.
Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
28/06/2017
.
.
III-MESTRES DE COMBATE
2- MUAY THAI
TAILÂNDIA
* Não somos fãs destas modalidades desportivas, temos até dúvidas se o "modismo" destas prácticas não potencia os conflitos de minorias formatadas em grupos de luta. Os vídeos desta série têm espectáculo e aventura, priviligeámos isso.
** As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.
.
.
.
HOJE NO
"i"
Durão Barroso.
“Hollande foi o pior erro de casting
da história de França”
O antigo presidente da Comissão Europeia falava à
margem do Estoril Political Forum. “Merkel não confiava no compromisso
da França de Hollande”, revelou Durão
.
Em extremos opostos: é assim que José Manuel
Durão Barroso vê a transição que as eleições presidenciais francesas
deste ano representaram. Para o ex--primeiro-ministro português e
ex-presidente da Comissão Europeia, François Hollande foi o “pior erro
de casting da história de França” e o “pior governo de sempre”, citando
depois as estatísticas que comprovavam a impopularidade histórica de
Hollande. Durão Barroso revelou mesmo que a chanceler alemã, Angela
Merkel, “não confiava verdadeiramente no compromisso da França de
Hollande para o aprofundamento das instituições europeias”.
Emmanuel Macron, por outro lado, mereceu largo elogio de Durão, que
falava na abertura de uma conferência no Estoril Political Forum, um
encontro anual de estudos políticos organizado pela Universidade
Católica. Para Durão Barroso, Macron é o “presidente mais europeu de
sempre” na França, o que impressiona tendo em conta “a sua breve
experiência”. “Tem um programa forte e europeu”, elogiou o homem que
liderou a Comissão Europeia durante uma década. Durão considera que com o
novo presidente francês, contrariamente ao que sucedeu com Hollande, “a
França pode agora fazer parte da solução”.
“Não há União Europeia sem a França e não se faz nada na Europa sem a
França”, esclareceu o homem que agora dirige o Centro de Estudos
Europeus do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica. “A
geopolítica ainda interessa”, apontou também, lembrando que o território
francês é de larga extensão “de norte a sul”, o que o torna central
para os destinos do Velho Continente. “Mais progresso na União Europeia
não depende da França, mas precisa da França”, descreveu o já veterano
europeísta.
O tema da conferência em que Durão Barroso falava correspondia a uma
pergunta: “Há um espetro que assombra a Europa?” Durão diz que sim.
“Será o populismo, será a desintegração?”, ponderou. “Vamos dizer que é o
populismo”, prefere, naturalmente, o assumido defensor da construção
europeia. “Existe, de facto, essa ameaça. Mas pode vencer e destruir o
projeto europeu? Pode, mas não vai”, responde-se. “Existe uma ameaça que
é séria, mas acredito que será ultrapassada”, prossegue, no mesmo limbo
entre realismo e otimismo sobre a Europa de hoje.
“O ano passado estávamos desapontados com o Brexit”, recordou, sobre o
encontro de 2016, em que também discursou. Mas o resultado é que
integração “aprofundou”. Segundo Durão Barroso, as crises ou os
problemas que vão sucedendo tiveram como consequência o aprofundamento
da construção europeia – ou seja, apesar do crescente euroceticismo na
última década, Durão Barroso defende que o ultrapassar dos problemas vem
servindo de motor para o europeísmo. “Eu sei que isto vai contra o
glamour intelectual do pessimismo”, brincou Durão, também ele professor
universitário, numa sala recheada de académicos. Mas “a Comissão
Europeia e o Banco Central Europeu estão mais fortes do que antes da
crise financeira”, exemplificou aquele que presidiu à Comissão durante
os piores tempos depois dessa crise.
Barroso associou o Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia,
às “mais devastadoras consequências”, não deixando de recordar que o
partido que mais defendeu o Brexit, o UKIP, não elegeu qualquer
parlamentar nas últimas eleições nacionais britânicas e o facto de “os
partidos do establishment serem ambos contra o Brexit”, o Partido
Conservador, de Theresa May, e o Partido Trabalhista, de Jeremy Corbyn.
No que diz respeito à emergência do populismo do outro lado do oceano
Atlântico, considerou que “a vitória do presidente Trump foi a vitória
de algo novo contra as tradições democráticas ou republicanas” –
portanto, aí já não tão consensual para os dois partidos do
establishment.
“O Brexit mostra que estamos cá porque queremos estar na União
Europeia, que a Europa é uma união de países livres e que nenhum é
obrigado a ser membro”, torna a exemplificar.
Apesar de reconhecer que a emergência de partidos xenófobos em França
e na Holanda tornou “possível o que antes era impossível”, lembrou que
eles saíram derrotados nos atos eleitorais realizados este ano e que os
antieuropeus que chegaram ao poder “pela primeira vez desde 1945” – o
Syriza, na Grécia – acabaram “por aceitar tudo o que antes rejeitaram
porque a Europa é forte”, ao contrário do que se viu nos Estados Unidos
da América e no Reino Unido, “onde foi o anti-establishment que venceu”.
“Os gregos continuam a apoiar a Europa por causa disso e apesar das
dificuldades”, salientou. Para Durão Barroso, a União Europeia “é um
projeto de unidade transnacional e aberto aos outros, de justiça social e
responsabilidade financeira”.
Acerca da crise migratória que assola a Europa nos tempos mais
recentes, elogia novamente a posição da chanceler germânica, apesar do
“custo político interno” depois verificado. “Angela Merkel tinha mesmo
razão quando disse ‘welcome’ aos refugiados. E agora pensem ao
contrário”, sugere. “O que teria acontecido se ela tivesse dito o
oposto?” De um ponto de vista mais abrangente e global, pede que se
pense “não só na economia, mas na cultura política identitária” da
Europa, onde não se veem apelos “ao nacionalismo e ao protecionismo”
como na “Rússia, na Turquia” ou até na “China ou no Japão”.
“Reparem que é sempre um apelo para ir para trás: ‘Make America great
again’, na América, ‘Let’s get back control’, no Brexit. É sempre no
passado, na extrema-esquerda e na extrema-direita – que até já podem
trocar de nomes.” Essas tendências de fechamento e de “éramos melhores
antes” são, para Barroso, opostas “ao progresso da globalização”. Mas,
em termos militares, deixa um aviso sobre a nova presidência
norte--americana: “O presidente americano (Donald Trump) não está a
fazer bluff na Coreia do Norte. Podemos ter conflito.”
E o que fazer como respostas? Durão Barroso diz que o europeísmo “não
é aqui uma questão de ideologia, mas uma questão de Realpolitik”. “O
maior país europeu não está, sozinho, ao nível da China ou dos Estados
Unidos da América; em termos militares, nem está ao nível da Rússia”, o
que motiva pragmaticamente o projeto europeu a mais integração para mais
força. “Se queremos projetar poder e defender os nossos interesses,
temos de permanecer juntos”, aponta, em jeito de conselho e conclusão.
* De erros de casting estamos conversados se apresentarmos o José Barroso como um inqualificável desastre. Portugal tem vários e não são poucos.
.
LUIZ ANTÓNIO DE ASSIS BRAZIL
.
IN "AÇORIANO ORIENTAL"
21/06/17
.
Sem direito a esquecer
A fim de entender a repressão política, essa doença sazonal de certas
democracias, nada melhor do que uma visão “interna”, isto é, um olhar
que a vê – e sofre – por dentro das regras do sistema. A melhor forma de
realizar esse propósito nem sempre é o calhamaço teórico-crítico. A
literatura, quando feita com arte, encarrega-se plenamente da tarefa.
Marx dizia que, para entender a França da Restauração dos Bourbons, ele
preferia Balzac aos historiadores. No mesmo sentido, um preparado
acadêmico pode narrar o que foi a “Jornada de África” de D. Sebastião,
mas apenas um escritor pode imaginar e nos dizer os pensamentos do
infortunado rei durante a Batalha de Alcácer-Quibir.
Um Perigoso Leitor de Jornais, de Carlos Tomé, há pouco lançado,
honra o desígnio para o qual foi escrito: por um lado, reaver a memória
que o autor tem de seu avô, um honrado carteiro em Ponta Delgada; por
outro, recuperar a repressão política durante o período salazarista.
(Aqui no Brasil tivemos uma ditadura feroz, mas até hoje os escritores
não querem saber disso – até que surja um Carlos Tomé brasileiro.)
O livro em pauta, assim, apresenta duas vertentes temáticas bem
definidas: a primeira narra a prisão de Carlos Ildefonso Tomé,
unicamente porque distribuía, como carteiro, um jornal do Partido
Comunista, obviamente considerado como subversivo pelo sistema então
vigente. Os desdobramentos familiares e emocionais desse ato são
constrangedores para a história de qualquer país civilizado. Estão ali
os sofrimentos da esposa Maria José e de seus nove filhos, que ficaram,
de uma hora para outra, sem os pequenos rendimentos do provedor da
família, mas, mais do que isso, perderam a presença do esposo e pai,
verdadeiro esteio moral para todos. Viraram-se como puderam, e não
faltaram algumas pessoas solidárias que os ajudavam, algumas um
pouquinho à claras, como o Doutor Luís Bettencourt; outras, no esperável
anonimato. Os tempos eram difíceis. Instaura-se, então, a fome, que
estará presente do início ao fim do romance, a fome brutal e sem
paradeiro, a fome que esmaga e humilha. As rendas do protagonista não
eram apenas os salários fixos, mas também provinham de um pequeno
negócio familiar, que era a confecção de soldadinhos de chumbo, tarefa
de que participavam todos. Mesmo essa cessou, e a perda das formas de
modelar adquire um caráter emblemático no enredo íntimo dessa tragédia
pública.
A outra vertente do romance – mas não separada dela, muito ao
contrário – pertence à esfera política, à ditadura. Esta se apresenta
tentacular e totalizadora, e a ela não é impedido nada: prender sem
causa, juntar os detentos em condições deploráveis e transportá-los para
sucessivas prisões, sonegar informações dos processos a que respondiam,
transformar os carcereiros em seres de humor arbitrário e tóxico,
aceitar as delações como coisa normal e, em suma, exercer o sadismo em
toda sua dimensão. Senhores do mundo e do universo, esqueciam-se de que
todo esse edifício ver-se-ia degradado e, por fim, cairia ao solo. Mas
enquanto eram reis, exerciam seu reinado com pavorosa dedicação. Se a
história de um homem é também a história de seu país, este romance
consegue, de maneira eloquente, recriar o que foi Portugal dos anos 30
do século passado, através de Carlos Ildefonso Tomé, carteiro.
Assim, aquilo que era uma memória pessoal e familiar, ascende, por
via literária, a uma denúncia: quem ler Um Perigoso Leitor de Jornais
terá inúmeros momentos de autêntico prazer estético pela soberba
condução da narrativa, mas, ao mesmo tempo, conhecerá um episódio real,
desses que não temos o direito de esquecer, especialmente em tempos de
ascensão de ideologias de extrema direita, que podem resultar em amargas
recorrências históricas no mundo todo. Estejamos alertas. Este romance
nos chama à reflexão e, penso eu, poderia ser lido com proveito em todas
as escolas. Os jovens, conhecendo “por dentro” o que foi a ditadura,
serão esforçados artífices e apoiantes ferrenhos da democracia, o único
sistema político que, passem seus problemas, pode assegurar o bem-estar
das pessoas e de uma nação.
* Professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Brasil
IN "AÇORIANO ORIENTAL"
21/06/17
.
.
.
HOJE NO
"A BOLA"
«Emails? Todo este enredo é quase uma questão cultural» – Leonardo Jardim
O treinador do Mónaco, Leonardo Jardim, que está na
Madeira, onde, esta quarta-feira, foi homenageado na Câmara de Santa
Cruz ao receber a Chave da Cidade e assinado o livro de honra, defendeu
que a questão dos polémicos emails, que foi levantado pelo FC Porto, é
quase uma questão cultural.
.
«Emails? Todo este enredo é quase uma
questão cultural, mas o mais importante e quando o campeonato português
começar», afirmou Leonardo Jardim, que a seguir irá até à Quinta da
Vigia e será recebido pelo presidente do governo regional. Amanhã
(quinta-feira) irá à até Câmara municipal de Chaves.
O técnico também abordou o seu futuro.
«Regressar ao futebol português não está no meu horizonte, pois tenho mais três anos de contrato e espero cumpri-los», afirmou Leonardo Jardim.
O técnico também abordou o seu futuro.
«Regressar ao futebol português não está no meu horizonte, pois tenho mais três anos de contrato e espero cumpri-los», afirmou Leonardo Jardim.
* Faz muito bem Leonardo Jardim estar afastado da sordidez que se vive no futebol nacional
.
.
.
INFÂNCIA ROUBADA
.
.
.
HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
HONG KONG Urbex,
à procura da cidade perdida
nos prédios abandonados
Na cidade dos arranha-céus um grupo de jovens exploradores
documenta, em fotos e vídeo, o interior de edifícios abandonados, na
tentativa de os inscrever na memória coletiva de Hong Kong.
.
.
Se a metrópole é frequentemente associada à modernidade e
futurismo -- no cinema já foi, por exemplo, a Gotham City de "Batman" e
cenário de "Ghost in the Shell" -- nos vídeos do grupo "HK Urbex" são os
redutos mais antigos, e até decadentes, que estão em destaque.
O grupo de oito elementos, que mantém a identidade oculta, já entrou, sem autorização, em mais de 100 edifícios ou estruturas deixadas ao abandono em Hong Kong, desde um centro de detenção para a antiga agência de serviços secretos, a um hospital psiquiátrico, uma antiga mansão, escolas, cinemas, um mosteiro, um antigo matadouro.
"Há muito património, mas é difícil de ver. Muitos destes sítios são demolidos sem que ninguém conheça a sua história. Partilhamos informação sobre eles para que entrem na consciência coletiva", diz à Lusa Ghost, de 34 anos, um dos fundadores do projeto.
Os edifícios com valor histórico -- mesmo que não reconhecido oficialmente -- são o 'alvo' preferido, mas também já entraram em "estações de metro [desativadas], estaleiros de obras", já que também "fazem parte da narrativa de Hong Kong" e são locais "que as pessoas não veem normalmente".
Há também blocos residenciais, sem particular traço arquitetónico, mas que representam uma forma de viver. É o caso do prédio Hoi Hing, em Tai Kok Tsui, onde as 283 frações estão quase todas abandonadas, mas nem por isso vazias.
Além do avançado estado de decadência -- janelas partidas, canos soltos, paredes lascadas -- os corredores e os apartamentos do Hoi Hing estão repletos de coisas, móveis, roupa, sacos, caixas, papéis, um amontoado de lixo onde se avistam subitamente objetos pessoais: um sapato de bebé, um jornal de 1982, álbuns de fotografias. Num deles uma família à mesa, miúdos e graúdos de pauzinhos em punho, olha para a câmara com um ar desanimado.
.
O edifício de 53 anos -- que conta na sua história com um macabro caso de homicídio de um casal pelo filho -- aguarda demolição, tendo a propriedade sido adquirida por 2,6 mil milhões de dólares de Hong Kong (298 milhões euros).
Os dois fundadores do projeto HK Urbex (2013), Ghost e Echo Delta, estão atentos às notícias sobre demolições e novos projetos imobiliários, e até desenvolveram um "sexto sentido".
"Há sinais. Notamos que há um edifício sem ar condicionado, a parede está partida, começamos a investigar. Muitas vezes somos as últimas pessoas a entrar nestes edifícios".
"Na última década muito património foi demolido ou renovado", diz Echo Delta, lembrando o caso do Queens Pier, cujo anúncio de demolição gerou forte contestação.
"Eu era jornalista na altura e estava a cobrir a história. Muitos jovens ficaram indignados e até se acorrentaram ao cais, fizeram greves de fome. Foi a primeira vez que assisti a isso e marcou-me muito", conta.
Uma combinação de demolições e gentrificação estão a ter um impacto significativo na cidade, garantem os exploradores.
.
"Está a mudar muito rápido, está sempre tudo em obras, não fazemos ideia de qual será o aspeto da cidade daqui a 20 anos", diz Echo Delta.
"Em cantonês há um termo que quer dizer 'memória coletiva' e tem sido muito utilizado nos últimos anos, em que as pessoas se sentem nostálgicas em relação ao antigamente. O processo de gentrificação está descontrolado. Daqui a 10 anos, até os sítios mais tradicionais vão ficar como Singapura, onde tudo tem um aspeto muito genérico", comenta.
Os edifícios "formam a identidade de Hong Kong" e, na opinião dos exploradores, o ímpeto para os proteger insere-se na mesma narrativa da luta política por democracia.
"Muitos jovens querem diferenciar-se da China, por isso há tantos grupos pró-democracia, o Occupy Central, o 'localismo'. De certa forma, isto surge em paralelo com isso, estamos a defender a nossa identidade e parte dela são estes edifícios", salienta.
Numa cidade que luta com a falta de espaço e bate recordes nos preços do imobiliário, Ghost considera "uma loucura" que existam tantos edifícios remetidos ao abandono, recordando uma notícia de 2015 que dava conta que cerca de 100 escolas permaneciam abandonadas.
.
Embora longe de ser representativo, um relatório oficial indica que existiam no ano passado 43.660 frações vagas em propriedades privadas.
"É incrível, numa cidade onde as pessoas têm de viver no espaço de duas mesas, é criminoso, viola mais a lei do que nós ao entrarmos nesses sítios", destaca.
Apesar de saberem que não é permitido, os dois consideram as incursões importantes. "Não conhecemos a história se não entrarmos", afirma Echo Delta, lembrando as emoções fortes das suas incursões, onde se comovem, assustam, divertem.
"Os álbuns de fotografias dizem-me muito. Questiono-me sobre o que é feito daquelas pessoas. Cresceram, morreram, ainda estão em Hong Kong? É um pouco triste por vezes, são sentimentos mistos. O sapato de criança que encontrámos, por exemplo, é um pouco mórbido. Não conseguimos deixar de pensar 'O que se passou aqui?'", comenta.
Estes salteadores dos prédios abandonados, que têm como mote "Não levar nada, não deixar nada, não matar nada", começaram por usar máscaras para esconder a identidade, tendo em conta a ilicitude dos atos.
As máscaras acabaram por se tornar numa forma de "combater a cultura das 'selfies' e do ego", sublinha Echo Delta
"Estes sítios onde vamos não nos pertencem, são de toda a gente".
* A ditadura chinesa sempre se esforçou por apagar as verdades inconvenientes, mas não apagará todas.
O grupo de oito elementos, que mantém a identidade oculta, já entrou, sem autorização, em mais de 100 edifícios ou estruturas deixadas ao abandono em Hong Kong, desde um centro de detenção para a antiga agência de serviços secretos, a um hospital psiquiátrico, uma antiga mansão, escolas, cinemas, um mosteiro, um antigo matadouro.
"Há muito património, mas é difícil de ver. Muitos destes sítios são demolidos sem que ninguém conheça a sua história. Partilhamos informação sobre eles para que entrem na consciência coletiva", diz à Lusa Ghost, de 34 anos, um dos fundadores do projeto.
Os edifícios com valor histórico -- mesmo que não reconhecido oficialmente -- são o 'alvo' preferido, mas também já entraram em "estações de metro [desativadas], estaleiros de obras", já que também "fazem parte da narrativa de Hong Kong" e são locais "que as pessoas não veem normalmente".
Há também blocos residenciais, sem particular traço arquitetónico, mas que representam uma forma de viver. É o caso do prédio Hoi Hing, em Tai Kok Tsui, onde as 283 frações estão quase todas abandonadas, mas nem por isso vazias.
Além do avançado estado de decadência -- janelas partidas, canos soltos, paredes lascadas -- os corredores e os apartamentos do Hoi Hing estão repletos de coisas, móveis, roupa, sacos, caixas, papéis, um amontoado de lixo onde se avistam subitamente objetos pessoais: um sapato de bebé, um jornal de 1982, álbuns de fotografias. Num deles uma família à mesa, miúdos e graúdos de pauzinhos em punho, olha para a câmara com um ar desanimado.
.
O edifício de 53 anos -- que conta na sua história com um macabro caso de homicídio de um casal pelo filho -- aguarda demolição, tendo a propriedade sido adquirida por 2,6 mil milhões de dólares de Hong Kong (298 milhões euros).
Os dois fundadores do projeto HK Urbex (2013), Ghost e Echo Delta, estão atentos às notícias sobre demolições e novos projetos imobiliários, e até desenvolveram um "sexto sentido".
"Há sinais. Notamos que há um edifício sem ar condicionado, a parede está partida, começamos a investigar. Muitas vezes somos as últimas pessoas a entrar nestes edifícios".
"Na última década muito património foi demolido ou renovado", diz Echo Delta, lembrando o caso do Queens Pier, cujo anúncio de demolição gerou forte contestação.
"Eu era jornalista na altura e estava a cobrir a história. Muitos jovens ficaram indignados e até se acorrentaram ao cais, fizeram greves de fome. Foi a primeira vez que assisti a isso e marcou-me muito", conta.
Uma combinação de demolições e gentrificação estão a ter um impacto significativo na cidade, garantem os exploradores.
.
"Está a mudar muito rápido, está sempre tudo em obras, não fazemos ideia de qual será o aspeto da cidade daqui a 20 anos", diz Echo Delta.
"Em cantonês há um termo que quer dizer 'memória coletiva' e tem sido muito utilizado nos últimos anos, em que as pessoas se sentem nostálgicas em relação ao antigamente. O processo de gentrificação está descontrolado. Daqui a 10 anos, até os sítios mais tradicionais vão ficar como Singapura, onde tudo tem um aspeto muito genérico", comenta.
Os edifícios "formam a identidade de Hong Kong" e, na opinião dos exploradores, o ímpeto para os proteger insere-se na mesma narrativa da luta política por democracia.
"Muitos jovens querem diferenciar-se da China, por isso há tantos grupos pró-democracia, o Occupy Central, o 'localismo'. De certa forma, isto surge em paralelo com isso, estamos a defender a nossa identidade e parte dela são estes edifícios", salienta.
Numa cidade que luta com a falta de espaço e bate recordes nos preços do imobiliário, Ghost considera "uma loucura" que existam tantos edifícios remetidos ao abandono, recordando uma notícia de 2015 que dava conta que cerca de 100 escolas permaneciam abandonadas.
.
Embora longe de ser representativo, um relatório oficial indica que existiam no ano passado 43.660 frações vagas em propriedades privadas.
"É incrível, numa cidade onde as pessoas têm de viver no espaço de duas mesas, é criminoso, viola mais a lei do que nós ao entrarmos nesses sítios", destaca.
Apesar de saberem que não é permitido, os dois consideram as incursões importantes. "Não conhecemos a história se não entrarmos", afirma Echo Delta, lembrando as emoções fortes das suas incursões, onde se comovem, assustam, divertem.
"Os álbuns de fotografias dizem-me muito. Questiono-me sobre o que é feito daquelas pessoas. Cresceram, morreram, ainda estão em Hong Kong? É um pouco triste por vezes, são sentimentos mistos. O sapato de criança que encontrámos, por exemplo, é um pouco mórbido. Não conseguimos deixar de pensar 'O que se passou aqui?'", comenta.
Estes salteadores dos prédios abandonados, que têm como mote "Não levar nada, não deixar nada, não matar nada", começaram por usar máscaras para esconder a identidade, tendo em conta a ilicitude dos atos.
As máscaras acabaram por se tornar numa forma de "combater a cultura das 'selfies' e do ego", sublinha Echo Delta
"Estes sítios onde vamos não nos pertencem, são de toda a gente".
* A ditadura chinesa sempre se esforçou por apagar as verdades inconvenientes, mas não apagará todas.
.
.
.
HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Portugueses compram menos
nos hipermercados
O mercado do grande consumo recuou 4,5% homólogos em volume e 0,5% em valor até março, com os portugueses a comprarem menos no hipermercado, mas a compensarem este decréscimo com mais consumo fora de casa, revela esta quarta-feira um estudo.
Segundo as conclusões da 4.ª edição do Marcas+Consumidores da Centromarca -- Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca, num contexto em que o universo do grande consumo (FMGC - Fast Moving Consuming Goods) continua "a perder dinamismo", o futuro do setor deve passar pela diversificação da oferta (com um maior envolvimento da grande distribuição em campanhas, descontos e marca própria) e pelos novos formatos (como o 'online' e as lojas de proximidade nos grandes centros urbanos).
.
De acordo com o trabalho, o recuo das compras em cada ida ao hipermercado tem sido sobretudo notório, em volume, nas categorias de alimentação (-6%), alimentação animal (-5,3%), higiene pessoal e beleza (-3,1%) e limpeza caseira (-2,5%), registando as bebidas uma evolução nula.
Dentro da alimentação, os frescos mantêm-se como "o maior investimento dos lares dos portugueses", seguidos pelos produtos lácteos, mercearia doce e mercearia salgada. Só o setor das refeições prontas registou um crescimento (+3,4%) em 2017 face ao ano anterior. "Num contexto de um país com sinais crescentes de envelhecimento, com menos pessoas por lar e mais lares sem crianças, o número de ocasiões de compra por lar e de ocasiões por dia de compra diminuiu ligeiramente face a 2016. Que, por sua vez, já vinha de um decréscimo face a 2015", disse à agência Lusa o diretor-geral da Centromarca, Pedro Pimentel.
Segundo nota, "há uma diferença grande entre o comportamento geral do mercado e o comportamento de cada português na sua casa, isto é, se o mercado está com números bastante positivos, o consumo das famílias portuguesas não tem sido tanto assim". A compensar "de alguma forma" esta tendência - refere Pedro Pimentel - tem estado o incremento do consumo fora de casa, nomeadamente na restauração, quer por via do turismo, quer das próprias famílias. "Estamos a assistir a um impacto fortíssimo do turismo em termos do consumo, afetando positivamente as vendas. Por outro lado, mesmo em termos das famílias há neste momento alguma transferência do consumo de dentro para fora de casa e, se no período mais forte da crise económica as pessoas se restringiram muito ao consumo dentro de casa, evitando idas aos restaurantes, hoje esse consumo está a regressar", disse.
Das conclusões da 4.ª edição do Marcas+Consumidores resulta ainda que as marcas de distribuidor (marcas brancas) têm vindo a recuperar terreno face às marcas de fabricante, embora ambas tenham perdido face a 2016: "No primeiro trimestre de 2017 as vendas em volume das marcas de distribuidor voltam a rondar metade do mercado (49%), embora tal parcela corresponda a uma percentagem substancialmente inferior se analisadas as vendas em valor, refletindo um valor unitário bastante menor", lê-se no trabalho.
Para Pedro Pimentel, é "preocupante registar a evolução" das marcas de distribuidor, "que coloca as marcas de fabricante em dificuldade", mas Blandine Meyer, da Kantar Worldpanel (empresa responsável pela elaboração do estudo), destaca que "as marcas de fabricante estão em dificuldade também porque a compra está a perder intensidade e porque a pressão promocional não cessa de aumentar, mas as promoções já não produzem o efeito desejado".
Numa análise mais direcionada para o mercado de beleza ('beauty'), onde as compras recuaram 3,1% no primeiro trimestre, o trabalho aponta uma "notória redução global do número anual de lançamento de novos produtos" e indica os cremes de rosto e os produtos de maquilhagem como "o foco maior de atenção" dos consumidores.
"É notório o esforço de vários retalhistas no alargamento de portfólio e na intensificação de campanhas de comunicação das suas próprias marcas no segmento de 'beauty'", refere o diretor-geral da Centromarca. Comentando esta edição do Marcas+Consumidores, o professor da NovaSBE e responsável da Skipper Management, Jorge Velosa, considera que "este início de ano apresenta alguns sinais contraditórios".
"A alguma euforia que se observa no consumo não tem correspondência no comportamento das compras FMCG dos lares portugueses, fazendo perceber o forte impacto que o turismo está a ter no retalho. Por outro lado, a redinamização das marcas de distribuidor parece estar para durar, até como fator crítico na forte competição entre as principais insígnias da moderna distribuição", sustenta. Adicionalmente, diz, "é muito interessante verificar o trabalho que os retalhistas estão a fazer com as suas marcas no segmento de 'beauty'. Até há pouco tempo este terreno parecia exclusivo das marcas originais, mas o panorama está a modificar-se rapidamente".
* O marketing fez-se para levar a empresa ao cliente e não para aquela esmagar o coitado com promoções em excesso muitas vezes enganosas. A economia em Portugal ainda não tem melhoria consolidada, tem 2,6 milhões de pobres.
.
.
.
HOJE NO
"OBSERVADOR"
Coreia do Norte promete executar ex-Presidente
sul-coreana Park Geun-hye
sul-coreana Park Geun-hye
A Coreia do Norte anunciou que vai executar a ex-Presidente sul-coreana, Park Geun-hye, a quem acusa de tentativa de assassínio do líder norte-coreano Kim Jong-un.
A Coreia do Norte anunciou que vai executar a ex-Presidente
sul-coreana, Park Geun-hye, a quem acusa de tentativa de assassínio do
líder norte-coreano Kim Jong-un.
Além da medida que prometem aplicar a Park Geun-hye, o regime norte-coreano alarga a punição ao responsável máximo do serviço de informações da Coreia do Sul, Lee Byoung Ho.
.
O anúncio foi feito pela agência noticiosa norte-coreana, KCNA, que
justificou a medida com o alegado envolvimento de Park Geun-hye e de
Lee Byoung Ho numa operação secreta do Serviço Nacional de Informações
de substituição da “liderança suprema” da Coreia do Norte, que se terá iniciado em 2015.
O
plano foi automaticamente descartado quando Park Geun-hye foi afastada
do cargo e presa por causa de um escândalo de corrupção, em março deste
ano.
Segundo a KCNA, os dois receberão uma “morte
miserável, como se fossem cães, a qualquer momento, em qualquer lugar e
por qualquer método utilizado”.
A Coreia do Norte exigiu ainda aos sul-coreanos a entrega de Park e Lee ao abrigo da lei internacional por, acusa, ter sido cometido “terrorismo patrocinado pelo estado”.
Pyongyang
acusa regularmente Washington e Seul de tentarem matar Kim Jong-un,
tendo em maio passado declarado que as agências de espionagem dos EUA e
da Coreia do Sul conspiraram para liquidar o líder norte-coreano
empregando armas bioquímicas.
As relações entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul deterioraram-se durante a Presidência de Park,
e a Pyongyang chegou a realizar dois testes nucleares e uma série de
lançamentos de mísseis à medida que expandia o seu programa de armas
nucleares.
* As mensagens de ódio sempre patentes nos discursos ou comunicações do tarado que lidera a Coreia do Norte, não são retórica.
.
.
.
HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/ DINHEIRO VIVO"
Metro de Paris censura campanha da Renova.
É sexual e tem uma tatuagem
É sexual e tem uma tatuagem
Campanha visa promover a nova gama Renova Magic, novo papel produzido por máquina onde a marca investiu 40 milhões.
A Renova viu ser chumbada pela entidade que
gere o Metro de Paris a nova campanha multimeios da marca em França,
para o Renova Magic. Censura, diz a marca portuguesa.
A campanha que está presente em telas de grande formatos, no online, na
imprensa (Vanity Fair, Le Figaro e Wall Paper), em rede de mupis e de
transportes viu a RATP, entidade que gere o metro de Paris, proibir a
exibição da campanha por considerar que a mesma tem um cariz sexual e
exibe uma tatuagem de cariz religioso.
.
.
“Esta imagem não é aceitável, a menção de
“prazer sexual” é de natureza a induzir em erro e suscetível de chocar e
deverá ser suprimida”, disse a RATP, considerando ainda que a “tatuagem
representando uma personagem religiosa deve igualmente ser retirada”,
noticia o Le Figaro.
“Trata-se de censura”, diz Paulo Pereira Da
Silva, CEO da Renova, ao jornal francês. O prazer sexual referido
remete para a delicadeza do papel, quanto à tatuagem “é uma figura
mitológica e não religiosa”. “O papel higiénico é ainda um pouco tabu
para o espírito de certas pessoas. É um produto delicado de promover.
Sem dúvida se substituíssemos nas nossas campanhas os nossos produtos
por perfume, muita coisa passaria”, diz o gestor.
Com receitas de 140 milhões de euros o ano passado, a França, que já representa 31 milhões, é um dos mercados onde a empresa portuguesa está a apostar. Em 2015, adquiriu infraestruturas que permitem a instalação de uma operação industrial em França, St Yorre, por exemplo. Depois de Portugal já é o segundo maior mercado em termos de volume de negócios.
A campanha visa promover o novo papel produzidos pela máquina de papel nº 7 e que conta com uma nova tecnologia NTT (New Tissue Technology) – a primeira na Europa a fabricar este tipo de papel em 4D – e onde a marca investiu 40 milhões de euros. França foi de resto o primeiro mercado onde foi comercializado este novo papel, mais absorvente e agradável ao toque. A campanha arrancou em junho e está na rua até ao final do ano em França, com o claim “C’est Magic pour mon corps” (É magia para o meu corpo”) a campanha desenvolvida pela marca internamente, tem vídeo e fotografia do francês François Rousseau.
* A "pindériquice" francesa não é novidade. Sugerimos aos dirigentes da empresa a produção de bonés, t-shirts e cachecóis com a imagem da campanha para oferecer aos portugueses que utilizam o metro de Paris para exibir enquanto viajam.
Com receitas de 140 milhões de euros o ano passado, a França, que já representa 31 milhões, é um dos mercados onde a empresa portuguesa está a apostar. Em 2015, adquiriu infraestruturas que permitem a instalação de uma operação industrial em França, St Yorre, por exemplo. Depois de Portugal já é o segundo maior mercado em termos de volume de negócios.
A campanha visa promover o novo papel produzidos pela máquina de papel nº 7 e que conta com uma nova tecnologia NTT (New Tissue Technology) – a primeira na Europa a fabricar este tipo de papel em 4D – e onde a marca investiu 40 milhões de euros. França foi de resto o primeiro mercado onde foi comercializado este novo papel, mais absorvente e agradável ao toque. A campanha arrancou em junho e está na rua até ao final do ano em França, com o claim “C’est Magic pour mon corps” (É magia para o meu corpo”) a campanha desenvolvida pela marca internamente, tem vídeo e fotografia do francês François Rousseau.
* A "pindériquice" francesa não é novidade. Sugerimos aos dirigentes da empresa a produção de bonés, t-shirts e cachecóis com a imagem da campanha para oferecer aos portugueses que utilizam o metro de Paris para exibir enquanto viajam.
.
.
.
HOJE NO
"RECORD"
José Ramalho procura quinto título
.europeu nas maratonas
.europeu nas maratonas
O canoísta José Ramalho é a principal figura da ampla seleção de
maratonas que de quinta-feira a domingo vai disputar os Europeus em
Ponte de Lima, nos quais o vila-condense procura o quinto título na
carreira.
.
O experiente atleta defende o ouro conquistado em 2016
em Pontevedra, Espanha, embora com a cabeça nos mundiais de setembro, na
África do Sul, onde vai tentar conquistar o grande título que ainda lhe
falta na carreira.
José
Ramalho foi campeão da Europa em 2011, 2014, 2015 e 2016, sendo ainda
vice em 2009 e 2013: em mundiais, foi prata em 2012 e bronze em 2009,
2014 e 2016.
O veterano Nuno Barros tentará devolver à sua Ponte
de Lima o que já conseguiu na canoagem, já que em C1 foi campeão da
Europa em 2011 e 2014, sendo bronze em 2015 e 2016: em 2010 foi campeão
do mundo.
Rui Lacerda também é canoísta da casa e procura o
primeiro pódio sénior, depois de ter sido campeão da Europa sub-23 em
2013 e 2014, anos em que foi bronze mundial.
O júnior Duarte
Silva defende o título de campeão da Europa em C2, mas desta vez não tem
a companhia de Ricardo Coelho, mas de Leandro Vicente.
O júnior Sérgio Maciel é também campeão da Europa em C1, mas este ano já vai competir no escalão sub-23.
Os Europeus de maratonas reúnem cerca de 300 canoístas de 23 países, 36 deles portugueses.
Em
2016, Portugal conquistou seis medalhas nos Europeus, três delas de
ouro, sendo que nos mundiais a seleção liderada por Rui Câncio atingiu
cinco pódios.
Em 2018, Portugal organiza os mundiais de
maratonas, neste caso em Vila Verde, sendo que a federação também tem a
responsabilidade dos mundiais de pista.
* Que seja feliz e traga o título para casa.
.
.
.
HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
O dentista de Neandertal...
provavelmente o mais antigo da História
A dor de
dentes é tão antiga como a Humanidade. Descobertas recentes mostram que
a vontade do homem aliviar o sofrimento dentário tem pelo menos 130 mil
anos.
Uma equipa de
paleontologistas encontrou indicadores de práticas dentárias nos restos
mortais de um homem de Neandertal, que viveu há cerca de 130 mil anos.
.
.
Os
dentes, encontrados há mais de um século no povoamento de Kaprina, na
atual Croácia, foram analisados agora por uma equipa da Universidade do
Kansas, nos EUA.
A observação
microscópica encontrou marcas de manipulação dentária no num pré-molar e
num terceiro molar, encontrados durante uma escavação realizada entre
1899 e 1905.
"Apesar de não termos a mandíbula, os
dentes estão num estado formidável. Perdeu-se parte das raízes, mas a
maioria está intacta", refere um dos autores do estudo, David Frayer, num artigo publicado no Boletim da Associação Internacional de Paleontologia.
Apesar
de não ter sido encontrado o instrumento usado por este "dentista do
Neandertal", a investigação concluiu que as marcas terão sido feitas
numa tentativa de aliviar as dores, com uma espécie de palito de um osso
ou um pedaço de madeira.
Como a parte
alterada dos dentes está do lado da língua e as marcas apresentam
diferentes ângulos, os investigadores descartam a hipótese de terem sido
feitas após a morte do indivíduo.
Ainda
que a análise não seja conclusiva, David Frayer acredita que "o
terceiro molar, muito provavelmente, causava dores" àquele Neandertal.
"Os dentes combinam uma série de aspetos que indicam que se tratou a si
mesmo de um problema dentário", acrescentou.
David
Frayer disse que encontraram também tártaro nos dentes, que "não foi
possível analisar", pelo que não puderam averiguar se haveria alguma
substância nos dentes eventualmente usada para aliviar a dor.
Uma
procedimento conhecido no homem de Neandertal, 81 mil anos adiante no
filme da História, segundo uma descoberta feita, em março, na gruta de
El Sidrón, nas Astúrias, em Espanha.
Neste
povoado Neandertal, paleontologistas espanhóis descobriram vestígios do
fungo "Penicillium", um antibiótico natural, numa placa dentária com 49
mil anos.
Uma prova da apetência, bem
documentada por vários estudos, do homem de Neandertal para modificar o
meio ambiente e até o próprio corpo usando ferramentas.
* A história do Homem é fabulosa, agradeçamos à ciência este maravilhoso conhecimento.
.
.
.
HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Comemorações dos 600 anos
da descoberta do arquipélago da
Madeira iniciam-se em Lisboa
O
arranque das comemorações dos 600 anos da descoberta da Madeira e do
Porto Santo irão começar em Lisboa, com a exposição “As Ilhas de Ouro
Branco”, que ficará patente no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA).
.
Uma
colaboração entre a região e o MNAA permitirá que a exposição dedicada
ao impacto da cultura do açúcar na região nos séculos XV e XVI fique
patente a partir de 15 de novembro.
O secretário regional com a
tutela da Cultura, Eduardo Jesus, reconheceu que o arranque é em Lisboa
porque foi aí que “tudo começou, que a história da expansão marítima e,
no fundo, a história deste arquipélago, teve início”.
Admitiu que
desta forma se consegue “uma verdadeira embaixada cultural do
arquipélago na capital portuguesa”, numa exposição que ficará ativa até
março de 2018.
“É um marco importante na história do país. Teve
impacto mundial, como foi o exemplo da cultura do açúcar e que dá o mote
desta mesma exposição”, disse.
O diretor do MNAA, António Filipe
Pimentel, recordou que o ciclo do açúcar possibilitou a criação de um
fidalgo mercador que permitiu o patrocínio de obras de arte que afirmava
a linhagem dos senhores, “num caso muito singular de qualidade,
quantidade e escala”.
Foi, em termos históricos, uma espécie de
“laboratório” e a exposição conta “exatamente esse deslumbramento por
uma terra virgem, não tocada pela humanidade que depois vai ser
trabalhada e transformada em sede, não só de ideias políticas de
expansão religiosa, mas também, naturalmente, de riqueza”.
Reconheceu
que a região é um pedaço de Portugal extraordinariamente fora do comum
que precisa de ser conhecido e reconhecido internacionalmente, “ao ser
uma plataforma atlântica e ainda ter uma escala e uma qualidade que
ainda hoje é possível pressentir e ilustrar numa dimensão muito ampla
com a monumentalidade que a exposição terá”, que resulta na
singularidade da Madeira.
Ao todo serão cerca de uma centena de
obras, resultado de encomendas artísticas da época, de coleções
particulares, do Museu de Arte Sacra do Funchal e de uma série de
igrejas de todo o arquipélago.
Aliás, este foi o argumento usado
pelo presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, para afirmar a
qualidade da exposição.
“Aquilo que somos hoje resulta da
singularidade, como foi o ciclo do açúcar, porque não moldou apenas a
parte económica da ilha, mas moldou a estrutura social de uma forma
muito vincada, bem como a estrutura geográfica e o ‘modus vivendi’ da
população durante este período e hoje, obviamente, o património”, disse.
* 600 anos é um tempo para comemorar com alegria.
.
Subscrever:
Mensagens (Atom)