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FONTE:
Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
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NR: Os lisboetas deviam saber que o presidente Moedas privilegia o convívio com homens adornados com bijuteria da igreja e com os ourives do betão..
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ē¢໐ ค́fri¢ค/112
UGANDA
Margaret Kasumba
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NR: Entendemos haver visitadores que gostam mais de visionar notícias da ciência, da música, da sexualidade etc., mas este também é o Portugal que temos recheado de ódios e religiões que os estimulam. Ainda ninguém fez o "inventário" de quantos destes assassinos são pessoas de fé, parece propositado.
Eis oito dias de notícias exemplares sobre a tugacidade ternurenta.
Não consta a presença de indivíduos asiáticos nas notícias destes vídeos.
DURMAM BEM!
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Como médico, tenho assistido com preocupação crescente ao afastamento dos jovens internos desta especialidade. Quando 80% das vagas na região de Lisboa ficam desertas e mais de 300 internos rescindem contratos com o SNS, é imperativo questionar: o que estamos a fazer de errado?
Os números falam por si. Nunca, nos últimos 10 anos, tivemos tantos portugueses sem médico de família. Na região de Lisboa e Vale do Tejo, a situação é particularmente grave, com quatro em cada dez utentes sem este profissional atribuído. As estatísticas divergem – a ministra apresenta uns números, o portal do SNS outros – mas a realidade que todos reconhecemos é a mesma: um sistema à beira do colapso.
A MGF está a perder atratividade por razões evidentes. As condições de trabalho degradam-se, com médicos sobrecarregados a atender listas de utentes cada vez maiores. A burocracia sufoca a prática clínica, roubando tempo precioso que deveria ser dedicado aos doentes. Os vencimentos estagnaram, enquanto o setor privado e as oportunidades no estrangeiro oferecem alternativas mais aliciantes para os jovens médicos.
Formamos excelentes especialistas em MGF, reconhecidos internacionalmente pela sua competência, para depois os perdermos para outros países ou para o setor privado. É um desperdício de recursos e de investimento público que não podemos continuar a tolerar.
As consequências desta crise são devastadoras para a população. Sem médico de família, perde-se a continuidade de cuidados, a relação de proximidade e confiança, e o acompanhamento personalizado que caracterizam esta especialidade. Os doentes crónicos ficam mais vulneráveis, a prevenção é negligenciada, e aumenta a pressão sobre as urgências hospitalares.
É urgente uma intervenção decidida. Precisamos de uma estratégia nacional que valorize efetivamente os médicos de família, com melhores condições de trabalho, remuneração adequada, menos burocracia e mais autonomia. É necessário repensar o modelo de organização dos cuidados de saúde primários,
tornando-o mais flexível e adaptado às expectativas das novas gerações de médicos.
O futuro da MGF está em risco, e com ele, a saúde de milhões de portugueses. Não podemos continuar a assistir passivamente ao desmoronar desta especialidade fundamental. Se nada for feito, caminhamos para um SNS sem "S" de Saúde, onde os cuidados primários serão apenas uma memória do que já foram.
A escolha é nossa: ou agimos agora, ou preparamo-nos para explicar às próximas gerações como deixámos desaparecer um dos pilares mais importantes do nosso sistema de saúde.
* Dirigente da Ordem dos Médicos Região do Sul
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" -18/04/25.