.
Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
28/05/2017
.
Stephanie Busari
Como notícias falsas
causam danos reais
Em 14 de abril de 2014, a organização terrorista Boko Haram sequestrou mais de 200 meninas estudantes da cidade de Chibok, Nigéria.
Ao redor do mundo, o crime foi simbolizado pelo slogan "#BringBackOurGirls", mas na Nigéria, funcionários do governo chamaram o crime de embuste, confundindo e atrasando esforços para resgatar as meninas.
Nesta vigorosa palestra, a jornalista Stephanie Busari aponta a tragédia de Chibok para explicar o perigo mortal das notícias falsas e o que podemos fazer a fim de impedi-las.
.
MADALENA AZEREDO PERDIGÃO
.
IN "OBSERVADOR"
26/05/17
.
As reviravoltas do
alojamento local
Não deixa de ser curioso que a limitação à propriedade privada
proposta pelo PS não incida sobre os que têm capacidade para adquirir um
prédio por inteiro, mas só aos que têm um ou outro apartamento.
Decorridos quase três anos desde a entrada em vigor do diploma que
veio autonomizar a figura do alojamento local e rever o seu regime
jurídico, o que promoveu o aumento da oferta deste tipo de
estabelecimento e o crescimento do sector do turismo em Portugal, temos
assistido a sucessivas reviravoltas à volta deste tema, não estando
isento de discussões.
Primeiro, a divergência vincada dos nossos tribunais. Agora, o
projeto-lei apresentado pelo grupo parlamentar do PS a propor alterações
ao referido diploma.
Em jeito de resumo, as questões que se colocam são essencialmente as
seguintes: podem ou não os condomínios limitar o direito de propriedade e
de uso que cada um dos condóminos faz do seu apartamento? Trata-se o
alojamento local de uso habitacional, comercial ou outro? Viola ou não o
título constitutivo da propriedade horizontal (PH)?
Com o devido respeito, que é muito, não posso concordar com o mais
recente Acórdão da Relação do Porto que, em oposição ao Supremo Tribunal
de Justiça, veio considerar que a atividade de alojamento local não cai
no conceito de “habitação”, dando assim acolhimento à tese do
condomínio de que viola o título da PH. Por duas razões.
A primeira, porque confunde o que interessa para efeitos de
tributação e o que releva para efeitos civis e administrativos. É
verdade que para efeitos fiscais, há uma distinção entre o arrendamento e
a prestação de serviços de alojamento e, por isso, é importante
perceber a que título provêm as receitas pagas pelo utilizador do
apartamento. No entanto, para aferir que tipo de uso é dado ao espaço em
causa, tal distinção não tem qualquer impacto. Faz algum sentido
dizer-se que por ser um turista (i.e. “pessoa que viaja por diversão ou
recreio dentro ou fora do País”), deixa de ser habitação e passa a ser
alojamento?
Então se não for um turista em passeio e for uma estadia em
trabalho ou uma visita a familiares ou amigos doentes? Já passa a ser
habitação? Faz algum sentido que o vizinho que faça contratos de
arrendamento de dois ou três dias (nos termos da lei, atualmente estes
contratos nem sequer têm prazo mínimo) tenha tratamento diferente e
privilegiado em relação ao vizinho que explora a sua casa como
alojamento local? Não faz, a partir do momento em que a ocupação é para a
mesma finalidade (dormir, descansar, comer…). Não interessa ao
condomínio se o condómino está enquadrado na categoria B ou F.
A segunda razão prende-se com o facto de ter considerado que está
intrincado no conceito de habitação o caráter de permanência e
estabilidade, o qual não existe no alojamento local. Ora, se assim
fosse, um proprietário que tenha um apartamento no Algarve em que apenas
passa alguns dias do ano ou, até mesmo, que dá de arrendamento uma
semana por ano no verão, estaria a violar o título da PH que destinasse a
referida fração a habitação, o que não faz sentido. Mais, esse
arrendamento não deixa de ser classificado para fins habitacionais só
pelo facto de ter uma duração de três, sete ou quinze dias.
E o que dizer da proposta do PS? Creio ser de louvar a iniciativa de
tentar estancar a discussão que gira à volta da relação entre os
condomínios e as entidades exploradoras do alojamento local. No entanto,
claramente que errou na solução. Ao invés de vir definir expressamente
qual o uso/afetação exigível para cada uma das modalidades de
estabelecimento, pondo dessa forma termo à discussão e dúvidas, junto
dos condomínios, autarquias e entidades exploradoras, veio simplesmente
propor a submissão da abertura de novos alojamentos locais em prédios
habitacionais ao escrutínio dos vizinhos, independentemente do tipo de
afetação previsto na PH para a fração em causa. Para além de levantar
sérias dúvidas quanto à sua constitucionalidade – já que limita de forma
genérica e desproporcional o direito fundamental à propriedade privada –
e, bem assim, de criar novos conflitos ao não esclarecer, por exemplo,
em que moldes deve ser tomada a deliberação, o legislador continua sem
se preocupar em responder à questão essencial: qual a afetação do
alojamento local?
Não deixa de ser curioso que a limitação à propriedade privada agora
proposta pelos dois deputados socialistas não vai incidir sobre aqueles
que têm maior capacidade financeira para adquirir um prédio por inteiro e
afetá-lo ao alojamento local, mas sim aos que apenas têm um ou outro
apartamento como forma de obter um rendimento adicional.
Associada Coordenadora do Departamento de Imobiliário da CCA ONTIER
IN "OBSERVADOR"
26/05/17
.
XXV-VISITA GUIADA
Ao Cemitério dos Prazeres/1
(Estatuária)
LISBOA - PORTUGAL
* Viagem extraordinária pelos tesouros da História de Portugal superiormente apresentados por Paula Moura Pinheiro.
Mais uma notável produção da RTP
*
As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
.
.
.
Leonard Bernstein
La Valse
Maurice Ravel
.
.
.
ESTA SEMANA NO
"EXPRESSO"
Vieira da Silva garante que não há
.trabalho não remunerado no Governo
.trabalho não remunerado no Governo
O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social garante que não há trabalho não remunerado no Governo. As declarações de Vieira da Silva são uma reacção à notícia do Diário de Notícias que denuncia a existência de estagiários não pagos num departamento da presidência do conselho de ministros.
* E agora, quem tem razão??
.
.
.
ESTA SEMANA NO
"DINHEIRO VIVO"
Omniflow.
A energia que sobrevive a nevões,
.furacões e desertos
Em 2017, a Omniflow foi a única portuguesa a integrar a lista das 100 startups europeias mais promissoras da plataforma Red Herring
Ainda 2017 não vai a meio e já o ano se
adivinha de sucesso para a startup portuense Omniflow, que se lançou no
mercado com um sistema híbrido de geração de energia solar e eólica,
destinada a fins residenciais, comerciais, telecomunicações, sistemas de
wi-fi e iluminação urbana. Depois de ter sido a única das quatro
finalistas portuguesas a ser integrada no ranking Top 100 Europe 2017
Winners, a lista anual da plataforma de tecnologia Red Herring que
distingue as 100 startups europeias mais promissoras, a Omniflow espera
este ano um “crescimento significativo”, de um volume de vendas de 320
mil euros em 2016 para 1,5 milhões em 2017.
.
.
Com apenas 300 unidades das suas torres eólicas e solares vendidas nos
últimos quatro anos, as encomendas não param agora de chegar e até ao
final do ano venderão 450 novos equipamentos para geografias tão
diferentes como Nova Iorque, Cascais, Dubai ou China.
Pela frente está também o desafio de
preparar uma nova ronda de investimento no valor de seis milhões de
euros, com investidores estrangeiros, que permitirá à startup atingir o
crescimento tão desejado. “O objetivo principal é o aumento da
capacidade comercial e resolver alguns assuntos cruciais, como reforçar a
capacidade interna de engenheiros de software e eletrónica, valências
que não possuímos a 100%”, disse ao Dinheiro Vivo Pedro Ruão, CEO da
Omniflow.
Sobre a recente distinção da Red Herring, o fundador garante que “foi o
reconhecimento do nosso percurso, e principalmente da nossa visão de
futuro, e é um bom indicador de que estamos no caminho certo e com este
prémio temos a oportunidade de estar mais visíveis aos investidores
internacionais”.
Depois de terem recebido várias distinções ao longo do seu percurso, tais como o EDP Richard Branson (2010), ANJE Jovem Empreendedor (2011), Altran Innovation Award (2013), Horizon2020 (2016) e Desafios Porto (2016), Pedro Ruão garante que é tempo agora de apostar em novas rondas de investimento e “pôr em prática o nosso plano de crescimento nos mercados estratégicos e o reforço das nossas competências internas”.
Depois de terem recebido várias distinções ao longo do seu percurso, tais como o EDP Richard Branson (2010), ANJE Jovem Empreendedor (2011), Altran Innovation Award (2013), Horizon2020 (2016) e Desafios Porto (2016), Pedro Ruão garante que é tempo agora de apostar em novas rondas de investimento e “pôr em prática o nosso plano de crescimento nos mercados estratégicos e o reforço das nossas competências internas”.
Até agora a Omniflow já arrecadou cerca de 900 mil euros em
financiamentos, primeiro por parte da Cotec Portugal e depois do
Portugal Ventures, estando na calha também a segunda fase da candidatura
ao programa Horizonte 2020, com um projeto que envolve nada menos de
1,2 milhões de euros. “O capital é o que nos dá as noites sem dormir”,
confessa Pedro Ruão.
Formado em Engenharia de Materiais, o fazedor trabalhava numa empresa de
desenvolvimento de produtos nas áreas automóvel, náutica e robótica,
quando viu o anúncio para o prémio EDP e ficou a “pensar naquilo”. Num
fim de semana, a andar de bicicleta, Pedro reparou em torres eólicas
convencionais e questionou-se sobre a possibilidade de existir um
processo diferente para produzir energia renovável.
E assim surgiu o primeiro conceito da Omniflow: um dispositivo para
produzir e armazenar energia, utilizando uma asa omnidirecional
invertida para direcionar o vento vindo de qualquer direção para uma
turbina associada a painéis fotovoltaicos instalados na mesma estrutura
vertical.
“Nessa altura, o modelo de negócio era virado para a produção e
autoconsumo de energia no mercado doméstico. Em 2015, decidimos evoluir o
conceito porque percebemos que a nossa tecnologia podia ser utilizada
no mercado mais interessante e abrangente do business to business. Os
nossos clientes são agora cidades, grandes empresas, estados, países”,
revela o fundador.
Fundamental para a sobrevivência do negócio foi perceber que os sistemas
urbanos – iluminação pública, sistemas de wi-fi, videovigilância,
sensores de qualidade de ar, semáforos – vão passar a ser autónomas no
futuro, ou seja, vão poder gerar a sua própria energia sem estarem
ligados à rede pública de eletricidade.
A grande aposta da Omniflow está agora na diversificação da oferta e no
desenvolvimento de diferentes softwares que permitam adaptar a
tecnologia de base a novos usos. “Nascemos virados para a energia mas
agora podemos adaptar os equipamentos a diferentes funcionalidades só
através do software”, explica o fundador.
A rota de crescimento da startup incluiu a entrada de um novo sócio,
António Correia, e o crescimento para uma equipa de dez pessoas nos
departamentos técnico, logística e produção. Depois de uma estada no
Centro de Novas Empresas de Tecnologia, em 2016 investiram em novas
instalações industriais no Porto, com 1000 m2.
Tecnologia dá cartas
Ao vivo e a cores é já possível ver as plataformas de energia da
Omniflow no Dubai (onde as baterias de chumbo de cristal, com uma
esperança de vida de 10 anos, sobrevivem às elevadas diferenças térmicas
e aos ventos do deserto), na baixa de Manhattan (onde o equipamento
situado a 8 metros do chão foi o único capaz de produzir e armazenar
energia durante os intensos nevões do último inverno), em Long Island e
noutros locais do estado de Nova Iorque, cujas principais
infraestruturas energéticas foram destruídas na sequência do furacão
Sandy. Para breve está também o fornecimento de 20 unidades para equipar
uma marina também em Nova Iorque.
Na Europa, a Omniflow trabalha com o grupo alemão Volkswagen, na
iluminação de um parque de estacionamento de bicicletas na Alemanha, com
a britânica Vodafone, com várias unidades já instaladas para uso de
telecomunicações, e ainda com a Siemens, na área da mobilidade para o
desenvolvimento conjunto de um sistema de semáforos autónomos, cujo
projeto será apresentado em breve.
Em território nacional, Cascais exibe já 19 unidades com capacidade para videovigilância e wi-fi, e o parque industrial onde se insere a Farfetch, a norte, com um espaço para 600 viaturas iluminado de forma autónoma e sem falhas desde outubro. E porque o céu é o limite, Pedro Ruão está de olho também na Índia e em projetos no âmbito das smart cities do futuro.
* Verdadeiros empreendedores, portugueses.
Em território nacional, Cascais exibe já 19 unidades com capacidade para videovigilância e wi-fi, e o parque industrial onde se insere a Farfetch, a norte, com um espaço para 600 viaturas iluminado de forma autónoma e sem falhas desde outubro. E porque o céu é o limite, Pedro Ruão está de olho também na Índia e em projetos no âmbito das smart cities do futuro.
* Verdadeiros empreendedores, portugueses.
.
.
.
EM MAIO NO
"NOTÍCIAS MAGAZINE"
"NOTÍCIAS MAGAZINE"
5 boas razões para deixar
o sexo fora de água
Verão à porta, é tentador trocar o sexo aconchegante em frente à lareira pela ideia de uma relação tórrida dentro de água. Mas nem tudo é um mar de rosas.
Facto: os rigores do inverno ficaram para trás. Facto: já se sente no
ar que a combinação explosiva de pele à mostra com um calor de ananases
influencia diretamente o aumento do desejo sexual.
Facto: este mesmo calor e esta mesma luxúria podem, por momentos,
fazer supor que seria boa ideia levar o sexo para dentro de uma piscina,
um jacuzzi, o mar, num cenário idílico de corpos molhados em
fundo azul. E por isso lhe dizemos desde já que é melhor pensar duas
vezes antes de mergulhar de cabeça no fetiche.
«Ainda que nos custe a convencermo-nos disso, a água é um péssimo lubrificante», adiantou ao El Mundo o ginecologista espanhol Cubillo Rodríguez. «Em vez de facilitar a penetração, só complica.»
Claro que nos sentimos mais sexy no verão, com uma
disponibilidade diferente para tentar contextos ousados, confirma a
psicóloga e sexóloga Ana Carvalheira. «Baixamos os níveis de controlo do
nosso comportamento com estímulos novos, o que leva a que nos deixemos
ir mais facilmente.» Contudo, diz, quebrar a rotina não significa correr
riscos desnecessários.
Caso continue a sentir-se aventureiro depois do rol de motivos que
lhe apresentamos a seguir, experimente trocar a fantasia da piscina por
uma outra que envolva toalhas numa duna branca, à sombra de coqueiros
(de preferência num local deserto e sem areia nos calções, ou acabará a
braços com outro tipo de problemas). Se ainda assim insistir em meter
água no cenário, tente o duche: tem na mesma a sua dose de romantismo,
mas com menos riscos associados.
MANTENHA-SE À TONA
1. QUÍMICOS
Água do mar turva é um contentor de bactérias que se introduzem na vagina com o ato sexual, tanto quanto o são as piscinas sem as devidas quantidades de cloro (e quem somos nós para avaliar se os níveis de desinfetante estão, ou não, no ponto?). Também o cloro em excesso é propício ao aparecimento de fungos na zona genital durante o sexo, potenciados pela humidade e pelos fatos de banho sintéticos e apertados. Irritações, inflamações e vaginoses bacterianas são sempre uma potencial ameaça a evitar.
2. INFEÇÕES
Ainda na sequência dos desinfetantes na água (ou da falta deles), uma pesquisa levada a cabo pela Universidade de Alberta, no Canadá, concluiu que uma piscina média costuma conter cerca de dez litros de urina de banhistas que não quiseram interromper a diversão para irem à casa de banho. Se as outras razões não chegam para o convencer…
3. LUBRIFICAÇÃO
A água elimina quase por completo a lubrificação natural do nosso organismo, pelo que aquilo que devia deslizar tende a parecer borracha, aumentando o risco de lesões. Para quê insistir quando há tanto por onde dar largas ao desejo?
4. PRESERVATIVO
O improviso e querer curtir ao máximo o momento não servem como desculpas para não se usar preservativo – o que, convenhamos, é difícil, sobretudo se a água for fria e interferir com o desempenho masculino. Independentemente de o casal decidir ir em frente com o sexo na água ou em terra, é sempre melhor tratar desta parte cá fora.
5. FRICÇÃO
A última chamada de atenção, mas não menos importante, prende-se com o facto de a lubrificação deficiente dentro de água acentuar a fricção durante o ato sexual, aumentando as probabilidades de o preservativo se romper, com todos os riscos daí decorrentes. No caso das piscinas coloca-se ainda a hipótese de alguém poder escorregar e magoar-se a sério, pelo que na dúvida calce uns chinelos (arrisca-se menos ao ridículo do que se lhe fugirem os pés em plena performance).
* E de escafandro com ranhuras nos sítios óbvios?
.
.
.
ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"
O romance inédito que o filho de
.Humberto Delgado quer travar
Elsa, escrito até 1963, tem muito de autobiográfico. Um filho foi a tribunal para impedir a edição da obra, mas perdeu
"Há uma mulher na vida de Delgado" - quando um jornal brasileiro
publicou uma notícia com este título, nos anos 60, não estava a
referir-se à mulher do general, Iva, que ficou em Portugal; nem à sua
secretária e companheira brasileira, Arajaryr Campos. Referia-se a
"Elsa", a personagem principal que dá título ao romance autobiográfico
que o adversário de Salazar desejava publicar.
.
Era suposto ser
uma graça, dando a entender que se tratava de um caso amoroso, para
depois no texto se explicar que essa mulher era a personagem do romance
que o general estava a ultimar. Só que, sem saber, o jornalista não
andou assim tão longe da verdade no título. "Hoje ressurgem novos
sentidos por trás desse jogo jornalístico", admite à SÁBADO Frederico
Delgado Rosa, autor de Humberto Delgado - Biografia do General Sem Medo e
neto do biografado.
Nas páginas do romance, o general descreve a
relação entre Armando, personagem que não podia ser mais parecida com o
autor, e Elsa, a personagem principal, inspirada numa mulher 15 anos
mais nova, por quem Humberto Delgado se apaixonou nos anos 40.
Frederico
Delgado Rosa não quer para já revelar a identidade da rapariga. Mas não
se chamava Elsa e também não era empregada doméstica (como a
personagem) - pelo menos no tempo em que se relacionou mais directamente
com o avô.
O neto do marechal (posto a que Delgado foi
promovido após a morte) desvendou à SÁBADO que se tratava "de uma mulher
interiormente emancipada, com um intelecto efervescente e um gosto
acentuado pela literatura, pelo teatro e pelo cinema".
A família
de Humberto Delgado chegou a conhecê-la, embora não soubesse da ligação
entre ambos. A vida afectiva deste opositor do regime não foi
propriamente linear. Na Biografia do General Sem Medo, o autor já se
tinha referido à paixão do avô pela actriz Maria Spranger, que
participou numa peça escrita por ele em 1940, sete anos depois de ter
nascido o seu primeiro filho.
Mas Frederico Delgado Rosa recusa
sequer usar termos como infidelidade. "Não considero adequado esse
termo, que me parece associado a uma noção absoluta e moralista. A
correspondência evidencia sentimentos, não me cabendo tecer especulações
de outra ordem." As cartas trocadas entre o avô e essa mulher pertencem
a um espólio particular.
Salazar e as torturas da PIDE
O
regime do Estado Novo é descrito sem poupança de detalhes, a começar
pelo líder, Salazar - "Não é dado outro nome ao ditador: ele surge com
todas as letras, assim como a PIDE", garante Frederico Delgado Rosa.
Também são referidas as torturas e mortes que ocorriam na sede da
polícia política, e que o general acompanhou bem de perto enquanto
esteve asilado na embaixada do Brasil, mesmo ao lado, pois ouvia os
gemidos e gritos dos torturados.
As 185 páginas dactilografadas
de Elsa foram entregues à família em 2005, por uma professora
brasileira, Luísa Moura, depois de terem estado na posse de descendentes
de Arajaryr Campos, a secretária que também foi assassinada pela PIDE
em Espanha, a 13 de Fevereiro de 1965 (há 52 anos).
No ano
passado, enquanto organizava uma exposição na Sociedade Portuguesa de
Autores sobre a figura de Humberto Delgado (membro da SPA entre 1942 e a
data da sua morte), José Jorge Letria teve acesso ao romance e alertou
Manuel S. Fonseca, da editora Guerra e Paz, para a importância de editar
aquele livro, disponibilizando-se mesmo a apoiar financeiramente a
edição.
A editora avançou, em articulação com Iva Delgado, a
filha do marechal que até aqui tinha tratado de editar as obras do pai:
as Memórias de Humberto Delgado e as Crónicas Militares e Políticas da
II Guerra Mundial.
Só que, pouco depois do primeiro anúncio
relacionado com a edição de Elsa, em Setembro do ano passado, o filho
homónimo de Humberto Delgado intentou uma providência cautelar no
Tribunal da Propriedade Intelectual. Pediu para suspender de imediato a
edição da obra, e anular todos os actos relacionados, enquanto não lhe
fosse concedida a possibilidade de exercer os seus direitos, como
herdeiro de Humberto Delgado.
Se a obra fosse mesmo editada, o
filho pedia que fosse aplicada à Guerra e Paz uma sanção superior a 500
euros por dia, de acordo com a sentença, a que a SÁBADO teve acesso.
O
filho invocou danos morais por "nunca ter sido consultado nem ter dado
autorização para a publicação da obra" e chamou ainda a atenção para o
facto de as 185 páginas dactilografadas não terem a assinatura do pai,
pelo que caso se concluísse que a obra não era do pai isso representaria
"uma violação à sua memória e bom-nome".
Mas o tribunal deu
como provados os indícios de que "Elsa é um romance inédito da autoria
do marechal Humberto Delgado". E indeferiu a providência cautelar,
considerando que quaisquer proveitos recebidos por Iva Delgado devem ser
partilhados entre os herdeiros (por acordo ou através de processo
judicial).
Embora não esteja impedida de avançar, a editora
Guerra e Paz suspendeu a publicação da obra, para tentar um acordo entre
os dois filhos do marechal e ainda os descendentes da filha já
falecida, Maria Humberta. Manuel S. Fonseca disse à SÁBADO que havia
perspectivas de agendar uma reunião entre os vários herdeiros até ao fim
desta semana, para garantir que todos se podem pronunciar sobre a
publicação da obra e partilhar as receitas dos respectivos direitos de
autor. O objectivo é impedir que um conflito familiar ensombre a
importância do romance inédito.
Para o neto e biógrafo, isso
também será sempre mais importante do que as partilhas entre os
herdeiros: "Pessoalmente, entendo que Humberto Delgado pertence ao Povo
Português, desde que os seus restos mortais estão no Panteão Nacional,
para não dizer desde 1958."
* Realmente Humberto Delgado pertence ao Povo Português, a sua vida devia ser contada nas escolas, incluindo as paixões.
.
.
FONTE: EURONEWS
.
AUNKA BUJUTSU
A interpretação do corpo
FONTE: EURONEWS
.
.
.
ESTA SEMANA NO
"A BOLA"
NBA
Governo turco acusa Enes Kanter de pertencer a grupo terrorista
O turco Enes Kanter, estrela dos Oklahoma City
Thunder, está a ser perseguido pelo governo turco, que alega que o
basquetebolista pertence a um grupo terrorista.
.
Kanter, que na semana passada lhe viu ser retirado o passaporte turco após ser detido na Roménia, será apoiante do islâmico Fethullah Gulen, cabecilha do `Movimento Gulen`, e é acusado pelo governo liderado por Recep Erdogan de pertencer a um grupo terrorista.
Segundo a ordem do tribunal turco, o jogador utiliza a aplicação para troca de mensagens Bylock, a mesma utilizada pela organização que provocou o atentado em julho passado, no aeroporto de Istambul.
.
Kanter, que na semana passada lhe viu ser retirado o passaporte turco após ser detido na Roménia, será apoiante do islâmico Fethullah Gulen, cabecilha do `Movimento Gulen`, e é acusado pelo governo liderado por Recep Erdogan de pertencer a um grupo terrorista.
Segundo a ordem do tribunal turco, o jogador utiliza a aplicação para troca de mensagens Bylock, a mesma utilizada pela organização que provocou o atentado em julho passado, no aeroporto de Istambul.
* Não sabemos se o jogador Kanter apoia um grupo terrorista, temos a certeza de que Erdogan é um assassino.
.
.
De: Saborintenso
.
Carne de Vaca Estufada
De: Saborintenso
.
.
.
HOJE NO
"SOL"
"SOL"
“A Fábrica de Nada” vence prémio
da crítica em Cannes
Filme de Pedro Pinho surge no rating da crítica como o segundo melhor de todas as secções do festival, apenas ultrapassado pelos novos episódios de "Twin Peaks", de David Lynch.
“A Fábrica de Nada”, de Pedro Pinho, venceu este sábado o prémio
FIPRESCI, da Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica, em
Cannes, onde teve a sua estreia internacional na passada quinta-feira,
na secção paralela Quinzena dos Realizadores. Manoel de Oliveira tinha
sido até aqui o único realizador português a receber esta distinção, em
1997, com “Viagem ao Princípio do Mundo”.
.
Além deste prémio, “A Fábrica de Nada” surge no rating da crítica
como o segundo melhor filme de todas as secções do festival, logo atrás
dos dois episódios de “Twin Peaks” estreados em Cannes, no regresso da
série de David Lynch.
É mais uma distinção para o cinema português que, pelo meio da
polémica revisão ao decreto-lei que regulamenta a Lei do Cinema, adiada
para o próximo ano, não tem parado de acumular prémios nos mais
conceituados festivais internacionais. Polémica que a Terratreme,
produtora do filme, não deixou passar em branco na nota enviada à
imprensa a anunciar o prémio. “Numa fase em que tanto se discute o
sistema de nomeação dos júris dos concursos de apoio ao cinema, este
prémio é mais uma prova da qualidade do cinema português, livre dos
interesses das operadoras e televisões”, afirma a produtora, sublinhando
logo de seguida que “a Terratreme Filmes e seus realizadores estão
contra o papel da SECA (Secção Especializada do Cinema e do Audiovisual)
na atribuição de verbas públicas de apoio à produção,
internacionalização, exibição, distribuição, escrita e festivais nas
áreas do cinema e do audiovisual”.
À agência Lusa Pedro Pinho, realizador do filme a partir de uma ideia
original de Jorge Silva Melo, considerou mais este reconhecimento como
“absolutamente excepcional para um país tão pequeno e com tão pouca
produção de filmes”.
“[É uma] notícia excelente para o cinema português e uma prova que
este tipo de cinema — que neste momento está sob forte ameaça graças à
Lei do Cinema, à composição da Secção Especializada do Cinema e do
Audiovisual (SECA) e à questão da escolha dos júris da SECA — precisa de
ser estimulado e apoiado”, afirmou ainda o realizador de “A Fábrica de
Nada”, filme que a
partir da peça homónima escrita por Judith Herzberg na década de 1990
reflete sobre a questão do trabalho e o lugar que ele terá no futuro na
sociedade, num híbrido entre a ficção, o documentário e o musical.
A distinção no certame em que o cinema português esteve representado
por mais três curtas-metragens — “Coelho Mau”, de Carlos Conceição,
“Farpões, baldios", de Marta Mateus, e "Água mole", de Laura Gonçalves e
Xá — veio depois de em fevereiro, em Berlim, Diogo Costa Amarante ter
vencido o Urso de Ouro das curtas, com “Cidade Pequena”. Prémio que já
na edição passada tinha sido atribuído a Leonor Teles, por “Balada de Um
Batráquio”, ano em que, em Locarno, João Pedro Rodrigues havia de
vencer o Leopardo de Prata de Melhor Realizador, com “O Ornitólogo”, e,
em Veneza, Nuno Lopes venceria o prémio especial de Melhor Ator da
secção Horizontes, na qual competia “São Jorge”, de Marco Martins.
O Júri FIPRESCI, presidido pela crítica Alissa Simon, da revista
norte-americana “Variety”, atribui a cada edição do festival de Cannes
três prémios: dois para os filmes integrados na Selecção Oficial, outro
para a Competição e outro para a secção Un Certain Regard. A estes
junta-se mais um prémio para um dos filmes apresentados na Semana da
Crítica ou na Quinzena dos Realizadores. A 70.ª edição do Festival de
Cannes termina este domingo.
* Arte portuguesa de qualidade superior, Pedro Pinho é o futuro, vai ser um grande cineasta.
.
.
1259
Senso d'hoje
JOANA MORTÁGUA
DEPUTADA À A.R.
BLOCO DE ESQUERDA
"Uma sociedade que aposta
na educação, não pode
maltratar os seus professores"
Joana
Mortágua apresenta o Projeto de Resolução n.º 870/XIII/2.ª do Bloco de
Esquerda que prevê o reposicionamento na carreira dos docentes que
ingressaram nos quadros - regulamentação do estatuto da carreira
docente.| 2017-05-17
.
Subscrever:
Mensagens (Atom)