo ajuda a ganhar disciplina nos consumos e a ser constante no que se consome;
4. Permite que se desenvolva uma melhor consciência sobre a forma de usar o dinheiro e, assim, fazer com que se detete pontos de melhoria ao longo do tempo;
5. A agenda consegue ainda que ganhe tempo e evite imprevistos pois, na realidade, “num bom orçamento tudo está previsto”;
6. Por fim, dá dicas importantes de poupança, contribuindo com informações úteis e práticas.
* Aprender é a única maneira de melhor viver.
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COMO USAR
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UMA CALCULADORA
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ESTE MÊS NO
"NOTÍCIAS MAGAZINE"
Como é que os nove meses
na barriga da mãe nos definem?
As experiências in utero podem ser cruciais para toda a vida.
Somos quem somos graças às experiências que temos. A novidade é que as intrauterinas também contam. Mas quão definidores são os nove meses que passamos dentro da barriga das nossas mães? Muitos cientistas defendem que moldam as nossas vidas para sempre.
Na Grécia Antiga acreditava-se que durante a gravidez a mulher devia admirar esculturas para a criança nascer bonita. Embora esta crença, como desde há muito sabemos, em nada reflita a realidade, deixa entrever algo verdadeiro que sempre se intuiu, embora não se soubesse exatamente como: recebemos influências, temos experiências e aprendemos ainda in utero. Ian Donald (1910-1987) dizia que «as primeiras quarenta semanas de existência podem ser muito mais importantes, em termos médicos, do que os quarenta anos que se seguem». Claro que era uma pessoa altamente suspeita, já que foi o pioneiro da ecografia obstétrica e, talvez por isso, ninguém lhe deu na época grande crédito quanto a esta convicção.
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Embora não tenha vivido para assistir a isso, hoje, uma nova teoria chamada origens fetais – também conhecida como «teoria desenvolvimentista da origem da saúde e da doença» ou «origens fetais da doença do adulto» – parece dar-lhe razão e traça um caminho até ao útero para problemas como a obesidade, o cancro ou mesmo a delinquência. Milhares de cientistas conceituados no mundo inteiro estão empenhados em fazer um tracking de tudo o que somos hoje até às origens. E as quarenta semanas antes do nascimento parecem ser pródigas em explicações, umas mais óbvias, outras insuspeitas.
Alimentação dentro da barriga
A má nutrição da mãe durante a gravidez, sobretudo no último trimestre, parece estar ligada a doenças cardiovasculares nos filhos quando adultos. Há de resto estudos bastante antigos que parecem estabelecer esta ligação. O pediatra Clement Smith fez estudos epidemiológicos sobre os fetos em gestação durante o chamado «inverno de fome holandês», quando os nazis ocuparam os Países Baixos, em 1944, e percebeu que o corpo das crianças parecia estar «programado» para poupar e armazenar gordura e açúcar, o que inevitavelmente as tornaria candidatas a ter tensão arterial alta e a sofrer de obesidade.
O perigo que vem do ar
Os efeitos tóxicos do chumbo nas crianças são conhecidos há mais de cem anos. Mas eis o que se descobriu mais recentemente: a exposição pré-natal ao chumbo – um tóxico cada vez mais frequente no meio ambiente, tanto em ambientes industrializados como em países pouco desenvolvidos – está associada a alterações neurológicas que podem levar, entre outros, a problemas como uma maior incidência da delinquência juvenil e a propensão para uma vida de crime. Pode parecer improvável, mas são vários os estudos epidemiológicos que o afirmam, entre eles o de um grupo multidisciplinar de investigadores da Universidade de Cincinnati, publicado na prestigiada revista PLOS Medicine.
A fumar desde pequenino
A exposição do feto ao fumo do tabaco não é «apenas» causadora de maior probabilidade de malformações congénitas – como informará qualquer livro sobre gravidez. Vários estudos, como o que o epidemiologista da Universidade de Brown Stephen L. Buka fez em 2006, concluem que esta exposição pré-natal à nicotina provoca alterações cerebrais que determinam que estas crianças venham a ter mais probabilidades de vir a ser fumadoras na idade adulta.
Anticancro começa na barriga
O consumo de certas substâncias durante a gravidez parece tornar o feto menos suscetível a problemas oncológicos na idade adulta. Os estudos que o defendem são, entre outros, de David Williams, do Instituto Linus Pauling, e, por enquanto, foram desenvolvidos tendo como objeto de estudo os ratos de laboratório. O grupo de investigadores liderado por Williams concluiu que suplementos de um fitoquímico encontrados em produtos hortícolas como os brócolos e as couves forneceram aos animais um nível bastante elevado de proteção contra a leucemia e o cancro de pulmão.
A stressar desde cedo
A maioria dos médicos e investigadores acredita que o stress moderado na grávida não afeta em nada o feto. Mas, claro, a conversa é outra quando se trata de stress elevado ou eventos traumáticos: estar grávida e nas proximidades das Torres Gémeas a 11 de setembro de 2011, por exemplo. Um estudo com 38 mulheres, publicado em 2005 no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, mostra que as mães que sofreram de stress pós-traumático tinham níveis de cortisol – uma das hormonas envolvidas na resposta ao stress – mais baixos do que as outras. Da mesma forma, valores igualmente baixos foram encontrados nas crianças, quando as deram à luz e, mais tarde, já com um ano de idade. Acredita-se que esta alteração hormonal torna as crianças mais suscetíveis de virem a sofrer também desta patologia ou outras do foro psiquiátrico.
Chorar na própria língua
Nem só a saúde e a doença começam a definir-se na barriga da mãe. A aprendizagem do bebé também, incluindo a da própria língua. Um estudo coordenado por um grupo de investigadoras da Universidade de Würzburg, na Alemanha – e publicado na revista Current Biology –, constatou que o choro dos recém-nascidos em França e na Alemanha é diferente e segue aquela que é a «melodia» típica da língua do seu país natal: os franceses choram num tom crescente, enquanto os bebés alemães começam mais alto, para terminarem depois num tom mais baixo.
* Antes de sermos já o éramos
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ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"
"SÁBADO"
As doenças esquecidas
pelas farmacêuticas
Imagine o seguinte: uma farmacêutica suspende a produção de um
medicamento que não é - nunca foi -, rentável. Este medicamento era a
única alternativa para uma doença que afecta potencialmente 21 milhões
de pessoas, e que é fatal se não for tratada. Há outro fármaco
disponível, mas é tão tóxico que mata 5% dos pacientes. Uns anos mais
tarde, a mesma farmacêutica retoma a produção quando descobre que o
medicamento antes retirado previne o aparecimento de pêlos faciais nas
mulheres.
Continua a não haver injecções para os doentes dos países pobres, mas não faltam cremes para as coquetes europeias. Parece-lhe uma situação inaceitável? E se lhe disséssemos que não é apenas uma história? Isto não só aconteceu no início dos anos 90 - com a doença do sono, transmitida pela mosca tsé-tsé e que afecta o sistema nervoso central, com um fármaco chamado eflornitina -, como é um cenário relativamente comum nas chamadas doenças tropicais negligenciadas.
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Continua a não haver injecções para os doentes dos países pobres, mas não faltam cremes para as coquetes europeias. Parece-lhe uma situação inaceitável? E se lhe disséssemos que não é apenas uma história? Isto não só aconteceu no início dos anos 90 - com a doença do sono, transmitida pela mosca tsé-tsé e que afecta o sistema nervoso central, com um fármaco chamado eflornitina -, como é um cenário relativamente comum nas chamadas doenças tropicais negligenciadas.
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Neste
contexto, a notícia de que foi encontrada uma molécula potencialmente
capaz de tratar três destas doenças (a leishmaniose, a doença do sono e a
doença de Chagas, que juntas matam 50 mil pessoas por ano) ganha outra
importância. A descoberta, publicada na revista Nature, dá
conta de que um composto químico baptizado de GNF6702 mostrou ser eficaz
no tratamento de ratos e não ser tóxico para as células humanas, em
laboratório. Os investigadores testaram três milhões de compostos. Mas
ainda está por apurar se a molécula é eficaz em humanos e o risco de
fracasso é alto: estima-se que em cada cinco mil moléculas que funcionam
em ratos, apenas cinco sejam testadas em humanos e só uma chegue às
farmácias.
Um
fármaco eficaz contra três destas doenças acabaria com situações como a
referida no início do texto. E que não é caso único: em 2003, a Roche
doou a um laboratório brasileiro a tecnologia necessária para produzir o
fármaco de referência para a doença de Chagas (uma inflamação causada
por um parasita encontrado em fezes de insectos). Oito milhões de
pessoas em todo o mundo dependiam deste medicamento, e o laboratório
falhou - em 2011, abriu falência e o benznidazol desapareceu do mercado.
Esta doença mata cerca de 10 mil pessoas por ano, segundo os Médicos
Sem Fronteiras, mas só há dois medicamentos eficazes disponíveis e ambos
tóxicos. Os efeitos secundários vão de urticária a dores de cabeça e
depressão.
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Que consequências? Os sintomas das três doenças podem ser assustadores
- Em 30% das pessoas infectadas, a doença de Chagas provoca uma paragem cardíaca
- Numa fase avançada, a doença do sono afecta o cérebro e pode mesmo ser fatal
- A Leishmaniose provoca lesões na pele, o inchaço do fígado e do baço e destrói as mucosas do nariz e da boca
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Doenças pouco atractivas
Apesar de as 18 doenças tropicais consideradas esquecidas pela Organização Mundial de Saúde - recentemente, entrou para a lista a micetoma, uma infecção crónica causada por um fungo - afectarem uma em cada sete pessoas no mundo e causarem a morte de 534 mil por ano, são pouco atractivas para a indústria farmacêutica. Entre 2000 e 2011 foram aprovados 850 novos produtos terapêuticos ao nível mundial; destes, apenas 4% se destinava às doenças dos chamados países pobres.
Porquê? Uma das razões tem a ver com o facto de este mercado ser pouco rentável. Logo, a maioria dos medicamentos disponíveis para estas patologias ou são obsoletos, ou a sua produção é tão escassa que não há em quantidade suficiente. Até porque só há um produtor: a Bayer é a única a fabricar nifurtimox, que se usa tanto para a doença de Chagas como para a doença do sono; a Sanofi-Aventis é a única produtora dos fármacos para a doença do sono e a Gland Pharma tem o exclusivo do medicamento para a leishmaniose.
Outro problema: o próprio esquema de financiamento das farmacêuticas, que depende dos lucros gerados pelo produto final. Se as companhias não conseguem vender os seus produtos a preços altos, então o investimento nestas doenças torna-se insignificante. Um exemplo prático: "Em 2010, o financiamento total registado para a investigação e desenvolvimento do conjunto de doenças tropicais negligenciadas foi de cerca de 800 milhões de euros; em comparação, a empresa Gillette gastou para cima de 660 milhões de euros no desenvolvimento de uma nova máquina de barbear", denunciou a organização Médicos Sem Fronteiras, num relatório de 2012.
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Foi a pensar nas doenças esquecidas que, em 2003, foi criada a organização sem fins lucrativos Drugs for Neglected Diseases Initiative (iniciativa: drogas para doenças negligenciadas), uma parceria de sete organizações de todo o mundo para reduzir os custos de produção e garantir o acesso aos fármacos. Entre 2003 e 2011, com apenas 120 milhões de euros, a organização conseguiu facilitar o desenvolvimento e a implementação de seis novos tratamentos - para a malária, a doença do sono, a leishmaniose e para a doença de Chagas. E, neste momento, estão em curso outros 15 novos fármacos.
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- Em 30% das pessoas infectadas, a doença de Chagas provoca uma paragem cardíaca
- Numa fase avançada, a doença do sono afecta o cérebro e pode mesmo ser fatal
- A Leishmaniose provoca lesões na pele, o inchaço do fígado e do baço e destrói as mucosas do nariz e da boca
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Doenças pouco atractivas
Apesar de as 18 doenças tropicais consideradas esquecidas pela Organização Mundial de Saúde - recentemente, entrou para a lista a micetoma, uma infecção crónica causada por um fungo - afectarem uma em cada sete pessoas no mundo e causarem a morte de 534 mil por ano, são pouco atractivas para a indústria farmacêutica. Entre 2000 e 2011 foram aprovados 850 novos produtos terapêuticos ao nível mundial; destes, apenas 4% se destinava às doenças dos chamados países pobres.
Porquê? Uma das razões tem a ver com o facto de este mercado ser pouco rentável. Logo, a maioria dos medicamentos disponíveis para estas patologias ou são obsoletos, ou a sua produção é tão escassa que não há em quantidade suficiente. Até porque só há um produtor: a Bayer é a única a fabricar nifurtimox, que se usa tanto para a doença de Chagas como para a doença do sono; a Sanofi-Aventis é a única produtora dos fármacos para a doença do sono e a Gland Pharma tem o exclusivo do medicamento para a leishmaniose.
Outro problema: o próprio esquema de financiamento das farmacêuticas, que depende dos lucros gerados pelo produto final. Se as companhias não conseguem vender os seus produtos a preços altos, então o investimento nestas doenças torna-se insignificante. Um exemplo prático: "Em 2010, o financiamento total registado para a investigação e desenvolvimento do conjunto de doenças tropicais negligenciadas foi de cerca de 800 milhões de euros; em comparação, a empresa Gillette gastou para cima de 660 milhões de euros no desenvolvimento de uma nova máquina de barbear", denunciou a organização Médicos Sem Fronteiras, num relatório de 2012.
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Foi a pensar nas doenças esquecidas que, em 2003, foi criada a organização sem fins lucrativos Drugs for Neglected Diseases Initiative (iniciativa: drogas para doenças negligenciadas), uma parceria de sete organizações de todo o mundo para reduzir os custos de produção e garantir o acesso aos fármacos. Entre 2003 e 2011, com apenas 120 milhões de euros, a organização conseguiu facilitar o desenvolvimento e a implementação de seis novos tratamentos - para a malária, a doença do sono, a leishmaniose e para a doença de Chagas. E, neste momento, estão em curso outros 15 novos fármacos.
* Eis um acrescento àquilo que já se sabia da negociata da saúde.
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