Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
19/12/2019
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HOJE NO
"RECORD"
Putin defende que Rússia deve
competir em provas internacionais
sob a sua bandeira
Presidente sublinha que "qualquer punição deve ser individual" e prometeu "fazer tudo para manter o desporto russo limpo"
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O
presidente russo, Vladimir Putin, considerou esta quinta-feira que
qualquer punição por doping deve ser individual e não coletiva,
defendendo que o país deve poder participar nas competições desportivas
sob a sua bandeira nacional.
"O nosso país não precisa de competir sob bandeira neutra se não
existir nenhuma repreensão concreta ao nosso comité olímpico. É isso que
está escrito na Carta Olímpica", disse Putin, em conferência de
imprensa.
O presidente russo defendeu que "qualquer punição deve ser
individual" e prometeu "fazer tudo para manter o desporto russo limpo".
Putin considerou que a decisão da Agência Mundial Antidopagem (AMA)
de excluir a Rússia das grandes competições desportivas mundiais durante
os próximos quatro anos tem "motivação política".
A Agência Antidopagem Russa (RUSADA) deve decidir hoje se contesta
junto do Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) a decisão anunciada em 09
de dezembro pela AMA de excluir o país das competições mundiais durante
quatro anos, devido a um sistema de dopagem com conhecimento e apoio
estatal, tornado público há cerca de seis anos.
* Putinices...
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Astronomia
Uma visão Geral I
Estrelas
da adolescência à velhice/1
* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Políticos e polícias entre mais de 300 detidos numa
.das maiores operações anti-máfia
.das maiores operações anti-máfia
A polícia italiana prendeu 334 pessoas, entre as quais alguns políticos e agentes policiais, numa das maiores operações anti-mafia da história, anunciaram os promotores italianos nesta quinta-feira.
A ação policial visou o grupo mafioso conhecido por
'Ndrangheta', localizado na região sul da Calábria, o "dedo do pé da
bota da Itália", que ultrapassou a "Cosa Nostra", da Sicília, como o
grupo mafioso mais poderoso do país - e um dos maiores gangues do mundo.
A
polícia disse que deteve centenas de suspeitos em buscas matinais por
todo o país, com algumas detenções também realizadas na Alemanha, Suíça e
Bulgária.
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Os detidos são acusados de conspiração mafiosa, assassinato, extorsão, agiotagem, fraude corporativa e lavagem de dinheiro. "Políticos
estavam envolvidos, assim como advogados, contabilistas, funcionários
públicos e funcionários judiciais. Tudo pessoas que tinham empregos e
não precisavam de colocar-se ao serviço da 'Ndrangheta", disse o
promotor Nicola Gratteri, que liderou a investigação.
"Os
mafiosos não estão em posição de realizar sofisticada lavagem de
dinheiro. Para fazer isso, precisam de profissionais", acrescentou.
Gratteri
disse que esta foi a maior operação de detenção de suspeitos de ligação
à máfia em Itália desde uma massiva investida anti-máfia na Sicília, em
1984, que levou ao chamado julgamento máximo de Palermo, quando mais de
450 membros da Cosa Nostra foram julgados.
O julgamento
de Palermo marcou um ponto de viragem na batalha contra a máfia
siciliana e a sua influência diminuiu dramaticamente nas últimas três
décadas, permitindo que a 'Ndrangheta tenha ganho destaque.
Os investigadores italianos dizem que o este grupo, formado
por dezenas de clãs menores que respondem aos líderes seniores da
Calábria, é agora o principal distribuidor de cocaína da Europa.
Entre
os presos nesta quinta-feira, está um ex-deputado do partido Forza
Italia, de Silvio Berlusconi, o presidente de câmara de centro-esquerda
de uma cidade costeira da Calábria e um alto funcionário dos Carabinieri
(polícia italiana).
"Isto causou um duro golpe na Ndrangheta",
afirmou a ministra do Interior Luciana Lamorgese. Os investigadores
dizem que, embora a 'Ndrangheta ainda esteja centrada na Calábria, uma
das regiões mais pobres da Europa, conseguiu já infiltrar-se no norte
rico de Itália.
Antonio Fosson, o presidente do Conselho regional
do Vale de Aosta, região que faz fronteira com a França e a Suíça,
renunciou mesmo na semana passada depois de ser investigado por suposta
manipulação de votos com ligações à 'Ndrangheta' nas eleições locais de
2018. Apesar da demissão, Fosson negou a acusação.
* Ninguém com a carapuça cardinalícia para abrilhantar a sessão, uma pena?
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Pedro Ramos anuncia rastreio visual infantil a partir de 2020
O
secretário regional de Saúde e Protecção de Civil anunciou, hoje, que a
partir do ano de 2020 será implementado na Região Autónoma da Madeira, o
rastreio visual infantil e o aumento do valor do cartão Kit Bebé,
medidas com impacto positivo na saúde e bem estar da população infantil e
suas famílias.
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O anúncio foi feito por Pedro Ramos no 2.º
seminário ‘Nascer, Crescer ...e Ser Feliz’, uma iniciativa da Escola
Superior de Saúde da Universidade da Madeira cujo o objectivo é
contribuir para o aumento da literacia em saúde junto dos jovens
estudantes de enfermagem.
Na sua intervenção, o governante
destacou o papel dos serviços de saúde nas diferentes fases da vida
humana, desde o nascimento até ao envelhecimento, assente na
humanização, rigor, qualidade e segurança.
Pedro Ramos recordou
algumas das medidas já implementadas pelo Governo Regional, no último
mandato, nomeadamente a Estratégia Regional para a Promoção de Saúde
Oral; Estratégia Regional para as Doenças Respiratórias Crónicas;
Estratégia Regional para a promoção de Saúde Mental e Estratégia
Regional para a promoção da Alimentação Saudável e Segura.
O
governante salientou que todas estas estratégias regionais “estão
implementadas, são transversais aos diferentes escalões etários da
sociedade e estão a ser monitorizadas”.
No âmbito da saúde
mental, mais concretamente na área da psiquiatria infantil e juvenil, o
Serviço de Saúde da RAM dispõe actualmente de três médicas especialistas
nesta área, perspectivando-se um reforço no próximo ano, com o regresso
de uma outra pedopsiquiatra do estrangeiro.
Pedro Ramos referiu
ainda que vai continuar esta política de “investimento na área da
Saúde”, sendo necessário uma preparação “para os grandes desafios que se
irão colocar à nossa sociedade, a médio prazo, nomeadamente a questão
do envelhecimento populacional e as alterações climáticas”.
* Promessa ou realidade?
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ANTÓNIO ARAÚJO
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* Historiador.
Sir Elton John e o
problema da mobilidade social
A música é mesmo capaz de vencer todas as barreiras, até as do orgulho e do preconceito.
Que foi alcoólico e viciado em coca são coisas que já sabíamos, e há
muito. Não significa isto que a autobiografia de Elton John não traga
novidades, e grandes, até nesses domínios de trevas. Mas o que mais me
impressionou em Eu, Elton John foi algo que também já se sabia, as origens modestas do músico de génio.
Reginald
Kenneth Dwigth, que mais tarde adoptaria o nome artístico de Elton
Hercules John, nasceu em Londres, em 25 de Março de 1947, mas, como o
próprio afirma, terá sido um "bebé de guerra", concebido muito
provavelmente quando o seu pai estava de licença da RAF, na qual se
alistara em 1942, no auge da Segunda Guerra Mundial. Foi nesse ano,
aliás, que os pais de Reginald se conheceram, ele um rapaz de 17 anos
que tinha labutado em Rickmansworth, num estaleiro naval especializado
na construção de barcos estreitos para os canais, ela uma rapariga de 16
anos, que trabalhava na United Dairies, a entregar leite numa carroça
puxada a cavalo. Como diz Elton John, "o tipo de trabalho que uma mulher
nunca teria, antes da guerra", e basta isso para percebermos o impulso
que o conflito de 1939-45 deu à entrada das mulheres no mercado de
trabalho, de onde nunca mais saíram, graças a Deus.
As
estatísticas oficiais mostram que, no Reino Unido, o número de mulheres a
trabalhar fora de casa passou de cinco milhões em 1939 para 7,25
milhões em 1943. Em Setembro deste ano, encontravam-se no mercado de
trabalho 46% de todas as mulheres de idades compreendidas entre os 14 e
os 59 anos. Os números são ainda mais expressivos para aquelas, como a
mãe de Elton John, que eram solteiras e que tinham entre 18 e 40 anos:
90% dessas mulheres estavam a trabalhar, segundo os dados oficiais que,
note-se, não incluíam as empregadas domésticas, o que levaria
naturalmente a um aumento vertiginoso daquelas percentagens.
O pai de Elton era um trompetista amador que actuava com uma banda no
hotel North Arrow e terá sido aí que conheceu a futura mulher. Muito
provavelmente, estaria de licença da Força Aérea e o namoro foi curto,
pois durante a guerra, com a morte sempre à espreita, todos tinham
pressa em casar-se e em aproveitar a vida ao máximo. O casamento foi
infeliz, as discussões infindáveis, só interrompidas quando o pai tinha
de se ausentar em trabalho, o que acontecia com frequência, com
destacamentos prolongados no estrangeiro, no Iraque ou em Áden. Elton
John, como o próprio confessa, cresceu numa casa de mulheres, a
residência da sua avó materna, no n.º 55 de Pinner Hill Road. Casa
típica dos bairros sociais que floresceram no Reino Unido nas décadas de
1920 e 1930: uma moradia geminada com três quartos, de tijolo vermelho
no rés-do-chão e pintada de branco no andar de cima.
Filho único, com um pai distante e uma mãe com um temperamento terrível,
que lhe dava valentes sovas em público e lhe destruiu a infância, o
jovem Reginald cresceu a idolatrar a avó materna, Ivy, uma mulher que
tivera uma vida agreste: o seu pai abandonara a mãe quando esta
engravidou e ela nasceu numa working house para indigentes.
Ainda assim, Ivy era uma mulher estóica, que o neto recorda como "uma
daquelas incríveis matriarcas da classe trabalhadora: sensata,
trabalhadora, carinhosa, engraçada". Era, além disso, uma cozinheira
maravilhosa, uma jardineira de mão cheia, uma mulher que adorava beber o
seu copo e se deliciava com uma partida de cartas. A casa de Pinner
Hill Road cheirava a assados e a carvão e tinha sempre gente a entrar e a
sair: a tia Win, irmã da mãe de Elton, o tio Reg, os seus primos, o
homem que cobrava a renda, o senhor da lavandaria, o homem que vinha
entregar o carvão.
Em casa, a rádio estava sempre ligada e a música por toda a parte.
Quando não ouviam rádio, os Dwights, a família materna, punham discos a
tocar na radiola - normalmente jazz, mas também música clássica
- e na casa havia um piano, que segundo parece Elton John começara a
tocar muito novo, com apenas três anos. Não demorou muito a que os pais
pusessem o menino-prodígio a tocar em casamentos ou serões de família.
Todas
as sextas-feiras, ao regressar a casa com o dinheiro da féria semanal, a
mãe passava numa loja que vendia discos e comprava um 78 rotações. Um
dia, trouxe um disco de Elvis Presley. Por um acaso do destino, ao
folhear umas revistas no barbeiro, poucos dias antes, Elton dera de
caras com uma fotografia da estrela do rock and roll, e logo
então ficara deslumbrado por aquela figura que lhe parecia vinda de
outra galáxia. Ao escutar a música, teve uma epifania.
Ao contrário do que se poderia supor, Elton John não sofreu de bullying dos
colegas nem era um solitário introvertido, atormentando por dúvidas
quanto à sua orientação sexual. Era, segundo diz, um rapaz equilibrado
que, se não fossem as desavenças conjugais dos pais, teria tido uma
infância normal, provavelmente enfadonha, saudavelmente enfadonha,
típica de uma criança crescida num bairro camarário da grande Londres da
década de 1950: matinés no cinema infantil Embassy, em North Harrow, o
programa The Gown Show na rádio, pão com banha aos jantares de
domingo. À época, Elton ainda não tinha sequer consciência da sua
orientação sexual e a sua vivência desses assuntos era de uma aridez
desconcertante. Conta até que ficava boquiaberto quando alguns colegas
se gabavam de ter apalpado umas moças no escurinho do cinema - pura e
simplesmente, Elton John não sabia o que isso queria dizer.
O
ponto mais saliente da sua primeira adolescência terá sido um passeio
escolar a Annecy, em França, onde ficou fascinado ao olhar para um
Citroën 2CV, diferente de todos os carros que tinha visto até então ("os
assentos pareciam cadeiras de praia"). No mais, coleccionava discos com
a mesma pulsão acumuladora que, mais tarde, já rico e famoso, quase o
levou à falência, e a pequena jorna que recebia por empilhar grades de
cerveja aos sábados de manhã, no armazém da mercearia Victoria Wine, era
imediatamente gasto na porta ao lado, a loja de discos Siever's.
O
pai, severo e austero, levava-o a ver as partidas do Watford, e a
paixão pelo futebol é uma das constantes da sua vida (Elton John, aliás,
chegou à presidência do Watford em 1976, e nele investiu uma fortuna
para conseguir levá-lo, numa ascensão meteórica, da quarta à primeira
divisão do campeonato inglês). Mas, se o pai apreciava que o filho
vibrasse nas bancadas do estádio do Watford, não admitia a mínima
concessão a tudo o que cheirasse a rock and roll, desde a
música que se dançava aos pulos à forma arrojada de estar e trajar. E,
assim, recorda o músico, enquanto alguns colegas de escola davam nas
vistas com sapatos cor-de-rosa pontiagudos com biqueiras longuíssimas,
"eu continuava a vestir-me como uma versão do meu pai em miniatura".
O seu acto mais rebelde consistiu em comprar uns grandes óculos de
massa, que o faziam parecer Buddy Holly, mas que lhe arruinaram a visão e
o obrigaram a ter mesmo de usar óculos para todo o sempre. Talvez esta
frugalidade no trajar, imposta pelo odiado pai, ajude a explicar a
exuberância do seu visual, só ombreada (e, porventura, ultrapassada)
pelo estilo bombástico do inesquecível Liberace.
Os pais
separaram-se ao fim de anos de brigas e discussões, Elton foi viver com a
mãe e o novo marido dela para um apartamento arrendado em Croxley
Street, cheio de humidade e com o papel de parede a descolar. Mais
tarde, mudaram-se para uma casa nova, a poucos quilómetros de distância,
em Northwood Hills. É mais ou menos por essa altura que começou a ir a
concertos e a assumir que o seu futuro seria a música, sem dúvidas nem
hesitações.
A sexualidade, essa, permanecia indefinida, talvez
mesmo ignorada, e, no dia do seu 21.º aniversário, Elton chega a ficar
noivo de uma rapariga, uma loura alta três anos mais velha do que ele,
sem profissão conhecida, mas financeiramente independente. O noivado
durou pouco, e não necessariamente por ele se ter apercebido de que era
homossexual. Mais importante do que isso, por um acaso fortuito - muito
provavelmente, o momento mais decisivo da sua carreira musical e, logo,
de toda a sua vida - lera algumas letras de um poeta desconhecido,
Bernie Taupin, um homem de origens tão ou mais humildes do que as suas,
que vivia em Owmby-by-Spital, um vilarejo do Lincolnshire, e trabalhava
num aviário a transportar galinhas mortas num carrinho de mão.
Elton
e Bernie acabariam por se conhecer e, desde então, nunca mais se
separaram, formando um dos duos mais duradouros e prolíficos da história
do rock and roll (ao contrário do que muitos pensam, os dois
nunca foram amantes, apenas os melhores amigos, e Bernie sempre foi um
heterossexual de várias conquistas femininas, com quatro casamentos e
três divórcios).
O resto da história é conhecido, ou pode ser conhecido em Eu, Elton John,
que nos mostra até que ponto a sua carreira explodiu a partir do
momento em que o produtor Dick James o convenceu, muito a custo, a
iniciar uma digressão de enorme sucesso pela Costa Oeste dos Estados
Unidos. Depois disso, foi sempre a subir, até ao cume do estrelato
máximo e à adaptação de Candle in the Wind tocada na Abadia de Westminster, nas exéquias de Lady Di.
Nas suas memórias, Elton John, como todo o britânico de sucesso,
orgulha-se da sua intimidade com a família real, conta episódios em que
surpreendeu - e irritou - a avó com uma visita inesperada da Rainha-Mãe a
sua casa, fala da noite em que dançou com Isabel II ou dos avanços e
recuos da sua amizade com a princesa Diana e da ligação aos seus filhos.
Mas,
em vários momentos, evoca as suas origens de Pinner Road, orgulha-se de
ser de lá e de isso ainda estar incorporado no mais fundo da sua
personalidade, incluindo nas suas gaffes ou falhas de etiqueta.
O lado mais sombrio de tudo isso, além dos excessos e das adições,
será, provavelmente, o frenesim consumista e os gastos sumptuários,
muitas vezes em objectos de gosto mais do que duvidoso, típico de alguém
cuja formação cultural, como o próprio reconhece, se fez à base dos
livros condensados da Reader"s Digest.
Se a jactância das raízes é muito comum em vários self-made men de
fortuna ou sucesso, e se muita gente, incluindo entre nós, aprecia
cultivar aquilo a que poderíamos chamar o lumpen chic, há outro ponto
que merece destaque, a importância que o desporto ou as artes - ou
certas artes, bem entendido - tiveram para a democratização das nossas
sociedades e para o incremento da mobilidade social.
Em The Son also Rises,
um grande livro de 2014, o economista Gregory Clark mostrou-nos, com
base numa monumental investigação empírica, que em muitas profissões de
muitos países, incluindo a Suécia igualitária e social-democrata, os
apelidos se perpetuam nos lugares cimeiros: na banca e nas empresas, na
advocacia, na medicina. No desporto, não, quase nunca, pois é raro que o
talento em campo ou as aptidões físicas se transmitam de pais para
filhos de uma forma tão directa.
Nas artes e na cultura, há muitos
casos de gerações de pintores, escultores ou actores e também há
domínios mais elitistas e snobes, como a dança clássica, em que a marca
da mobilidade social parece ser menos intensa. Na música dita "ligeira",
porém, essa marca é evidente.
Posso estar enganado, mas, do que me lembre, na esmagadora maioria dos casos as grandes estrelas da pop não
herdaram dos paizinhos o lugar que ocupam, conquistaram-no com um
talento inato, intransmissível, vindos de baixo, de muito baixo, com
enorme esforço e, claro, a sempre necessária pontinha de sorte, como
sucedeu nos momentos-chave do trajecto meteórico de Elton Hercules John,
que por um acaso conheceu outro homem do povo, Bernie Taupin, e que por
outro acaso aceitou o desafio de Dick James para fazer uma tournée retumbante pela Califórnia.
Talvez o facto de o pedigree familiar
ser pouco ou nada relevante em certos meios artísticos, orgulhosamente
"de vanguarda" e mais tolerantes à "diferença", acabe por dar saliência a
outros factores, também pouco ou nada meritocráticos, a começar pela patronnage de semideuses de referência numa dada área (um crítico influente, um pintor famoso, um maestro aclamado).
E
talvez seja por isso que os casos Epstein ou Weinstein sejam,
tristemente, tão frequentes e comuns no mundo da moda e das artes, da
cultura popular em geral e até da academia. Não sei se pode ser
formulada como lei sociológica, mas talvez seja possível dizer-se que é
nos domínios mais abertos à mobilidade social que, à falta de pais e
avós com apelidos sonantes, os padrinhos protectores, e tantas vezes
assediadores, ocupam lugar de (imerecido) destaque.
É possível, não sei. O que sei é que a música pop (ou o futebol ou o boxe, não o hipismo nem a esgrima, obviamente) rompeu e rompe com o establishment e
com hierarquias sedimentadas ao longo de décadas, de séculos, e que até
a rainha de Inglaterra teve de se vergar à popularidade dos The Beatles
ou à exuberância flamejante de Elton John, e tantos outros. Num golpe
de marketing de belo efeito, Diana Spencer, quando morreu, foi
venerada como "princesa do povo", mas antes dela já Isabel II tinha
aberto as portas do Palácio de Buckingham a Paul McCartney e aos seus
comparsas, num sinal maravilhoso de que a música é mesmo capaz de vencer
todas as barreiras, até as do orgulho e do preconceito.
* Historiador.
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
14/12/19
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Por outro lado, uma análise desagregada por governante permite, por exemplo, perceber que o gabinete do primeiro-ministro teve um ligeiro aumento de 3% e o Ministério da Economia um acréscimo de 2,5% entre 2019 e 2020.
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HOJE NO
"DINHEIRO VIVO"
"DINHEIRO VIVO"
Maior governo de sempre
custa mais 8,8 milhões
Gastos contabilizados incluem remunerações, subsídios de Natal e férias de toda a equipa ministerial. Economia tem maior verba para despesas.
Os ministros e os respetivos gabinetes vão gastar mais dinheiro aos
contribuintes em 2020. Os orçamentos dos 70 membros do Governo deverão
chegar aos 73,2 milhões de euros no próximo ano, representando um
acréscimo de 8,8 milhões de euros, ou 13,7% face a 2019, de acordo com a
análise do Dinheiro Vivo aos valores que constam dos mapas informativos
que acompanham a proposta do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020).
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O atual elenco governativo é o maior em termos de número de ministros
e secretários de Estado da era democrática. António Costa optou por
acrescentar ao anterior Executivo mais dois ministérios que não existiam
e que não permitem comparar diretamente os dados, sendo que os novos
gabinetes quase que explicam por si só este acréscimo de despesa. Há
também mais secretarias de Estado e umas que transitaram de uns
gabinetes para outros.
Os gastos dos gabinetes incluem as despesas correntes e de gestão do
dia-a-dia dos ministérios. Dentro deste bolo cabem as despesas com
pessoal – que incluem as remunerações dos ministros e respetivos
secretários de Estado e de todos os colaboradores (chefe de gabinete,
assessores, adjuntos, secretárias, técnicos, motoristas, consultores),
as despesas de representação, as ajudas de custo, prémios, abonos,
subsídios de refeição, de férias e de Natal e ainda contribuições para a
Segurança Social ou para a Caixa Geral de Aposentações – e os restantes
gastos. Cabem nesta fatia as despesas com material de escritório,
telemóveis e comunicações, combustíveis, viagens e alojamento, pareceres
ou limpezas, por exemplo.
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Gastos dos gabinetes ministeriais
Em milhões de euros
Em milhões de euros
2018 | 2019 | 2020 | |
---|---|---|---|
Conselho de Ministros | 10.669.377 | 9.935.436 | 8.973.980 |
Economia e Transição Digital | 6.056.668 | 5.835.789 | 5.980.454 |
Negócios Estrangeiros | 4.578.982 | 4.775.275 | 4.824.830 |
Finanças | 5.523.315 | 5.738.724 | 4.757.831 |
Defesa | 2.912.434 | 2.912.434 | 3.861.716 |
Administração Interna | 2.664.000 | 3.578.030 | 2.813.249 |
Justiça | 3.600.000 | 3.645.514 | 3.684.910 |
Modernização do Estado | 3.158.878 | ||
Planeamento | 3.196.000 | 3.196.000 | 1.608.750 |
Cultura | 2.404.328 | 2.507.330 | 3.507.330 |
Ciência e Ensino Superior | 2.886.194 | 2.886.194 | 2.886.195 |
Educação | 4.200.000 | 4.577.190 | 5.038.230 |
Trabalho e Segurança Social | 3.173.421 | 3.211.089 | 3.889.149 |
Saúde | 2.496.714 | 2.496.714 | 2.496.714 |
Ambiente e Ação Climática | 4.280.000 | 4.310.000 | 5.040.000 |
Infraestruturas e Habitação | 4.066.610 | ||
Coesão Territorial | 2.667.635 | ||
Agricultura | 2.863.000 | 2.850.000 | 2.004.500 |
Mar | 1.959.000 | 1.950.000 | 1.950.000 |
TOTAL | 63.463.433 | 64.405.719 | 73.210.961 |
Quem ganha e perde
O facto de alguns ministérios perderem secretarias de Estado significa
que passam a custar menos só por este efeito. É o caso do Planeamento
que antes tinha as Infraestruturas e que foi autonomizado ainda na
anterior legislatura, perdendo cerca de metade da verba. É um dos casos
em que a comparabilidade se torna mais difícil se não impossível de
fazer.
Ainda há o exemplo do Ministério da Agricultura que perdeu as florestas
para o Ambiente ou ainda as Finanças que perderam a Secretaria de Estado
da Administração Pública para o novo Ministério da Modernização do
Estado. Também há casos em que os orçamentos engordaram com novos
gabinetes. É o caso da Defesa, que ganhou uma nova competência, com a
secretaria de Estado dos Antigos Combatentes.
Por outro lado, uma análise desagregada por governante permite, por exemplo, perceber que o gabinete do primeiro-ministro teve um ligeiro aumento de 3% e o Ministério da Economia um acréscimo de 2,5% entre 2019 e 2020.
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Os dois novos ministérios custam 6,7 milhões
Os novos gabinetes ministeriais criados por António Costa explicam,
quase na totalidade, “a nova” despesa orçamentada para 2020. Além dos
ministérios “aditivados”, foram ainda criados os da Modernização do
Estado e da Administração Pública, que tem um gasto previsto de 3,2
milhões, e o da Coesão Territorial, com 2,7 milhões de euros de despesa.
Os dois juntos têm um gasto orçamentado de 6,7 milhões de euros,
representando 9% do total do montante reservado aos gabinetes
governativos em 2020. Mais uma vez, estes dados têm de ser lidos à luz
de transições que foram feitas de secretarias de Estado entre novos e
velhos ministérios e que não permitem uma comparação individual da
despesa.
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* Este é um gabinete despesista. Aliás no tempo de Passos Coelho, temos de lhe fazer justiça, havia austeridade e os portugueses sentiram-na, no tempo de António Costa existe o conceito "contas certas" que em nada difere da austeridade de Passos Coelho, vive-se tão mal como antes mas o tuga gosta.
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·ï¡÷¡ï·𝓡𝓞𝓣𝓔𝓘𝓡𝓞 𝓓𝓞 𝓢𝓐𝓑𝓔𝓡
·ï¡÷¡ï·
2-𝓞𝓡𝓘𝓖𝓔𝓝𝓢
𝟐.𝟒-𝓒𝓞𝓜𝓞 𝓒𝓞𝓜𝓔𝓒̧𝓞𝓤 𝓐 𝓥𝓘𝓓𝓐
𝟐.𝟒-𝓒𝓞𝓜𝓞 𝓒𝓞𝓜𝓔𝓒̧𝓞𝓤 𝓐 𝓥𝓘𝓓𝓐
𝓣𝓮𝓻𝓪́ 𝓸 𝓾𝓷𝓲𝓿𝓮𝓻𝓼𝓸 𝓮𝔁𝓲𝓼𝓽𝓲𝓭𝓸 𝓼𝓮𝓶𝓹𝓻𝓮 ?
𝓒𝓸𝓶𝓸 𝓮́ 𝓺𝓾𝓮 𝓼𝓮 𝓽𝓸𝓻𝓷𝓸𝓾 𝓷𝓾𝓶 𝓵𝓾𝓰𝓪𝓻 𝓺𝓾𝓮 𝓪𝓫𝓻𝓲𝓰𝓪 𝓿𝓲𝓭𝓪?
𝓒𝓸𝓶𝓸 𝓽𝓮𝓻𝓪́ 𝓼𝓲𝓭𝓸 𝓸 𝓷𝓪𝓼𝓬𝓲𝓶𝓮𝓷𝓽𝓸 𝓭𝓸 𝓷𝓸𝓼𝓼𝓸 𝓹𝓵𝓪𝓷𝓮𝓽𝓪? 𝓔𝓼𝓽𝓪𝓶𝓸𝓼 𝓼𝓸𝔃𝓲𝓷𝓱𝓸𝓼, 𝓸𝓾 𝓮𝔁𝓲𝓼𝓽𝓮𝓶 𝓶𝓾𝓷𝓭𝓸𝓼 𝓮𝔁𝓽𝓻𝓪𝓽𝓮𝓻𝓻𝓮𝓼𝓽𝓻𝓮𝓼 𝓪̀ 𝓮𝓼𝓹𝓮𝓻𝓪 𝓭𝓮 𝓼𝓮𝓻𝓮𝓶 𝓭𝓮𝓼𝓬𝓸𝓫𝓮𝓻𝓽𝓸𝓼? 𝓥𝓮𝓳𝓪 𝓪𝓵𝓰𝓾𝓶𝓪𝓼 𝓻𝓮𝓼𝓹𝓸𝓼𝓽𝓪𝓼 𝓺𝓾𝓮 𝓵𝓮𝓿𝓪𝓻𝓪̃𝓸 𝓸𝓼 𝓮𝓼𝓹𝓮𝓬𝓽𝓪𝓭𝓸𝓻𝓮𝓼 𝓷𝓾𝓶𝓪 𝓿𝓲𝓪𝓰𝓮𝓶 𝓹𝓮𝓵𝓸 𝓬𝓸𝓼𝓶𝓸𝓼 𝓭𝓮𝓼𝓭𝓮 𝓸 𝓹𝓻𝓲𝓷𝓬𝓲́𝓹𝓲𝓸 𝓭𝓸 𝓽𝓮𝓶𝓹𝓸 𝓪𝓽𝓮́ 𝓪𝓸𝓼 𝓬𝓸𝓷𝓯𝓲𝓷𝓼 𝓭𝓸 𝓤𝓷𝓲𝓿𝓮𝓻𝓼𝓸, 𝓹𝓻𝓸𝓬𝓾𝓻𝓪𝓷𝓭𝓸 𝓹𝓮𝓵𝓪𝓼 𝓹𝓻𝓲𝓶𝓮𝓲𝓻𝓪𝓼 𝓹𝓲𝓼𝓽𝓪𝓼 𝓭𝓮 𝓿𝓲𝓭𝓪 𝓮 𝓸𝓼 𝓼𝓮𝓾𝓼 𝓿𝓮𝓼𝓽𝓲́𝓰𝓲𝓸𝓼 𝓷𝓸𝓾𝓽𝓻𝓸𝓼 𝓶𝓾𝓷𝓭𝓸𝓼.
𝓒𝓸𝓶𝓸 𝓮́ 𝓺𝓾𝓮 𝓼𝓮 𝓽𝓸𝓻𝓷𝓸𝓾 𝓷𝓾𝓶 𝓵𝓾𝓰𝓪𝓻 𝓺𝓾𝓮 𝓪𝓫𝓻𝓲𝓰𝓪 𝓿𝓲𝓭𝓪?
𝓒𝓸𝓶𝓸 𝓽𝓮𝓻𝓪́ 𝓼𝓲𝓭𝓸 𝓸 𝓷𝓪𝓼𝓬𝓲𝓶𝓮𝓷𝓽𝓸 𝓭𝓸 𝓷𝓸𝓼𝓼𝓸 𝓹𝓵𝓪𝓷𝓮𝓽𝓪? 𝓔𝓼𝓽𝓪𝓶𝓸𝓼 𝓼𝓸𝔃𝓲𝓷𝓱𝓸𝓼, 𝓸𝓾 𝓮𝔁𝓲𝓼𝓽𝓮𝓶 𝓶𝓾𝓷𝓭𝓸𝓼 𝓮𝔁𝓽𝓻𝓪𝓽𝓮𝓻𝓻𝓮𝓼𝓽𝓻𝓮𝓼 𝓪̀ 𝓮𝓼𝓹𝓮𝓻𝓪 𝓭𝓮 𝓼𝓮𝓻𝓮𝓶 𝓭𝓮𝓼𝓬𝓸𝓫𝓮𝓻𝓽𝓸𝓼? 𝓥𝓮𝓳𝓪 𝓪𝓵𝓰𝓾𝓶𝓪𝓼 𝓻𝓮𝓼𝓹𝓸𝓼𝓽𝓪𝓼 𝓺𝓾𝓮 𝓵𝓮𝓿𝓪𝓻𝓪̃𝓸 𝓸𝓼 𝓮𝓼𝓹𝓮𝓬𝓽𝓪𝓭𝓸𝓻𝓮𝓼 𝓷𝓾𝓶𝓪 𝓿𝓲𝓪𝓰𝓮𝓶 𝓹𝓮𝓵𝓸 𝓬𝓸𝓼𝓶𝓸𝓼 𝓭𝓮𝓼𝓭𝓮 𝓸 𝓹𝓻𝓲𝓷𝓬𝓲́𝓹𝓲𝓸 𝓭𝓸 𝓽𝓮𝓶𝓹𝓸 𝓪𝓽𝓮́ 𝓪𝓸𝓼 𝓬𝓸𝓷𝓯𝓲𝓷𝓼 𝓭𝓸 𝓤𝓷𝓲𝓿𝓮𝓻𝓼𝓸, 𝓹𝓻𝓸𝓬𝓾𝓻𝓪𝓷𝓭𝓸 𝓹𝓮𝓵𝓪𝓼 𝓹𝓻𝓲𝓶𝓮𝓲𝓻𝓪𝓼 𝓹𝓲𝓼𝓽𝓪𝓼 𝓭𝓮 𝓿𝓲𝓭𝓪 𝓮 𝓸𝓼 𝓼𝓮𝓾𝓼 𝓿𝓮𝓼𝓽𝓲́𝓰𝓲𝓸𝓼 𝓷𝓸𝓾𝓽𝓻𝓸𝓼 𝓶𝓾𝓷𝓭𝓸𝓼.
FONTE: Universo do Documentário 2.0 .
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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Relatório avança que número de fumadores continua a descer
Informação é avançada pela Organização Mundial de Saúde.
O número de fumadores tem descido e assim deverá continuar, afirmou esta
quarta-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS), que estima que em
2018 havia mais de mil milhões de fumadores, na maioria homens.
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No seu relatório sobre tendências do tabagismo 2000-2025, a OMS
assinala um "progresso evidente nas taxas de uso do tabaco", evidenciado
no número de homens que fuma, que começou a descer em 2018 pela
primeira vez.
No ano 2000, havia 1.397 milhões de pessoas a consumir tabaco e 1.351
milhões em 2015, prevendo-se que o número desça para 1.299 milhões em
2025.
O número de homens utilizadores de tabaco a nível mundial aumentou
anualmente entre 2000 e 2018, ano em que atingiu 1.093 milhões,
estimando-se que desça para 1.091 milhões em 2020 e 1.087 milhões em
2025, "desde que os países mantenham os esforços atuais para controlar o
tabaco".
Quanto às mulheres, cerca de 100 milhões terão deixado o tabaco entre
2000 e 2018, descendo anualmente até atingir 244 milhões em 2018,
número que deverá cair ainda mais para 212 milhões em 2025.
Entre os tabagistas, a nível global, 1.071 milhões fumam cigarros, contando-se 915 milhões de homens e 156 milhões de mulheres.
A OMS recomenda a todos os países que façam "esforços adicionais"
para agir com base nas evidências científicas, "incluindo monitorização
mais eficaz para "reverter a epidemia do tabaco".
"Cada dia que passa resulta para milhões de pessoas no risco de morte
prematura e incapacidade devido ao tabaco", assinala a organização.
A OMS nota a "persistência da indústria do tabaco" em tentar afrontar
os esforços para controlar o tabaco e recomenda aos estados que
mantenham a vigilância para ver se as políticas que definem estão a ser
aplicadas.
"Senão, os progressos podem facilmente voltar para trás", nota a OMS,
que defende que é preciso estudar as tendências do tabagismo a cada
cinco anos para "perceber os padrões" e dar-lhes resposta adequada.
Cerca de oito milhões de pessoas morrem todos os anos por causa de
uma doença relacionada com o tabagismo em 2017, um número que "se espera
que venha a aumentar mesmo com a descida das taxas de uso porque as
doenças provocadas pelo tabaco demoram a aparecer".
Em relação a Portugal, a OMS regista que em 2018 havia uma
prevalência de uso de 27,9 por cento (33.3% entre os homens, 32,4% entre
as mulheres).
Dois milhões de portugueses consumiam tabaco nesse ano, contando-se 1,2 milhões de homens e 779.000 mulheres.
"Todos os produtos devem ser monitorizados, incluindo produtos
não-tabágicos que contenham nicotina, tais como cigarros sem fumo e
vaporizadores", defende a OMS, assinalando que as despesas de saúde
associadas ao consumo de tabaco atingem "1,4 biliões de dólares
anualmente".
Suportar os custos dos tratamentos das doenças associadas ao tabaco é
um fator que aumenta os números da pobreza, assinala a OMS.
Como os homens são o principal problema, a organização recomenda
ainda que a "dimensão de género" tem que estar na mira de quem define as
políticas.
* Já fomos fumadores e não nos cansamos de afirmar quão estúpidos fomos, o nosso corpo pagou uma factura bem cara mas estamos vivos.
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