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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
23/09/2016
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4-A ASCENÇÃO
DO DINHEIRO
O que também grandes banqueiros
e prestigiados políticos não querem
que se saiba acerca do dinheiro
* Veja também "O DINHEIRO COMO DÍVIDA" editado nas 5 semanas anteriores ao do início desta série neste mesmo horário.
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As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
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HOJE NO
"A BOLA"
"A BOLA"
Diretor de comunicação suspenso
por 15 dias pela FPF
O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de
Futebol suspendeu o diretor de comunicação do Sporting, Nuno Saraiva,
por 15 dias, devido a um texto publicado na rede social Facebook.
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Considera
aquele órgão que o dirigente violou o artigo 13.º do Regulamento
Disciplinar da FPF, que impede os agentes desportivos de «efetuar
declarações públicas que ponham em causa a sua observância, bem como
declarações desprimorosas relativamente a órgãos da estrutura desportiva
e a pessoas a eles relacionados».
Pelos comentários, Nuno Saraiva foi ainda condenado a pagar 102 euros de multa.
Pelos comentários, Nuno Saraiva foi ainda condenado a pagar 102 euros de multa.
* E é só Nuno Saraiva que declara "desprimores"?
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CLIQUE EM "Programa OLHOS NOS OLHOS"
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EXPECTATIVAS
SOBRE O 'OE'
DE 2017
CLIQUE EM "Programa OLHOS NOS OLHOS"
Se
no dia do programa, 21 de Setembro, não teve oportunidade de ficar mais esclarecido
sobre o tema, dispense-se tempo para se esclarecer agora, este programa é extenso mas terrivelmente claro e polémico.
Fique atento às declarações do Dr. Pedro Braz Teixeira.
Fique atento às declarações do Dr. Pedro Braz Teixeira.
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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
"AÇORIANO ORIENTAL"
Aplicação açoriana para fiscalizar atividade económica cedida à Madeira
Uma aplicação informática de fiscalização da atividade económica
totalmente desenvolvida pelo governo açoriano foi cedida ao executivo
madeirense, no primeiro ato de cooperação institucional formalizado na
sequência da cimeira Madeira-Açores, realizada no início deste ano.
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Na prática, a experiência dos Açores permitiu “uma verdadeira
revolução no modus operandi” da Autoridade Regional das Atividades
Económicas (ARAE), “tornando-a mais célere e menos burocrática e
permitindo toda a gestão estatística e informativa da atividade
desenvolvida", afirmou o secretário regional da Economia, Turismo e
Cultura da Madeira, Eduardo Jesus, na apresentação pública da
iniciativa, no Funchal.
O governante destacou que "em menos de quatro meses" foi possível partilhar a solução informática “desenvolvida inteiramente pelo Governo dos Açores" e já a ser aplicada na Madeira.
A aplicação permite "um maior conhecimento do tecido económico, para além de possibilitar um acesso mais fácil e interativo, por parte dos utentes, à instituição, com claras vantagens para a satisfação das suas necessidades", declarou.
Permite, ainda de acordo com Eduardo Jesus, "uma maior monitorização da atividade económica, um conhecimento mais realista do tecido empresarial e dos sectores de maior risco na região", bem como ter ganhos de produtividade, "com uma grande diminuição da burocracia, aumentando os níveis de segurança alimentar, reforçando a confiança dos consumidores”.
O inspetor regional das Atividades Económicas dos Açores, Paulo Machado, destacou que a aplicação melhora "a gestão de recursos", possibilitando "libertar tempo" para estar no terreno, já que essa "é a experiência da ARAE Açores" depois da implementação.
"Em poucos meses, dois a três, já se sentirá o efeito dessa mudança, que passa pela implementação desta ferramenta, que já se iniciou porque estamos no momento de formação", aliviando depois a carga administrativa", afirmou.
* Cooperação precisa-se!
O governante destacou que "em menos de quatro meses" foi possível partilhar a solução informática “desenvolvida inteiramente pelo Governo dos Açores" e já a ser aplicada na Madeira.
A aplicação permite "um maior conhecimento do tecido económico, para além de possibilitar um acesso mais fácil e interativo, por parte dos utentes, à instituição, com claras vantagens para a satisfação das suas necessidades", declarou.
Permite, ainda de acordo com Eduardo Jesus, "uma maior monitorização da atividade económica, um conhecimento mais realista do tecido empresarial e dos sectores de maior risco na região", bem como ter ganhos de produtividade, "com uma grande diminuição da burocracia, aumentando os níveis de segurança alimentar, reforçando a confiança dos consumidores”.
O inspetor regional das Atividades Económicas dos Açores, Paulo Machado, destacou que a aplicação melhora "a gestão de recursos", possibilitando "libertar tempo" para estar no terreno, já que essa "é a experiência da ARAE Açores" depois da implementação.
"Em poucos meses, dois a três, já se sentirá o efeito dessa mudança, que passa pela implementação desta ferramenta, que já se iniciou porque estamos no momento de formação", aliviando depois a carga administrativa", afirmou.
* Cooperação precisa-se!
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ONTEM NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
"DIÁRIO ECONÓMICO"
BCP arrasa praça de Lisboa e
cai 5,2% para mínimo histórico
Mais um mínimo histórico para a acção BCP, desta vez fechou nos 1,46
cêntimos, uma queda de 5,19%. Em causa poderá estar o facto de ter sido
noticiado pelo Económico que a legislação que prevê o reverse stock
split estar próxima de ser aprovada. Já depois de o mercado fechar saiu o
Comunicado do Conselho de Ministros a anunciar a aprovação da lei.
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No entanto o BCP sofreu também naturalmente o contágio das correcções que atingiram a banca europeia.
O PSI 20 fechou a perder 0,77% para 4.576,23 pontos com 15 cotadas em
queda, duas em alta (Mota Engil +1,05%; e Jerónimo Martins +0,03%) e o
BPI sem mexer.
A família EDP (a EDP é accionista qualificada do BCP); a Altri; a Pharol e a Navigator fecharam a cair mais de 1%.
O freio da banca também se fez sentir em Espanha, cujo índice IBEX
fechou a cair 1,25%. O CaixaBank caiu 3,75% depois de anunciar a venda
das acções próprias. O Santander caiu 3,25%; o Popular caiu 2,70%; BBVA
-0,69%; só para citar alguns exemplos. Mas nada que se compare com a
queda do BCP.
Hoje foram conhecidos os dados da produção industrial e dos serviços
em França, Alemanha e na zona euro. Hoje faz três meses do referendo
britânico que ditou o Brexit.
Na Europa a tendência foi de queda, com o EuroStoxx 50 a fechar nos 3.032,31 pontos (-0,64%) e o Stoxx 600 a perder 0,72%.
O Dax perdeu 0,44% para 10.626,97 pontos; Londres perdeu 0,03%; Paris caiu 0,47%;
Os futuros sobre o petróleo Brent caem 1,97%, para 46,71 dólares.
* Para pagar uma "bica" é necessário o equivalente a 41 acções do BCP.
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ANTÓNIO MOITA
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* Jurista
IN "DIÁRIO ECONÓMICO"
14/09/16
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A tentação de Cristas
Assunção
Cristas quer ser uma voz diferente neste espaço político pouco
esperançoso, que anda à procura de qualquer coisa diferente embora não
saiba bem o quê.
Ao entrar na corrida à Câmara Municipal de Lisboa,
Assunção Cristas assume de uma só vez que se quer afirmar por si própria
dentro e fora do seu Partido, que a coligação Portugal à Frente acabou
definitivamente e que as próximas eleições autárquicas servirão para
confirmar as lideranças partidárias quer do CDS/PP quer do PPD/PSD.
Passada que está a fase em que os partidos do centro e da direita
davam como certa a queda a breve prazo da “geringonça”, entrámos num
tempo em que a liderança do CDS percebeu que tem de se afirmar num
espaço político muito marcado pelos quatro anos de governação da
‘troika’.
Passos Coelho continua igual a si próprio e terá sempre do seu lado
aqueles que acreditam que o atual Governo não alcançará nenhum dos
objetivos de crescimento económico a que se propôs e que no final
estaremos de novo condenados a pedir auxílio externo. É a teoria do
quanto pior melhor em que a frase da próxima campanha eleitoral será
qualquer coisa como “eu bem vos avisei …”. Até lá nada de novo. Nem
consensos pedidos pelo Presidente da República nem propostas
alternativas. A receita é esperar para ver.
Assunção Cristas quer ser uma voz diferente neste espaço político
pouco esperançoso, que anda à procura de qualquer coisa diferente embora
não saiba bem o quê. A afirmação da sua liderança, muito marcada ainda
pela influência de um Paulo Portas sempre presente, ainda que de forma
indireta, passa por garantir internamente que o seu caminho não será
minado e por conseguir legitimar o seu papel através do voto popular.
Nada melhor do que anunciar uma candidatura à Câmara da principal cidade
do país sabendo que desta forma não terá lutas internas no próximo ano e
que a fasquia do bom resultado andará à volta dos 7% (resultado
sofrível obtido por Portas em 2001 que não impediu a vitória de Santana
Lopes).
No atual deserto de ideias e de novas caras que caracteriza a
política portuguesa, Cristas poderá trazer uma lufada de ar fresco se
for capaz de moderar a necessidade de afirmação que demonstra (não há
revista cor-de-rosa em que não apareça ora com chapéu de palha ora com
fruta estampada no vestido), se definir com precisão as mensagens que
quer passar (falar de tudo ao mesmo tempo com uma velocidade supersónica
tem como efeito que ninguém percebe ou retém a sua mensagem) e se
concentrar na agenda que verdadeiramente interessa à classe média
portuguesa, em especial a da sua faixa etária, pode ser que consiga
afirmar a sua posição.
Portas garantiu votos junto de setores mais tradicionais da sociedade
portuguesa e montou o seu bastião junto dos reformados e pensionistas e
na defesa da lavoura. Se nesta última Cristas também pontuou, a verdade
é que enquanto os reformados se lembrarem dos quatro anos de governo de
coligação dificilmente aceitarão voltar a confiar no CDS.
O CDS terá assim de procurar afirmar-se noutros setores mais
dinâmicos da sociedade portuguesa como sejam os pequenos e médios
empresários ou os empreendedores e dirigir o seu discurso para todos
aqueles que, não precisando do Estado para viver ou trabalhar, sabem que
é fundamental garantir a existência de serviços públicos de qualidade
em setores tão importantes como os da educação, da saúde, da segurança
social e da ordem pública.
A tentação de Cristas é um sinal de inconformismo e de vontade em
afirmar um novo discurso. Se tiver êxito, conseguirá afirmar o novo CDS
como uma força indispensável à construção de um novo espaço do centro e
da direita em Portugal. Se falhar, irá naturalmente deixar a liderança
em Outubro do próximo ano e abrirá um longo e difícil período em que o
CDS continuará a tentar encontrar uma identidade e lutar uma vez mais
para assegurar a sua sobrevivência.
* Jurista
IN "DIÁRIO ECONÓMICO"
14/09/16
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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Isaltino Morais recusa convite
do PSD para as autárquicas
O ex-presidente da Câmara de Oeiras Isaltino Morais confirmou, na quinta-feira à noite, que foi convidado pelo PSD para integrar as listas do partido numa candidatura ao mesmo município nas próximas autárquicas, mas recusou a proposta.
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Em comunicado, Isaltino Morais adianta ter tido "algumas conversas" com Carlos Carreiras, coordenador autárquico do PSD, sobre as suas intenções de se candidatar ou não nas eleições do próximo ano.
Além disso, acrescenta, esteve reunido com o presidente da distrital de Lisboa do PSD, Miguel Pinto Luz, e com o presidente da concelhia de Oeiras, Ângelo Pereira, num hotel em Sintra a 26 de julho.
"Foi-me transmitido por aqueles dirigentes do partido, o mandato que lhes tinha sido dado pelo referido coordenador autárquico, para que me fosse proposto concorrer aos órgãos autárquicos de Oeiras, integrando as listas do partido. Recusei os termos da proposta recebida", revela Isaltino Morais.
O ex-autarca escusou-se a revelar mais detalhes da conversa, sublinhando que quer "apenas esclarecer a verdade".
"Se fui convidado para integrar as listas do PSD, a resposta é: Fui, sim!", lê-se.
Isaltino Morais explica que a intenção do comunicado emitido surge depois de Carlos Carreiras ter "referido factos que não constituem verdade".
"Tendo já sido suficientemente prejudicado por mentiras que se perpetuam no tempo, julgo que este esclarecimento era um imperativo", concluiu.
Isaltino Morais foi eleito presidente da Câmara de Oeiras pela primeira vez em 1985 e esteve à frente da autarquia durante mais de duas décadas. Em 2013 foi detido para cumprir pena de dois anos de prisão por fraude fiscal e branqueamento de capitais.
Ao fim de um ano e dois meses, saiu em liberdade condicional.
* O PSD atrás de magnifícos patifes. Isaltino ainda pode vir a ser presidente do partido.
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HOJE NO
"OBSERVADOR"
Cidades funcionais na Lua?
A proposta é da
Agência Espacial Europeia
"A cidade lunar é a minha solução preferida para o futuro. A Lua é o próximo passo lógico", diz Jan Woerner, diretor geral da Agência Espacial Europeia, que apresentará a ideia até ao final de 2016.
Enquanto a NASA tem piscado o olho a Marte, a Agência Espacial
Europeia (AEE) deverá investir na Lua. Quem o diz é Jan Woerner, o
diretor geral da Agência Espacial Europeia (AEE), neste artigo do Guardian,
que já antevê cidades na superfície lunar. Ei, calma, não vale a pena
imaginarmos cidades bonitinhas, com jardins espetaculares e churrascadas
à maneira, com vista para o cintilante e azul Planeta Terra…
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Nop.
“Eu explico o que a cidade não será: moradias isoladas, escola, igreja,
uma piscina, pastelaria, cemitério. Não é isto que eu estou a pensar”,
explica Woerner, alertando que, na próxima década ou pouco mais, a
Estação Espacial Internacional terá os dias contados. Por isso, há que
encontrar soluções para preservar a presença humana no espaço.
Woerner, conta o The Guardian, visualiza uma cidade lunar segmentada,
para diferentes atividades, com organizações públicas e privadas de mão
dada. Ou seja, uns podem desenvolver um telescópio, outros podem
extrair água do gelo polar e transformá-lo em hidrogénio, oxigénio ou
combustível fóssil. Outros poderiam pensar no turismo espacial, neste
caso lunar, de que há muito se fala, pinta e, de certa maneira, se
deseja.
“É um conceito inspirador, e se outros tiverem uma ideia
melhor, estou pronto para mudar a minha opinião”, admite Woerner, que se
espera que transmita a ideia da cidade funcional na Lua no Conselho da
AEE até ao final do ano. “Mas, até agora, posso dizer que a cidade lunar
é a minha solução preferida para o futuro. A Lua é o próximo passo
lógico.”
Resumindo, a cidade lunar não seria apenas uma forma de
perpetuar a presença humana no espaço, mas serviria também para preparar
o futuro das epopeias espaciais. Ou seja, seriam construídas
infraestruturas vitais e garantido um know-how, como lhe chama o diário inglês, para assegurar a segurança para os humanos terem sucesso em futuras investidas.
* O futuro começou ontem.
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Búlgara Kristalina Georgieva
"encorajada" a avançar
Possível adversária de Guterres condiciona decisão quanto à sua candidatura ao apoio do governo búlgaro
A vice-presidente da Comissão Europeia
Kristalina Georgieva admitiu estar a ser "encorajada" a avançar com uma
candidatura a secretária-geral da ONU, admitindo assim implicitamente
que poderá enfrentar António Guterres.
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"Sinto-me
muito honrada por verificar que numerosas pessoas me estão a encorajar
para ser candidata", sublinhou Georgieva, uma economista búlgara de 63
anos, que é apoiada pela chanceler alemã, Angela Merkel.
Kristalina Georgieva falava em Nova
Iorque, na quinta-feira, no decorrer de uma conferência organizada pelo
Instituto para a Paz.
A possível
adversária do antigo primeiro-ministro português e ex-Alto Comissário da
ONU para os Refugiados, António Guterres, condicionou, contudo, a
decisão quanto à sua candidatura ao apoio do governo búlgaro.
"Como búlgara, direi que é uma decisão a tomar pelo governo do meu país", assinalou.
Uma
outra búlgara, a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, está já na
corrida à sucessão de Ban ki-Moon na liderança das Nações Unidas, mas o
melhor que logrou foi um quinto lugar na última das quatro votações até
agora realizadas pelos 15 membros do Conselho de Segurança, todas ganhas
por António Guterres.
Apesar de
Guterres ter ficado largamente à frente nas quatro votações, a Rússia,
um dos cinco países que dispõem de direito de veto no Conselho de
Segurança, já indicou a sua preferência por um candidato da Europa de
leste.
O executivo búlgaro declarou na
passada semana passada que manteria a candidatura de Bokova, mas admitiu
rever a sua posição se ela "não for a primeira ou segunda" mais votada
no escrutínio que vai realizar-se na segunda-feira.
Na
escolha do sucessor de Ki-Moon há também que contar com um movimento em
favor da eleição de uma mulher, o que aconteceria pela primeira vez
após os oito homens que já ocuparam o cargo.
Guterres
venceu as quatro primeiras votações para o cargo, que aconteceram a 21
de julho, 05 de agosto, 29 de agosto e 09 de setembro.
Assim que um candidato reunir nove votos
entre os 15 países membros e aprovação de todos os membros permanentes -
China, França, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos - o conselho
recomendará o seu nome para aprovação pela Assembleia-Geral da ONU, que
reúne representantes de 193 países.
A
organização espera ter encontrado durante o outono o sucessor de Ban
Ki-moon, que termina o seu segundo mandato no final do ano.
Duas
outras votações estão agendadas: uma semelhante às primeiras quatro,
que acontece na segunda-feira, e uma na primeira semana de outubro, em
que os votos dos membros permanentes do conselho, que têm poder de veto
sobre os candidatos, serão destacados.
* Kristalina aparece de maneira bastante opaca na última fase de candidatura.
* Kristalina aparece de maneira bastante opaca na última fase de candidatura.
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HOJE NO
"RECORD"
O futuro do futebol na TV
começa este sábado
Para a maior parte dos adeptos, ver um jogo de futebol num estádio é
incomparavelmente melhor do que assistir através da televisão. Mas isso
poderá mudar muito em breve, com a entrada em cena da TV de realidade
virtual. O primeiro teste ocorre já este sábado, no Arsenal-Chelsea,
através do canal inglês BT Sport.
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Quem experimentar esta tecnologia verá o jogo como se estivesse numa
bancada e, se rodar a cabeça, até pode ver as pessoas a seu lado ou na
fila de trás - pessoas verdadeiras, as que estão mesmo no estádio! E
tudo sem filas, sem frio, sem chuva!
Para ter acesso a esta sensação, será preciso aqueles óculos de
realidade virtual do tipo ficção científica. Com isso, poderá escolher
em que lugar se vai sentar - no relvado, junto à linha lateral, ou nas
bancadas. Depois, mexe a cabeça e vai ver precisamente o que veria se
estivesse lá.
O serviço vai ser testado este sábado nas lojas de Londres da EE,
empresa tecnológica que está a colaborar com a BT Sport. E não se
esqueça: não adianta gritar com o árbitro, o treinador ou os jogadores,
que eles não o vão ouvir.
* Maneira hábil de infantilizar os adeptos, quanto mais crianças forem os adultos mais manipuláveis serão.
* Maneira hábil de infantilizar os adeptos, quanto mais crianças forem os adultos mais manipuláveis serão.
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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Refugiados vão receber
"Portugal numa caixa"
Os
refugiados acolhidos em território nacional vão receber um "Wellcome
kit", uma espécie de "Portugal numa caixa", que contém um "guia rápido"
sobre a nossa língua, história, direitos, um cartão de telemóvel e até
um exemplar da Constituição portuguesa.
O
'kit', apresentado esta sexta-feira em Guimarães, segundo o
ministro-adjunto Eduardo Cabrita faz parte de uma "estratégia singular"
na forma de acolher aquelas pessoas, assente numa "grande participação
da sociedade civil e na descentralização" e mostra que Portugal "está do
lado certo da História" ao responder positivamente ao "desafio de
solidariedade" que a questão dos refugiados representa
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Aliás,
o consenso na questão do acolhimento aos refugiados foi mesmo
enaltecido pela vice-presidente da Assembleia da República, Teresa
Caeiro, que salientou a "unanimidade" entre as várias forças políticas
sobre aquela questão considerando que essa é uma "conquista" de
Portugal.
"Esta pequena caixa é uma
ideia fora da caixa para que Guimarães seja ponto de partida, ponto de
acolhimento para um país que queremos justo e solidário" afirmou Eduardo
Cabrita.
"Este é um desafio de
solidariedade. Uma Europa da liberdade deve ter capacidade de acolher
solidariamente aqueles que vítimas da guerra nos procuram", explanou.
Assim,
explicou o governante, aquele 'kit' "permitirá facilitar o acolhimento,
apressar a integração, informar aqueles que virão para Portugal, ainda
em Itália, Grécia e Turquia" ou seja, resumiu, é um "guia rápido para
conhecer Portugal".
No mesmo sentido, a
vice-presidente da Assembleia da República salientou que "os refugiados
que precisam não só de uma casa mas também de integração" na sociedade.
"É
uma forma de dizer bem-vindos a todos os que vem para Portugal, tantas
vezes fugidos do perigo, do medo, vindo através do perigo, da dor, do
terror mas agora, aqui chegados, sejam muito bem-vindos", disse.
A
parlamentar enalteceu ainda o consenso político em torno da questão dos
refugiados: "Num parlamento onde existem tantas divergências esta é uma
questão unânime, não temos qualquer divergência entre as várias forças
políticas no que se refere ao acolhimento de refugiados", disse.
"É uma grande conquista", salientou.
Assim,
aos mais de 600 refugiados que já estão em território nacional e aos
que para cá se dirigem será entregue uma caixa de papelão com um "leque
estilo dicionário" em várias línguas, uma Constituição da República
Portuguesa, uma "pen' com um vídeo informativo, em várias línguas, sobre
direitos, liberdades e garantias que o nosso país oferece, uma t-shirt e
informação vária sobre Portugal.
Hoje
chegaram mais 21 refugiados a Portugal, que se vão juntar aos mais de
600 que já estão acolhidos em 68 municípios, podendo o número de pessoas
acolhidas, ao abrigos de programas europeus, alcançar os 5 mil.
* Saber receber quem sofre tem enorme dimensão humana.
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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Partidos contrariam Fisco e isentam
de IVA as medicinas alternativas
O Parlamento aprovou esta sexta-feira na
generalidade um conjunto de propostas de vários partidos no sentido de
isentar de IVA as terapêuticas não convencionais. Estes profissionais
mantêm um braço-de-ferro com o Fisco, que lhes abriu processos de
execução fiscal.
Os deputados
apresentaram e votaram um conjunto de projectos de diploma do PSD, PAN,
CDS-PP e Bloco de Esquerda que pretendem isentar de IVA
as medicinas alternativas. Os diplomas foram aprovados na generalidade e
baixaram à comissão Parlamentar de Orçamento, finanças e Modernização
Administrativa, para apreciação e discussão na especialidade.
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Em causa está a cobrança do IVA nas prestações destes serviços e um braço-de-ferro que há mais de um ano opõe estes profissionais ao Fisco depois de este, em Setembro de 2015, ter divulgado uma orientação no sentido de clarificar que as "profissões terapêuticas não convencionais" não estão isentas de IVA. Devem, por isso, ser taxadas à taxa normal do imposto, de 23%. Com esta orientação, pretendia a Autoridade Tributária pôr ponto final a uma série de dúvidas sobre o assunto apresentadas por profissionais e utentes.
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Em causa está a cobrança do IVA nas prestações destes serviços e um braço-de-ferro que há mais de um ano opõe estes profissionais ao Fisco depois de este, em Setembro de 2015, ter divulgado uma orientação no sentido de clarificar que as "profissões terapêuticas não convencionais" não estão isentas de IVA. Devem, por isso, ser taxadas à taxa normal do imposto, de 23%. Com esta orientação, pretendia a Autoridade Tributária pôr ponto final a uma série de dúvidas sobre o assunto apresentadas por profissionais e utentes.
E, concretizava a AT, são consideradas terapêuticas não convencionais
as que "partem de uma base filosófica diferente da base da medicina
convencional, aplicando processos específicos de diagnóstico e
terapêuticas próprias". Aí se incluem a acupunctura, fitoterapia,
homeopatia, medicina tradicional chinesa, naturopatia, osteopatia e
quiropraxia.
O problema, considera o Fisco, é que, por lei, estas actividades não estão equiparadas a profissões paramédicas, um "requisito que se mostra necessário ao reconhecimento da isenção". E, com base neste entendimento, o Fisco tem avançado com um conjunto de processos de execução fiscal a profissionais destas áreas no sentido de lhes exigir o IVA que deveriam, por lei, ter cobrado aos seus clientes.
O Bloco de Esquerda, autor de um dos diplomas aprovados esta sexta-feira no Parlamento, considerou que a posição da AT "levou à falência de muitos destes profissionais e a um incentivo à sub-facturação, fuga ao Fisco e não declaração de abertura de actividade". E a intenção do partido é que não só seja reconhecida e garantida a isenção de IVA, mas também "anulados os processos de cobrança retroactiva em curso, salvando assim a actividade destes profissionais".
Também o CDS-PP quer ver corrigida a cobrança retroactiva de IVA a estes profissionais. E lembra que são profissionais reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde e pelas próprias autoridades portuguesas.
O PS, que se absteve na votação, é mais cauteloso e entende que "a matéria tem de ser clarificada, mas deve ser aprofundada a discussão", disse o deputado Domingos Pereira, lembrando que "a regulamentação das actividades de terapias não convencionais não faz referencia à tributação de IVA". "Entendemos a pertinência da questão, mas também a necessidade de ser aprofundado o seu enquadramento, evitando interpretações diversas", concluiu
André Silva, do PAN, defendeu que é preciso "acabar com a semi-clandestinidade" dos profissionais de terapêuticas não convencionais, produzindo efeitos fiscais idênticos aos que já existem para as actividades médicas em geral, o que implicaria que estas despesas fossem aceites, por exemplo, como despesas de saúde e contassem para as deduções ao IRS. No entanto, este projecto foi rejeitado pelos deputados.
* A oligarquia da medicina chamada "convencional" na sua voracidade corporativa conseguiu que a discriminação continue. Foram os milhares de falhanços do acto médico, quer por ignorância ou negligência que levaram as pessoas a procurar em crescendo os profissionais de terapias alternativas. Acrescente-se que quem mais os procura são pessoas com elevado grau de ensino académico, até médicos.
O problema, considera o Fisco, é que, por lei, estas actividades não estão equiparadas a profissões paramédicas, um "requisito que se mostra necessário ao reconhecimento da isenção". E, com base neste entendimento, o Fisco tem avançado com um conjunto de processos de execução fiscal a profissionais destas áreas no sentido de lhes exigir o IVA que deveriam, por lei, ter cobrado aos seus clientes.
O Bloco de Esquerda, autor de um dos diplomas aprovados esta sexta-feira no Parlamento, considerou que a posição da AT "levou à falência de muitos destes profissionais e a um incentivo à sub-facturação, fuga ao Fisco e não declaração de abertura de actividade". E a intenção do partido é que não só seja reconhecida e garantida a isenção de IVA, mas também "anulados os processos de cobrança retroactiva em curso, salvando assim a actividade destes profissionais".
Também o CDS-PP quer ver corrigida a cobrança retroactiva de IVA a estes profissionais. E lembra que são profissionais reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde e pelas próprias autoridades portuguesas.
O PS, que se absteve na votação, é mais cauteloso e entende que "a matéria tem de ser clarificada, mas deve ser aprofundada a discussão", disse o deputado Domingos Pereira, lembrando que "a regulamentação das actividades de terapias não convencionais não faz referencia à tributação de IVA". "Entendemos a pertinência da questão, mas também a necessidade de ser aprofundado o seu enquadramento, evitando interpretações diversas", concluiu
André Silva, do PAN, defendeu que é preciso "acabar com a semi-clandestinidade" dos profissionais de terapêuticas não convencionais, produzindo efeitos fiscais idênticos aos que já existem para as actividades médicas em geral, o que implicaria que estas despesas fossem aceites, por exemplo, como despesas de saúde e contassem para as deduções ao IRS. No entanto, este projecto foi rejeitado pelos deputados.
* A oligarquia da medicina chamada "convencional" na sua voracidade corporativa conseguiu que a discriminação continue. Foram os milhares de falhanços do acto médico, quer por ignorância ou negligência que levaram as pessoas a procurar em crescendo os profissionais de terapias alternativas. Acrescente-se que quem mais os procura são pessoas com elevado grau de ensino académico, até médicos.
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HOJE NO
"DESTAK"
Condenados 46 dos 54 acusados
de tráfico de droga em Viseu
O Tribunal de Viseu condenou hoje, a penas que variam entre os dois anos e dois meses e os seis anos de prisão, 46 das 54 pessoas que estavam acusadas do crime de tráfico de estupefacientes na cidade de Viseu.
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Dos 46 condenados, 30 viram a pena ser suspensa, enquanto 16 foram condenados a prisão efetiva, por o tribunal ter entendido que "há evidentes fatores de risco" ou porque já tinham sido condenados, com pena suspensa, pelo mesmo motivo.
Além da condenação pelo crime de tráfico de droga, um dos arguidos foi condenado a mais seis meses de prisão pelo crime de detenção de arma proibida.
* Sempre nos perguntámos porque vendedores ambulantes da morte às prestações, não são condenados por aliciamento e tentativa de homicídio premeditado.
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Ela está sentada na cama com uma
expressão indefesa. Como se chama? “Auguste”. Apelido? “Auguste”. Como
se chama o seu marido? “Auguste, acho”. O seu marido? “Ah, o meu
marido”. Olha como se não compreendesse. É casada? “Com Auguste”.
Senhora D.? “Sim, sim, Auguste D”. Há quanto tempo cá está? Parece
demorar a responder. “Três semanas”. O que é isto? Mostro-lhe um lápis.
“Uma caneta”. Uma mala, chaves, cigarros são identificados corretamente.
Ao almoço come couve-flor e porco. Questionada sobre o que está a comer
responde espinafres.
Alois Alzheimer conheceu Auguste Deter em Novembro de 1901 e esta foi uma das primeiras conversas que registou. Por esta altura, o psiquiatra estaria longe imaginar que ia entrar para a história e que aquele seria o primeiro caso da doença que até hoje mantém o seu nome. Aos 51 anos, a mulher dera entrada num hospital para doentes mentais em Frankfurt com perda de memória, desorientação, comportamento imprevisível e dificuldades psicossociais, sem noção do tempo. O marido contou que por vezes parecia um vegetal, noutras gritava durante a noite, o sofrimento repetido por muitas famílias que lidavam com uma doença sobre a qual na altura nada se sabia.
Alzheimer acompanhou o caso durante três anos, até se mudar para Munique. Entrevistou Auguste várias vezes e deixou o hospital intrigado. As respostas chegariam em 1906, quando a doente morreu. Curioso sobre a organização do cérebro, pediu para analisar os tecidos e descobriu “estruturas peculiares” que poderiam explicar os sintomas.
O médico alemão foi o primeiro a ver os dois problemas que passados 110 anos continuam a mobilizar os cientistas empenhados na descoberta de uma cura para a doença que hoje afeta 46 milhões de pessoas em todo o mundo. Por um lado, as “placas senis” - depósitos de proteína beta-amilóide e que interrompem a comunicação entre os neurónios e levam a perdas cognitivas. Por outro, estruturas atípicas dentro das próprias células cerebrais que parecem precipitar a sua destruição - os novelos neurofibrilares entretanto ligados a uma forma tóxica da proteína tau, molécula que normalmente garante que as nossas células mantêm um esqueleto intacto mas na versão presente na doença de Alzheimer é demolidora. Mais de um século de depois, os tratamentos eficazes podem estar próximos?
Uma corrida de fundo
Foi preciso passar mais de meio século após a morte de Auguste para surgirem as primeiras pistas sobre o que estaria por detrás da demência do tipo alzheimer e nos anos 1980 a investigação começou a acelerar. Em 1984 foi identificada a proteína beta-amilóide e dois anos mais tarde a proteína tau. No início da década de 90 os cientistas descobriram o primeiro gene ligado à doença e hoje são conhecidos cerca de 19 mutações que podem influenciar o seu desenvolvimento.
Apesar de haver ensaios em modelos animais há 20 anos e de a indústria farmacêutica investir milhões nesta área, segundo um relatório recente da organização Alzheimer’s Impact Movement, entre 1998 e 2014 houve 123 tratamentos em teste que acabaram por ser descartados por terem demasiados riscos ou não apresentarem os resultados esperados. Neste período só apareceram quatro medicamentos capazes de diminuir ligeiramente os sintomas, sobretudo repondo artificialmente neurotransmissores importantes para o funcionamento do cérebro que diminuem com a desregulação das células causada pela doença. Luís Cunha, diretor do serviço de neurologia do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, que acompanhou essa novidade nos tratamentos nos últimos 30 anos, admite que houve algumas melhorias, mas continua-se à espera de uma solução eficaz de uma corrida de fundo da ciência básica. O médico compara o cérebro a um piano que quando funciona normalmente é tocado tecla a tecla para formar uma melodia. “As células disparam no momento certo”. Com produtos que artificialmente repõe os neurotransmissores, os únicos tratamentos disponíveis destinados apenas a controlar os sintomas, é como se tocassem todas as teclas em simultâneo. A estratégia tem um prazo de validade, “enquanto existem células saudáveis no cérebro dos doentes”, assinala o médico. E, apesar de por vezes os sintomas regredirem, a doença acaba por vencer.
O medicamento que pode virar o jogo
Se este é o ponto de situação na clínica, nos últimos meses começaram a surgir cada vez mais declarações de otimismo.
Em março a Bloomberg titulava que os 30 anos de corrida para um tratamento do Alzheimer podiam estar a chegar à meta. Em abril foi prometida uma vacina para travar a progressão da doença dentro de cinco anos.
Por cá foi o psiquiatra português e investigador em Londres Tiago Reis Marques a abrir a caixa de Pandora ao admitir numa entrevista que poderá haver uma cura no espaço de cinco a dez anos. Em declarações ao i, o investigador sublinha que neste momento há 93 medicamentos em investigação, motivo suficientes para acreditar numa solução com a salvaguarda de que não se devem criar falsas esperanças nos doentes. Será o entusiasmo partilhado?
Luísa Lopes, investigadora no Instituto de Medicina Molecular com trabalho na área do envelhecimento, admite que cinco anos pode ser um prazo demasiado curto, mas concorda que há um sentimento geral de otimismo entre os investigadores. Rita Guerreiro, investigadora portuguesa em Londres vista como uma das promessas na investigação da doença, acredita que tem havido boas notícias, mas considera precipitado falar de uma cura única para a doença.
Ambas concordam, porém, que houve uma notícia recente que parece ter invertido este jogo de rato e gato dos investigadores com os tratamentos do Alzheimer. No final de agosto, resultados de testes a um novo medicamento divulgados na “Nature” sugeriram que a ideia de que será possível eliminar as placas no cérebro dos doentes pode ser alcançada, o que até aqui, apesar de estudos com animais, nunca tinha tido resultados tão robustos.
Em causa está um medicamento com base em anticorpos humanos que leva o sistema imunitário a atacar os depósitos da proteína beta-amilóide. Ao fim de um ano, os 93 doentes que tomaram a medicação experimental tinham o cérebro menos congestionado e alguns sinais de melhoria nas funções cognitivas, imagens cerebrais de regressão da doença em humanos que nunca tinham sido vistas.
Luísa Lopes salienta que não sendo a ideia nova, até aqui os ensaios do mesmo género tinham sido rejeitados sobretudo devido aos efeitos colaterais graves como encefalites, o que desta vez não se verificou e poderá estar ligado a terem sido usados como base células de idosos saudáveis sem défices cognitivos. “A ideia foi que idosos sem sinal de demência terão algum fator em relação à proteína beta-amilóide que poderia contribuir para um melhor resultado”. Se o tiro foi mesmo certeiro e se a molécula aducanumab garante resultados a longo prazo são para já perguntas sem resposta. Entretanto começaram ensaios clínicos que deverão abranger perto de 3000 doentes e em 2020 serão divulgados novos resultados.
Agir em várias frentes
Se este medicamento foi o primeiro a levar os investigadores, sempre cautelosos, a admitir resultados surpreendentes, está longe de ser a única expectativa, até porque há outros produtos com o mesmo objetivo em ensaios clínicos e a ciência que estuda o Alzheimer tem diferentes frentes de investigação. Há os cientistas que defendem que tudo começa com a deposição das placas de beta-amilóide, mas também há os que sustentam que o cerne está na desregulação da produção da proteína tau. E tal como há medicamentos em estudo para a primeira hipótese, têm sido procuradas moléculas capazes de corrigir o defeito na proteína que mina os neurónios nos doentes e que tende a aumentar com a progressão da doença - pelo que erradicá-la poderia prevenir de alguma forma os quadros mais graves. Há por exemplo duas vacinas em estudo. A mais avançada, da biofarmacêutica Axon Neuroscience, começou a ser testada em 2013 e também conheceu novidades este verão: começaram ensaios clínicos de fase II, em que depois de se demonstrar que é bem tolerada o objetivo é avaliar a eficácia. Para já vai seguir doentes com Alzheimer na fase moderada durante dois anos.
Há ainda quem procure formas de prevenir a inflamação cerebral associada à doença. Ou perceber se a utilização de células estaminais poderá de alguma forma regenerar o cérebro dos doentes. Se os grupos de investigação tendem a focar-se num problema de cada vez, a ideia de que será preciso combinar terapêuticas nas diferentes vertentes para ter um resultado eficaz é cada vez mais consensual. E assim, acertar no remédio, parecendo mais perto do que nunca, pode levar mais tempo.
Diagnosticar mais cedo
A isto junta-se um outro problema. Mesmo que os tratamentos venham a funcionar, saber se serão para todos os casos ou apenas para os doentes que ainda estão numa fase precoce da doença é outra incógnita. Mesmo que se elimine a doença, o cérebro tem uma reduzida capacidade de regeneração, assinala Peter St George-Hyslop, especialista em Alzheimer da Universidade de Cambridge que em 2012 ganhou o Grande Prémio BIAL de Medicina. As células do cérebro, que hoje sabe-se que têm alguma capacidade de regeneração, estão longe de se renovar como as da pele e outros órgãos.
Sabendo-se que os primeiros sinais de demência surgem no cérebro até 20 anos antes das queixas dos doentes, intervir o mais cedo possível é o objetivo. Para George-Hyslop, mais do que apostar numa cura em cinco anos, é mais seguro pensar que os muitos ensaios clínicos em curso revelarão “alguma coisa” nesse horizonte temporal. E num futuro não muito distante, daqui a 15 anos, será possível dar mais aos doentes.
E é este dar mais que esconde outra ideia dos cientistas sobre a forma como se poderá vencer a doença. E se curar não for erradicar, mas adiá-la tempo suficiente para deixar de ser um problema? “O Alzheimer e outras demências surgem muito tarde na vida de uma pessoa, tipicamente depois dos 65 anos. Se conseguirmos atrasá-la para lá da esperança de vida humana, teremos a doença curada”, resume o investigador. “Há até análises estatísticas que sugerem que se o tratamento conseguir adiar sintomas apenas por cinco anos permitiria reduzir os casos para metade.”
A pressão é grande: em 20 anos, com o progressivo envelhecimento da população, estima-se que o número de pessoas a viver com Alzheimer possa duplicar. Com esperança renovada mas ainda muitas peças do puzzle por juntar, a ciência diz-nos por agora que podemos fazer qualquer coisa para que a natureza jogue a nosso favor. Há fatores genéticos a contribuir para a doença, mas também há estudos a mostrar que podemos fazer mais para que a balança não desequilibre tanto. Tabaco, diabetes, colesterol elevado, sedentarismo e falta de estímulos mentais são alguns dos inimigos confirmados de um cérebro saudável. Pode parecer senso comum, mas o apelo para fazermos mais exercício, mantermos a mente ocupada e comermos de forma saudável também é a ciência a ajudar a combater a epidemia que nos anos 80, os investigadores chegaram a descrever como silenciosa e hoje é um dos desafios incontornáveis dos países que conseguiram aumentar a longevidade das suas populações. Em Portugal a esperança média de vida aproxima-se dos 85 anos e nesta idade uma em cada quatro pessoas corre o risco de sofrer de demência.
* As pessoas que cuidam 24 horas por dia um doente de Alzheimer e há muitas, possuem uma coragem inexcedível, o poder público devia honrá-las.
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HOJE NO
"i"
Missão possível:
encontrar uma cura para
o Alzheimer numa década
É a principal demência em todo o mundo e afeta 46
milhões, quase cinco vezes a população de Portugal. Na semana em que se
assinalou o Dia Mundial do Alzheimer, fomos à procura das respostas que
estão a entusiasmar os cientistas
.
Alois Alzheimer conheceu Auguste Deter em Novembro de 1901 e esta foi uma das primeiras conversas que registou. Por esta altura, o psiquiatra estaria longe imaginar que ia entrar para a história e que aquele seria o primeiro caso da doença que até hoje mantém o seu nome. Aos 51 anos, a mulher dera entrada num hospital para doentes mentais em Frankfurt com perda de memória, desorientação, comportamento imprevisível e dificuldades psicossociais, sem noção do tempo. O marido contou que por vezes parecia um vegetal, noutras gritava durante a noite, o sofrimento repetido por muitas famílias que lidavam com uma doença sobre a qual na altura nada se sabia.
Alzheimer acompanhou o caso durante três anos, até se mudar para Munique. Entrevistou Auguste várias vezes e deixou o hospital intrigado. As respostas chegariam em 1906, quando a doente morreu. Curioso sobre a organização do cérebro, pediu para analisar os tecidos e descobriu “estruturas peculiares” que poderiam explicar os sintomas.
O médico alemão foi o primeiro a ver os dois problemas que passados 110 anos continuam a mobilizar os cientistas empenhados na descoberta de uma cura para a doença que hoje afeta 46 milhões de pessoas em todo o mundo. Por um lado, as “placas senis” - depósitos de proteína beta-amilóide e que interrompem a comunicação entre os neurónios e levam a perdas cognitivas. Por outro, estruturas atípicas dentro das próprias células cerebrais que parecem precipitar a sua destruição - os novelos neurofibrilares entretanto ligados a uma forma tóxica da proteína tau, molécula que normalmente garante que as nossas células mantêm um esqueleto intacto mas na versão presente na doença de Alzheimer é demolidora. Mais de um século de depois, os tratamentos eficazes podem estar próximos?
Uma corrida de fundo
Foi preciso passar mais de meio século após a morte de Auguste para surgirem as primeiras pistas sobre o que estaria por detrás da demência do tipo alzheimer e nos anos 1980 a investigação começou a acelerar. Em 1984 foi identificada a proteína beta-amilóide e dois anos mais tarde a proteína tau. No início da década de 90 os cientistas descobriram o primeiro gene ligado à doença e hoje são conhecidos cerca de 19 mutações que podem influenciar o seu desenvolvimento.
Apesar de haver ensaios em modelos animais há 20 anos e de a indústria farmacêutica investir milhões nesta área, segundo um relatório recente da organização Alzheimer’s Impact Movement, entre 1998 e 2014 houve 123 tratamentos em teste que acabaram por ser descartados por terem demasiados riscos ou não apresentarem os resultados esperados. Neste período só apareceram quatro medicamentos capazes de diminuir ligeiramente os sintomas, sobretudo repondo artificialmente neurotransmissores importantes para o funcionamento do cérebro que diminuem com a desregulação das células causada pela doença. Luís Cunha, diretor do serviço de neurologia do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, que acompanhou essa novidade nos tratamentos nos últimos 30 anos, admite que houve algumas melhorias, mas continua-se à espera de uma solução eficaz de uma corrida de fundo da ciência básica. O médico compara o cérebro a um piano que quando funciona normalmente é tocado tecla a tecla para formar uma melodia. “As células disparam no momento certo”. Com produtos que artificialmente repõe os neurotransmissores, os únicos tratamentos disponíveis destinados apenas a controlar os sintomas, é como se tocassem todas as teclas em simultâneo. A estratégia tem um prazo de validade, “enquanto existem células saudáveis no cérebro dos doentes”, assinala o médico. E, apesar de por vezes os sintomas regredirem, a doença acaba por vencer.
O medicamento que pode virar o jogo
Se este é o ponto de situação na clínica, nos últimos meses começaram a surgir cada vez mais declarações de otimismo.
Em março a Bloomberg titulava que os 30 anos de corrida para um tratamento do Alzheimer podiam estar a chegar à meta. Em abril foi prometida uma vacina para travar a progressão da doença dentro de cinco anos.
Por cá foi o psiquiatra português e investigador em Londres Tiago Reis Marques a abrir a caixa de Pandora ao admitir numa entrevista que poderá haver uma cura no espaço de cinco a dez anos. Em declarações ao i, o investigador sublinha que neste momento há 93 medicamentos em investigação, motivo suficientes para acreditar numa solução com a salvaguarda de que não se devem criar falsas esperanças nos doentes. Será o entusiasmo partilhado?
Luísa Lopes, investigadora no Instituto de Medicina Molecular com trabalho na área do envelhecimento, admite que cinco anos pode ser um prazo demasiado curto, mas concorda que há um sentimento geral de otimismo entre os investigadores. Rita Guerreiro, investigadora portuguesa em Londres vista como uma das promessas na investigação da doença, acredita que tem havido boas notícias, mas considera precipitado falar de uma cura única para a doença.
Ambas concordam, porém, que houve uma notícia recente que parece ter invertido este jogo de rato e gato dos investigadores com os tratamentos do Alzheimer. No final de agosto, resultados de testes a um novo medicamento divulgados na “Nature” sugeriram que a ideia de que será possível eliminar as placas no cérebro dos doentes pode ser alcançada, o que até aqui, apesar de estudos com animais, nunca tinha tido resultados tão robustos.
Em causa está um medicamento com base em anticorpos humanos que leva o sistema imunitário a atacar os depósitos da proteína beta-amilóide. Ao fim de um ano, os 93 doentes que tomaram a medicação experimental tinham o cérebro menos congestionado e alguns sinais de melhoria nas funções cognitivas, imagens cerebrais de regressão da doença em humanos que nunca tinham sido vistas.
Luísa Lopes salienta que não sendo a ideia nova, até aqui os ensaios do mesmo género tinham sido rejeitados sobretudo devido aos efeitos colaterais graves como encefalites, o que desta vez não se verificou e poderá estar ligado a terem sido usados como base células de idosos saudáveis sem défices cognitivos. “A ideia foi que idosos sem sinal de demência terão algum fator em relação à proteína beta-amilóide que poderia contribuir para um melhor resultado”. Se o tiro foi mesmo certeiro e se a molécula aducanumab garante resultados a longo prazo são para já perguntas sem resposta. Entretanto começaram ensaios clínicos que deverão abranger perto de 3000 doentes e em 2020 serão divulgados novos resultados.
Agir em várias frentes
Se este medicamento foi o primeiro a levar os investigadores, sempre cautelosos, a admitir resultados surpreendentes, está longe de ser a única expectativa, até porque há outros produtos com o mesmo objetivo em ensaios clínicos e a ciência que estuda o Alzheimer tem diferentes frentes de investigação. Há os cientistas que defendem que tudo começa com a deposição das placas de beta-amilóide, mas também há os que sustentam que o cerne está na desregulação da produção da proteína tau. E tal como há medicamentos em estudo para a primeira hipótese, têm sido procuradas moléculas capazes de corrigir o defeito na proteína que mina os neurónios nos doentes e que tende a aumentar com a progressão da doença - pelo que erradicá-la poderia prevenir de alguma forma os quadros mais graves. Há por exemplo duas vacinas em estudo. A mais avançada, da biofarmacêutica Axon Neuroscience, começou a ser testada em 2013 e também conheceu novidades este verão: começaram ensaios clínicos de fase II, em que depois de se demonstrar que é bem tolerada o objetivo é avaliar a eficácia. Para já vai seguir doentes com Alzheimer na fase moderada durante dois anos.
Há ainda quem procure formas de prevenir a inflamação cerebral associada à doença. Ou perceber se a utilização de células estaminais poderá de alguma forma regenerar o cérebro dos doentes. Se os grupos de investigação tendem a focar-se num problema de cada vez, a ideia de que será preciso combinar terapêuticas nas diferentes vertentes para ter um resultado eficaz é cada vez mais consensual. E assim, acertar no remédio, parecendo mais perto do que nunca, pode levar mais tempo.
Diagnosticar mais cedo
A isto junta-se um outro problema. Mesmo que os tratamentos venham a funcionar, saber se serão para todos os casos ou apenas para os doentes que ainda estão numa fase precoce da doença é outra incógnita. Mesmo que se elimine a doença, o cérebro tem uma reduzida capacidade de regeneração, assinala Peter St George-Hyslop, especialista em Alzheimer da Universidade de Cambridge que em 2012 ganhou o Grande Prémio BIAL de Medicina. As células do cérebro, que hoje sabe-se que têm alguma capacidade de regeneração, estão longe de se renovar como as da pele e outros órgãos.
Sabendo-se que os primeiros sinais de demência surgem no cérebro até 20 anos antes das queixas dos doentes, intervir o mais cedo possível é o objetivo. Para George-Hyslop, mais do que apostar numa cura em cinco anos, é mais seguro pensar que os muitos ensaios clínicos em curso revelarão “alguma coisa” nesse horizonte temporal. E num futuro não muito distante, daqui a 15 anos, será possível dar mais aos doentes.
E é este dar mais que esconde outra ideia dos cientistas sobre a forma como se poderá vencer a doença. E se curar não for erradicar, mas adiá-la tempo suficiente para deixar de ser um problema? “O Alzheimer e outras demências surgem muito tarde na vida de uma pessoa, tipicamente depois dos 65 anos. Se conseguirmos atrasá-la para lá da esperança de vida humana, teremos a doença curada”, resume o investigador. “Há até análises estatísticas que sugerem que se o tratamento conseguir adiar sintomas apenas por cinco anos permitiria reduzir os casos para metade.”
A pressão é grande: em 20 anos, com o progressivo envelhecimento da população, estima-se que o número de pessoas a viver com Alzheimer possa duplicar. Com esperança renovada mas ainda muitas peças do puzzle por juntar, a ciência diz-nos por agora que podemos fazer qualquer coisa para que a natureza jogue a nosso favor. Há fatores genéticos a contribuir para a doença, mas também há estudos a mostrar que podemos fazer mais para que a balança não desequilibre tanto. Tabaco, diabetes, colesterol elevado, sedentarismo e falta de estímulos mentais são alguns dos inimigos confirmados de um cérebro saudável. Pode parecer senso comum, mas o apelo para fazermos mais exercício, mantermos a mente ocupada e comermos de forma saudável também é a ciência a ajudar a combater a epidemia que nos anos 80, os investigadores chegaram a descrever como silenciosa e hoje é um dos desafios incontornáveis dos países que conseguiram aumentar a longevidade das suas populações. Em Portugal a esperança média de vida aproxima-se dos 85 anos e nesta idade uma em cada quatro pessoas corre o risco de sofrer de demência.
* As pessoas que cuidam 24 horas por dia um doente de Alzheimer e há muitas, possuem uma coragem inexcedível, o poder público devia honrá-las.
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