05/02/2012

UMA GRAÇA PARA O FIM DO DIA


Genial !!!


A Professora pergunta: "Joãozinho, o que você quer ser quando crescer?"
- "Eu quero ser bilionário. Quero ir na boate mais cara, pegar a prostituta mais cara, dar um carro de 500.000 €  p'ra ela e uma mansão em Londres.

E você, Mariazinha?
- " Eu, quero ser a prostituta."

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LEÃOZINHO





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SARTRE

2.HUMANO, DEMASIADO HUMANO






Uploaded by  on Jan 16, 2012

O Caminho para a Liberdade é o terceiro episódio da série Human all too Human da BBC, feita em 1999. Neste episódio, a vida e a obra do mais famoso filósofo existencialista europeu, Jean-Paul Sartre (1905-1980), são abordadas. O homem que passou a vida desafiando a lógica convencional amava os paradoxos. O documentário expõe estes paradoxos de sua vida e sua obra, ao mesmo tempo em que questiona ambos. A pergunta central colocada é: Se o ser humano é livre para fazer o que quiser, como postula Sartre, então como devemos viver nossas vidas no dia a dia?
Curiosamente, Sartre foi vítima de uma acusação que custou a vida de Sócrates (469-399) na antiga Atenas: corrupção da juventude. Parece que nos anos 50 e 60, a filosofia ainda era levada a sério pelas pessoas em geral. Filósofos eram vistos então, como seres que ameaçavam a moral e os bons costumes, ou o que quer que isto signifique. Felizmente, Sartre não foi condenado a beber cicuta como Sócrates.
O presente documentário foi legendado com as dificuldades de praxe. Na medida do possível as traduções da obra de Sartre para o português foram consultadas. E no caso de haver diferenças entre traduções para outras línguas, a tradução portuguesa foi preferida por ser uma língua mais próxima do francês do que a língua inglesa, por exemplo
Críticas e sugestões para melhorar este trabalho serão bem-vindas. A data de legendagem, 14 de julho de 2011, é uma homenagem à Queda da Bastilha e à Revolução Francesa. Espero sinceramente que este trabalho ajude às pessoas a compreender melhor ou a pelo menos aproximar-se do pensamento de Sartre.


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ÚLTIMAS DA TECNOLOGIA
2012
1ª Semana de Fevereiro



Fonte


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PEDRO NORTON




 

A virgindade já ficou para trás

Não é a economia, estúpido. É a ética, ou a falta dela, que pode dar cabo do Executivo

Os sinais, muitíssimo preocupantes, são evidentes para quem quer que os queira ler. Só mesmo alguns alienígenas políticos insistem em ignorá-los. A sociedade portuguesa está, compreensivelmente, crispada, e acontecimentos que, noutras circunstâncias, não passariam de factos sem qualquer importância vão-nos deixando com a sensação de que o comboio da serenidade pode descarrilar à próxima curva. Dir-se-á, dir-me-ão, que o carro do ministro, a reforma do Presidente, o vencimento dos novos órgãos da EDP valem o que valem, são episódios pontuais, declarações infelizes e que é o populismo que grassa. Seja. Mas é perigoso ignorar que, por trás de algum eventual aproveitamento populista destes casos por parte das oposições e dos media, fervilha uma indignação popular que é muito real. Pouco importa saber se é justa. Fundamental é saber que existe, que desponta em surdina, que alimenta ressentimentos e perplexidades. E que é apenas a ponta do icebergue.

É tarde para chorar sobre o leite derramado. Estamos comprometidos com uma via sacra de austeridade e de ortodoxia financeira para a qual, é importante dizê-lo, dificilmente existiriam alternativas, no quadro nacional, a curto prazo. Sabe-se (espero que se saiba) que a receita, se aplicada sem limite, pode matar da cura a economia. Mas o que é fundamental entender é que esse pode nem ser o principal problema. Porque a receita, se aplicada sem limite, e sobretudo se andar a par de uma multiplicação de "casos", reais ou imaginários, pode também minar o próprio sentido de pertença à comunidade, estilhaçar a coesão social, corroer a autoridade politica, inviabilizar o País. E é por isso mesmo que não é exagero afirmar que, ao longo dos próximos meses, talvez anos, Portugal vai confrontar-se com o seu mais estrutural desafio: o desafio da sobrevivência de um regime politico e de uma democracia cujos alicerces são corrompidos com o anúncio de cada novo escândalo. Mais ou menos importante, mais ou menos injusto.

Este é, por tudo isto, provavelmente o Governo com menor margem de manobra de que há memória para lidar com "casos". E o momento da verdade aproxima-se. Justa ou injustamente, a virgindade já ficou para trás, perdida no caso EDP. A tolerância é zero. A tentação populista continua à espreita. A irresponsabilidade anda a par do desespero. E para ajudar à festa, os dossiês escaldantes (com as privatizações à cabeça e as reformas estruturais a dar os primeiros passos) estão agora ao virar da esquina.

Por ter consciência de tudo isto, por ter consciência da fragilidade dos alicerces do nosso edifício político, por ter consciência do embuste que constitui o mito dos nossos brandos costumes, já por várias vezes o escrevi: mais do que uma obsessão com o défice, o Executivo tem de ter, nos próximos tempos, uma obsessão com a ética. Será que é muito difícil perceber isso? Ao contrário do que dizia o outro, não é a economia, estúpido. É a ética, ou a falta dela, que pode dar cabo do Executivo e, de caminho, pode dar cabo do País tal como o conhecemos.

E o que angustia é pensar, é saber, que tudo está à distância de uma simples fagulha...


IN "VISÃO"
26/01/12

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A BARRIGA DO TACHO






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ESTA SEMANA NO
"MOTOR"

INFINITI EMERG-E EM GENEBRA

A Infiniti já havia revelado a intenção de estrear um protótipo eléctrico no próximo Salão de Genebra. Agora, conhecem-se mais alguns detalhes, como o nome: Emerg-e

Já era sabido que a Infiniti planeava para o Salão de Genebra a estreia de um modelo eléctrico com extensor de autonomia. Agora, a marca divulgou que o Emerg-e, assim se chamará o modelo, será um coupé desportivo de dois lugares e tracção traseira, com o motor montado em posição central para melhor distribuição de massas e, consequentemente, para uma melhor manobrabilidade. Assim, este será o primeiro modelo da marca com extensor de autonomia e com o motor montado nesta posição.

A divisão de luxo da Nissan revelou ainda que o objectivo deste protótipo é o de “explorar o que poderá ser o próximo patamar na evolução dos modelos 100% eléctricos”. O construtor nipónico afirma ainda que as características deste modelo não ficarão a dever nada à filosofia eléctrica da marca: oferecer performances de topo em estrada aberta e zero emissões em ambiente urbano.


* Eléctrico de luxo

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3- BIOMAS




Bioma é um conjunto de diferentes ecossistemas, que possuem certo nível de homogeneidade. São as comunidades biológicas, ou seja, as populações de organismos da fauna e da flora interagindo entre si e interagindo também com o ambiente físico chamado biótopo.

O termo "Bioma" (bios, vida, e oma, massa ou grupo) foi utilizado pela primeira vez em 1943 por Frederic Edward Clements[1] definindo-o como uma unidade biológica ou espaço geográfico cujas características específicas são definidas pelo macroclima, a fitofisionomia, o solo e a altitude. Podem, em alguns casos, ser caracterizados de acordo com a existência ou não de fogo natural. Com o passar dos anos, a definição do que é um bioma passou a variar de autor para autor.

(wikipédia)

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ESTA SEMANA NO
" SOL"

Desempregado vende casa em rifas 
para pagar dívida ao banco

Desempregado e com dificuldades para pagar uma prestação mensal de 400 euros ao banco, João Fontinha vai leiloar uma moradia que possui nas Furnas, em S. Miguel, Açores, num sorteio insólito com 20 mil rifas.

João Fontinha recebia 1.500 euros por mês, o que lhe permitia pagar ao banco 400 euros por mês pela moradia que comprou há seis anos, mas acabou por ficar desempregado e o subsídio de 600 euros que recebe não é suficiente para as suas necessidades, pelo que se viu perante duas possibilidades.

«Deixar a casa ser penhorada e, automaticamente, a casa da minha mãe também, porque é a minha fiança, e perdíamos as duas moradias, ou fazer um sorteio de rifas para angariar dinheiro que permita cobrir o valor da dívida ao banco», explicou, em declarações à Lusa.

A opção foi pela segunda possibilidade e João Fontinha afirmou estar «determinada» neste projecto, que deve arrancar na próxima semana, logo que consiga as autorizações necessárias.

A ideia nasceu depois de ter visto na Internet a história de dois casais, um em Portugal, outro em Espanha, que leiloaram as suas casas com rifas porque estavam aflitos financeiramente.

«A pessoa a quem sair a rifa não tem que se preocupar com escrituras nem nada, se ganhar a casa é dela», assegurou, acrescentando que cada rifa custará cinco euros, o que deverá permitir que consiga "cobrir o valor do empréstimo, que ronda os 100 mil euros».

«Todas as rifas estarão numeradas com números entre 130.000 e 300.000, vencendo quem acertar no número de vencedores do último prémio do Euromilhões», afirmou João Fontinha, acrescentando que, caso nenhuma rifa tenha esse número, vencerá a que tiver o número mais próximo, mas recorrendo a um sorteio entre os candidatos.

João Fontinha admitiu o risco de «não vender um número suficiente de rifas para cobrir» o que deve ao banco, mas garantiu que, se isso acontecer, devolve o dinheiro aos apostadores.

«Corro este risco, mas, se der certo, não fico com a minha vida penhorada», frisou, salientando o aliciante que é para os apostadores a possibilidade de ter uma casa por cinco euros.

As rifas, logo que estejam ultrapassadas as questões legais, vão ser vendidas pessoalmente, mas também na Internet, e as fotos da moradia estarão em breve disponíveis na página que criou na rede social Facebook.


* Ao que chega o desespero que este governo nos provoca. Pode acontecer a muitas mais pessoas.


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TIRO E QUEDA






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ESTA SEMANA NO
" EXPRESSO"

As três condições colocadas pela China 
à chanceler Merkel

O diretor-adjunto do poderoso Center for International and Economics Exchanges da China explica porque Pequim ainda não se envolveu no Fundo Europeu de Estabilização Financeira nem na iniciativa do Fundo Monetário Internacional para resolver a crise da dívida na zona euro.

O diretor-adjunto do poderoso Center for International and Economics Exchanges da China explica porque Pequim ainda não se envolveu no Fundo Europeu de Estabilização Financeira nem na iniciativa do Fundo Monetário Internacional para resolver a crise da dívida na zona euro.

"É provavelmente ainda muito cedo para falar de um investimento da China no Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF). Primeiro, os países com problemas deverão ajustar a sua estrutura industrial e realizar mais esforços para equilibrar o orçamento. Entretanto, no curto prazo, o Banco Central Europeu terá de desempenhar um papel muito mais ativo", recomenda Xu Hongcai, diretor-adjunto do poderoso think tank China Center for International and Economic Exchanges (CCIEE).

Este professor de Finanças da Universidade de Economia e Gestão da capital chinesa, autor de "As estratégias financeiras do nosso grande país", publicou na quinta-feira um artigo no "Asia Pacific Memo", intitulado sugestivamente "Por que razão a China não está a comprar os títulos para resgates na zona euro (ainda)". O "memorando 128" surgiu precisamente durante a estadia da chanceler alemã Ângela Merkel em Pequim. Merkel deslocou-se hoje para Cantão na sua visita oficial. O "Asia Pacific Memo" é editado pelo Institute of Asian Research em Vancouver, no Canadá.
Ingredientes fundamentais

Xu Hongcai é muito claro sobre o problema. A intervenção de Pequim requer "três ingredientes fundamentais":

- primeiro, a atuação do "Banco Central Europeu como emprestador de último recurso", facto a que "a Alemanha se tem oposto, atrasando o processo";

- segundo, os líderes europeus têm de tornar o FEEF "operacional e seguro para investidores de fora", já que o que os chineses observam é que a notação do FEEF perdeu o triplo A (na recente decisão da agência Standard & Poor's), os alemães resistem a aumentar o valor envolvido, e faltam "detalhes operacionais";

- terceiro, os chineses preferem "ajudar a Europa através do Fundo Monetário Internacional (FMI)", apesar de "ainda ninguém ter dado uma resposta aos chineses", em virtude dos fatores de "rigidez dentro da governação do FMI e da preferência por certos países-chave".

Em suma, diz um dos homens fortes do CCIEE, "os países europeus e o FMI têm de apresentar um mecanismo de investimento credível à China (e a outros possíveis investidores) ".
Merkel estende a mão e Lagarde a mala de mão

Os jornais alemães referiram que a chanceler se deslocou à China com vários pontos na agenda - desde a questão das sanções ao Irão, ao facto de a China passar a ser este ano o principal mercado de exportação alemão (deixando de ser o vizinho francês), até à crise da dívida da zona euro. Muitos analistas colocaram Merkel na posição de estender a mão aos chineses para financiar os fundos europeus de resgate. Sabe-se que 40% das colocações de dívida já realizadas pelo FEEF estão em mãos de asiáticos, particularmente de japoneses, mas a China ainda não declarou se tem participado ou vai participar nessas emissões.

Já Christine Lagarde, a diretora-geral do FMI, em Davos, no último Fórum Económico Mundial levantaria a sua chique mala de mão para pedir aos presentes que investissem no "guarda-chuva" que o FMI pretende criar em abril para responder às crises da dívida. Foi um momento televisivo com o sorriso da diretora-geral e alguns risos na plateia.


* A China já tem data marcada para "comprar" o FMI, só que ainda não a revelou.

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LUCIANA ABREU



Excelente interpretação no programa 
"A tua cara não me é estranha" da TVI

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HOJE NO
" A BOLA"

Carlos Pereira passou cheque sem cobertura ao Fisco

O presidente do Marítimo, Carlos Pereira, usou um cheque sem cobertura para pagar uma dívida fiscal no valor de 130 mil euros. O presidente dos insulares já esta semana tinha expressado entre amigos a sua preocupação pela situação fiscal do clube.

Carlos Pereira pretendia um acerto de contas com o Fisco mas esse pedido foi-lhe rejeitado, o que redundou no pagamento com cheque sem previsão.

«É incompreensível que uma administração fiscal, sabendo das grandes dificuldades que os clubes estão a atravessar, não seja compreensiva. Por isso, posso afirmar que passei um cheque sem cobertura, por um montante de 130 mil euros, depois de ter solicitado um entendimento à Direção Regional de Finanças, para fazer uma compensação de dívida e de a mesma não ter sido aceite», disse.

O presidente do Marítimo disse ter o seu nome em causa no Banco de Portugal e que há o receio de que no futuro ninguém aceite assumir cargos nas direções de clubes devido à difícil situação financeira, devido ao sucessivo incumprimento dos protocolos estabelecidos.


* Uma vítima, as finanças obrigam-no a ser trapaceiro...

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DE CONSCIÊNCIA TRANQUILA






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ONTEM NO
" i"

ONU. Rússia e China vetam resolução 
do Conselho de Segurança sobre Síria

A Rússia e China vetaram hoje pela segunda vez uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas condenando a violência na Síria e apoiando a iniciativa política da Liga Árabe para o país.

O projeto de resolução, apresentado por Marrocos e apoiado pelo bloco ocidental do Conselho de Segurança, incluindo Portugal, recebeu 13 votos a favor, e dois contra, dos dois membros permanentes do Conselho, que têm poder de veto.

Rússia e China já tinham vetado em outubro do ano passado uma resolução do Conselho de Segurança sobre a Síria, apresentada pelos países ocidentais.

O veto de hoje seguiu-se a uma manhã de consultas no Conselho de Segurança, em torno de alterações de última hora propostas pela Rússia.

A última versão da resolução foi retificada ao longo da semana passada no Conselho de Segurança após negociações entre os 15 países-membros, tendo sido retiradas referências à perda de poderes pelo presidente sírio, que a Rússia rejeitava.

Oferecia "apoio total" à iniciativa, de 22 de janeiro, sobre a Síria, para "facilitar uma transição política que leve a um sistema político democrático e plural, no qual os cidadãos são iguais independentemente da sua afiliação, etnia ou crença, incluindo pelo começo de um diálogo político sério" entre o regime de Bashar Al-Assad e a oposição síria.

Inicialmente, a resolução explicitava que a iniciativa árabe tinha como objetivo a formação de um governo de unidade nacional, através da delegação da "total autoridade" de Assad ao seu vice-presidente num "período de transição", culminando em eleições "livres e justas" sob supervisão árabe e internacional.

Uma das propostas da Rússia era substituir a expressão "apoio total" à iniciativa árabe por "leva em conta".

Outra referência retirada do texto anterior foi a de "grave preocupação com a transferência contínua de armas para a Síria", de que a Rússia tem sido acusada.


* A China anda aos poucos a comprar-nos um silêncio cúmplice nacionalizando para o estado chinês as nossas empresas públicas, a Rússia deve estar a preparar o assalto.
China e Rússia foram sempre cúmplices de ditaduras sórdidas, não espantam as suas decisões.


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BIZARRIAS




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ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"

O coordenador da Frente Sindical da Administração Pública incitou os funcionários públicos ao protesto

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou sexta-feira que o Governo não dará tolerância de ponto aos funcionários públicos no Carnaval, argumentando que "ninguém perceberia" que tal acontecesse numa altura em que o Executivo se propõe acabar com feriados.

"As pessoas deverão responder em conformidade no dia de Carnaval e ir mascaradas para os serviços e no dia 18 vai haver uma concentração de cabeçudos em Torres Vedras, era interessante que aparecessem alguns funcionários públicos", disse à agência Lusa Nobre dos Santos.

O sindicalista considerou que a retirada da tradicional tolerância de ponto na terça-feira de Carnaval não vai contribuir para aumentar a produtividade porque os serviços públicos não vão funcionar melhor ou pior por causa disso.

"Alegar a questão da produtividade é demagogia barata, o que se passa é que os trabalhadores da Administração pública vão ser discriminados mais uma vez", disse.

Nobre dos Santos considerou que a decisão do Governo vai contra as tradições locais e prejudica as economias locais, nomeadamente as que têm tradição de Carnaval e investem nos seus festejos, como Torres Vedras, Ovar ou Mealhada.

"Acho que as Câmaras deviam enfrentar esta decisão e dar tolerância de ponto aos funcionários municipais nas suas áreas de influência", defendeu.


* Mais uma vez revela a falta de conhecimentos da cultura popular, da quixotesca administração central.

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TRABALHO PRECÁRIO

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HOJE NO
"RECORD"

Sónia Tavares apurada para 
os Mundiais de pista coberta

A atleta portuguesa Sónia Tavares garantiu este sábado a qualificação para o Campeonato do Mundo de pista coberta, depois do 4.º posto alcançado na prova de 60 metros no Meeting de Mondeville, em França.

A velocista lusa, de 25 anos, registou um tempo de 7,32 segundos, que é o seu novo recorde pessoal, e fica a apenas três centésimos do recorde nacional, ainda na posse de Lucrécia Jardim.

Sónia Tavares superou em três centésimos os mínimos requeridos para os Mundiais, que decorrem na Turquia, entre 9 e 11 de março.


* GRANDE ATLETA

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5– ÁFRICA DESLUMBRANTE


NAMÍBIA









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ESTA SEMANA NA
"VISÃO"

O fim do serviço público de transportes como sempre o conhecemos

Sem fôlego financeiro para investir, os transportes públicos aumentam as tarifas - em alguns casos mais de 20% -, encerram serviços e reduzem custos para alcançarem o desejado equilíbrio operacional. Sobreviverão à crise? Ou vão forçar um segundo pacote de ajuda ao País?

Se as empresas de transportes fossem apenas números, o retrato do setor seria trágico. Défices de exploração crónicos, dívida de "proporções alarmantes", encargos com juros galopantes. Mesmo num país como Portugal, acostumado às más notícias, a situação financeira da CP, metros de Lisboa e do Porto, STCP, Carris, Transtejo/Soflusa e Refer é assustadoramente difícil. Pelo menos três empresas - Refer, Metro de Lisboa e Metro do Porto -, estão sem acesso ao crédito bancário e sobrevivem à custa de dinheiro injetado pela Direção-Geral do Tesouro. Mas a ordem é para resistir a todo o custo. Aumentando o preço dos bilhetes - nalguns casos mais de 20% - e estrangulando custos, mesmo que isso obrigue ao encerramento de serviços e à redução de pessoal. Será o fim do serviço público de transportes, tal como o conhecemos?

As sete empresas analisadas, que, em 2011, passaram a ser consolidadas no défice orçamental, estão tão próximas da asfixia financeira que ameaçam já a sustentabilidade do próprio Estado. No caso da Refer, que gere a rede ferroviária nacional, os adiantamentos do erário público ultrapassaram os 2 mil milhões de euros, só no ano passado. Carris, CP, Transtejo e STCP ainda conseguem financiar-se junto da banca, mas ninguém sabe durante quanto tempo ainda. Por isso, o refinanciamento das empresas de transportes será um dos "pratos" principais dos encontros com a troika, que irão decorrer este mês, em Lisboa, no âmbito da terceira revisão dos memorandos.

Vejamos os factos: a dívida do setor, estimada em 17 mil milhões de euros, representa 10% do PIB nacional. Um terço foi contraído para suportar investimentos na modernização de infraestruturas e expansão das redes de transportes, um terço para cobrir défices operacionais e outro terço para pagar encargos da dívida. Só em juros, estas empresas pagam aos bancos 590 milhões de euros por ano. E, em prejuízos acumulados, ultrapassam os mil milhões de euros - o que é mais do que a receita arrecadada com o imposto extraordinário, lançado em 2011, sobre o subsídio de Natal dos portugueses.

O tratamento da colossal dívida das empresas de transportes exige ao Estado um trabalho de mestria. Avançar para a sua renegociação com os credores equivale a uma reestruturação da dívida da República Portuguesa, um cenário de consequências imprevisíveis a que o Governo se tem oposto. Em conjunto, as equipas ministeriais da Economia e das Finanças têm conversado com a troika, designadamente com o Banco Central Europeu, sobre outras alternativas, como a transferência da gestão desse passivo para a alçada direta do Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP), a instituição que gere a dívida do Estado português, aliviando assim o balanço das transportadoras de capitais públicos.


* Os preços dos transportes aumentaram de tal maneira que uma família da classe média com três filhos em idade escolar e cerceada de uma parte dos seu salário, tem magras hipóteses de poder comprar passes sociais. Ainda ninguém explicou cabalmente porque estas empresas públicas de transportes apresentam estes colossais prejuízos em contraste com as mordomias atribuídas aos seus gestores.

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O FRIO ESTÁ A APERTAR
SÁBADO E DOMINGO
GELADOS




NÃO ESQUEÇA

- Use luvas, gorro, meias quentes e cachecol
- Use várias camadas de roupa em vez de apenas uma muito grossa
- Reduza o intervalo das refeições, faça refeições mais pequenas e numerosas
- Prefira sopas e bebidas quentes
- Evite roupa demasiado justa ou transpirada
- Pratique exercício em casa
- Mantenha a temperatura em casa acima dos 18º até aos 24º
- Se utilizar aquecimento com material de queima tenha atenção ao arejamento
- Se viajar evite fazê-lo sózinho e leve mantas, bebidas quentes, comida e uma lanterna
- Em caso de aflição ligue 112

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ESTA SEMANA NA
"VIDA ECONÓMICA"

Presidente do IAPMEI alerta
Há falta de crédito para as empresas

No espaço de um ano, a média de crédito concedido às PME através das linhas PME Investe baixou de 250 milhões para 50 milhões de euros por mês - disse Luís Filipe Costa no Congresso da Sucessão Empresarial.

O presidente do IAPMEI disse que neste instrumento financeiro dirigido às PME a queda da concessão de crédito atinge 80%. Esta quebra não se deve à falta de procura por parte das empresas, mas sim à absorção da liquidez por parte das empresas públicas. Com a indisponibilidade da banca estrangeira em manter os volumes de crédito, as empresas públicas voltaram-se para os bancos nacionais consumindo os recursos que estariam destinados às empresas privadas.
"Não podemos continuar como estamos. Assim, o doente morre da cura" - disse Luís Filipe Costa. Segundo referiu é tempo de resolver alguns problemas estruturais da economia.
O presidente do IAPMEI corroborou a opinião manifestada por Eduardo Catroga, ao considerar que o programa de ajuda externa precisa de uma linha adicional de 20 mil milhões de euros para resolver o passivo das empresas públicas junto da banca, e as dívidas do Estado aos fornecedores privados.
Para o presidente do IAPMEI, o quadro atual de financiamento conduz inevitavelmente as empresas a sucessões mal preparadas e mal executadas. Os empresários não devem deixar a questão da sucessão para a última hora. Pelo contrário, importa estabelecer os protocolos da sucessão e assim reduzir a tensão associada à mudança no comando das empresas.
O quadro fiscal também não é favorável à capitalização das empresas. Não existem incentivos ao reinvestimento dos lucros e no plano fiscal é mais vantajoso recorrer ao crédito bancário do que aplicar capitais próprios nas empresas.


* Estamos com uma administração central autista, radical/eufórica tecnocrata, sem senso comum, destruidora de Portugal..

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O PERU VISTO DO CÉU



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3-VINHOS DE PORTUGAL



M

1.FLAGRANTES AÉREOS







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 1 - PLANETA HUMANO




O ser humano não foi concebido para sobreviver na água. Mas as pessoas descobriram formas de viver uma vida quase aquática para que pudessem explorar as riquezas dos oceanos. De um "encantador" de tubarões no Pacífico aos pescadores brasileiros que cooperam com golfinhos para capturar tainha, essa viagem rumo à imensidão azul revela histórias surpreendentes de inteligência e coragem.


41 - ILUSTRES PORTUGUESES DE SEMPRE »»» maria adelaide de bragança




Maria Adelaide de Bragança, Infanta de Portugal (nome completo: Maria Adelaide Manuela Amélia Micaela Rafaela de Bragança; Saint-Jean-de-Luz, 31 de Janeiro de 1912), é filha de Miguel II de Bragança e de Maria Teresa de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg.

Casou com Nicolaas van Uden, no dia 13 de Outubro de 1945, em Viena, Áustria. Do casamento, tiveram seis filhos:

* Adrien Serge Antonio Maria van Uden (1946-)
* Nuno Miguel de Bragança van Uden (1947-)
* Francisco Xavier de Bragança van Uden (1949-)
* Filipa Teodora Maria van Uden (1951-)
* Miguel Ignacio van Uden (1954-)
* Maria Teresa de Bragança van Uden (1956-)

Viveu em Viena, Áustria, trabalhando como enfermeira e assistente social. Durante a Segunda Guerra Mundial, quando havia bombardeamentos, deslocava-se durante a noite para os locais atingidos, para prestar ajuda às vítimas. Integrou um movimento de resistência à Gestapo, tendo sido condenada à morte. O então Presidente do Conselho de Ministros, António de Oliveira Salazar, interveio junto dos alemães, afirmando que D. Maria Adelaide era cidadã nacional. Esta intervenção da diplomacia portuguesa resultou na sua libertação e deportação imediata, tendo-se estabelecido na Suíça, onde vivia o seu irmão Duarte Nuno, Duque de Bragança. Após a guerra, a família finalmente voltou para a Áustria.
D. DUARTE NUNO E D. MARIA FRANCISCA
Em 1949, D. Maria Adelaide voltou para Portugal. Enquanto isso, o marido graduou-se em medicina na Universidade de Viena, especializando-se em doenças de pele. Mas quando Nicolaas van Uden chegou a Portugal, não lhe foi dada equivalência, pelo que não pôde exercer a profissão. Vai então trabalhar num pequeno labaratório de pesquisa na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, até que chega a oportunidade para trabalhar em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian. Assim nasceu o Instituto Gulbenkian de Ciência, que promove a investigação científica em diversas áreas desde os anos 50.

Originalmente, a família Van Uden instalou-se na Quinta do Carmo, em Almada. A Infanta Maria Adelaide começou a trabalhar como assistente social em algumas iniciativas locais, dado que a Trafaria e o Monte da Caparica eram locais muito pobres.

Alguns círculos monárquicos em Portugal consideram que a Infanta D. Maria Adelaide, por ser neta de rei (D. Miguel I), é o único membro da Família Bragança que poderia reclamar um direito ao trono de Portugal, de acordo com as leis tradicionais de sucessão, em representação dos direitos dinásticos de seu pai, D. Miguel, a quem os legitimistas reconheciam a designação de D. Miguel II. A maioria dos monárquicos reconhece, no entanto, ao Duque de Bragança, D. Duarte Pio, bisneto de D. Miguel I e sobrinho da Infanta Maria Adelaide, o direito ao Trono de Portugal, caso a Monarquia venha a ser restaurada.


WIKIPEDIA


Centenário. 
A vida extraordinária de D. Maria Adelaide de Bragança, princesa de Portugal

Por João Távora

Adelaide de Bragança, a última neta viva do rei D. Miguel, faz hoje 100 anos e vai ser condecorada pelo Presidente da República. O monárquico João Távora faz o retrato

Foi há pouco mais de dois anos que num dia soalheiro e húmido de Novembro, por ocasião de uma entrevista para o boletim da Real Associação de Lisboa, com alguma emoção tive o privilégio de privar com a D. Maria Adelaide de Bragança, infanta de Portugal, que hoje completa e festeja 100 anos de uma extraordinária vida.
EM 2009 COM O FILHO FRANCISCO

Não deixa de ser algo irónico ter sido numa pequena moradia da “outra banda”, onde fomos tão acolhedoramente recebidos, que nos encontrámos com uma verdadeira princesa, tão ou mais encantada que as dos romances e do cinema cor-de-rosa. Afilhada do rei D. Manuel II e da rainha D. Amélia, por insólita conjugação de duas paternidades muito tardias e da sua feliz longevidade, a infanta rebelde, como ficou conhecida, é neta, a última neta viva, do rei D. Miguel, esse mesmo, o do tradicionalismo e da guerra civil de 1828-1834.

Filha mais nova do duque de Bragança D. Miguel (II) e de Maria Teresa, princesa de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg, D. Maria Adelaide nasceu ironicamente no dia 31 de Janeiro, em 1912, em St. Jean de Luz, no exílio a que todos os da sua família estavam sentenciados, tendo crescido em Seebenstein, na Áustria, em convívio com as mais influentes famílias europeias, sonhando com o país que não lhe era permitido conhecer. Vivia distante de Portugal mas era totalmente português o seu coração. E cresceu com o rigor de orçamentos matemáticos e com o estoicismo próprio dos exilados numa época histórica especialmente conturbada. Uma verdadeira mulher do mundo, vem-lhe da infância a curiosidade pelas questões políticas e humanitárias: a infanta confidenciou-nos que ainda pequena se escondia atrás de um sofá na sala para ouvir as conversas de seu pai com militares e políticos. 
O Presidente da República acaba de assinar o despacho em que atribui a condecoração de Grande Oficial da Ordem do Mérito a D. Maria Adelaide de Bragança em véspera do seu centésimo aniversário. A infanta de Portugal, neta do rei D. Miguel, afilhada da Rainha D. Amélia e de D. Manuel II, é um verdadeiro exemplo de profunda Nobreza aliada a uma invulgar bravura e irreverência.
Habitando no olho do furacão que varria a Europa Central do início do século xx, a pequena D. Adelaide de Bragança acabou por viver aventuras e desventuras de pasmar: da Primeira Guerra Mundial recorda o racionamento e as filas para aquisição dos alimentos que então rareavam. “A certa altura, ainda eu era muito pequena, comíamos batatas ao pequeno-almoço, que vinham de comboio e no Inverno congelavam. Uma batata congelada nem um animal consegue comer: ficávamos sem a refeição.” D. Maria Adelaide ressalva que não chegou a passar fome pois, por ser muito pequena, sempre arranjava qualquer coisa quando passava na mercearia ou no talho. “O meu irmão (D. Duarte Nuno de Bragança), esse sim: primeiro porque não ‘pedia’, segundo porque não queria receber ‘assim’ os alimentos, e repartia o pouco que tinha, em prejuízo da sua saúde”, que se deteriorou, fazendo perigar os saudosos passeios de bicicleta que a pequena infanta dava com o irmão, sentada no guiador, recorda. Muito mais nova que as irmãs, não a atraíam brincadeiras e actividades próprias das meninas da época: detestava bonecas, rendas ou culinária.

Em busca de subsistência, a família refugiou-se então numa propriedade de um tio materno na Boémia, que no final da guerra acabou “requisitada” pelos comunistas, com os quais se encantou, “com as suas boinas vermelhas e cavalos altivos”.

Já em Viena, a jovem infanta estudou Enfermagem e Assistência Social, e habitou numa residência universitária, “uma coisa já natural para uma senhora na altura”. Cresceu de frente para um mundo em convulsão e testemunhou a ocupação nazi, ainda em Viena, onde, como enfermeira, acudia aos feridos entre bombardeamentos.

Apanhada pela Gestapo, foi presa, acusada de ouvir transmissões da BBC. Interrogada, esteve na solitária e foi libertada mediante a intervenção diplomática nacional, tendo-lhe sido concedido um passaporte português. Essa experiência, contudo, acabou por determinar a sua adesão à resistência organizada, no grupo O5, onde o seu nome de código era Mafalda. Já perto do fim da guerra foi presa uma segunda vez, vítima de uma denúncia que custou a vida a vários ingleses e judeus austríacos que se escondiam na sua casa em Seebenstein. Foram extremamente penosos, de fome e dor, os dias dessa prolongada prisão em Viena, então flagelada pelos Aliados, nos derradeiros meses da ocupação nazi. Com os ocupantes nervosos e em debandada, foi na iminência de uma execução sumária que a infanta de Portugal foi libertada pelo exército soviético.

Entre correrias, bombardeamentos e aflições, sem nunca perder de vista a assistência humanitária, conheceu um estudante de Medicina, de seu nome Nicolaas van Uden, com quem casou depois da guerra. “Ele como médico e eu como enfermeira estivemos para ir para África, mas pressionados pela família acabámos por vir para Portugal”, por volta de 1949, ainda antes da revogação da lei do banimento.

Instalada a família numa quinta em Murfacém, perto da Trafaria, D. Maria Adelaide cedo se entregou a uma intensa actividade, tendo dirigido a Fundação D. Nuno Álvares Pereira, em Porto Brandão, instituição de apoio a mães pobres em final de gravidez e a crianças abandonadas, dedicando a sua vida aos mais desfavorecidos. A sua forma de relacionamento e gestão pouco convencional para a sociedade “chique” do regime chocou algumas mentes mais puritanas, que a acusavam de comunista, facto negado pela sua profunda devoção católica.

Longe das fugazes ribaltas e feiras de vaidades, a senhora D. Maria Adelaide celebra hoje 100 anos. Celebra-os com uma missa de Acção de Graças pelo dom da vida, na Igreja do Bom Sucesso, e um jantar simples organizado por amigos e família no Centro Cultural de Belém. A Senhora Infanta, como é tratada pelos mais próximos, além de constituir um precioso testemunho vivo, directo e indirecto, da história dos últimos duzentos anos, constitui um verdadeiro exemplo de profunda nobreza, aliada a uma invulgar coragem e irreverência, que tanta falta faz nos dias de hoje.

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31/01/12



Maria Adelaide de Bragança, a Infanta rebelde

Beja Santos

Dona Maria Adelaide Manuela Amélia Micaela Rafaela de Bragança van Uden, nascida em 1912, é a diferentes títulos uma mulher excepcional, uma figura rara da filantropia, uma aristocrata que pautou toda a sua existência pelo serviço e a doação aos outros. É compreensível que tenha suscitado o interesse em conhecer todo o seu percurso, pondo-o em livro.

A última filha de Dom Miguel II viveu sempre tão perigosamente e desagradando mesmo a alta sociedade portuguesa que a considerou sempre pouco adequada a uma pessoa da sua condição, que o seu depoimento tem obrigatoriamente um peso exemplar, pelo humanismo e coragem. “Dona Maria Adelaide de Bragança, a Infanta Rebelde”, por Raquel Ochoa (Oficina do Livro, 2011). Procura captar o viver dessa aristocrata que presenciou duas guerras mundiais e participou activamente na resistência contra os nazis. No pós-guerra, com o fim do banimento do ramo miguelista, veio para Portugal já casada e aqui deixou uma obra de solidariedade e assistência digna de nota.

A autora não esconde o seu empolgamento, rende-se ao inacreditável percurso de Dona Maria Adelaide. Pena é, muito ao jeito do nosso tempo, que tenha enquadrado a formação da infanta muito ao estilo da banalidade histórica polvilhada de lugares comuns e maniqueísmos confessos. Na educação aprende que Dom Pedro IV era um homem muito taciturno e sujeito a irregularidades de génio, ambicioso. Dom Miguel era perseverante e firme, sincero e generoso.

O busílis foi a perda dos ideais tradicionalistas que levou à guerra implacável dos partidos e depois a aliança dos países liberais contrariou a história, decretando o exílio de D Miguel para Áustria. Estas versões podem ser muito simpáticas para vender literatura de cordel mas relativamente anódinas e desnecessárias para a biografia da infanta rebelde. Tal como os irmãos, Maria Adelaide Bragança foi educada na frugalidade, a trabalhar em meio rural, quis ser assistente social e enfermeira, as duas Grandes Guerras tudo alteraram. Dom Miguel II pôs-se ao serviço da Cruz da Malta, a sua família viveu na maior rusticidade e depois veio a derrocada do império Austro-Húngaro, os descendentes de Dom Miguel I abandonaram Seebenstein mudando-se para Bronnbach.
RAQUEL OCHOA

A intoxicação histórica continua, parece que é preciso escrever a biografia de Maria Adelaide de Bragança ao ritmo dos romances de capa e espada: talvez Dom João VI tenha sido envenenado; os adversários de Dom Miguel estavam tão certos da fraqueza dos seus argumentos que foram pedir apoio político ao governo inglês… Foi assim que a Infanta passou a compreender que a política era capaz de destruir famílias. E nesta historiografia de trazer por casa avança-se mais um elemento para tornar Dom Miguel virtuoso: “A capitulação de Dom Miguel tem origem na união de vários Estados para o derrubar. Isso só foi possível porque quem o apoiava percebeu que retiraria mais dividendos ao conluiar-se com a outra facção.

A certa altura aconteceu algo que mudaria o curso dos acontecimentos: muitos jornais e folhas impressas divulgaram o texto do tratado da Quadrupla Aliança – o pacto entre Portugal, Inglaterra, França e Espanha que ditaria o fim da guerra civil”. Não é preciso ser historiador para se saber que esta argumentação não tem pés nem cabeça, Dom Miguel perde a guerra por falta de apoios internos. Mas enfim ficamos assim com o quadro romântico e folhetinesco do exílio. A Infanta irá ser uma resistente ao nazismo, terá mesmo colaborado com os conspiradores que prepararam um atentado contra Hitler. Será presa pela Gestapo e condenada à morte. Salazar interveio e reclamou a libertação de duas infantas presas, concedendo-lhes passaportes diplomáticos. É nessa atmosfera de fim de guerra que conhece o médico holandês Nicolaas van Uden com quem irá casar.

Findo o exílio, o casal van Uden vem viver para a Caparica. Agora a culpa a ser de Salazar que não gostava da monarquia. Maria Adelaide tornou-se crítica muito severa da sociedade portuguesa. O pretendente ao trono também vivia incomodado com a classe política, com o estreitamento de vistas dos próprios monárquicos. Se esse argumento é válido, até se pode perceber porque é que Salazar não depositou qualquer esperança na monarquia… O que e passava na realidade é que o ditador há muito tinha forjado um projecto de governação que exigia um grande equilíbrio entre todos os seus grupos de apoio e na verdade deixara de existir a popularidade pelo ideal monárquico. Com estas tergiversações, lá se vai perdendo tempo para perceber como foi importante o trabalho de Maria Adelaide de Bragança na fundação Nuno Álvares Pereira, no Porto Brandão.

O Dr. Nicolaas van Uden igualmente benemérito e filantropo passa praticamente despercebido. Assim se chega ao 25 de Abril, e no auge da turbulência a Infanta trabalha afincadamente e merece todo o respeito e apoio dos revolucionários da Lisnave. Esperava-se mais amplo desenvolvimento do trabalho da Infanta rebelde, fica-se com a sensação de que a autora andou à deriva mais preocupada com os pormenores mundanais do que com a essência do trabalho da mais despretensiosa das aristocratas portuguesas. A caminho dos 100 anos, assiste-lhe o direito de declarar na entrevista o seguinte: “A morte é uma transição, é como se fosse ao Brasil ou à Indonésia, se eu fosse à Austrália durante 5 anos era muito mais longe.

A minha fé facilita muito o fim da vida, porque o caminho é claro. Se morrer hoje, eu sei concretamente qual é o meu futuro. A questão de se ter dúvidas é a dificuldade de não se saber bem o que é que vai acontecer. Ter fé facilita muito o fim da vida”.

Maria Adelaide de Bragança é de facto uma pessoa única, merecia ter ocupado mais espaço, ter mais biografia no meio de histórias menores, sobressair no palco gigante onde por vezes os protagonistas desenvolvem obras maravilhosas na total discrição, sem cuidar da opinião dos outros. Como é o seu caso.

IN "http://movimento.vidasalternativas.eu"
13/08/2011


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