Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
10/01/2019
UMA GRAÇA PARA O FIM DO DIA
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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
‘Bola’ da inclusão social já rola em três ilhas por via do projeto ‘Equipa-te’
O projeto ‘Equipa-te’, iniciativa de combate ao risco de
exclusão social de jovens através do desporto, arrancou em 2016, em São
Miguel, mas vai agora estender-se às ilhas da Terceira e do Faial,
estando previsto que a sua metodologia possa abranger um universo de 160
a 200 jovens até meados de 2020.
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Isso mesmo deu nota ao Açoriano
Oriental, o diretor regional da Juventude, Lúcio Rodrigues, que, ao
final da tarde de ontem, esteve a apresentar os moldes em que se irá
apoiar a edição de 2019 do ‘Equipa-te’, na sede do Futebol Clube
Flamengos, no Faial.
O ‘Equipa-te’, recorde-se, é uma iniciativa
da Associação da Promoção de Públicos Jovens em Risco (APPJ) que, sendo
financiada e apoiada pela Direção Regional da Juventude ao abrigo do
programa Jovens +, deu os primeiros passos em colaboração com o Sporting
Clube Ideal, equipa do concelho da Ribeira Grande.
O projeto assenta
em quatro eixos de intervenção: individual, familiar, associativo e
comunitário. O objetivo geral, esse, prossegue no sentido de construir e
implementar um modelo de atuação que visa a inclusão social e
relacional através do desporto, na perspetiva da intervenção para a
inclusão social, da prevenção para o abandono escolar e do incentivo ao
voluntariado e empreendedorismo juvenil.
Nesta segunda edição, além do número
de jovens abrangidos, as previsões do diretor regional são as de “que o
projeto esteja concluindo entre maio e junho de 2020”.
O Sporting
Ideal vai manter-se parceiro do projeto e Lúcio Rodrigues folga também
em ver que a ‘bola’ da inclusão social irá rolar por mais campos e ser
abraçada por outros emblemas do futebol açoriano, a partir deste novo
ano.
“Em São Miguel, vamos também trabalhar com o Clube União
Micaelense; na ilha Terceira, no concelho da Praia da Vitória, estaremos
presentes no Praiense e, no Faial, com o Futebol Clube dos Flamengos”,
indicou o governante.
O ‘Equipa-te’ assenta, no fundo, numa
plataforma de integração e num intercâmbio de cuidados entre os
clubes, a APPJ e a Direção Regional da Juventude. E é nesse esforço
articulado, com medidas de apoio integrado a jovens com fatores de
risco a aliarem-se à vertente desportiva, que se procuram resgatar e
sinalizar jovens em situação de exclusão social.
Nesta nova edição, a
presença dos psicólogos da APPJ no seio dos clubes que se associaram à
iniciativa será uma realidade e o objetivo passa por dotar as
respetivas estruturas técnicas de conhecimento, por forma a que, mais
tarde, possam prosseguir autonomamente com as intenções do projeto. Mas a
ação dos psicólogos não se circunscreverá aos clubes que aderiram ao
‘Equipa-te’: esses recursos humanos, sublinhou o diretor regional,
irão também dar formação a quadros de outras equipas dos concelhos onde
estarão colocados.
* Que se multiplique esta iniciativa por todo o país.
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HOJE NO
"DESTAK"
Metro de Lisboa justifica rescisão
do contrato com atraso das obras
na estação de Arroios
O Metropolitano de Lisboa rescindiu o contrato com o empreiteiro da obra da estação de Arroios devido ao atraso dos trabalhos, anunciou hoje a empresa, indicando que será lançado novo concurso público para a escolha de outro empreiteiro.
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Sobre o incumprimento dos prazos contratualmente estabelecidos com o empreiteiro, que pode resultar num pedido de indemnização, "está em curso um processo de identificação e a avaliação dos prejuízos", avançou à agência Lusa fonte do Metropolitano de Lisboa, reforçando que "a resolução do contrato de empreitada se justificou pelo facto de as obras decorrerem a um ritmo inferior ao previsto".
A empreitada de remodelação e ampliação da estação de metro de Arroios "estava planeada para terminar no primeiro semestre de 2019", disse a empresa de transporte, assegurando que foram criadas "todas as condições para que a obra fosse executada de acordo com o seu planeamento".
* Tudo indicava que as obras de remodelação da estação de ARROIOS seriam como a visita dum elefante a uma loja de porcelana.
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HOJE NO
"i"
"i"
Torres Vedras
Idoso de 89 anos matou o genro
devido a maus tratos
Idoso de 89 anos matou o genro
devido a maus tratos
Um homem de 89 anos está acusado de homicídio
qualificado depois de matar o genro. O idoso alega ter sofrido, tal
como a mulher, acamada, agressões por parte do homem, de 60 anos.
De acordo com a acusação do Ministério Público, citada pela agência Lusa, o relacionamento do genro com o arguido e a mulher, que padecia de doença oncológica em fase terminal, “era pautado de grande agressividade verbal e mesmo física”.
O crime remonta a 6 de julho de 2018. Depois de uma discussão, o arguido terá ameaçado o genro de morte.
De acordo com a acusação do Ministério Público, citada pela agência Lusa, o relacionamento do genro com o arguido e a mulher, que padecia de doença oncológica em fase terminal, “era pautado de grande agressividade verbal e mesmo física”.
O crime remonta a 6 de julho de 2018. Depois de uma discussão, o arguido terá ameaçado o genro de morte.
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Depois do genro se ausentar da habitação onde os três moravam no
Furadouro, concelho de Torres Vedras, o homem “formulou o propósito de o
matar”, tendo ido buscar uma caçadeira, que pertencia á vítima, e
municiando-a de dois cartuchos. Depois disso, segundo a acusação, o
arguido sentou-se à entrada da residência, encoberto por um muro, a
vigiar o portão do quintal da casa à espera do genro.
Por volta das 21h00, o genro regressou e o homem “levantou-se, empunhou a caçadeira e, sem trocar uma palavra, apontou a arma ao seu peito e disparou dois tiros, atingindo-o no punho direito e peito do lado direito”.
O genro acabou por cair inanimado no chão e viria a morrer devido a lesões no tórax.
A GNR acabou por ser chamada ao local e deteve o homem que acabou por confessar o crime.
O arguido, que se encontra em prisão preventiva, está acusado de um crime de homicídio qualificado e outro de detenção de arma proibida e pode ser condenado também a uma pena acessória de interdição de detenção, uso e porte de armas.
O Crime de violência doméstica do genro em relação aos sogros foi arquivado parcialmente por decisão do Ministério Público.
A medida de coação de prisão preventiva foi reavaliada para que o arguido possa ser institucionalizado num lar a aguardar julgamento.
Por volta das 21h00, o genro regressou e o homem “levantou-se, empunhou a caçadeira e, sem trocar uma palavra, apontou a arma ao seu peito e disparou dois tiros, atingindo-o no punho direito e peito do lado direito”.
O genro acabou por cair inanimado no chão e viria a morrer devido a lesões no tórax.
A GNR acabou por ser chamada ao local e deteve o homem que acabou por confessar o crime.
O arguido, que se encontra em prisão preventiva, está acusado de um crime de homicídio qualificado e outro de detenção de arma proibida e pode ser condenado também a uma pena acessória de interdição de detenção, uso e porte de armas.
O Crime de violência doméstica do genro em relação aos sogros foi arquivado parcialmente por decisão do Ministério Público.
A medida de coação de prisão preventiva foi reavaliada para que o arguido possa ser institucionalizado num lar a aguardar julgamento.
* Ninguém diga, "desta água não beberei".
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MARIANA MORTÁGUA
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A Banca voltou aos lucros
IN "JORNAL DE NOTÍCIAS"
08/01/19
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A Banca voltou aos lucros
mas não vai pagar impostos
O tema é
complexo e, talvez por isso, se tenha dado pouca atenção a uma lei que,
em 2014, deu aos bancos portugueses o direito de vir a reclamar mais de
3000 milhões de euros ao Estado.
Tentemos
simplificar. Os bancos sempre puderam deduzir perdas com imparidades de
crédito ao lucro sujeito a IRC. Para evitar o empolamento de perdas com
vista à redução do imposto, criaram-se limites ao seu registo fiscal.
Assim, depois do registo contabilístico das perdas, duas coisas podiam
acontecer: i) era registada uma perda fiscal, que podia ser deduzida ao
IRC num prazo de cinco anos; ou ii) a perda fiscal ficava a aguardar as
condições para ser registada, momento em que o prazo de cinco anos
começava a contar.
Fruto
destas regras, acontecia os bancos pagarem um imposto superior ao que
teriam de pagar se a perda tivesse sido reconhecida naquele ano. Para
compensar, os bancos ficavam com um "ativo por imposto diferido" (AID).
Pensem neste ativo com o direito a pagar menos IRC nos próximos anos, no
montante do IRC pago a mais hoje.
Enquanto
estivesse no balanço, o AID contava como um ativo real, e entrava para o
cálculo do capital dos bancos. Em 2013, um regulamento europeu entendeu
que os AID nem sempre poderiam contar para o capital: se os bancos
apresentassem prejuízo durante cinco anos, então não haveria imposto a
deduzir, e o ativo deixaria de fazer sentido. Este entendimento colocava
vários bancos portugueses em risco de não cumprir os rácios de capital.
Para
resolver o problema, o Governo de PSD/CDS criou um regime de AID
especial para a Banca. Todas as perdas com imparidades registadas nos
balanços dos bancos foram transformadas em AID eternos, ou seja,
passíveis de ser deduzidos ao IRC futuro sem qualquer limite temporal.
Mais que isso, mesmo se o banco não tiver lucros, pode, mediante certas
regras, reclamar este dinheiro ao Estado.
Ou
seja, entre 2011 e 2014 os bancos registaram milhares de milhões de
imparidades. Não pagaram IRC porque apresentaram prejuízo, mas guardaram
o direito de deduzir essas perdas nos seus impostos futuros - para
sempre. Em caso de não haver lucro, podem pedir esse dinheiro ao Estado.
No
total, estes AID somam cerca de €3800 milhões. Só o BCP tem quase 2000
milhões, o que quer dizer que pode passar muitos e muitos anos sem pagar
IRC. Em 2018 o Estado pagou ao Novo Banco 154 milhões por AID e,
segundo o Tribunal de Contas, havia mais pedidos de seis bancos no valor
de 632 milhões.
Este regime foi eliminado em 2016, mas os direitos sobre os 3800 milhões pertencem à Banca.
*DEPUTADA DO BE
IN "JORNAL DE NOTÍCIAS"
08/01/19
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HOJE NO
"A BOLA"
Clínico português citado no
‘American Journal of Sports Medicine’
O
médico Hélder Pereira dirigiu, a par de Kenneth Hunt e Pieter D'Hooghe,
um trabalho de investigação dedicado ao desenvolvimento do tratamento
da instabilidade do tornozelo com honras de publicação no ‘American
Journal of Sports Medicine’, o mais importante jornal do mundo sobre
ortopedia.
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O trabalho, premiado pela ISAKOS no Congresso
Mundial em Shangai, foi realizado na Universidade de Denver (Estados
Unidos da América), com a participação do Centro Hospitalar Póvoa de
Varzim-Vila do Conde, da Universidade do Minho e do Centro Aspetar.
* A competência não engana.
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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Montenegro avança na sexta-feira e
.desafia Rio a marcar eleições
.desafia Rio a marcar eleições
Luís Montenegro vai fazer, na sexta-feira, uma declaração no CCB, em Lisboa, para anunciar que está disponível para ser líder do PSD e desafiar Rio a marcar eleições diretas no PSD.
Luís Montenegro garantiu que fará uma declaração sobre o futuro do
partido no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, pelas 16 horas de
sexta-feira.
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A MÃO NO CAJADO |
O JN apurou que o ex-líder parlamentar do PSD vai desafiar Rio a marcar
eleições diretas já. No Congresso do PSD, em fevereiro, o ex-deputado
admitiu disputar no futuro a liderança do partido.
Os críticos de Rui Rio já têm as
assinaturas suficientes para obrigar à convocação de um Conselho
Nacional extraordinário com vista à destituição do atual líder.
Entretanto,
o deputado social-democrata Miguel Morgado, antigo assessor político de
Passos Coelho, disse que irá ponderar "muito a sério a possibilidade de
ser candidato", uma decisão independente de uma candidatura de Luís
Montenegro. A garantia foi deixada esta tarde aos jornalistas à entrada
para a Convenção Europa e Liberdade, em Lisboa.
* Chinela no pé, um ar de ralé no geito de andar.
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Beth Hart
I'd Rather Go Blind
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A garantia foi revogada em agosto de 2014 após a resolução do BES. O Expresso noticiou hoje que o Banco de Portugal condenou oito dos 18 acusados no caso BES Angola, sendo as infrações mais graves as atribuídas aos administradores Ricardo Salgado (condenado a 1,8 milhões de euros) e Morais Pires (condenado a 1,2 milhões de euros).
HOJE NO
"DINHEIRO VIVO"
Ricardo Salgado vai recorrer da coima e acusa Banco de Portugal de “injustiça”
Em comunicado, a defesa de Ricardo Salgado considera a decisão do regulador uma "injustiça".
O ex-presidente do BES Ricardo Salgado vai
recorrer da condenação do Banco de Portugal de pagamento de uma multa de
1,8 milhões de euros, segundo o comunicado hoje divulgado, no qual
acusa o banco central de não ser imparcial.
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Segundo noticiaram hoje vários órgãos de comunicação social, o Banco de
Portugal já decidiu as condenações sobre oito dos 18 acusados no caso
BES Angola (BESA), tendo aplicado a Ricardo Salgado uma coima de 1,8
milhões de euros.
Em comunicado à imprensa, divulgado hoje à
tarde, a defesa de Ricardo Salgado diz que, “face à injustiça desta
decisão do regulador, (…) interporá recurso para os tribunais, ainda na
esperança de que o Estado de direito não cederá a pressões de qualquer
espécie”.
A defesa alega que esta decisão revela que o banco central não é
imparcial, considerando que as declarações do governador do Banco de
Portugal no dia da resolução do BES (03 de agosto de 2014) indiciavam
que Carlos Costa já teria escolhido “aqueles que seriam culpados do caso
BES”.
Refere ainda que o Tribunal de Santarém qualificou essas declarações
como tendo “extravasado o estritamente necessário” e que foram
“excessivamente conclusivas”.
“Isto, aparentemente, ainda não terá sido suficiente para questionar o
sistema que distorce o Estado de direito, mas é revelador da total
ausência de imparcialidade e isenção do Banco de Portugal para julgar
factos respeitantes ao BES e ao dr. Ricardo Salgado”, lê-se no
comunicado à imprensa.
A defesa do ex-presidente do BES termina a considerar a resolução do BES
uma decisão “ilegal” de “destruição” de uma instituição centenária, que
teve o intuito de isolar “certos arguidos” e “dissimular o desprezo que
os então responsáveis do Banco de Portugal conferiram à garantia
soberana” do Estado de Angola.
Para os advogados, esta garantia “permitiria ter evitado muitos
prejuízos” no grupo bancário.
Em 2014, o Estado Angolano concedeu uma garantia de cerca de 3,3 mil
milhões de euros que protegeria o BES do incumprimento dos empréstimos
feitos pelo BESA.
A garantia foi revogada em agosto de 2014 após a resolução do BES. O Expresso noticiou hoje que o Banco de Portugal condenou oito dos 18 acusados no caso BES Angola, sendo as infrações mais graves as atribuídas aos administradores Ricardo Salgado (condenado a 1,8 milhões de euros) e Morais Pires (condenado a 1,2 milhões de euros).
Segundo o Expresso, “o supervisor considera que ficou provado que estes
administradores atuaram de forma dolosa para esconder do regulador e dos
restantes membros da administração os problemas que o BESA enfrentava”.
Foram também condenados o ex-administrador responsável pela auditoria do
banco, Rui Silveira, a uma coima de 400 mil euros, as pessoas coletivas
Banco Espírito Santo (BES) e o Espírito Santo Financial Group (ESFG) –
com coimas suspensas por as referidas entidades estarem em situação de
insolvência – e três administradores da ESFG, que só terão de pagar um
terço das coimas aplicadas se aceitarem a condenação.
Os restantes sete administradores que estavam acusados – José Manuel
Espírito Santo, António Souto, Jorge Martins, José Maria Ricciardi,
Joaquim Goes, João Freixa e Stanislas Ribes – foram absolvidos, noticiou
o Expresso.
Contactado pela Lusa sobre estas sanções, o Banco de Portugal afirmou
apenas que “não comenta processos de contraordenação”.
* E quando é que este senhor vai para a pildra?
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1-REPÚBLICA
UMA EXCELENTE PRODUÇÃO DA RTP
* Nesta senda de retrospectiva de "bloguices" retomada em Setembro/17 iremos reeditar algumas séries que de forma especial sensibilizaram os nossos visitadores alguns anos atrás, esta é uma delas.
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O FANTÁSTICO DOUTOR
ANTÓNIO PEÇAS
Médico do INEM resistiu a transportar mulher com aneurisma
* Em Abril de 2017, o médico António Peças, do helicóptero do INEM de
Évora, questionou repetidamente a urgência de um transporte solicitado pelo hospital de Faro. A doente acabou por morrer.
O idoso com um AVC que António Peças recusou transportar
** Este é um dos casos que o INEM investigou e que ditou o afastamento de
António Poças, do helicóptero de Évora. O médico recusou-se a
transportar um idoso, que acabou por não chegar a Lisboa.
Perguntamos: E responsabilidade criminal?
FONTE:
Publicado a 09/01/2019
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«Imaginem como podia ser paradisíaca a serra de Monchique com menos eucaliptos, com uma bela floresta diversificada». "Para Lá do Petróleo Verde" é um artigo do meu pai, Fernando Varela, publicado no DN em...1993. Há 3 décadas ele fez um plano de florestação de Monchique. Ele pertence a uma geração de alta qualificação técnica de engenheiros florestais do país, que vinham de um saber «total», integrado, a geografia humana por excelência, e foi também, mais tarde, subdirector regional de agricultura do Oeste. O «plano de Monchique», que, entre outras coisas, previa floresta mediterrânea autóctone para evitar os fogos nunca saiu da gaveta dos serviços florestais, trancada a sete chaves pelos interesses ultra minoritários da pasta de papel, um Estado dentro do Estado que faz este país arder e nós todos pagar para apagar fogos que não podem ser apagados nem controlados, apesar de hoje gastarmos um parte dos impostos cada vez maior em meios de combate aos incêndios, um gigante orçamento que umas horas de vento engolem de um trago. Porque ninguém trava um fogo de eucalipto ou pinheiro com vento. Lucros privados, dinheiros públicos, casas e vidas destruídas, a tudo isto chama-se bondosamente «pujança das exportações», omitindo que quando se exporta pasta de papel importa-se destruição do país. País que até já tem uma coisa chamada, imaginem!, «época de fogos». Sim, Portugal tem época de fogos. Como tem fado e mostras gastronómicas, volta e época de caça, tudo faz parte da "identidade nacional", apesar do país só arder assim desde...a pinheirização e, sobretudo, eucaliptização do território. Muitos culpam o «aquecimento global» como se Monchique não tivesse há centenas de anos 40 graus e ventos fortes todos os anos, com ou sem alterações climáticas. A naturalização de problemas políticos, como se fossemos dominados por forças incontroláveis da natureza, é um obstáculo a qualquer solução efectiva. Ele não imaginou, fez um plano, com colegas, centenas de horas de cartografia militar, estudo do clima, florestas, agricultura, território, milhares de horas de viagens, desenhos, reflexão. Está na gaveta, já conheceu uma dúzia de ministros o tal do plano. Intacto, ao contrário da serra de Monchique, destruída.
Artigo de Maria João Caetano
Obrigado TÓ CUNHA por nos ter enviado este artigo.
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Há 25 anos Fernando Varela
alertava para o perigo dos eucaliptos
na serra de Monchique
Em artigo publicado no DN em 1993, o engenheiro silvicultor apelava a que as autoridades olhassem "para além do petróleo verde", referindo-se ao eucalipto.
"Imaginem só como podia ser paradisíaca a serra de Monchique com
menos eucaliptos, com uma bela floresta diversificada." O desabafo foi
feito por Fernando Varela, engenheiro silvicultor, num artigo publicado
na revista do Diário de Notícias em 1993, tal como recordava ontem a
historiadora Raquela Varela num post no Facebook, lembrando ainda como há três décadas o pai "fez um plano de reflorestação de Monchique".
"O
'plano de Monchique', que, entre outras coisas, previa floresta
mediterrânea autóctone para evitar os fogos nunca saiu da gaveta dos
serviços florestais, trancada a sete chaves pelos interesses
ultraminoritários da pasta de papel, um Estado dentro do Estado que faz
este país arder e nós todos pagar para apagar fogos que não podem ser
apagados nem controlados, apesar de hoje gastarmos uma parte dos
impostos cada vez maior em meios de combate aos incêndios, um gigante
orçamento que umas horas de vento engolem de um trago", escreveu a
historiadora no dia em que o incêndio que arde na serra de Monchique
desde sexta-feira passada atingiu o seu ponto mais complicado, ameaçando
a cidade.
«Imaginem como podia ser paradisíaca a serra de Monchique com menos eucaliptos, com uma bela floresta diversificada». "Para Lá do Petróleo Verde" é um artigo do meu pai, Fernando Varela, publicado no DN em...1993. Há 3 décadas ele fez um plano de florestação de Monchique. Ele pertence a uma geração de alta qualificação técnica de engenheiros florestais do país, que vinham de um saber «total», integrado, a geografia humana por excelência, e foi também, mais tarde, subdirector regional de agricultura do Oeste. O «plano de Monchique», que, entre outras coisas, previa floresta mediterrânea autóctone para evitar os fogos nunca saiu da gaveta dos serviços florestais, trancada a sete chaves pelos interesses ultra minoritários da pasta de papel, um Estado dentro do Estado que faz este país arder e nós todos pagar para apagar fogos que não podem ser apagados nem controlados, apesar de hoje gastarmos um parte dos impostos cada vez maior em meios de combate aos incêndios, um gigante orçamento que umas horas de vento engolem de um trago. Porque ninguém trava um fogo de eucalipto ou pinheiro com vento. Lucros privados, dinheiros públicos, casas e vidas destruídas, a tudo isto chama-se bondosamente «pujança das exportações», omitindo que quando se exporta pasta de papel importa-se destruição do país. País que até já tem uma coisa chamada, imaginem!, «época de fogos». Sim, Portugal tem época de fogos. Como tem fado e mostras gastronómicas, volta e época de caça, tudo faz parte da "identidade nacional", apesar do país só arder assim desde...a pinheirização e, sobretudo, eucaliptização do território. Muitos culpam o «aquecimento global» como se Monchique não tivesse há centenas de anos 40 graus e ventos fortes todos os anos, com ou sem alterações climáticas. A naturalização de problemas políticos, como se fossemos dominados por forças incontroláveis da natureza, é um obstáculo a qualquer solução efectiva. Ele não imaginou, fez um plano, com colegas, centenas de horas de cartografia militar, estudo do clima, florestas, agricultura, território, milhares de horas de viagens, desenhos, reflexão. Está na gaveta, já conheceu uma dúzia de ministros o tal do plano. Intacto, ao contrário da serra de Monchique, destruída.
Engenheiro silvicultor, Fernando Varela foi subdiretor regional de
agricultura e, nessa condição, deu parecer negativo ao abate de
sobreiros no caso Portucale. Sempre lutou contra a eucaliptização do
país e pensou o equilíbrio entre campo e cidade, lembra a filha.
No
texto publicado em 1993 e intitulado "Para lá do petróleo verde",
Fernando Varela afirmava que "os principais problemas que afetam o setor
florestal português - incêndios, eucaliptização, degradação da floresta
mediterrânica, subaproveitamento das potencialidades - só podem ser
resolvidos se dos responsáveis aos quadros intermédios houver capacidade
para uma abordagem sistémica, uma visão macroscópica e uma conceção
ecológica e patrimonial da floresta."
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"Os incêndios consumiram em
Portugal desde 1974 perto de um milhão de hectares de floresta - para
cima de 1/4 do total - com especial gravidade nas áreas de pinhal. O
corte das madeiras queimadas tornou-se o modo mais comum da exploração
florestal e à sombra das chamas e até do seu combate e da rearborização
dos ardidos fecharam-se ciclos infernais de negócio e demagogia",
escrevia este especialista. "Os soutos e carvalhais têm vindo a diminuir
desde o começo do século (são hoje pouco metade do que eram em 1928),
os montados começaram a diminuir nos anos 1950 e os pinhais apenas com
os incêndios dos últimos 20 anos. Ao invés, as matas de eucalipto
cresceram desde números irrisórios em 1960 para 200 mil hectares em 1978
e mais de meio milhão na atualidade."
Além destes problemas, identificava outros, relacionados com o tipo
de propriedade (privada ou estatal). E concluía: "Sem enfrentar a
mudança das estruturas - como fizeram no passado os países europeus mais
prósperos - não haverá nem floresta de produção nem proteção da
natureza. (...) Não será tarefa fácil e necessita de criatividade.
Necessita, além disso, do consenso e da vontade das várias forças
políticas num pacto, muito para além do horizonte temporal de umas
eleições."
O incêndio continua incontrolável no Algarve e a filha
de Fernando Varela não esconde a mágoa: "[Ele] fez um plano, com
colegas, centenas de horas de cartografia militar, estudo do clima,
florestas, agricultura, território, milhares de horas de viagens,
desenhos, reflexão. Está na gaveta, já conheceu uma dúzia de ministros o
tal do plano. Intacto, ao contrário da serra de Monchique, destruída."
Artigo de Maria João Caetano
Obrigado TÓ CUNHA por nos ter enviado este artigo.
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