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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
21/08/2019
RICARDO MONTEIRO
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Civilização ocidental:
a descida aos infernos
Não renego a civilização europeia, menos ainda a democracia e a liberdade. Mas está na hora de aceitarmos que daí também nascem supremacistas e racistas, promotores da exploração e da desigualdade.
Desde a
expansão marítima europeia que, invocando a herança da democracia grega e
dos seus princípios, do cristianismo e da sua moral, do iluminismo e da
sua racionalidade, das revoluções americana e francesa e das repúblicas
que originaram, da democracia liberal e da sua promessa de igualdade e
prosperidade, que nos entregamos à prática de pregar, por todo o mundo,
que o melhor será seguir o nosso modelo por forma a partilhar da nossa
prosperidade e da força das nossas instituições.
Até mesmo a
alternativa, o modelo falhado das sociedades de planeamento central,
foram criação de mentes europeias. A queda do Muro veio esclarecer o
modelo vencedor. Proclamou-se a “morte da história”. A democracia
liberal e o seu filho, o capitalismo moderno, tinham ganho a batalha.
Eis-nos agora a braços com as contradições da suposta superioridade da
civilização europeia e dos seus três filhos diletos, Trump, Bolsonaro e
Salvini, todos homens brancos de cultura, língua e história europeias.
Comecemos por Trump.
O
recente massacre de El Paso, uma cidade americana onde 80% dos
residentes são de origem hispânica, deixou 22 mortos. O seu autor, num
manifesto publicado antes do massacre, declarou que o ataque foi “uma
resposta à invasão hispânica do Texas”. Ora Trump, em comícios levados a
cabo no ano passado, tinha declarado “vejam o que se está a passar! É
uma invasão”. E antes, durante a campanha eleitoral, apelidou os
migrantes vindos do sul de “violadores” e chamou aos países africanos
“buracos de merda”. Há apenas duas semanas, convidou quatro
congressistas democratas americanas, de raça não-branca, “a voltarem
para os países de onde vieram, os piores do mundo”.
O que aqui se
lê é simples e chega-nos em primeira derivada: nós, os homens brancos
ocidentais somos melhores, mais civilizados e superiores a todos os
demais. Tudo o que fazemos está justificado à luz da superioridade das
nossas sociedades. Quem pegar em armas por estas ideias, como foi o
caso, estará a lutar pela civilização contra a barbárie.
Agora, Jair Bolsonaro.
Em
2015 afirmou sobre os índios brasileiros: “Os Índios não falam a nossa
língua, não têm dinheiro, não têm cultura. Como conseguem 13% do
território nacional?”. Já em 1998 afirmara ser “uma pena que a cavalaria
brasileira não tivesse sido tão eficiente quanto a americana, que
exterminou os Índios”. Esta forma de olhar o indígena, eivada da
superioridade do homem branco, “culto” e ocidental resultou naquilo que a
“Economist” apelidou de “Velório pela Amazónia”, terra do Índio,
alertando para a aceleração extraordinária do desmatamento daquela
floresta desde que Bolsonaro começou a instigar aí o garimpo e a
exploração agrícola.
Descontente com o relatório produzido pelo
INPE- Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais que denotava que a
floresta amazónica tinha perdido 739 quilómetros quadrados em maio de
2019, o dobro de 2017 e 30% mais que em maio de 2018, Bolsonaro demitiu o
seu diretor dizendo que o assunto devia ser discutido “entre
brasileiros”. Os Índios, supõem-se, não são “brasileiros”.
Finalmente, Salvini.
“Precisamos
de uma desinfeção maciça, rua por rua, praça por praça, bairro por
bairro”. Estas afirmações, proferidas quando anunciou um censo a efetuar
à população de origem cigana pressupõem o óbvio: quem não é branco e
ocidental é uma “infeção” que precisa ser eliminada.
Como em toda a sua
atuação desumana em que recusa a entrada de migrantes africanos salvos
no mar, multando em até um milhão de euros o capitão que por isso ousar
atracar numa doca italiana, Salvini transmite uma ideia e uma ideia só:
apenas quem é igual a nós, no parecer e no pensar, tem lugar nas nossas
sociedades.
Não renego a civilização europeia, menos ainda a
democracia e a liberdade. Mas também pugno pela igualdade e pela justiça
para todos. Infelizmente o nosso modelo e os seus valores não geraram
apenas Churchills, Adenauers e Monets. Eles também trouxeram esta ideia
de supremacia masculina, branca e ocidental personificada nestes tristes
personagens. Está na hora de aceitarmos que os valores ocidentais, da
democracia grega, da moral cristã, do iluminismo científico e da
democracia liberal produzem também supremacistas e racistas, promotores
da exploração e da desigualdade, campeões da devastação ecológica.
Tal como Juno, também a civilização ocidental tem duas faces. A História não morreu, apenas virou a cara.
IN "O JORNAL ECONÓMICO"
16/08/19
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4.AS FORMAS DO
CABELO
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4.AS FORMAS DO
INVISÍVEL
CABELO
* Nesta senda de retrospectiva de "bloguices" retomada em Setembro/17 iremos reeditar algumas séries que de forma especial sensibilizaram os nossos visitadores alguns anos atrás, esta é uma delas.
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FONTE: ONU Brasil
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No Rio, mostra fotográfica retrata
cultura e luta do povo Yanomami
* Em cartaz no Instituto Moreira Salles (IMS), no Rio de Janeiro, a mostra
'Claudia Andujar – A luta Yanomami' recupera parte do acervo de mais de
40 mil imagens feitas pela fotógrafa suíça, que passou décadas ao lado
dos Yanomami. Radicada no Brasil desde os anos 1950, Claudia Andujar
viria a tornar-se uma voz global em prol da demarcação de terras
indígenas.
FONTE:
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83-CINEMA
FONTE: VideoLand
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83-CINEMA
FORA "D'ORAS"
VI-丹 匕尺工乃口
sɪɴᴏᴘsᴇ:
ᴏ ᴘᴇʀsᴏɴᴀɢᴇᴍ ᴘʀɪɴᴄɪᴘᴀʟ ᴅᴏ ғɪʟᴍᴇ, sᴇʀɢᴇʏ, ᴀᴄᴀʙᴀ nᴜᴍ ɪɴᴛᴇʀɴᴀᴛᴏ ᴇsᴘᴇᴄɪᴀʟɪᴢᴀᴅᴏ ᴘᴀʀᴀ ᴅᴇғɪᴄɪᴇɴᴛᴇs ᴀᴜᴅɪᴛɪᴠᴏs, ᴏɴᴅᴇ ʜá ᴜᴍᴀ ᴏʀɢᴀɴɪᴢᴀçᴀᴏ ᴄʀɪᴍɪɴᴏsᴀ, ᴀ ᴛʀɪʙᴏ.
ᴇʟᴇ ᴛᴇɴᴛᴀ ᴛᴏᴍᴀʀ sᴇᴜ ʟᴜɢᴀʀ ɴᴀ ʜɪᴇʀᴀʀǫᴜɪᴀ ᴅᴀ ᴇsᴄᴏʟᴀ ᴇ ᴘᴀʀᴛɪᴄɪᴘᴀ ᴅᴇ ᴠáʀɪᴏs ʀᴏᴜʙᴏs.
ǫᴜᴀɴᴅᴏ sᴇʀɢᴇɪ sᴇ ᴀᴘᴀɪxᴏɴᴀ ᴘᴏʀ ᴀɴɴᴀ, ᴜᴍᴀ ᴅᴀs ᴄᴏɴᴄᴜʙɪɴᴀs ᴅᴏs ᴏʙsᴇʀᴠᴀᴅᴏʀᴇs, ᴘʀᴇᴄɪsᴀ de ǫᴜᴇʙʀᴀʀ ᴀs ʟᴇɪs ɴãᴏ ᴇsᴄʀɪᴛᴀs ᴅᴀ ᴛʀɪʙᴏ.
ᴅɪʀᴇcᴛᴏʀ: ᴄᴇɴáʀɪᴏ ᴍɪʀᴏsʟᴀᴠ sʟᴀʙᴏsʜᴘʏᴛsᴋʏ
ᴏᴘᴇʀᴀᴅᴏʀ: ᴠᴀʟᴇɴᴛɪɴ ᴠᴀsᴊᴀɴᴏᴠɪᴄʜ
ᴇʟᴇɴᴄᴏ: ɢʀᴇɢᴏʀʏ ғᴇsᴇɴᴋᴏ, ʏᴀɴᴀ ɴᴏᴠɪᴋᴏᴠᴀ, ʀᴏsᴇ ʙᴀʙɪʏ ᴀʟᴇxᴀɴᴅᴇʀ ᴅᴢʏᴀᴅᴇᴠʏᴄʜ ᴀʟᴇxᴀɴᴅᴇʀ ᴏsᴀᴅᴄʜʏ, ɪᴠᴀɴ ᴛɪsʜᴋᴏ, ᴀʟᴇxᴀɴᴅᴇʀ sɪᴅᴇʟɴɪᴋᴏᴠ ᴀʟᴇxᴀɴᴅᴇʀ ᴘᴀɴɪᴠᴀɴ, ᴋɪʀɪʟʟ ᴋᴏsʜɪᴋ, ᴛᴀᴛɪᴀɴᴀ ʀᴀᴅᴄʜᴇɴᴋᴏ
FONTE: VideoLand
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