18/05/2009

ONDE ESTÁ A VIA VERDE

Á F R I C A - MIA COUTO

Como falamos a democracia?
Mia Couto *

Na bela cidade de Durban, falávamos eu e outros escritores africanos da surpresa do modo como, no Zimbabwe, tantos ainda apoiam Robert Mugabe. Havia, no grupo, escritores de vários países de África. Aproveitámos o que melhor há nas conferências literárias: os intervalos. A nossa perplexidade não se limitava ao caso zimbabweano. Como é que povos inteiros, em outras nações, se acomodaram perante dirigentes corruptos e venais. De onde nasce tanta resignação?

Uma das razões dessa aceitação reside na forma como as línguas se relacionam com conceitos políticos da modernidade. Por exemplo, um zimbabweano rural designa os seus líderes nacionais como entidades divinizadas, fora das contingências da História e longe da vontade dos súbditos. O mesmo se passa em quase todas as línguas bantus.

A questão pode ser assim formulada: como pensar a democracia numa língua em que não existe a palavra «democracia»? Num idioma em que «Presidente» se diz «Deus»? Nas línguas do Sul de Moçambique, o termo para designar o chefe de Estado é «hossi». Essa mesma palavra designa também as entidades divinas na forma dos espíritos dos antepassados, traduzindo uma sociedade em que não há separação da esfera religiosa.

Parece uma questão de ordem linguística. Não é. Trata-se do modo como se organizam as percepções e as representações que uma sociedade constrói sobre si mesma. A sacralização do poder não pode casar com regimes em que se supõe que os líderes são escolhidos por livre votação. Numa sociedade em que os súbditos se convertem em cidadãos.

Esse assunto escapa muitas vezes a quem se especializou em organizar seminários sobre cidadania e modernidade em África. A problemática política é vista, quase sempre, na sua dimensão institucional, exterior à intimidade dos cidadãos. Quando o participante do seminário explicar à sua comunidade o conteúdo dos debates usará a sua língua materna. E sempre que se referir ao Presidente ele fará uso do termo «deus». Como pedir uma atitude de mudança nestas circunstâncias?

O que se pode fazer? Será que os falantes destas línguas estão condenados à imobilidade por causa desta inércia linguística? Na realidade, existem tensões entre a lógica interna de algumas destas línguas e a dinâmica social. Estas tensões não são novas e sempre foram resolvidas a favor da adaptação criativa e da criação de futuro.

Já no passado, as culturas africanas (e todas as outras em todos os continentes) tiveram que se moldar e se reajustar perante aquilo que surgia como novidade. Eu mesmo testemunhei o modo veloz como as línguas moçambicanas se municiaram de instrumentos novos, roubando e apropriando-se de termos não próprios.

Com o uso generalizado esses termos acabaram indigenizando-se. Sem drama linguístico, sem apoio de academias nem de acordos ortográficos os falantes dessas línguas «pediram» de empréstimo palavras de outros idiomas. Moçambique é, nesse domínio, um caldeirão dessas mestiçagens.

Os nacionalistas africanos não ficaram à espera que um vocabulário apropriado nascesse nas línguas maternas dos seus países. Eles começaram a luta e essa mesma dinâmica contaminou (mesmo com uso de termos e discursos inteiros em português) as restantes línguas locais.

Tudo isto nos traz a convicção do seguinte: a capacidade de questionar o presente necessita de língua portadora de futuro. A necessidade de sermos do nosso tempo e do nosso mundo exige línguas abertas ao cosmopolitismo. África – tantas vezes pensada como morando no passado – já está vivendo no futuro no que respeita à condição linguística: quase todos africanos são multilingues.
Essa disponibilidade é uma marca de modernidade vital. O destino da nossa espécie é que cada pessoa seja a humanidade toda inteira.

Crónica de Mia Couto, escritor moçambicano, publicada na edição de Abril da revista África 21
(Publicado no Ma-Schamba-Blog de José Teixeira)
Mia Couto e as concepções políticas africanas

8 de Maio de 2009

C O R A J O S O





autoridade policial no Brasil

7 - S E N S I B I L I D A D E S

ILÍDIO PINHO - os dedos das duas mãos são suficientes para contar os bons empresários que há em Portugal. (presidente da IP Holding). «diário económico»

JERÓNIMO DE SOUSA - o governo devia ser mais cauteloso em relação às políticas de emigração, a influência das decisões do executivo podem ter consequências nos emigrantes portugueses. «i»

ANTÓNIO VITORINO - o volume de entrada de imigrantes em Portugal em 2008 foi muito baixo e, apesar da conjuntura económica, nada justifica as medidas proteccionistas e xenófobas do governo. «i»

JOÃO DUQUE - tenho muitas dúvidas sobre as grandes obras. Não é por essa via que vamos lá. (professor do ISEG). «i»

JOSÉ REIS - melhor saúde e melhor educação só podem ter um efeito positivo na produtividade. (economista). «i»

MARIA MAGNÍFICA - de vez em quando somos todos xenófobos porque somos medrosos, esquecemo-nos que os imigrantes, na sua grande maioria, executam os mesmos trabalhos que os nossos emigrantes faziam, os menos qualificados, mas sempre desejámos que esse portugueses fossem respeitados (pensionista).

1 - N O T Í C I A S

INSTITUTO DO EMPREGO - No final de Março este Instituto apagou(?) 15 000 registos de desempregados das suas listas, alega-se erro informático «DN».

RISCOS - as zonas industriais da Sta Maria da Feira não têm carta de riscos e os bombeiros não sabem o que podem encontrar dentro de todas as empresas. As bocas de Incêndio também foram esquecidas e as que existem nem sempre têm água «JN».

ODIVELAS - este concelho tem mais de quarenta bairros ilegais «JN».

COVA DA BEIRA - Um departamento afecto ao Ministério do Ambiente destruiu documentos importantes para processos judiciais a decorrer em tribunal respeitantes ao projecto de construção e concessão da Estação de Resíduos Sólidos e Urbanos da Associação de Munícipios da Cova da Beira e que tem julgamento marcado para Outubro «público».

MANUELA FERREIRA LEITE - era Manuela Ferreira Leite ministra das Finanças no Governo de Durão Barroso, quando o seu ministério concedeu o regime de neutralidade fiscal à reestruturação do Grupo Totta. A operação traduziu-se, segundo fonte conhecedora do processo, num benifício fiscal de cerca de um milhão de euros«correio da manhã»

V I R G E N S

PORQUE É QUE OS HOMENS PREFEREM CASAR COM VIRGENS?


PORQUE NÃO SUPORTAM CRÍTICAS!

QUE PILOTO




enviada por ANTÓNIO CUNHA

5 -AS NOSSAS ETIQUETAS

PEIDATENTA - nariz tratado no ar, á procura de pxxdxs

PEIDLICIDADE - anúncios fora de série

PEIDMILHÕES - que sorte do .........................................................

PENCA NO SÍTIO - as verdades que fazem doer a pxxdx

SAÚDE NA PEIDA - pxxdx feliz é com saúde até ao nariz, vêm aí novidades

USSÓTÃODAPEIDA - coisas do arco da pxxdx, antigas

UÇOMDAPEIDA - do melhor em pxxdxfonia

ZOOPEIDA - lições zoófilas

1 - O SABER NÃO OCUPA LUGAR

QUANDO FOI CONSTRUÍDO O PRIMEIRO EDIFÍCIO DA HISTÓRIA?

Não se conhece a data exacta do primeiro edifício da história. Mas, desde as primeiras civilizações, há registos de palácios, templos e outras grandes obras. Sabe-se que os Sumérios que dominavam o sul da Mesopotâmia de 3 500 a 1 600 AC, chegaram a ter cidades com mais de 30 mil habitantes, nas quais havia prédios repletos de colunas e terraços. Por causa da escassez de pedras usavam uma argamassa de junco e barro, além de tijolos de barro secos ao sol. O maior destes prédios o Zigurat de UR, tinha o pavimento superior a mais de 30 metros de altura. A civilização Minóica que ocupou Creta por volta de 2 000 AC, deixou vestígios de enormes palácios e outras edificações construídas antes de 1 750 AC, quando uma grande catástrofe natural as soterrou.