Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
06/06/2018
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Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da
Organização Mundial de Saúde, esteve esta semana em Portugal para o
lançamento de uma campanha mundial de promoção de exercício físico e não
estranha a mensagem de António Costa, que defendeu que mais atividade
significará mais saúde e menos encargos no SNS. .
Natural da Etiópia, o
primeiro líder africano da OMS diz que o sistema de saúde em Portugal é
dos poucos bons no mundo, mesmo que haja sempre margem para melhorar. E é
duro com a indústria tabaqueira: novos produtos não visam promover a
saúde dos fumadores mas manter o negócio.
O que levou a OMS a escolher Portugal para o lançamento do Plano de Ação Mundial para a Promoção da Atividade Física 2018-2030?
Houve duas razões. Por um lado terem um Serviço Nacional de Saúde, algo previsto na vossa Constituição e implementado em 1979. Por outro lado, o governo está empenhado no combate às doenças não transmissíveis e a atividade física faz parte desse movimento, tal como a luta contra o tabaco. Vimos um compromisso forte do lado do governo, inclusive no reconhecimento desta necessidade de combater a falta de exercício físico.
Esses esforços já eram visíveis antes de vir cá?
Sim, completamente. Sabíamos de medidas como o imposto sobre o açúcar que Portugal introduziu ou o imposto sobre o sal.
Esse acabou por não avançar no parlamento.
Sim, mas era certo ir por aí. E no caso do tabaco também têm adotado os instrumentos da OMS: Portugal foi um dos países que ratificaram o protocolo para a eliminação do comércio ilícito de tabaco. Está a combater as doenças não transmissíveis e essa mudança está a acontecer nos cuidados de saúde primários, que é algo que nos interessa muito. Fui visitar o centro de saúde da Baixa (Lisboa) e os médicos já prescrevem exercício físico à população, é algo que já está no sistema de saúde.
O primeiro-ministro português disse que os portugueses estão convocados para fazer mais exercício físico para serem mais saudáveis e assim poupar encargos ao SNS. Os políticos devem usar este tipo de argumentos financeiros?
É verdade. Se pudermos focar-nos nestes fatores, levar as pessoas a tornarem-se mais ativas, se as pessoas evitarem tabaco, moderarem o consumo de açúcar e sal, haverá menos doença e isto significa que se poupará não só vidas mas também dinheiro, dinheiro que se gastaria na gestão de doença cardiovascular, AVC, cancro.
Mas o argumento não pode ser contraproducente? Pessoas com hábitos muito saudáveis também adoecem e precisam de um sistema robusto, que não pode estar dependente dessas poupanças.
Claro que haverá sempre pessoas doentes, mas haverá menos pessoas doentes e isso fará com que exista mais dinheiro disponível.
Acredita que será algo crucial para a sustentabilidade dos sistemas de saúde?
Sem dúvida. Penso que é essencial reduzir os custos com doenças não transmissíveis para garantir a sustentabilidade. Se as pessoas tiverem hábitos mais saudáveis, os sistemas de saúde estarão menos sobrecarregados.
Uma campanha nacional dirigida a mulheres fumadoras com mensagens como “as princesas não fumam” foi considerada sexista por alguns críticos. Como vê o impacto deste tipo de controvérsias na promoção da saúde?
Claro que temos de ter cuidado com as mensagens que transmitimos, há ideias que podem estar bem para umas pessoas e não estar bem para outras e devemos garantir que as mensagens estão de acordo com os valores em que acreditamos. Agora não há dúvidas de que fumar é um fator de risco para a saúde. E em Portugal, em particular, os homens estão a fumar menos mas o tabagismo está a aumentar entre as mulheres. .
Dirigir
mensagens às mulheres é importante. Agora fumar não é bom para ninguém,
homens ou mulheres. Quando uma pessoa fuma, na realidade está a pagar
para ficar doente. O tabaco não causa só cancro do pulmão mas também
doença cardiovascular e AVC, o que foi um dos alertas do Dia Mundial Sem
Tabaco. E acho que nos devemos interrogar: porque é que alguém pagaria
para ficar doente? Como é que pessoas conscientes o fazem?
É uma dependência.
É uma dependência mas pode ser revertida. Medidas como consultas de cessação tabágica, como já existem por exemplo nos centros de saúde em Portugal, são algo importante.
Parece haver ainda assim algum conflito entre este combate ao tabagismo e o aparecimento de novos produtos, como o tabaco aquecido e sem fumo ou os cigarros eletrónicos.
O tabaco, seja qual for a forma, é um erro, tenha ou não tenha fumo. Não há qualquer uso aceitável, tem sempre consequências para a saúde. A indústria do tabaco tem estado à procura de alternativas mas não é pela saúde das pessoas, é para continuar a sua atividade. A OMS não apoia nenhum produto à base de tabaco.
O tabaco continua à venda de forma livre, ao contrário de outras substâncias que foram sendo declaradas ilícitas. Que medidas lhe parecem mais eficazes para restringir o acesso?
Acho que o passo mais importante é continuar a consciencializar as pessoas. Em segundo lugar, aumentar impostos. Isto tem levado à diminuição do consumo em muitos países e, por outro lado, as receitas fiscais podem financiar atividades nos cuidados de saúde. Há bons sinais, como haver cada vez mais espaços públicos em muitos países livres de fumo.
Há dez anos a OMS adotou a política de não recrutar funcionários fumadores. Mantêm essa prática?
Sim, é a política implementada.
Tem havido algum debate em Portugal sobre o futuro do SNS. Há quem defenda um reforço do serviço público, cortando parcerias com privados, e há quem seja favorável a um sistema cada vez mais misto. O que funciona melhor até em termos de sustentabilidade?
Em termos de sustentabilidade o importante é reduzir custos e centrar os esforços nas doenças que custam mais dinheiro. Nesse sentido, se Portugal apostar mais em promoção da saúde e no reforço dos cuidados primários, vai reduzir as doenças não transmissíveis que são as que representam mais custos para o sistema. Introduzir impostos inteligentes, taxar o tabaco, o açúcar, o álcool, faz sentido. Quanto ao resto, a parceria entre público e privado é importante.
Há quem contra-argumente que não é desejável, pois os parceiros privados terão sempre uma motivação financeira, a preocupação em obter lucro.
Sim, mas a iniciativa privada pode ser regulada. Penso que há áreas em que pode haver cooperação para garantir uma maior acessibilidade da população aos cuidados de saúde, deve ser essa a preocupação.
Um sistema exclusivamente público tem mais dificuldade em fazê-lo?
Há vários modelos, públicos, mistos. No fim do dia, aquilo em que acreditamos na OMS é que os pagamentos que são feitos pelas pessoas do seu próprio bolso, os chamados pagamentos out-of-pocket, devem ser eliminados ou mínimos e apenas para quem os pode pagar.
Os últimos dados disponíveis mostram que Portugal é dos países europeus onde as despesas com saúde mais são suportadas diretamente pelas famílias, com esses pagamentos out-of-pocket a representar 30% dos gastos a nível nacional com consultas, medicamentos e tratamentos. É um indicador que deve merecer preocupação?
Para a OMS, esse é o indicador-chave. Não conheço os números para Portugal mas irei analisá-los.
É natural da Etiópia, onde a esperança de vida ronda os 64 anos, quase menos 20 anos do que em países como Portugal. Que ideias lhe vêm à cabeça quando visita países como o nosso? Como é que se promove a equidade no acesso à saúde?
Portugal tem um dos poucos bons sistemas de saúde. As pessoas conseguem queixar-se mesmo de coisas boas, porque as têm na mão. Dito isto, qualquer sistema de saúde pode melhorar. Ter um serviço nacional de saúde consagrado na Constituição é algo que procuramos que outros países venham a implementar de forma a garantir acesso à saúde a todos os seus cidadãos. Conseguirmos algum dia um cenário de equidade no acesso à saúde será algo muito difícil, depende de muitos fatores. Os países têm diferentes níveis de desenvolvimento mas na OMS estamos empenhados em ajudá-los a preencher essas lacunas. Cada país tem de assumir isto com uma responsabilidade sua mas também tem de haver um esforço global.
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HOJE NO
"i"
Diretor-geral da OMS.
“Portugal tem um dos poucos bons
.sistemas de saúde do mundo”
.sistemas de saúde do mundo”
Atividade física para reduzir despesa no SNS?
Será algo crucial para a sustentabilidade dos sistemas de saúde, diz
Tedros Adhanom Ghebreyesus
O que levou a OMS a escolher Portugal para o lançamento do Plano de Ação Mundial para a Promoção da Atividade Física 2018-2030?
Houve duas razões. Por um lado terem um Serviço Nacional de Saúde, algo previsto na vossa Constituição e implementado em 1979. Por outro lado, o governo está empenhado no combate às doenças não transmissíveis e a atividade física faz parte desse movimento, tal como a luta contra o tabaco. Vimos um compromisso forte do lado do governo, inclusive no reconhecimento desta necessidade de combater a falta de exercício físico.
Esses esforços já eram visíveis antes de vir cá?
Sim, completamente. Sabíamos de medidas como o imposto sobre o açúcar que Portugal introduziu ou o imposto sobre o sal.
Esse acabou por não avançar no parlamento.
Sim, mas era certo ir por aí. E no caso do tabaco também têm adotado os instrumentos da OMS: Portugal foi um dos países que ratificaram o protocolo para a eliminação do comércio ilícito de tabaco. Está a combater as doenças não transmissíveis e essa mudança está a acontecer nos cuidados de saúde primários, que é algo que nos interessa muito. Fui visitar o centro de saúde da Baixa (Lisboa) e os médicos já prescrevem exercício físico à população, é algo que já está no sistema de saúde.
O primeiro-ministro português disse que os portugueses estão convocados para fazer mais exercício físico para serem mais saudáveis e assim poupar encargos ao SNS. Os políticos devem usar este tipo de argumentos financeiros?
É verdade. Se pudermos focar-nos nestes fatores, levar as pessoas a tornarem-se mais ativas, se as pessoas evitarem tabaco, moderarem o consumo de açúcar e sal, haverá menos doença e isto significa que se poupará não só vidas mas também dinheiro, dinheiro que se gastaria na gestão de doença cardiovascular, AVC, cancro.
Mas o argumento não pode ser contraproducente? Pessoas com hábitos muito saudáveis também adoecem e precisam de um sistema robusto, que não pode estar dependente dessas poupanças.
Claro que haverá sempre pessoas doentes, mas haverá menos pessoas doentes e isso fará com que exista mais dinheiro disponível.
Acredita que será algo crucial para a sustentabilidade dos sistemas de saúde?
Sem dúvida. Penso que é essencial reduzir os custos com doenças não transmissíveis para garantir a sustentabilidade. Se as pessoas tiverem hábitos mais saudáveis, os sistemas de saúde estarão menos sobrecarregados.
Uma campanha nacional dirigida a mulheres fumadoras com mensagens como “as princesas não fumam” foi considerada sexista por alguns críticos. Como vê o impacto deste tipo de controvérsias na promoção da saúde?
Claro que temos de ter cuidado com as mensagens que transmitimos, há ideias que podem estar bem para umas pessoas e não estar bem para outras e devemos garantir que as mensagens estão de acordo com os valores em que acreditamos. Agora não há dúvidas de que fumar é um fator de risco para a saúde. E em Portugal, em particular, os homens estão a fumar menos mas o tabagismo está a aumentar entre as mulheres.
É uma dependência.
É uma dependência mas pode ser revertida. Medidas como consultas de cessação tabágica, como já existem por exemplo nos centros de saúde em Portugal, são algo importante.
Parece haver ainda assim algum conflito entre este combate ao tabagismo e o aparecimento de novos produtos, como o tabaco aquecido e sem fumo ou os cigarros eletrónicos.
O tabaco, seja qual for a forma, é um erro, tenha ou não tenha fumo. Não há qualquer uso aceitável, tem sempre consequências para a saúde. A indústria do tabaco tem estado à procura de alternativas mas não é pela saúde das pessoas, é para continuar a sua atividade. A OMS não apoia nenhum produto à base de tabaco.
O tabaco continua à venda de forma livre, ao contrário de outras substâncias que foram sendo declaradas ilícitas. Que medidas lhe parecem mais eficazes para restringir o acesso?
Acho que o passo mais importante é continuar a consciencializar as pessoas. Em segundo lugar, aumentar impostos. Isto tem levado à diminuição do consumo em muitos países e, por outro lado, as receitas fiscais podem financiar atividades nos cuidados de saúde. Há bons sinais, como haver cada vez mais espaços públicos em muitos países livres de fumo.
Há dez anos a OMS adotou a política de não recrutar funcionários fumadores. Mantêm essa prática?
Sim, é a política implementada.
Tem havido algum debate em Portugal sobre o futuro do SNS. Há quem defenda um reforço do serviço público, cortando parcerias com privados, e há quem seja favorável a um sistema cada vez mais misto. O que funciona melhor até em termos de sustentabilidade?
Em termos de sustentabilidade o importante é reduzir custos e centrar os esforços nas doenças que custam mais dinheiro. Nesse sentido, se Portugal apostar mais em promoção da saúde e no reforço dos cuidados primários, vai reduzir as doenças não transmissíveis que são as que representam mais custos para o sistema. Introduzir impostos inteligentes, taxar o tabaco, o açúcar, o álcool, faz sentido. Quanto ao resto, a parceria entre público e privado é importante.
Há quem contra-argumente que não é desejável, pois os parceiros privados terão sempre uma motivação financeira, a preocupação em obter lucro.
Sim, mas a iniciativa privada pode ser regulada. Penso que há áreas em que pode haver cooperação para garantir uma maior acessibilidade da população aos cuidados de saúde, deve ser essa a preocupação.
Um sistema exclusivamente público tem mais dificuldade em fazê-lo?
Há vários modelos, públicos, mistos. No fim do dia, aquilo em que acreditamos na OMS é que os pagamentos que são feitos pelas pessoas do seu próprio bolso, os chamados pagamentos out-of-pocket, devem ser eliminados ou mínimos e apenas para quem os pode pagar.
Os últimos dados disponíveis mostram que Portugal é dos países europeus onde as despesas com saúde mais são suportadas diretamente pelas famílias, com esses pagamentos out-of-pocket a representar 30% dos gastos a nível nacional com consultas, medicamentos e tratamentos. É um indicador que deve merecer preocupação?
Para a OMS, esse é o indicador-chave. Não conheço os números para Portugal mas irei analisá-los.
É natural da Etiópia, onde a esperança de vida ronda os 64 anos, quase menos 20 anos do que em países como Portugal. Que ideias lhe vêm à cabeça quando visita países como o nosso? Como é que se promove a equidade no acesso à saúde?
Portugal tem um dos poucos bons sistemas de saúde. As pessoas conseguem queixar-se mesmo de coisas boas, porque as têm na mão. Dito isto, qualquer sistema de saúde pode melhorar. Ter um serviço nacional de saúde consagrado na Constituição é algo que procuramos que outros países venham a implementar de forma a garantir acesso à saúde a todos os seus cidadãos. Conseguirmos algum dia um cenário de equidade no acesso à saúde será algo muito difícil, depende de muitos fatores. Os países têm diferentes níveis de desenvolvimento mas na OMS estamos empenhados em ajudá-los a preencher essas lacunas. Cada país tem de assumir isto com uma responsabilidade sua mas também tem de haver um esforço global.
* Obrigado mais uma vez a António Arnaut e a todos os que edificaram o SNS
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JUANA MARTIN
MADRID FASHION
PRIMAVERA/VERÃO
2018
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HOJE NO
"A BOLA"
Fu Yu e Tiago Apolónia avançam
no Open do Japão
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Fu
Yu e Tiago Apolónia apuraram-se para a 2.ª ronda de qualificação do
Open do Japão, competição que decorre na capital nipónica.
.Fu Yu ultrapassou a tailandesa Thanathnan Choosattayanond
por 4-0 (11-6, 11-2, 11-4, 11-3), tendo agora pela frente Yeji Wee.
por 4-0 (11-6, 11-2, 11-4, 11-3), tendo agora pela frente Yeji Wee.
Tiago
Apolónia, por sua vez, venceu o também tailandês Supakron Pankhaoyoy,
igualmente por 4-0 (11-8, 11-7, 11-9, 11-6). Terá como próximo
adversário Tzu-Hsiang Hung, da China Taipe.
De referir ainda que João Geraldo foi eliminado, ao perder com o japonês Yuta Tanaka por 1-4 (6-11, 7-11, 11-5, 6-11, 7-11).
* Valentes atletas.
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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Aldeias têm 450 oficiais
atentos à chegada do fogo
Programa
"Aldeia segura, pessoas seguras", criado este ano, em reação aos
incêndios do ano passado, está a ser dinamizado em 600 povoações do
país, estando identificados 310 locais de refúgio.
Silvério
Teixeira, subchefe da PSP aposentado, foi o primeiro oficial de
segurança local de uma aldeia em Portugal. Desde 9 de abril que tem a
seu cargo a segurança dos moradores de Vale Florido, em Ansião. Volvidos
quase dois meses, há centenas de nomes que se juntam ao de Silvério
pelo país fora. O programa "Aldeia segura, pessoas seguras" já conta com
450 oficiais de segurança designados.
A iniciativa, lançada pelo Ministério da
Administração Interna, está a ser implementada pelos municípios e juntas
de freguesia, sobretudo nos locais onde o risco de incêndio é maior
(189 concelhos e 1049 freguesias), sob a orientação da Autoridade
Nacional de Proteção Civil (ANPC), que desenvolveu um guia de
implementação do programa.
600 povoações
Os
guardiões têm sido escolhidos entre moradores das aldeias. É gente da
terra que todos conhecem, capazes de mobilizar os vizinhos, de precaver
comportamentos de risco, de informar em caso da aproximação das chamas e
de tomar as rédeas da evacuação para um abrigo ou até da povoação em
situação extrema. Esta missão de grande responsabilidade é um ato
voluntário.
Neste momento, contam-se
600 aglomerados envolvidos no programa. Além da designação de um oficial
de segurança local, esta iniciativa contempla, também, a elaboração de
planos de evacuação, a criação de refúgios coletivos dentro das
localidades e a sinalização de caminhos de fuga.
Em resposta ao JN, o Ministério da
Administração Interna dá conta de que começou a ser distribuída a
"sinalização necessária à identificação dos percursos de evacuação e dos
locais de refúgio" pelos 189 municípios com 1049 freguesias de maior
risco de incêndio. As 650 mil habitações naquelas freguesias receberão
uma informação com medidas de autoproteção contra incêndios.
Além
da nomeação dos oficiais de segurança, cerca de 250 aldeias já dispõem
de plano de evacuação e foram identificados 310 locais de abrigo
coletivos. A ANPC e os autarcas têm optado por edifícios de uso
coletivo, como capelas ou sedes de associações locais.
Sino dá o alerta
Por
exemplo, na aldeia da Gestosa, em Vinhais, os 107 moradores dispõem de
dois refúgios: a casa do povo e as instalações da associação cultural e
recreativa local. Os espaços estão dotados de condições para abrigar os
residentes, incluindo água e comida. O alerta é dado pelo toque do sino a
rebate e caberá ao oficial de segurança local garantir que todos saem
de casa, mesmo quem se encontra acamado.
A
mecanização da evacuação para o refúgio em situação de emergência tem
sido testada através de simulacros. Um dos últimos decorreu na aldeia de
Vilar de Suente, no Soajo, Arcos de Valdevez (ler reportagem ao lado). O
Ministério da Administração Interna indica que foram realizados 50
simulacros até agora. Seis mil pessoas participaram, ainda, em 125 ações
de sensibilização.
* Entretanto convém não esquecer que este ano já arderam mais de mil hectares.
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CARLA ISIDORO
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O homem do futuro
Até há pouco tempo a masculinidade era sinónimo de poder, dominação e sucesso, e as marcas ajudaram a criar uma ideia estereotipada de homem que hoje está visivelmente em decadência, a ponto de termos a palavra ‘tóxico’ associada a masculino e masculinidade. Vamos perceber o que está a mudar
No ano passado o movimento
feminista #metoo trouxe à discussão pública, a uma escala global, as
situações de abuso sexual no local de trabalho e o direito da mulher a
defender-se e poder acusar os abusadores responsabilizando-os pelos seus
atos. A repercussão do movimento teve impacto à escala global e foi
fulcral para fazer cair segredos e máscaras que têm prejudicado a
ascensão profissional das mulheres. Mas, na minha opinião, houve outro
impacto muitíssimo pertinente que foi o de trazer à baila, pela primeira
vez na história da humanidade, a discussão do desempoderamento
masculino que hoje vemos ser transversal às sociedades ocidentais (ou
que pelo menos nestas é mais notório). Até agora não havia coragem de
falar publicamente nos problemas de identidade e auto-confiança que
minam os rapazes e os homens pelo mundo fora, e que se manifestam em
diversas formas agressão em ambientes díspares como a escola, a família,
o trabalho, etc , seja cometendo suicídio, na violência contra
mulheres, no abuso de drogas, na adição à pornografia, ou noutras formas
de autodestruição, destruição e alheamento da realidade. Nos EUA, os
recorrentes assassinatos em massa nas escolas levados a cabo por rapazes
levaram finalmente a que o problema da identidade masculina esteja a
ser discutida na sociedade. Este problema é somente uma das franjas de
um problema maior e complexo chamado machismo e que tem destruído a
saúde do tecido social e humano das sociedades ao longo dos séculos, a
americana e qualquer outra.
Como é que os homens querem
ver-se representados no futuro? O que se pretende dos homens da
atualidade e daqueles que estão agora a nascer?
A perceção de
masculinidade está quebrada e estilhaçada. Os homens estão confusos
sobre o que significa ser-se homem nos dias de hoje, e com poucas
referências para saberem ensinar os rapazes a serem corajosos e
assertivos sem terem medo ou vergonha de confundir competitividade com
agressão ou emoções com feminilidade, nem encontram modelos masculinos
saudáveis que sirvam de orientação e exemplo. Por outro lado, vemos
sucessivos escândalos de corrupção e crime que deitam por terra a
credibilidade de grandes corporações, instituições religiosas e
governos, com figuras masculinas a encabeçar estes casos ou governos que
são maus exemplos de poder. O paradigma masculino de poder e domínio
está a cair, e estes escândalos são a face visível desta fase de
decadência.
Se pensarmos no problema a partir do ponto de vista
do consumo, temos muito a cobrar às marcas e à forma como estas têm
explorado e vendido a imagem do masculino ao longo dos tempos, assim
como do feminino. E como o machismo e suas consequências não têm solução
imediata de indivíduo a indivíduo, as grandes corporações estão a ser
chamadas para a mudança de mentalidades e comportamentos do coletivo, à
escala global.
Daqui
a alguns anos, quando olharmos para trás, veremos o ano de 2017 e
provavelmente o de 2018 e 2019 como marcos históricos para uma tomada de
consciência e mudança de comportamentos relativamente à identidade de
género e sua livre expressão nas sociedades. Uma nova cultura está ser
moldada agora. Alinhadas e em consciência com o movimento feminista, os
Millennials estão a transformar a maneira como as relações humanas e
sociais se manifestam, e as marcas começam a reformular e a considerar a
forma como a identidade das mulheres e das pessoas LGBTI tem sido usada
para fins comerciais. E quanto aos homens, como é que as marcas vão
refazer a imagem do masculino sem repetir erros do passado nem perpetuar
estereótipos de agressividade, abuso e alheamento emocional?
O
feminismo tem mais de cem anos de história, questionamento e discussão.
As mulheres têm aprendido a recriar-se, apesar dos recuos e entraves
socio-políticos impostos ao longo das décadas, emancipando-se. Aos
homens não era pedida emancipação alguma porque supostamente eram
soberanos, autónomos e independentes do poder feminino para alcançarem
poder, bem-estar e sucesso. Contudo, isto não passava de uma falácia que
finalmente veio à luz. A morte dos mitos e falácias é positiva, mas
enquanto não se enterra o passado reconstruindo um novo futuro é
possível que andemos à deriva e sem orientação. E como temos visto ao
longo da história, nada é mais perigoso do que pessoas a sentirem-se
incapacitadas, sem propósito de vida nem autonomia. Quanto a isto, o
comportamento dos rapazes em particular tem mostrado o quanto a sensação
de falta de poder pessoal fá-los sentir fracos, frágeis e alheados
comparativamente às raparigas. Numa crónica escrita pelo americano
Michael Ian Black para o New York Times intitulada “The boys are not alright”,
(Os rapazes não estão bem) o comediante e ator pede ajuda à sociedade
para que se discuta e levante o véu deste problema. Preocupado com o
desenvolvimento saudável do filho adolescente, Michael Black pensa alto
enquanto homem que está visivelmente preocupado com o que vê acontecer à
sua volta. As raparigas empoderaram-se e assumiram papeis de
protagonismo na sociedade, e este ganho de valor do feminino deixou os
rapazes (e os homens) perdidos, sem referências nem orientação. Os pais,
homens, têm dificuldade em lidar com a questão porque nunca tiveram de
fazê-lo antes, e porque nunca antes tinham sido questionados
socialmente. O artigo de Michael Black parece-me revelador de que não
faltam homens desejosos de desintoxicar uma certa masculinidade,
recriando-a ou resgatando os valores intrínsecos saudáveis que pertencem
ao masculino e que ficaram perdidos na história humana da ganância, do
poder, das guerras e da competitividade cega que tem marcado a história.
Esse resgate deve ser feito e é justamente devido aos rapazes e às
gerações que virão.
Quanto às marcas e ao consumo, há sinais no
mercado de que mudanças positivas estão a acontecer e que os homens
estão a tomar a dianteira do discurso e da prática do masculino
saudável. Segundo a agência LSN Global, os babyboomers - homens algures
entre os 60 e 70 anos –começam a procurar produtos e serviços para
cuidarem do seu aspeto e da saúde; a Soft Masculinity começa a
revelar-se na Ásia e no Ocidente através de representações que se
afastam das ideias de agressividade e dominação tipicamente relacionadas
ao masculino; e a Black Masculinity
ganha expressão com homens negros a questionarem a ideia de
masculinidade negra, e a ausência de modelos de parentalidade saudáveis,
observando as consequências disto no comportamento e desenvolvimento
saudáveis dos rapazes negros. Todas as mudanças em curso parecem ser
sinais claros de que o masculino está em transformação positiva,
deixando antever que a reconstrução da identidade masculina marcará os
negócios, as estruturas profissionais, educação, o consumo, etc.
O
mercado está a mudar, a consciência dos jovens relativamente aos
comportamentos de agressividade e violência verifica-se em tendências
como o gender neutrality, e o mundo masculino começa a perceber que tem
dado mensagens perversas e erradas aos rapazes relativamente ao que
significa ser-se homem. Mas as máscaras estão a cair, o lado negro do
patriarcado está finalmente a vir à tona, e o início da mudança de
mentalidades acontece diante dos nossos olhos. Parece que o momento dos
homens poderem desabafar e chorar, sem vergonha, finalmente chegou. É
merecido. Deixo como sugestão, e para continuação desta para reflexão, o
documentário «The Mask You Live In»,
com inúmeros testemunhos de rapazes e adultos que falam abertamente das
consequências de serem educados e viverem num estereótipo de masculino
equivocado e profundamente limitador.
IN "VISÃO"
25/05/18
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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Brexit:
União Europeia não se apercebeu da
.crise potencial, afirma investigador
O sociólogo britânico John Thompson diz
que a questão da imigração proveniente do interior da União Europeia
(UE) foi decisiva para o processo do ‘Brexit’ e concluiu que os líderes
europeus não se aperceberam dessa crise potencial.
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“No
Reino Unido sempre existiu, desde há muito, uma forte cultura
eurocética. A identidade europeia era mais frágil do que noutros países e
isso foi decerto um fator para o resultado do referendo sobre o
‘Brexit’”, considerou John Thompson, professor de Sociologia na
Universidade de Cambridge.
O
académico falava na terça-feira em Lisboa à margem da apresentação do
livro “Europe’s Crisis” (As Crises na Europa) editado por Manuel
Castells e no qual colaborou na edição com outros académicos.
Ao
referir-se ao resultado do referendo de junho de 2016 no Reino Unido,
que decidiu a saída do país da União Europeia (UE), John Thompson
identificou fatores determinantes que ditaram o resultado da consulta.
“O
‘Brexit’ é uma história específica, relacionada com uma dinâmica
particular na política britânica, com o Partido Conservador [no poder] e
o Partido Independente do Reino Unido [UKIP direita nacionalista
eurocética]”.
Quando
decorreu referendo sobre o ‘Brexit’, em junho de 2016, a questão da
imigração teve um profundo significado no desfecho final, com 51,89% dos
votos a favor da saída.
“Foi
sobretudo uma imigração vinda do interior da União Europeia (UE), um
fator muito importante. Era proveniente da Europa de leste, do interior
da UE, para o Reino Unido, e tornou-se uma questão decisiva”.
Na
perspetiva do académico, a responsabilidade pelo desfecho da consulta
deverá ser atribuída em simultâneo a Londres e a Bruxelas.
“A
primeira responsabilidade é do ex-primeiro-ministro britânico David
Cameron [conservador] e da sua decisão de convocar o referendo. Não
tinha de o fazer, convocou-o parcialmente por motivos políticos, e
sofreu as consequências, sem dúvida”, argumenta.
No entanto, sublinhou, “os líderes políticos da União deveriam ter-se apercebido de uma crise potencial no horizonte”.
“Ninguém
tinha interesse em estar agora envolvido neste processo extremamente
moroso, dispendioso, de desmantelar parte da UE. Deveriam ter antecipado
o problema e tomado medidas para o evitar, o que poderiam ter feito”,
defendeu.
A
questão da designada “identidade europeia”, tema muito discutido pelos
académicos envolvidos no lançamento do livro –também editado por Olivier
Bouin, João Caraça, Gustavo Cardoso e Michel Wieviorka – foi outro tema
que destacou.
“A
identidade europeia existe, mas é um sentimento muito fraco e variável
nas diversas partes da Europa”, coexistindo com outras formas de
identidade, como a identidade nacional ou regional.
Para John Thompson, a identidade europeia é geralmente a forma de identidade mais fraca.
“Enquanto
tudo corre bem e não há crises, é entusiasmante ter outra identidade,
outra forma de cidadania para além da que se possui. Mas quando vem a
crise e são necessárias decisões difíceis, as formas de identidade são
priorizadas e para muitas pessoas a forma de identidade europeia, a mais
frágil, torna-se secundária, em comparação com a filiação primária da
identidade nacional”.
O
académico alertou ainda que o resultado do referendo de 2016 poderá
voltar a colocar a questão da independência da Escócia, quando o
referendo também convocado por David Cameron em setembro de 2014
rejeitou a secessão com 55,30% dos votos.
“Um
novo impulso à independência da Escócia dependerá muito na natureza do
acordo do ‘Brexit’. Se encontrarem uma forma de contornar o círculo e
garantir uma solução que permita ao Reino Unido continuar a participar
plenamente no mercado da UE, penso que os principais perigos de
fragmentação serão evitados ou fortemente enfraquecidos”, considera John
Thompson.
“Pelo
contrário, se o desfecho for o que se designa no Reino Unido por
‘Brexit duro’, basicamente a saída do país do mercado europeu, penso que
será mais difícil resistir às pressões para um novo referendo sobre a
independência na Escócia. De momento nada é ainda muito claro”.
A
eventual reposição de uma fronteira física entre a República da
Irlanda, Estado-membro da União, e a Irlanda do Norte [província
autónoma dependente da coroa britânica] é outra questão que tem dominado
as tensas conversações entre Londres e Bruxelas, e quando se perspetiva
a saída definitiva do Reino Unido na primavera de 2019.
“Julgo
ser pouco provável a imposição de uma nova fronteira, e todos sabem
isso. Não será fácil, mas acabarão por chegar a um acordo que evite esse
cenário e manter os acordos alfandegários entre o Reino Unido e a UE
para evitar um grave problema fronteiriço. Mas tudo terá de ser
decidido, de momento é tudo muito pouco claro, e que é uma fonte de
frustração para todos”.
* Ainda ninguém percebeu completamente o imbróglio que vem para o ano.
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* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.
INFORMÁTICA DE A A Z
18-R
(ROTEADORES)
Prof. Cid Marques
* Um conjunto de professores do site AlfaCon Concursos Públicos, do Brasil, decidiu colocar em vídeo uma série de programas explicativos sobre noções base de informática das quais muitas vezes não temos informação conveniente.
Por acharmos a série interessantíssima aqui a apresentamos com o devido respeito aos autores.
* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.
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HOJE NO
"DINHEIRO VIVO"
Vieira da Silva.
Há poucos bebés por causa
.da “instabilidade laboral”
Ministro promete novas medidas que incentivem a natalidade e recorda que Orçamento de 2019 terá políticas para tentar trazer de volta os emigrantes.
“É muito difícil esperar que as famílias
tenham mais filhos quando estas vivem num cenário de grande
instabilidade no emprego”, disse esta quarta-feira o ministro do
Trabalho, José Vieira da Silva, reagindo a uma notícia originalmente
publicada pelo Dinheiro Vivo (DV) sobre o novo Relatório do
Envelhecimento 2018, da Comissão Europeia.
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Este estudo dá conta de uma forte quebra na população portuguesa até
2070, uma das maiores da Europa, e daqui a 50 anos terá recuado dos
atuais 10 milhões para 8 milhões de habitantes.
Em declarações à RTP, também enviadas pelo
ministério ao DV, o governante vincou que a precariedade laboral é “o
mais poderoso fator que leva à diminuição da natalidade” e disse que
deverá avançar em breve com novas medidas que incentivem a fertilidade
em Portugal.
O PSD, presidido por Rui Rio, anunciou um pacote de incentivos desse tipo esta semana.
Mas para Vieira da Silva, mais do que apoios à natalidade, o “fator decisivo” é antes “mais confiança no trabalho” e lembrou que o governo acabou de assinar um acordo em concertação social com os patrões e a UGT no sentido de reduzir a precariedade e a segmentação no mercado de trabalho (proteção de uns, normalmente os mais antigos, em detrimento de maior insegurança nas camadas mais jovens, por exemplo).
De acordo com a notícia avançada pelo DV, com base em informações do novo Relatório do Envelhecimento (AgeingReport 2018), estudo que é publicado de três em três anos pela Comissão Europeia, daqui a 50 anos, em 2070, o país terá apenas oito milhões de habitantes (menos 23% face aos dez milhões atuais, o que configura um dos maiores recuos em termos europeus, superado por alguns Estados do leste e pela Grécia).
Vieira da Silva considerou que esta a queda da população portuguesa projetada pela Comissão Europeia “é um cenário muito desafiante e algo perturbador”.
O estudo da Comissão aponta para um envelhecimento acelerado da população residente em Portugal, com as mulheres a viverem, em média, até aos 90 anos em 2070 (84 anos atualmente) e com os homens a chegarem aos 86 anos (78 hoje em dia).
A natalidade aumenta nos próximos 50 anos, mas a um ritmo demasiado lento (sobe de 1,34 filhos em média por mulher em 2016 para 1,59 em 2070), que não chega para colmatar o fraco saldo migratório positivo (haverá mais imigração do que emigração, mas o saldo é muito reduzido).
“Há poucos anos, as mulheres tinham o primeiro filho entre os 25 ou 26 anos, hoje têm depois dos 30 anos”, observou Vieira da Silva. “As mulheres não deixaram de ter filhos, têm é menos do que dantes. Muitas vezes não é porque não querem, é porque as condições económicas e sociais não permitem”, acrescentou.
Além da natalidade, o ministro disse que é preciso estancar a emigração e trazer de volta quem partiu nos últimos anos, sobretudo durante o período do ajustamento do PSD-CDS e da troika (2011-2014).
Nessa altura, terão saído do país cerca de meio milhão de pessoas.
Aliás, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, disse no último congresso dos socialistas o Orçamento do Estado de 2019 [OE2019] vai ter “um programa para incentivar o regresso dos jovens que partiram, sem vontade de partir e que têm de dispor da liberdade de poderem voltar a viver entre nós”.
“O próximo orçamento vai criar condições para que os portugueses que queiram regressar o possam fazer”, repetiu Costa no discurso de encerramento do congresso. O OE2019 será conhecido a 15 de outubro.
* Se bem interpretamos o sr. ministro a carência de crianças deve-se à exploração laboral, à chantagem do patronato para potenciar a precaridade, bem visto.
O PSD, presidido por Rui Rio, anunciou um pacote de incentivos desse tipo esta semana.
Mas para Vieira da Silva, mais do que apoios à natalidade, o “fator decisivo” é antes “mais confiança no trabalho” e lembrou que o governo acabou de assinar um acordo em concertação social com os patrões e a UGT no sentido de reduzir a precariedade e a segmentação no mercado de trabalho (proteção de uns, normalmente os mais antigos, em detrimento de maior insegurança nas camadas mais jovens, por exemplo).
De acordo com a notícia avançada pelo DV, com base em informações do novo Relatório do Envelhecimento (AgeingReport 2018), estudo que é publicado de três em três anos pela Comissão Europeia, daqui a 50 anos, em 2070, o país terá apenas oito milhões de habitantes (menos 23% face aos dez milhões atuais, o que configura um dos maiores recuos em termos europeus, superado por alguns Estados do leste e pela Grécia).
Vieira da Silva considerou que esta a queda da população portuguesa projetada pela Comissão Europeia “é um cenário muito desafiante e algo perturbador”.
O estudo da Comissão aponta para um envelhecimento acelerado da população residente em Portugal, com as mulheres a viverem, em média, até aos 90 anos em 2070 (84 anos atualmente) e com os homens a chegarem aos 86 anos (78 hoje em dia).
A natalidade aumenta nos próximos 50 anos, mas a um ritmo demasiado lento (sobe de 1,34 filhos em média por mulher em 2016 para 1,59 em 2070), que não chega para colmatar o fraco saldo migratório positivo (haverá mais imigração do que emigração, mas o saldo é muito reduzido).
“Há poucos anos, as mulheres tinham o primeiro filho entre os 25 ou 26 anos, hoje têm depois dos 30 anos”, observou Vieira da Silva. “As mulheres não deixaram de ter filhos, têm é menos do que dantes. Muitas vezes não é porque não querem, é porque as condições económicas e sociais não permitem”, acrescentou.
Além da natalidade, o ministro disse que é preciso estancar a emigração e trazer de volta quem partiu nos últimos anos, sobretudo durante o período do ajustamento do PSD-CDS e da troika (2011-2014).
Nessa altura, terão saído do país cerca de meio milhão de pessoas.
Aliás, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, disse no último congresso dos socialistas o Orçamento do Estado de 2019 [OE2019] vai ter “um programa para incentivar o regresso dos jovens que partiram, sem vontade de partir e que têm de dispor da liberdade de poderem voltar a viver entre nós”.
“O próximo orçamento vai criar condições para que os portugueses que queiram regressar o possam fazer”, repetiu Costa no discurso de encerramento do congresso. O OE2019 será conhecido a 15 de outubro.
* Se bem interpretamos o sr. ministro a carência de crianças deve-se à exploração laboral, à chantagem do patronato para potenciar a precaridade, bem visto.
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HOJE NO
"DESTAK"
Mais de metade da pesca em alto mar
.vive de subsídios - estudo
Mais de metade da pesca em alto mar só é lucrativa porque recebe grandes subsídios dos governos, indica um estudo hoje divulgado que alerta para as altas somas de dinheiro dos contribuintes gastas numa "indústria destrutiva".
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O estudo foi feito pela National Geographic Society e outras entidades como a Sustainable Fisheries Group (SFG), da Universidade da Califórnia, Estados Unidos, a organização internacional Global Fishing Watch, e o projeto Sea Around Us, da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá.
Centrados na economia da pesca em alto mar, os participantes no trabalho concluíram que 54% da indústria pesqueira em águas internacionais não seria lucrativa na escala atual sem grandes subsídios governamentais.
* Mais um sector mal gerido e subsidiando o patronato.
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MARROCOS
SIC testemunha momento histórico
* O segundo adversário de Portugal no Mundial da Rússia é Marrocos. A SIC
foi até Marraquexe, onde falou com Hadji, o treinador adjunto da seleção
marroquina, e tentou perceber como se está a viver o momento histórico.
A última vez que o país esteve no Mundial foi em 1998. O treinador
falou ainda sobre Manuel da Costa, o jogador da seleção marroquina que
já vestiu a camisola de Portugal.
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1632
1632
Senso d'hoje
EDUARDO BARROSO
PROFESSOR UNIVERSITÁRIO
ADEPTO DO SPORTING
"O MOMENTO DO SPORTING"
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FONTE: SIC NOTÍCIAS EM 04/06/18
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